Praça das Esculturas do MAM

Bahia • Salvador - 1996

A cidade e a sua paisagem

Em Salvador, cidade alta e cidade baixa estão separadas por uma íngreme encosta, característica da origem de várias cidades brasileiras da colonização portuguesa. A barreira geográfica, que já serviu como defesa, apresentava um potencial paisagístico a ser explorado.

O desafio apresentado para Rosa

Em 1996, o Governo do Estado da Bahia estava desenvolvendo o projeto para uma avenida litorânea, à beira da Baía de Todos os Santos. Paralela à avenida do Contorno, a via prevista era uma ameaça de destruição da significativa paisagem colonial do século XVII, o Solar do Unhão, onde se estabelecia o Museu de Arte Moderna da Bahia.

Nesta mesma época, a arquiteta Dange Cardoso, muito atuante na defesa da qualidade da paisagem da cidade de Salvador, havia ganho a licitação para fazer um parque naquela região. Para se contrapor à construção da via, Dange convocou Rosa a argumentar, junto com ela, em favor do patrimônio histórico e paisagístico que estava correndo o risco de desaparecer.

A resposta de Rosa

Conseguiram reverter o processo, recuperar a área degradada e preservar o patrimônio com a promessa de valorizar o sítio integrando-o ao Museu com a criação do Parque das Esculturas ao ar livre.

Não havia propriamente um terreno, mas uma encosta inclinada a ser ocupada.

Posto o desafio, quais seriam as esculturas que comporiam o Museu?

Vários artistas plásticos foram contatados e convidados a participar da concretização do projeto com obras especialmente encomendadas. Os gradis de acesso e o biombo de fechamento do parque foram desenvolvidos por Carybé. A Mário Cravo coube o totem central com 3,5 metros de atura. O museu de esculturas ao ar livre inclui obras de Rubem Valentim, Emanuel Araújo, Mestre Didi, Bel Borba, Calazans Neto, Chico Liberato, Ivens Machado, José Resende,entre outros.

O acesso do parque se dá pela avenida do Contorno, transpondo os gradis rendados de Carybé situação que configura um mirante para a deslumbrante vista da baía e se conecta ao MAM pela passarela sobre palafitas.

Mais que um projeto, Rosa apresentou uma estratégia para remodelar o sítio, valorizar a paisagem, enriquecer o museu existente com o novo acervo, e oferecer à população um belíssimo passeio elevado a beira-mar.