Módulo 6
Vídeoaulas
Proposta do módulo
Neste item apresentamos
Neste módulo vamos tratar da vídeoaula como uma possibilidade de educação bilíngue para surdos. Espero que os conteúdos estimulem você a fazer suas próprias vídeoaulas.
1 Apresentação da autora
Cleidiane Alves da Silva
- Formação: Pedagogia na Universidade Salgado de Oliveira de Goiânia.
- Especialista em Língua Brasileira de Sinais - Libras, pela Universidade Católica Dom Bosco – Campo Grande/MS.
- Especialista em Psicopedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
- É Professora de Libras e Coordenadora Pedagógica no CAS – Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez de Goiânia/Secretaria de Estado de Educação de Goiás.
Bem-vinda e bem-vindo!
2 O que é uma vídeoaula?
Para Arroio e Giordian (2006, p. 9), uma vídeoaula é uma “modalidade de exposição de conteúdos de forma sistematizada”.
As vídeoaulas podem ser utilizadas no ensino à distância para que o aluno possa ter acesso no momento que for mais conveniente a ele.
As vídeoaulas podem ser usadas como ferramentas para o ensino e a aprendizagem do aluno surdo.
Spanhol e Spanhol (2014) ressaltam que a vídeoaula permite que os conteúdos sejam organizados pelo professor para serem acessados aos alunos. Muitas vezes, permite que os alunos participem ativamente, encontrando conteúdos em vídeoaulas que muitas vezes seriam de difícil acesso, justamente pelas fontes de informações serem diversas e complexas na nossa sociedade.
Mas, é importante que antes de assistir à vídeoaula, é preciso que o aluno seja sensibilizado à assumir a responsabilidade pela aprendizagem e pela leitura do conteúdo recomendado, o qual pode ser apresentado em formato V-Book e disponibilizado em diferentes ambientes e plataformas, como o Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA.
É importante, também, compreender que cada instituição possui a sua metodologia de ensino e estabelece as diretrizes internas. Sendo assim a vídeoaula se ajusta ao modelo de cada unidade de ensino.
2.1 Característica de uma vídeoaula para alunos surdos
É importante lembrar que as vídeoaulas apresentam algumas características:
- a) Duração máxima do vídeo: para manter a atenção do aluno surdo, é conveniente que seja estipulado o tempo máximo para cada videoaula. Sugere-se em torno de cinco minutos
- b) Conteúdo apresentado de forma prática: mostrar ao aluno surdo os conteúdos teóricos aplicados de forma prática, procurando explorar as vivências ou tentando se aproximar do cotidiano, da realidade desse aluno;
- c) Recursos visuais: mostrar o conteúdo de maneira didática e ao mesmo tempo atrativa, inclusive com recursos visuais, mantendo o interesse do aluno surdo em assistir à vídeoaula até o final.
3 Como a vídeoaula pode ser utilizada na educação de surdos?
Com as tecnologias e a mudança de pensamento a respeito das pessoas surdas, algumas dificuldades de comunicação e de aprendizagem podem ser superadas e dão lugar a novas oportunidades de desenvolvimento. É importante observar e identificar os recursos que os alunos surdos têm disponíveis para auxiliar na aprendizagem e na interação com os conteúdos da vídeoaula.
As possibilidades de aprendizagem com apoio da tecnologia da informação com a participação do professor como mediador são inúmeras e podem auxiliar na superação de problemas de comunicação que ocasionam dificuldades de aprendizagem.
A vídeoaula pode ser utilizada na educação de surdos de forma divertida e atrativa. Mas, o mais importante, valorizando a língua de sinais.
Agora, como isso poderia ser utilizado na educação de surdos? Pode ser utilizado para iniciar um conteúdo novo; pode ser utilizada para consulta de conteúdos a serem explorados em uma atividade; pode ser utilizada para estimular aprendizado de língua e desenvolvimento bilíngue. Como também, pode servir de estudo prévio como técnica da sala de aula invertida. Quais outras possibilidades poderíamos elencar?
4 Quais são os pontos positivos e medidas a serem tomadas antes da videoaula?
4.1 Pontos positivos
- Estudar quando quiser e/ou puder;
- Estudar como quiser (computador, celular, tablet);
- Acessar com facilidade a materiais digitais;
- Estimular interação por diversos outros canais, como chats, fóruns, grupos e comunidades.
4.2 Desafios e cuidados
- Dependência de internet;
- Eventual ausência da janela do Intérprete de Libras;
- Adaptação do conteúdo para o aluno surdo;
- Excesso de atividades escolares.
5 Abordagem dialógica por meio da vídeoaula x abordagem tradicional
- Abordagem dialógica por meio da vídeoaula
O professor pode oferecer, por meio da abordagem dialógica, a oportunidade de trocar conhecimentos e colaborar com a aprendizagem dos alunos surdos. A vídeoaula dialogada permite que os alunos surdos participem mais ativamente, sendo provocados a refletir sobre o seu aprendizado. É um excelente momento e oportunidade para que possa aprender sobre determinado assunto de forma mais aprofundada.
Aubert et al. (2008) consideram que a Aprendizagem Dialógica acontece quando utilizam questionamentos que abrem ao diálogo entre as mais diferentes pessoas. Para os autores, é uma possibilidade de valorizar as manifestações de cada um, explorando argumentos, validade de informações e momento de interação. Isto difere de exposições diretivas, com o poder unilateral de quem expõe e que estão diretamente relacionadas aos objetivos do grupo hegemônico.
- Abordagem tradicional
É muito rígida, centrada no professor, que estrutura o material para a vídeoaula, organiza sozinho e transmite os conteúdos; geralmente uma vídeoaula que privilegia a oralidade unilateral. O aluno não tem papel ativo. Este tipo de vídeoaula não proporciona o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno, ele apenas recebe o conhecimento; é considerado um “adulto pequeno”, que precisa assimilar o conteúdo.
Para facilitar o entendimento pode-se aplicar a expressão educação bancária, que foi proposta por Paulo Freire (1975), que é a tipologia que mais se aproxima do que se entende por ensino nesta abordagem), ou seja, uma educação que se caracteriza por “depositar” no aluno, conhecimentos, informações, dados e fatos. (MIZUKAMI, 1986, p.7)
6 Como você pode planejar sua vídeoaula?
- Primeiramente, o planejamento e o estudo são importantes. E você deve decidir qual o tema da aula a ser filmado e estruturar o assunto em forma de tópicos, de maneira objetiva, seguindo uma lógica encadeada entre os assuntos.
- Em segundo lugar, você deve separar de antemão os materiais que precisará utilizar para fazer a gravação.
- Leve em consideração a iluminação do ambiente e a qualidade do vídeo, para que fique nítida a imagem.
- Considere as opções de usar legenda ou intérprete de Libras, durante a edição. Na medida do possível, dê preferência para smartphones que ofereçam boa resolução de vídeo e captura do som (para a atuação do intérprete de Libras).
7 Indicações de alguns aplicativos e softwares para criar as suas vídeoaulas
Vamos conhecer alguns aplicativos e sites que disponibilizam materiais em Libras? Confira a seguir:
- Zoom
- Google Meet
- Google Hangouts
- Aplicativo Hand Talk
Site: https://handtalk.me/br/aplicativo - Metodologias Ativas e Educação Bilíngue
Site: https://maeb.letras.ufg.br - VLibras
Site: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2020/02/aplicativo-de-libras-como-usar-vlibras-para-aprender-lingua-de-sinais.ghtml - Guia Prático de Libras
Site: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.essence.libras - Adelibras
Site: https://play.google.com/store/apps/details?id=appinventor.ai_mayracunha18.cadeguei - Rybená Tradutor
Site: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.icts.rybenatorandroid - Sinalário Disciplinar em Libras
Site: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.app.gpu1766632.gpu62fe9a3bd58b6fdb4b3dd202609a2594
8 Referências bibliográficas
ARROIO, A.; GIORDAN, M. O Vídeo Educativo: Aspectos da Organização do Ensino. Química Nova Escola, n. 24, p. 8-11, nov., 2006. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc24/eqm1.pdf. Acesso em: 20 jan. 2021.
AUBERT, A., FLECHA, A., GARCÍA, C., FLECHA, R., RACIONERO, S. Aprendizaje dialógico en la sociedad de la información. Barcelona: Hipatia, 2008.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. Abordagem Tradicional. São Paulo: EPU, 1986, p. 7-18
SPANHOL, G. K.; SPANHOL, F. J. Processo de Produção de Vídeo-Aula. Novas Tecnologias na Educação. vol. 7, n. 1, jun., 2009. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/13903/7812. Acesso em: 16/12/2020.
ITENS
1 Apresentação da autora Cleidiane Alves da Silva
2 O que é uma videoaula?
2.1 Características de uma vídeoaula para alunos surdos
3 Como a videoaula pode ser utilizada na educação de surdos?
4 Quais são os pontos positivos e medidas a serem tomadas antes da videoaula?
4.1 Pontos positivos
4.2 Desafios e cuidados
5 Abordagem dialógica por meio da videoaula x abordagem tradicional
6 Como você pode planejar sua vídeoaula?
7 Indicações de alguns aplicativos e softwares para criar as suas vídeoaulas
8 Referências