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Caro Educando e Cara Educanda,

Considerando nossos estudos no Módulo II, separamos um miniglossário de alguns termos que foram apresentados. Você, também, poderá completar este miniglossário ao longo dos seus estudos.

Agricultura

Actividad agrícola es la gestión, por parte de una empresa, de las transformaciones de carácter biológico realizadas con los activos biológicos, ya sea para destinarlos a la venta, para dar lugar a productos agrícolas o para convertirlos en otros activos biológicos diferentes (IASB, 2001).

A agricultura consiste no esforço para situar a planta cultivada nas condições ótimas de meio (clima, solo) para lhe tirar o máximo rendimento em quantidade e em qualidade (DIEHL, 1984, p.114).

Segundo Erich W. Zimmermann, “o termo agricultura abarca os esforços produtivos, mediante os quais o homem sedentário trata de aproveitar e, se possível, melhorar e acelerar o ciclo vegetativo natural das plantas e animais, a fim de obter os produtos vegetais e animais necessários ao homem ou desejados por ele” (ZIMMERMANN, 1960 apud DINIZ, 1984, p. 20).

Ao procurar por “agricultura” na Enciclopédia Agrícola Brasileira, podem-se encontrar conceitos desde os tratadistas mais antigos, os quais costumam definir a agricultura (do latim ager = campo; e cultura = lavra ou cultivo), como a arte de cultivar a terra. Como definiu Passy, ela representa “o esforço do homem para tirar do solo, ou melhor, da natureza, os elementos necessários à vida” (SOUSA; PEIXOTO; TOLETO, 1995).

Thaer, em 1810, definiu a agricultura como “um ofício que tem a finalidade de gerar lucros através da produção ou beneficiamento de produtos animais e vegetais.” De Gasparin, em 1843, passou a considerar a agricultura como a “ciência que pesquisa os meios de obter os produtos vegetais da maneira mais perfeita e mais econômica” (SOUSA; PEIXOTO; TOLETO, 1995).

Referências

DIEHL, Robert. Agricultura Geral. 1ª ed. Clássica Editora. Lisboa, 1984. 579 p.

DINIZ, José Alexandre Felizola. Geografia da Agricultura. São Paulo: DIFEL, 1984.

IASB (2001), NIC 41 – “Agricultura”, Norma Internacional de Contabilidade Adotada pela União Europeia, através do Regulamento (CE) nº 1.126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro. Disponível em: http://www.normasinternacionalesdecontabilidad.es/nic/pdf/nic41.pdf. Acesso em: 31 jul. 2018.

SOUSA, JSI de; PEIXOTO, Aristeu Mendes; TOLEDO, Francisco Ferraz. Enciclopédia agrícola brasileira. Piracicaba: Edusp, 1995.

ZIMMERMANN, Erich. 20. Juli 1944. Germany: Berto-Verlag, 1960

Agroecologia

A Agroecologia foi definida por Altieri (1987) como “as bases científicas para uma agricultura alternativa”. Já Leff (2002) definiu a Agroecologia “como um novo paradigma produtivo, como uma constelação de ciências, técnicas e práticas para uma produção ecologicamente sustentável, no campo”.

Sevilla e Gonzáles apresentaram que a “Agroecologia corresponde a um campo de estudos que pretende o manejo ecológico dos recursos naturais, para – através de uma ação social coletiva de caráter participativo, de um enfoque holístico e de uma estratégia sistêmica – reconduzir o curso alterado da coevolução social e ecológica, mediante um controle das forças produtivas que estanque seletivamente as formas degradantes e expoliadoras da natureza e da sociedade” (GUZMÁN; MOLINA, 2005, p. 32).

Em 2006, a agroecologia foi definida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária como: “Um campo de conhecimento transdisciplinar que contém os princípios teóricos e metodológicos básicos para possibilitar o desenho e o manejo de agroecossistemas sustentáveis e, além disso, contribuir para a conservação da agrobiodiversidade e da biodiversidade em geral, assim como dos demais recursos naturais e meios de vida” (EMBRAPA, 2006, p. 26).

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Agroecologia também é definida como “um campo de conhecimentos de caráter multidisciplinar que nos oferece princípios e conceitos ecológicos para o manejo e desenho de agroecossistemas sustentáveis.”(EMATER, 2000, p. 1)

De acordo com o Dicionário de Educação do Campo, “A agroecologia pode ser caracterizada como “uma disciplina que fornece os princípios ecológicos básicos para estudar, desenhar e manejar agroecossistemas produtivos e conservadores dos recursos naturais, apropriados culturalmente, socialmente justos e economicamente viáveis” (ALTIERI, 1999), proporcionando, desta maneira, bases científicas para apoiar processos de transição a estilos de agriculturas de base ecológica ou sustentável (CAPORAL; COSTABEBER, 2004).

Referências

ALTIERI, M.A. Agroecology: the scientific basis of alternative agriculture. Colorado: Westview Press, Boulder, 1987.

______. Agroecología: bases científicas para una agricultura sustentable. Montevidéu: Nordan–Comunidad, 1999.

CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: alguns conceitos e princípios. Brasília: MDA–SAF–Dater-IICA, 2004.

EMATER. Agroecologia aplicada: práticas e métodos para uma agricultura de base ecológica. Porto Alegre: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater), 2000. Disponível em: http://reformaagrariaemdados.org.br/sites/default/files/Agroecologia%20Aplicada%20-%20Pr%C3%A1tica%20e%20M%C3%A9todos%20para%20uma%20agricultura%20de%20base%20ecol%C3%B3gica%20%E2%80%93%20EMATER%20-%20RS,%202000.pdf.

EMBRAPA. Marco Referencial em Agroecologia. Brasília: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 2006. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/107364/marco-referencial-em-agroecologia .

LEFF, Enrique. Agroecologia e saber ambiental. Agroecol. e Desenv. Rur. Sustent., Porto Alegre, v.3, n.1, jan./mar.2002.

ROSSETTO, Edna R. Araujo; SILVA, Flávia Tereza. Ciranda Infantil. In: CALDART, Roseli et al. (Orgs.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro: Expressão Popular, 2012.

SEVILLA GUZMÁN, Eduardo; GONZÁLEZ DE MOLINA, Manuel. Sobre a evolução do conceito de Campesinato. São Paulo: Expressão Popular, 2005.

Autonomia

“A ideia de autonomia nasceu junto aos ideais defendidos pelo Iluminismo. Ao apostar na sua autonomia e liberdade, o homem moderno libertou-se da camisa-de-força da sociedade medieval, assumindo, ele mesmo, a responsabilidade de suas atuações” (FLICKINGER, 2011).

Lalande (1999, p. 115)  apud COUTRIM (2016, p. 46) destaca que “Etimologicamente autonomia é a condição de uma pessoa ou de uma coletividade cultural, que determina ela mesma a lei à qual se submete.”

Coutrim (2016, p.42) destaca que  “É com Rousseau (1973) que o conceito de autonomia assume um caráter diretamente pedagógico (diferentemente dos iluministas, que vincularam a autonomia à natureza, ou seja, a evidências empíricas). O filósofo francês defende que a educação deve servir para libertar o ser humano do ‘impulso puro’”. Segundo ele, o homem deve servir antes à razão, e não ao “amor a si mesmo” ou ao “amor próprio”, o que configuraria heteronomia.”

Referência

COUTRIM.M.C.Erica.O conceito de autonomia aplicado ao processo de aquisição de línguas estrangeiras na era da informação. EntreLínguas, Araraquara, v.2, n.1, p.41-49, jan./jun. 2016 Disponível em https://periodicos.fclar.unesp.br/entrelinguas/article/view/8466/5892 Acessado em 01/08/2018.

FLICKINGER,Hans.Georg. autonomia e reconhecimento: dois conceitos- chave na formação. Educação online 2011,34. Janeiro - Abril. Disponível em http://www.redalyc.org/html/848/84818591002/ Acessado em 30/07/2018

MELO.L.O.C.Marlene e LOPES. M.L.Ana. Empoderamento de mulheres gerentes: A construção de um modelo teórico de análise. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 12, n. 3, p. 648-667, set/dez. 2012. Disponível em http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/2346/1864 Acessado em 30/07/2018.

Modo de vida

Guerra (1993) aborda, inicialmente, o modo de vida como não existindo conteúdo preciso e cita Juan (1991, p.13): “O ‘modo de vida’ é, em larga medida, uma noção trivial que banaliza todo o pensamento, mesmo o mais rigoroso, já que não exige nenhuma clarificação."  Para o autor, o conceito de modo de vida coloca a tônica em três níveis de importância nos estudos sociológicos, mas pouco articulados entre si: o sistema e os atores, a história e o cotidiano, e o objetivo e o subjetivo na percepção do real.

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No entendimento de Vidal de La Blache (2005 [1911], p. 114), modo de vida é definido como “uma ação metódica e contínua, que age fortemente sobre a natureza” (NABARRO, 2014, p. 37).

A partir da perspectiva de Foucault (1981, p. 3), em que “um modo de vida pode ser partilhado por indivíduos de idade, estatuto e atividade sociais diferente”, o conceito de “modo de vida” poderia se aproximar da concepção de “visão social de mundo” apresentada por Michael Lowy, no sentido de ser típica de uma época e não de um grupo social específico, ou mesmo de “estilo de pensamento” de Manheim, os quais descreveriam diferentes modos de olhar as coisas. Estes estariam para além das próprias diferenças de classes sociais (BRAGA; FIUZA; REMOALDO, 2017).

Marx (1977) emprega o termo “modo de vida” para designar as “condições naturais de existência” ou o “modo objetivo de existência” das tribos pastoris nômades, funcionando como conceito de nível equivalente ao de modo de produção.

Referências

BRAGA, Gustavo Bastos; FIUZA, Ana Louise Carvalho; REMOALDO, Paula Cristina Almeida. O conceito de modo de vida: entre traduções, definições e discussões. Sociologias, Porto Alegre, v. 19, n. 45, p. 370-396. Agosto  2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222017000200370&lng=en&nrm=iso, Acessado em 03/08/2018.

FOUCAULT, M. De l’amitié comme mode de vie (entrevista concedida a R. de Ceccaty, J. Danet e J. Le Bitoux), Gai Pied, n. 25, abril 1981, p. 38-39. Reproduzida no site http://1libertaire.free.fr/MFoucault174.html. Traduzida para o português por Wanderson Flor do Nascimento como “Da amizade como modo de vida”. Disponível em: http://portalgens.com.br/portal/images/stories/pdf/amizade.pdf. Acessado em 03/08/2018.

GUERRA, Isabel. Modos de vida: Novos percursos e novos conceitos. Sociologia - Problemas e Práticas, 1993, n. 13, p.1. Disponível em: https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/932, Acessado em 03/08/2018.

JUAN, S. Sociologie des genres de vie: morphologie culturelle et dynamique ds positions sociales. Paris: PUF, 1991.

MARX, K. Economico-philosophical manuscripts. Londres: Penguin, 1977.

NABARRO, Sergio Aparecido. Modo de Vida e Campesinato no Capitalismo: contribuições, limites e a construção de um entendimento do campesinato como modo de vida. 240 fls. Tese (Doutorado em Geografia Humana) - Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo DG/FFLCH/USP, São Paulo, 2014.

VIDAL DE LA BLACHE, P. Les Genres de Vide dans la Géografie Humanine - première article. Annales de Géografie, 1991a, tomo 20, nº 111, p. 193-212.

VIDAL DE LA BLACHE, P.  Les Genres de Vide dans la Géografie Humanine - deuxième article. Annales de Géografie, 1991b, tomo 20, nº 112, p. 289-304.

VIDAL DE LA BLACHE, P. Os Gêneros de Vida na Geografia Humana. GEOgraphia. Ano 7, nº 13, 2005.

Controle social

Controle social é “um sistema complexo de mecanismos não planejados e altamente inconscientes que servem para contrapor tendências desviantes” (PARSONS, 1951, p. 321).

Controle social é uma forma de compartilhamento de poder de decisão entre Estado e sociedade sobre as políticas, um instrumento e uma expressão da democracia e da cidadania. Trata-se da capacidade que a sociedade tem de intervir nas políticas públicas (POLIS, 2008).

Segundo Sherry Arnstein, controle social é uma relação de cogestão, quando planejamento e execução são definidos em participação. O autor vai até mais longe: sugere que ocorre controle social quando uma comunidade planeja e gerencia um projeto ou programa e a instituição pública apenas financia (RICCI, 2009).

Controle social é qualquer influência volitiva dominante exercida por via individual ou grupal sobre o comportamento de unidades individuais ou grupais, no sentido de manter-se uniformidade quanto a padrões sociais (SOUTO e SOUTO, 2003, p.187-188).

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O controle social é conceituado como a participação do cidadão defendendo seus direitos e interesses na escolha de políticas públicas, e que tais escolhas sejam relevantes para a coletividade situada em determinado território, visando ao fortalecimento e que possam promover os desenvolvimentos local, regional e de determinada nação (FRITZEN et al., 2016).

Para Siraque (2005, p. 104), controle social é “O ato realizado individual ou coletivamente pelos membros da sociedade, por meio de entidades juridicamente organizadas ou não, através dos diversos instrumentos jurídicos colocados a disposição da cidadania para fiscalizar, vigiar, velar, examinar, inquirir e colher informações a respeito de algo”.

Referências

FRITZEN, Adriano et al. Controle Social: uma abordagem conceitual. Anais do I Seminário Nacional de Desenvolvimento Regional, de 31 de março a 1º de abril de 2016 de 2016, Taquara, RS. Disponível em: https://www2.faccat.br/portal/sites/default/files/fritzen_linke_bieger_ribas_hinnah.pdf. Acesso em: 31 jul. 2018.

Pólis - Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais. Participação popular na construção do popular local - REPENTE. Nº 29. Agosto/08. Disponível em: http://www.polis.org.br/uploads/1058/1058.pdf. Acesso em: 31 jul. 2018.

PARSONS, T. The social system. New York: Free Press, 1951.

RICCI, Rudá. Controle social: um conceito e muitas confusões. REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO, n. 98, julho de 2009, Ano IX, ISSN 1519-6186. Disponível em: http://eduem.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/7590/4362. Acesso em: 31 jul. 2018.

SABADELL, Ana Lucia. Manual de sociologia jurídica. 5. ed. 2010.

SIRAQUE, Vanderlei. Controle social da função administrativa do Estado: possibilidades e limites na Constituição de 1988. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2005. Disponível em: http://www.siraque.com.br/monografia2004.pdf. Acesso em: 31 jul. 2018.

SOUTO, C.; SOUTO, S. Sociologia do direito. Uma visão substantiva. Porto Alegre: SAFE, 2003.

Cultura

Segundo Da Matta (1981, p.2), cultura é “um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas”.

Langdon (2003) considera conceito de cultura como sendo dinâmico e heterogêneo, apontando como um sistema de símbolos, expresso na interação social, onde os atores se comunicam e negociam significados.

A partir de estudos de obras freireanas pode-se refletir a respeito desse conceito: “cultura representa a somatória de toda a experiência, criações e recriações ligadas ao homem no seu espaço de hoje e na sua vivência de ontem, configurando-se como a real manifestação do homem sobre o mundo” (VASCONCELOS; BRITO, 2006, p.67.)

A cultura é em si mesma o espírito da humanidade individualizando-se em obras específicas; e o seu discurso liga o individual e o universal, o âmago do eu e a verdade da humanidade, sem a mediação do historicamente particular (EAGLETON, 2005).

A cultura é o elemento primordial que dá unidade a uma sociedade e a define pela capacidade que ela desenvolve de criar elementos que permitem à própria sociedade se reconhecer (CESNIK; BELTRAME, 2005).

Referências

CESNIK, F.S.; BELTRAME, P.A. Globalização da cultura. Barueri: Manoele, 2005. p.4

Da Matta R. Você tem cultura? In: Da Matta R. (Org.). Ensaios de sociologia interpretativa. Rio de Janeiro (RJ): Rocco; 1986. p.121-8.

EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. Tradução por Sandra Castello Branco. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

Langdon E J. Cultura e processos de saúde e doença. In: Anais do 1o Seminário sobre Cultura, Saúde e Doença; 2003 Out 13-16; Londrina, Brasil. Londrina (PR): VIGISUS/FNS/MS; 2003. p.91-107.

Vasconcelos MLMC, Brito RHPB. Conceitos de educação em Paulo Freire. São Paulo (SP): Vozes; 2006

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Empoderamento

Antunes (2002, p.98) diz que  “o fato de o empoderamento não ser algo que se possa fazer pelas pessoas, mas sim algo que as pessoas têm de fazer por elas mesmas, ou seja, que não é possível empoderar alguém, mas sim estimular o processo individual e coletivo de empoderamento. É um processo que tem origem dentro das pessoas, no seio das comunidades e das organizações locais, que não pode ser pensado de cima para baixo (medidas assistencialistas e políticas clientelistas não se enquadram neste processo), nem de fora para dentro.”

Lorio (2002, p.22) coloca que  “As primeiras conceitualizações sobre poder e empoderamento dentro do campo do desenvolvimento surgem nos anos 1970 principalmente dentro do movimento feminista, vinculado ao grupo conhecido como WID Women In Development (Mulheres no Desenvolvimento). A conceitualização por elas usada reconhece sua origem nas ciências sociais, mais especificamente na ciência política onde a idéia força é a de poder sobre.”

Lopes e Melo (2012, p.652) dizem que “Na perspectiva de gênero, o empoderamento das mulheres desafia as relações patriarcais no que se refere ao poder dominante do homem, à manutenção dos seus privilégios de gênero e principalmente à sua atuação dentro da família. Implica uma mudança na dominação tradicional dos homens sobre as mulheres, assegurando, a estas, a autonomia no controle dos seus corpos, de sua sexualidade, de suas opiniões e de seus direitos de ir e vir”.

Referência

ANTUNES, Marta. O caminho do empoderamento: articulando as noções de desenvolvimento, pobreza e empoderamento In: JORGE, O. Romano; ANTUNES, M. (Orgs.) Empoderamento e direitos no combate à pobreza. Actionaid Brasil. p.91-116.Rio de Janeiro.2002.Disponível em http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/empoderamento.pdf#page=91. Acesso em: 1º ago. 2018.

MELO, L. O. C. Marlene; LOPES. M.L.Ana. Empoderamento de mulheres gerentes: A construção de um modelo teórico de análise. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 12, n. 3, p. 648-667, set/dez. 2012. Disponível em http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/2346/1864 Acessado em 30/07/2018.

LORIO, Cecília.O caminho do empoderamento: articulando as noções de desenvolvimento, pobreza e empoderamento In: JORGE, O. Romano; ANTUNES, M. (Orgs.) Algumas considerações sobre estratégias de empoderamento e de direitos. Actionaid Brasil.p. 21- 44. Rio de Janeiro. 2002.

Disponível em: http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/empoderamento.pdf#page=91. Acesso em: 1º ago. 2018.

Habitabilidade

De acordo com a  NBR 1575:2013 (termo 4.3 dos requisitos gerais), “As exigências do usuário relativas à habitabilidade são expressas pelos seguintes fatores: estanqueidade;  desempenho térmico;  desempenho acústico;  desempenho lumínico;  saúde, higiene e qualidade do ar;  funcionalidade e acessibilidade;  conforto tátil e antropodinâmico.”

Em sua tese, Sakayemura (2016, p.78) conclui que,  “Segundo a NBR 1575:2013, habitação deve apresentar ambientes dotados dos espaços mínimos compatíveis com as necessidades humanas e com as mais variadas funções desenvolvidas na moradia, tais como repouso, estudo, asseio, preparo, consumo de refeições, entre outros.”

Bonduki (2004, p.73), baseado no período Vargas, determina dois conceitos para habitabilidade: “primeiro, a habitação vista como condição básica de reprodução da força de trabalho e, portanto, como fator econômico na estratégia de industrialização do país; Segundo, a habitação como elemento na formação ideológica, política e moral do trabalhador, e, portanto, decisiva na criação do ‘homem novo’ e do trabalhador-padrão que o regime queria forjar, como sua principal base de sustentação política.”

Referências:

SAKAYEMURA, Luciana Yurie. Proposta de classificação de habitabilidade para unidades em assentamentos precários. 116 f. Dissertação (Mestrado em habitação: planejamento e tecnologia) ‒ Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em http://cassiopea.ipt.br/teses/2016_HAB_Luciana_Yurie.pdf. Acesso em: 1º ago. 2018.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 15575-1: edificações habitacionais - Desempenho - Parte 4.3: Requisitos gerais.2013.

BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. 4. ed. Inclui bibliografia. ISBN 8585865911 (broch.).São Paulo: Estação Liberdade, 2004. 343 p., il.

Participação social

Para Milani (2008, p.573), “A participação é reivindicação histórica de alguns movimentos sociais, por exemplo os relacionados à pauta dos trabalhadores rurais sem terra, à gestão de políticas urbanas ou à educação popular.”

Milani (2008, p.554) destaca que:  “A participação social, também conhecida como dos cidadãos, popular, democrática, comunitária, entre os muitos termos atualmente utilizados para referir-se à prática de inclusão dos cidadãos e das OSCs [Organizações da Sociedade Civil] no processo decisório de algumas políticas públicas, foi erigida em princípio político-administrativo. Fomentar a participação dos diferentes atores sociais em sentido abrangente e criar uma rede que informe, elabore, implemente e avalie as decisões políticas tornou-se o paradigma de inúmeros projetos de desenvolvimento local (auto) qualificados de inovadores e de políticas públicas locais (auto) consideradas progressistas”.

Referências

MILANI, R.S. Carlos. O princípio da participação social na gestão de políticas públicas locais: uma análise de experiências latino-americanas e européias.rap. Rio de Janeiro, n. 42, v. 3, p. 551-79, maio/jun. 2008. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rap/v42n3/a06v42n3.pdf/. Acesso em: 1º ago. 2018.

MILANI, R.S. Carlos. O princípio da participação social na gestão de políticas públicas locais: uma análise de experiências latino-americanas e européias.rap. Rio de Janeiro, n. 42, v. 3, p. 551-79, maio/jun. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rap/v42n3/a06v42n3.pdf/ . Acesso em: 1º ago.2018.

Território

Para Raffestin (1993,p.143)  , “É essencial compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator "territorializa" o espaço”.

Haesbaert e Limonad (2007, p.42) afirmam que “o território é uma construção histórica e, portanto, social, a partir das relações de poder (concreto e simbólico) que envolvem, concomitantemente, sociedade e espaço geográfico (que também é sempre, de alguma forma, natureza)”.

Referência

RAESBAERT. Rogério e LIMONAD. Ester,O território em tempos de globalização.etc..., espaço, tempo e crítica. N° 2(4), VOL. 1, 15 de agosto de 2007, ISSN 1981-3732 39 Recebido para Publicação em 17.07.2007. Disponível em http://www.unifal-mg.edu.br/geres/files/territorio%20globaliza%C3%A7ao.pdf. Acessado em 31/07/2018.

RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993. 269 p., il. (Temas ;, 29. Geografia e política). Inclui bibliografia. ISBN 8508042906 : (Broch.).