Porto Velho • Rondônia - 2008
Rosa Grena Kliass em coautoria com Barbieri + Gorski
A cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia, passou por dois ciclos de impacto – no início do século XX, a construção da ferrovia Madeira Mamoré, construída com o intuito de conectar a Bolívia ao Oceano Atlântico, e na década de 1970, a onda de colonização como ampliação da fronteira agrícola. Seu processo de urbanização tem se caracterizado por negar o potencial ambiental e cultural do sítio ribeirinho, pela falta de planejamento e pela precariedade do saneamento.
Recuperação da várzea e dos igarapés do Rio Madeira, após remoção de habitações irregulares situadas em área de risco que aí se implantaram, integrando a ela os trilhos da estrada de ferro Madeira-Mamoré, cujos galpões que abrigavam a estação da ferrovia estão em área preservada, localizada ao lado da esplanada de acesso da área de intervenção.
Criação de um parque que resgata a biodiversidade da vegetação e da fauna características do local, libera o fluxo dos igarapés, com a substituição de galerias por pontes (no caso do Igarapé Santa Bárbara, o mais largo desta área), ou por passarelas para pedestres e bicicletas.
A área de intervenção foi compartimentada em 3 segmentos, visando à valorização da relação com o rio Madeira, à conectividade do tecido urbano seccionado pelos igarapés e a recuperação das matas ciliares dos igarapés Santa Bárbara e Grande:
- Parque linear do Igarapé Santa Bárbara
- Parque linear do Igarapé Grande
- Parque Memorial Madeira Mamoré, o único dos três contratado e desenvolvido, com o objetivo de religar a cidade ao rio Madeira por meio de passarelas palafitadas que se desenvolvem sobre a área de várzea e sobre o leito remanescente da ferrovia, a ser valorizado como patrimônio histórico cultural.
Para assegurar a vitalidade do parque criou-se um programa que contemplava equipamentos de lazer como o setor esportivo, áreas de estar e recreação infantil e a introdução de elementos de motivação ambiental (o Observatório de Pássaros, o Aquário de espécies amazônicas, localizado na Esplanada das Águas, o Núcleo da Várzea e seu tanque de vegetação aquática), além de inserir um setor de atividade comercial – o grande pergolado da Praça do Mercado para a comercialização de artesanato e outros produtos locais, espaço que se presta também a atividades de múltiplo uso, piqueniques e atividades com os alunos da escola existente nas áreas adjacentes.
Acervo pessoal Rosa Kliass
Coautoria: Barbieri + Gorski