Vivência pedagógica e práticas de leitura inclusiva
“Cada palavra descortina um horizonte, cada frase anuncia outra estação. E os olhos, tomando das rédeas, abrem caminhos, entre linhas, para as viagens do pensamento. O livro é passaporte, é bilhete de partida” (Queirós, 1999, p. 23-24).
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A vivência pedagógica e práticas de leitura inclusiva realizadas com o GRUPO ALUNOS se consolidaram com a presença e o acompanhamento da professora regente da sala, de uma mediadora que realiza a mediação pedagógica do (a) aluno (a) com necessidades específicas (criança com transtornos globais do desenvolvimento e autismo) da turma do 1º B, da primeira fase do Ensino Fundamental do CEPAE/UFG, da pesquisadora e de um terceiro (meu esposo), que foi autorizado a nos auxiliar com as gravações e fotos pelo celular. A proposta apresentada pela pesquisadora era da realização em 5 encontros (referentes a 5 dias distintos), mas pelo contexto bem próximo às férias escolares e um imprevisto, foram desenvolvidas as atividades no dia 17 de dezembro de 2019, durante todo o período de aulas (7h30min às 11h40min, respeitando os horários de intervalos e lanche).
Contextualizando, para a descaracterização da identidade das crianças do GRUPO ALUNOS, foram nomeadas com os nomes dos personagens criados pelo cartunista Maurício de Sousa, da Turma da Mônica, na seguinte ordem alfabética, a saber: Aninha, Anjinho, Denise, Dorinha, Edu, Franjinha, Jeremias, Jurema, Magali, Milena e Rosinha. O espaço da própria sala de aula foi escolhido para realização das atividades por entender que seria melhor para a turma e não haveria necessidade de deslocamento, o que poderia diminuir ainda mais o tempo de realização das atividades, mesmo porque não existe na escola outro espaço disponível diferente e mais acolhedor que a própria sala de aula.
Os conteúdos trabalhados foram relacionados à diversidade humana, leitura e acessibilidade. Na vivência, as práticas de leitura inclusivas possibilitaram a aplicação de diversos conceitos e conhecimentos a respeito dos assuntos. Houve intenso diálogo. No geral, a turma apresentou uma excelente participação individual e coletiva, colaboração, interesse e curiosidade no desenvolvimento das atividades propostas. Tudo foi desenvolvido de forma lúdica para favorecer o entendimento das crianças e despertar-lhes a atenção. O desenvolvimento da vivência pedagógica e práticas de leitura inclusiva tiveram suas atividades baseadas na Atividade de Diagnóstico e na Sequência Didática (item 4.4) que foram separadas por encontros, os quais cada uma delas equivaleu a uma hora/aula. A avaliação, os recursos necessários e a finalização das atividades aparecerão uma única vez (após o 5º Encontro – Sequência Didática) por terem sido realizadas todas as atividades em um único dia (Quadro 4).
Quadro 4 – Atividades da vivência pedagógica e práticas de leitura inclusiva
ATIVIDADES DA VIVÊNCIA PEDAGÓGICA E PRÁTICAS DE LEITURA INCLUSIVA
1º Encontro – Atividade de Diagnóstico;
2º Encontro – Sequência Didática;
3º Encontro – Sequência Didática;
4º Encontro – Sequência Didática;
5º Encontro – Sequência Didática;
Avaliação;
Recursos necessários;
Finalização da atividade.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
O primeiro encontro, referente ao primeiro horário, teve início com a organização da sala pela pesquisadora, que ali assumiu o papel de mediadora das atividades a serem desenvolvidas na vivência pedagógica e práticas de leitura inclusiva (Fotografia 1).
Em seguida foi realizada a pintura do rosto das crianças, a caracterização com adornos como tiaras e óculos e divertidos. Elas tiveram a possibilidade de escolher a cor que gostariam de usar dos óculos, tiaras, da pintura no rosto e o desenho a ser pintado (Fotografia 2).
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Fotografia 1 – Organização da sala Fonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 2 – Realização da pintura no rosto das criançasFonte: Arquivo da autora (2021).
Após a caracterização das crianças (Fotografia 3), foram estabelecidos os primeiros diálogos a respeito do livro, da leitura e da biblioteca.
Fotografia 3 – Crianças caracterizadas com óculos e tiaras divertidos e pintura no rostoFonte: Arquivo da autora (2021).
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Questões apresentadas:
Quem gosta de livros?
Quem tem livros em casa?
Você já viu algum livro diferente?
Quais os livros mais legais você viu?
Tem algum livro que te chamou muito a atenção?
Quem gosta de ler?
Quem lê para vocês?
Quais as histórias (engraçadas, interessantes, assustadoras, etc.) você mais gosta?
Costumam ir à Biblioteca?
Gostam de ir à Biblioteca?
Conhecem a Biblioteca da escola? Já foram lá?
Levaram algum livro emprestado da Biblioteca da escola para casa?
O que acharam dessa experiência?
O segundo encontro, referente ao segundo horário, foi iniciado com a apresentação da obra da Biblioteca: ‘Tudo bem ser diferente’, do autor Todd Parr. Em seguida foi realizada a dinâmica de leitura em voz alta da obra, a apresentação das ilustrações e o diálogo com e entre as crianças e mediadores de leitura a cada página do livro (Fotografias 4 a 7). As questões norteadoras sugeridas pela sequência da história foram:
Como você se vê em relação ao seu tamanho (pequeno, médio, grande ou grandão)?
Você usa óculos? Conhece alguém que usa?
Você costuma conversar com alguém quando está (alegre, triste, com raiva, muito amado, confuso, indeciso, bravo, amoroso, festivo)?
O que você já comeu de diferente na banheira? O que você gosta de fazer no banho? Canta? Dança?
Você costuma dizer ‘Não’ quando não gosta de alguma coisa ruim ou atitude?
Onde você mora? (Todos vêm de diferentes lugares)
Você é tímido? Tem vergonha de (falar, comer, dançar, brincar, perguntar, etc.) perto dos outros?
Quem chega, termina a tarefa, escreve, lancha, etc., bem devagarinho? (Falar que o importante é que a pessoa persistiu e chegou e não importa o lugar em que ela chegue).
Você dança sozinho ou prefere dançar com outras pessoas ou com sua turma?
Você tem um animal de estimação? Qual é? Diga o nome.
Quem já perdeu algum dente? Conte como foi.
Você sente orgulho, fica feliz quando faz alguma coisa boa, bacana? Você gosta das coisas que faz?
Quem aqui tem mais de uma mãe? (Explicar que em nossa realidade muitas crianças vivem com as avós e a mãe, possuem madrasta, vivem com a mãe e a madrinha, etc. – dependendo da idade vai introduzindo assuntos mais tabus, ou que acharem necessário abordar: adoção, morte da mãe, homoafetividade, etc.).
Quem aqui tem mais de um pai? (Explicar que em nossa realidade muitas crianças vivem com o avô e o pai, possuem padrasto, vivem com o pai e o padrinho, etc. – dependendo da idade vai introduzindo assuntos mais tabus, ou que acharem necessário abordar: adoção, morte do pai, homoafetividade, etc.).
Alguém é adotado (a)?
Quem tem um amigo (a) invisível?
Quem gosta de fazer algo legal para alguém? O que você já fez de legal para alguém?
Você já perdeu alguma coisa? O quê? Costuma perder as coisas? Você é esquecido?
Quem fica bravo sempre? Por quê você fica bravo? O que te faz ficar bravo?
Quais as coisas legais que você faz para você?
Você já viu um esquilo? Já comeu nozes?
Você tem muitos amigos? Eles são diferentes? Como eles são? O que você mais gosta em cada um?
Você já precisou de ajuda? Já ajudou alguém?
Se você pudesse realizar um desejo, um pedido, qual pedido seria?
Como é o nariz de vocês? Pegue no seu nariz. Veja o nariz do colega ao lado. É igual o seu? Como ele é?
Quais as diferenças entre você e seu colega da direita ou da esquerda? (Comparar as cores da pele, dos olhos, do cabelo, seu tamanho, etc.)
Como é seu cabelo? Descreva para nós. Você conhece alguém careca? (Falar sobre as pessoas que fazem tratamento de câncer e por isso perdem os cabelos, as pessoas que preferem ser carecas e raspam os cabelos, etc.).
Como é sua orelha? É igual a do coelho?
Você já andou de cadeira de rodas? Conhece alguém que usa? (Falar sobre os motivos que as pessoas geralmente usam cadeira de rodas – uso permanente e uso temporário, acidentes de diversas naturezas, uso do cinto de segurança, vacina, etc.).
Alguém já tinha lido esse livro? Você gostou? O que mais gostou? O que não gostou? (Falar sobre as diferenças e como cada uma delas é importante. Que todos (as) somos especiais.)
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Fotografia 4 – Leitura em voz alta e compartilhadaFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 5 – Leitura em voz alta e compartilhada com interação das criançasFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 6 – Participação das crianças no momento da leitura em voz alta e compartilhadaFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 7 – Mais participação das crianças no momento da leitura em voz alta e compartilhadaFonte: Arquivo da autora (2021).
O terceiro encontro ocorreu logo após o intenso diálogo. Foram entregues palitoches, um para cada participante, com personagens criados pelo cartunista Maurício de Sousa: Aninha, Anjinho, Astronauta, Bidu, Cascão, Cebolinha, Chico Bento, Do Contra, Franjinha, Jeremias, Magali, Marina, Milena, Mônica, Nimbus, Rosinha, Sansão, Titi, Zé da Roça. A dinâmica consistiu em apresentar as características individuais de cada personagem, mostrando que as diferenças existem e as pessoas não são iguais, que se deve respeitar e valorizar as individualidades, os gostos, os costumes e outros. Foi a vez de cada participante falar sobre seu personagem. A mediadora fez algumas perguntas, a professora complementou, as crianças adicionavam informações que já possuíam sobre eles, e todos puderam dizer o que estavam ali no momento sentindo. Saíram altas risadas, caras sérias foram feitas, caras engraçadas, caras de espanto, e muita interação (Fotografias 8 e 9).
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Fotografia 8 – Início da atividade desenvolvida com palitoches de personagens do cartunista Maurício de SousaFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 9 – Participação das crianças na atividade desenvolvida com palitochesFonte: Arquivo da autora (2021).
Foram apresentados os personagens do cartunista Maurício de Sousa, criados exclusivamente para trabalhar inclusão: Dorinha (personagem com deficiência visual), Luca (personagem cadeirante), Humberto (personagem surdo), Tati (personagem com Síndrome de Down) e André (Personagem com autismo). A cada apresentação também eram apresentadas as características de cada personagem. Logo depois, foram apresentados: uma miniatura do personagem Luca em sua cadeira de rodas; dois bonecos em cadeiras de rodas, uma boneca com as pernas e um boneco sem as pernas. Os mesmos circularam entre as mãos e olhares atentos das crianças (Fotografias 10 e 11).
Fotografia 10 – Apresentação dos personagens, criados exclusivamente para trabalhar inclusão, do cartunista Maurício de SousaFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 11 – Apresentação e interação das crianças com os bonecos em cadeiras de rodasFonte: Arquivo da autora (2021).
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Posteriormente foram apresentados os livros em diferentes formatos acessíveis para a turma, seguido de um momento de encontro com o ‘objeto livro’ com seu manuseio pelas crianças, da leitura individual desses livros, do diálogo entre as crianças e do diálogo entre as crianças e mediador de leitura. Foi um momento enriquecedor para cada um deles. Os olhinhos brilhavam em busca do livro que mais chamou sua atenção, seja pelo colorido, seja pela forma, seja pelo personagem que já era conhecido dos quadrinhos ou do universo infantil da televisão (Fotografias 12 a 15).
Fotografia 12 – Apresentação do acervo de livros em diferentes formatos para a turmaFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 13 – Momento individual de leitura das criançasFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 14 – Mais momento individual de leitura das criançasFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 15 – Livros e a interação de uma criança com necessidades específicasFonte: Arquivo da autora (2021).
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Ao final da atividade foi o momento da turma lanchar e houve a pausa do intervalo para o recreio. Uma situação inusitada ocorreu com duas crianças que se recusaram a ir brincar e preferiram ficar na sala para brincar com os livros, onde era possível montar quebra-cabeças (Fotografia 16). Nem mesmo a professora conseguiu convencê-los que não era preciso perder o recreio, mas não teve jeito. Só desistiram quando a mediadora fez o recolhimento dos mesmos e organizou a sala novamente para a próxima atividade.
Fotografia 16 – Crianças brincando de montar um quebra-cabeça com o livroFonte: Arquivo da autora (2021).
O quarto encontro ocorreu depois do retorno do intervalo, com as crianças um pouco agitadas e cansadas de correr e brincar. Para esse momento foi pensado um momento mais relax com a atividade ‘Momento Cineminha’ (Fotografias 17 e 18). Iniciou-se com a apresentação do vídeo: ‘De onde vem o livro?’, da personagem Kika, conhecida dos desenhos animados (12 min:18 seg), seguido de um breve diálogo com a turma sobre algumas questões norteadoras sugeridas pelo vídeo:
Você sabia de onde vêm os livros?
Já tinha visto um livro ser confeccionado?
Você visitou uma editora?
Já foi numa livraria?
Comprou algum livro? Qual?
Ganhou livros de presente? Qual?
Gostaria de ganhar livros?
Quantos livros gostariam de ter?
Quais livros gostariam de ter?
Quais os livros mais legais você já viu?
Tem algum livro legal? Conte para nós.
Fotografia 17 – Hora do cineminhaFonte: Arquivo da autora (2021).
Fotografia 18 – Crianças assistindo aos vídeos do cineminhaFonte: Arquivo da autora (2021).
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Em seguida foram apresentados os vídeos com filmes e desenhos da Turma da Mônica e Turma do Cocoricó que tratam de assuntos sobre inclusão: Turma da Mônica: André Autismo (2 min:43seg); O plano Luca (7min); Turma do cocoricó: Diferenças (12min:18seg). Após a exibição de cada vídeo ou desenhos era estabelecido um diálogo com a turma. E as perguntas foram as seguintes: O Mauro se parece com quem dos personagens dos palitoches? Por quê? Você conhece alguém que não enxerga? Sabe o que essa pessoa faz? (Mostrar que a pessoa com deficiência visual é capaz de realizar atividades que as crianças realizam como: ver filmes, ver desenhos, andar, dançar, comer, estudar, cantar e outras, desde que lhes sejam dadas as condições necessárias).
O quinto encontro ocorreu em seguida, com a realização do ‘Momento Musical’. Foi apresentada uma música: ‘Normal é ser diferente’ (3min:52seg). Nesse momento as crianças já ocupavam suas carteiras, estavam sentadinhas ouvindo, cantando e visualizando o vídeo da música enquanto realizavam um desenho livre sobre qualquer momento da sequência didática que mais chamou a atenção dos participantes (Fotografias 19 e 20).
Fotografia 19 – Crianças avaliando a ação por meio de um desenho livreFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 20 – Mais crianças avaliando a ação por meio de um desenho livreFonte: Arquivo da autora (2021).
A avaliação consistiu na observação de todas as etapas dos encontros propostos, da participação e envolvimento das crianças, o desenho livre, a gravação com a interpretação e leitura do desenho e o vídeo com a opinião das crianças a respeito das atividades desenvolvidas nesta aula diferente (Fotografias 21 e 22).
Fotografia 21 – Crianças realizando a leitura dos seus desenhosFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 22 – Mais crianças realizando a leitura dos seus desenhosFonte: Arquivo da autora (2021).
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Os recursos utilizados foram os mais variados possíveis: almofadas, biblioteca, bonecos em cadeiras de rodas, brilho, datashow, DVD Cocoricó: diferenças e costumes, livros acessíveis em diferentes formatos, livros da biblioteca, máquina fotográfica ou celular, miniatura de personagem de história em quadrinhos cadeirante, notebook, óculos divertidos, palitoches de personagens, pincel, sala ampla e arejada, tapete, tatame, tiaras divertidas, tinta para pintura de rosto, ventilador, vídeos (Fotografias 23, 24 e 25).
Fotografia 23 – Livros em diferentes formatos e materiaisFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 24 – Confecção dos balões de papel para dependurar e decorar a sala Fonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 25 – Confecção dos palitochesFonte: Arquivo da autora (2021).
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Pensando na participação da família como uma forma de envolvimento no processo de desenvolvimento das práticas de leitura das crianças, as crianças foram orientadas a realizarem a leitura de livros em casa com auxílio de adulto ou outra criança de seu convívio (Fotografia 26); a compartilharem com os pais, responsáveis ou amiguinhos sobre a experiência vivida com sua turma e os personagens que tratam de inclusão dos quadrinhos, dos vídeos e dos desenhos animados e sobre as etapas de confecção do livro até chegar às estantes de casa, da livraria ou da biblioteca; a montarem a dobradura do personagem Luca; a visitarem a Biblioteca da escola ou do bairro e a realizarem empréstimo domiciliar de livros para leitura.
Fotografia 26 – Entrega de uma atividade para realizarem em casa com a ajuda de um adultoFonte: Arquivo da autora (2021).
Finalizando o dia de aula, foi feita uma fotografia com toda a turma de maneira descontraída e alegre, a entrega de balões, pirulitos e lembrancinhas. E aquele tchauzinho com cheirinho e gostinho de saudades (Fotografias 27 a 31).
Fotografia 27 – Confecção da surpresa com pirulitos para as crianças Fonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 28 – Confecção de ponteira para lápis para entregar no final da atividade
Fonte: Arquivo da autora (2021).
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Fotografia 29 – Crianças se divertindo com as surpresas recebidasFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 30 – Mais crianças se divertindo com as surpresas recebidasFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 31 – Turma reunidaFonte: Arquivo da autora (2021).
4.1 PRODUÇÕES CIENTÍFICAS
Pode ser considerado que outros produtos educacionais foram apresentados. Alguns em comunicações científicas, em eventos acadêmicos e científicos, ou publicados em anais de eventos e capítulos de livros. Segue, como sugestão de leitura, a lista da produção intelectual da pesquisadora resultante do mestrado:
Capítulo de livros:
NASCIMENTO, Fernanda Caroline. FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista. Características psicológicas do comportamento do superdotado. In: SANTOS, Wanderley Alves dos. (org.). Metodologia de ensino para altas habilidades/superdotação na educação básica: pesquisas bibliográficas. Goiânia: Gráfica UFG, 2018, p. 36-45. ISBN: 978-85-495-0251-3. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/Metodologia_de_ensino_para_altas_habilidades_%281%29.pdf .
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista. Novos olhares sobre as teorias de ensino e aprendizagem. In: SOUZA, Liliane Pereira de (org.). Educação: avanços e desafios. Campo Grande: Inovar, 2020. 474p. ISBN: 978-65-86212-12-9. DOI: 10.36926/editorainovar-978-65-86212-12-9. Disponível em: https://editorainovar.com.br/omp/index.php/inovar/catalog/view/184/185/551 .
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. Vivência Pedagógica e práticas de leitura inclusiva: de uma sequência didática a um ebook acessível. In: GONÇALVES JÚNIOR, Marcos Antonio; PORTO, Maria Beatriz Dias da Silva Maia (org.). Experiências críticas de ensino na educação básica: educação sexual, questões étnico-raciais, inclusivas e ambientais. v. 3. p.89-98. Disponível em: https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/educacao-basica-pesquisa/volume3/10.html
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Apresentação em eventos:
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. 2019. A inclusão e os desafios do bibliotecário na escola (Comunicação, Apresentação de Trabalho). Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de Divulgação: Vários; Local: Universidade Federal de Goiás/UFG; Goiânia-GO; Evento: Encontro de Licenciaturas e Educação Básica – Universidade, formação docente e educação básica: desafios e perspectivas para um diálogo necessário; Inst. Promotora/financiadora: Universidade Federal de Goiás/UFG.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. 2019. Leitura e acessibilidade: práticas inclusivas para a formação de leitores no Espaço de Leitura Acessível do Laboratório Multidisciplinar de Inclusão Escolar e Formação de Professores do CEPAE/UFG. (Comunicação, Apresentação de Trabalho). Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de Divulgação: Vários; Local: Universidade Federal de Goiás/UFG; Goiânia-GO; Evento: VI Seminário de Dissertações do Programa de Pós-graduação em Ensino na Educação Básica; Inst. Promotora/financiadora: Universidade Federal de Goiás/UFG.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. 2019. A realidade escolar Brasileira na educação básica e os desafios da inclusão (Congresso. Comunicação, Apresentação de banner). Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de Divulgação: Vários; Local: Universidade Federal de Goiás/UFG; Goiânia-GO; Evento: 16º CONPEEX – Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão; Inst. Promotora/financiadora: Universidade Federal de Goiás/UFG.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. 2020. A inclusão e os desafios da biblioteca escolar no contexto da educação mediada por tecnologias (Comunicação, Apresentação de Trabalho em vídeo). Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de Divulgação: Vários; Local: Universidade Federal de Goiás/UFG; Goiânia-GO; Evento: II Encontro de Licenciaturas e Educação Básica (ELEB) – Educação mediada por tecnologias: desafios e proposições da educação básica ao ensino superior; Inst. Promotora/financiadora: Universidade Federal de Goiás/UFG.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista. 2021. Espaço de Leitura Acessível na escola: leitura, empatia, inclusão e desenho universal. (Mesa redonda). Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de Divulgação: Vários; Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ); Rio de Janeiro-RJ; Evento: II Mostra Virtual de Produtos Educacionais PPGEB - IV mesa de produtos educacionais do PPGEB-Uerj e PPGEEB-UFG; Inst. Promotora/financiadora: Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ). Disponível em: https://www.youtube.com/live/rAvM-o7YsIU?si=GDQPbQucxpdfJvcO
Publicação de trabalhos em anais de eventos:
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. A realidade escolar Brasileira na educação básica e os desafios da inclusão. In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO, 16., 2019, Goiânia. Anais eletrônicos [...] Goiânia: UFG, 2019. ISSN 2447-8695. p. 101-101. Disponível em: https://eventos.ufg.br/SIEC/portalproec/sites/site521/ANAIS/strictosensu.pdf . Acesso em: 2 mar. 2020.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. Leitura e acessibilidade: práticas inclusivas para a formação de leitores no Espaço de Leitura Acessível do Laboratório Multidisciplinar de Inclusão Escolar e Formação de Professores do CEPAE/UFG. In: SEMINÁRIO DE DISSERTAÇÕES DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO, 6., 2019, Goiânia. Anais eletrônicos [...] Goiânia: UFG, 2019. ISSN 25272284. p. 165-170. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/1014/o/ANAIS_VI_Semina%CC%81rio_Mestrado_2019_-_versa%CC%83o_final_2.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. A inclusão e os desafios da biblioteca escolar no contexto da educação mediada por tecnologia. In: ENCONTRO DE LICENCIATURAS E EDUCAÇÃO BÁSICA: EDUCAÇÃO MEDIADA POR TECNOLOGIAS: DESAFIOS E PROPOSIÇÕES DA EDUCAÇÃO BÁSICA AO ENSINO SUPERIOR, 2., 2020, Goiânia. Anais eletrônicos [...] Goiânia: UFG, 2020. p. 18-21. ISBN: 978-65-997623-2-1. Disponível em: https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/ELEB_II_2020/1_resumos/a005.html#19 . Acesso em: 10 jun. 2023.
FRANCZAK, Lillian Jordânia Batista; DALLA DÉA, Vanessa Helena Santana; BEZERRA, Cláudia Santos Gonçalves Barreto. A inclusão e os desafios do bibliotecário na escola. In: MORAES, Moema Gomes; SILVA, Neisi Maria da Guia (Orgs.). Universidade, formação docente e educação básica: desafios e perspectivas para um diálogo necessário: caderno de resumos. E-book. Goiânia: Cegraf UFG, 2021. p. 50. ISBN: 978-65-89504-62-7. Disponível em: https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/eleb-2019/1_resumos/a085.html. Acesso em: 2 mar. 2020.
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4.2 PROPOSTA DO ESPAÇO DE LEITURA ACESSÍVEL
O Espaço de Leitura Acessível nasceu como proposta de criação de um ambiente acessível e inclusivo dentro do Núcleo de Educação Básica Inclusiva e Formação em Práticas Docentes do CEPAE/UFG. Prevê três grandes eixos: a) Espaço Físico Acessível, b) Acervo Acessível e Inclusivo, e c) Programação Acessível.
No primeiro eixo, Espaço Físico Acessível, a proposta é de criação de um espaço físico acessível, funcional, atraente, alegre, acolhedor, inclusivo. Para isso será necessário ser e/ou ter:
Acessível – prevendo o Desenho Universal;
Atendimento à Acessibilidade Arquitetônica, bem como os demais tipos;
Bem amplo – prevendo a futura expansão de uso, expansão de acervo e uso do espaço com o desenvolvimento de diversas atividades relacionadas ao universo da leitura.
Iluminação e ventilação adequadas;
Disposição das estantes acessíveis que permitam a circulação de pessoas sem barreiras;
Ambientação acessível – sinalização em Braille, em Libras e outras;
Decoração com personagens do universo da literatura contendo legendas em Braille e em Libras;
Aconchegante – com espaço acolhedor para leitura, tatame, almofadas, pufes coloridos;
Mobiliário acessível e que permita a interação das crianças e jovens;
No segundo eixo, Acervo Acessível e Inclusivo, a proposta é de formação de um acervo acessível e inclusivo. Para isso, será necessário ser e/ou ter:
Acervo Acessível e inclusivo – Desenvolvimento de coleções com a Política de desenvolvimento de coleções específica para a formação de um acervo voltado para a temática da inclusão, acessibilidade e diversidade;
Acervo que verse sobre inclusão, acessibilidade e diversidade;
Acervo para formação de professores e atores inclusivos – livros e periódicos científicos da área;
Acervo em diferentes formatos – livros de pano, livros de banho, grandes, pequenos, livros brinquedos, etc.
Formatos Acessíveis – audiolivros, livros em Braille, livros em Braille e em tinta, livros em Libras, livros em Leitura Fácil, livros em Daisy, livro digital, com CD, com fantoche, Audiovisual;
Organização do acervo mais simplificado para atendimento à acessibilidade (proposta por cores, por títulos, etc.);
Registro do acervo informatizado para a segurança do acervo a ser formado.
No terceiro eixo, Programação Acessível, a proposta é de oferta de Programação Acessível, sendo necessário ser/ter:
Atendimento à Acessibilidade: Comunicacional, Informacional, Metodológica, Programática, Instrumental e Atitudinal;
Vivências pedagógicas e práticas de leitura inclusiva;
Voltada para a comunidade escolar – envolvendo atividades com pais, professores, a turma, demais servidores da escola e equipe gestora;
Contemplando os diferentes tipos de Diversidade;
Incentivo à leitura de forma lúdica;
Promoção do livro, da literatura, da contação de histórias, do uso de fantoches, da leitura individual, da leitura silenciosa, da leitura em grupo, da leitura coletiva e outras.
Foi idealizado levando em consideração outro ponto importante e primordial que é colocar em prática o que Lanna Júnior (2010, p. 8) defende: “Nada sobre nós sem nós!”. Uma maneira de dar voz àqueles que trabalham diretamente com educação inclusiva no CEPAE, para conhecer suas demandas e suas expectativas em relação a oferta de um novo espaço que agregará às suas práticas dentro do colégio. Foi questionado aos (às) participantes sobre a expectativa deles (as) em relação ao Espaço de Leitura Acessível:
Carminha – Um espaço rico de ideias com bons mediadores que encantem os alunos com e sem NEE.
Igor – Que possa dar um passo a mais na inclusão dessas crianças visto que o CEPAE tem tanto a oferecer nesse assunto, só vem a somar.
Luca – Que seja um espaço de inclusão a leitura e que possa contribuir para o desenvolvimento das crianças que possuem dificuldades para assimilar o conteúdo da leitura.
Lucinda – Que ele cumpra com suas propostas, garantindo acessibilidade com qualidade de modo a gerar resultados positivos na comunidade.
Luísa – Espero que este espaço colabore com a autonomia e com incentivo ao desenvolvimento escolar dos alunos.
Mônica – Esse espaço deve proporcionar aos alunos, um mundo de possibilidades, e principalmente o vejo como um recurso a mais de inclusão.
Pipa – Espero que seja cheio de livros diferentes que abrangem todas as idades, para alunos e professores.
Ritinha – Que ele atenda a todos e que seja ampliado a outros ambientes, no caso de sucesso.
Simone – Espero que seja um ambiente agradável, inspirador e incentivador.
Tati – Eu espero que seja um espaço que valorize os alunos em sua totalidade, que incentive e desafie os alunos quanto a leitura e que promova uma igualdade respeitando e valorizando as singularidades.
Tina – Espero que seja um espaço onde o aluno poderá ter acesso à leitura independente de seus desafios.
Pelas respostas elencadas, a expectativa em relação ao Espaço de Leitura Acessível a ser criado no CEPAE/UFG é muito grande no que se refere à ampliação da inclusão através de uma nova possibilidade de recurso que promoverá a acessibilidade, as práticas inclusivas e a leitura acessível no ambiente escolar. Esse novo recurso poderá ser adotado em outras instituições de ensino para ampliar os recursos existentes e futuramente formar uma grande rede inclusiva de leitura acessível. Os professores reconheceram o importante trabalho que o CEPAE/UFG já realiza, mas que precisa sempre ser renovado e reforçado por outras ideias. Novos sonhos precisam ser pensados e construídos junto com sua comunidade escolar.
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4.3 ATIVIDADE DE DIAGNÓSTICO
ATIVIDADE DE DIAGNÓSTICO
1º Encontro – Uma aula
Tema: Atividade de Diagnóstico
Objetivos:
Diagnosticar as práticas de leitura das crianças e/ou jovens;
Verificar se os discentes possuem acesso à livros e à leitura;
Ouvir atentamente as experiências de leitura da turma;
Explorar as respostas problematizando-as.
Tempo previsto: 1h/aula – 1º horário
Detalhamento da atividade:
Organização da turma: A turma será organizada de forma que todas as crianças permaneçam sentadas nos tatames dispostos no chão da sala em forma de um quadrado vazado.
Introdução: No início da atividade será feita a pintura do rosto das crianças, a caracterização com adornos como tiaras e óculos e divertidos. Na sequência, um diálogo sobre suas práticas de leitura.
Desenvolvimento: Será realizada uma dinâmica dividida em três momentos distintos. Haverá o estabelecimento de um diálogo mais harmônico e tranquilo através de perguntas e respostas.
Primeiro Momento:
Preparação da turma antes do início da dinâmica em sala de aula;
Exposição da dinâmica adotada para realização da atividade diagnóstica;
Solicitação da colaboração e participação dos discentes.
Segundo Momento:
Explicação breve sobre o ato de leitura;
Escuta atenta das experiências da turma em relação à leitura;
Diálogo com a turma sobre suas práticas de leitura, gostos, etc.
Questões norteadoras:
Quem gosta de livros?
Quem tem livros em casa?
Você já viu algum livro diferente?
Quais os livros mais legais você viu?
Tem algum livro que te chamou muito a atenção?
Quem gosta de ler?
Quem lê para vocês?
Quais as histórias (engraçadas, interessantes, assustadoras, etc.) você mais gosta?
Costumam ir à Biblioteca?
Gostam de ir à Biblioteca?
Conhecem a Biblioteca da escola? Já foram lá?
Levaram algum livro emprestado da Biblioteca da escola para casa?
O que acharam dessa experiência?
Quem já foi em uma livraria?
Gostaram? Conte para nós como foi.
Quem já foi em um museu?
O que acharam? Conte para nós o que mais chamou sua atenção.
Alguém já foi ao cinema?
Como foi? Que filme assistiu?
Terceiro Momento:
Apresentação de livros em diferentes formatos acessíveis para a turma;
Realização de um momento de encontro com o ‘objeto livro’;
Manuseio dos livros acessíveis.
Avaliação: Avaliação da participação dos alunos na dinâmica.
Recursos necessários:
Almofadas;
Biblioteca;
Brilho;
Livros acessíveis em diferentes formatos;
Máquina fotográfica ou celular;
Óculos divertidos;
Pincel;
Sala ampla e arejada;
Tapete;
Tatame;
Tiaras divertidas;
Tinta para pintura de rosto;
Ventilador.
*A ilustração foi derivada de recursos grátis do Freepick.com
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
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4.4 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
2º Encontro – Uma aula
Tema
: Leitura, Inclusão e Diversidade.
Objetivos
:
Contribuir para o acesso ao livro, à leitura e a formação de leitores inclusivos;
Realizar a leitura em voz alta de um livro da Biblioteca da escola que verse sobre a diversidade;
Problematizar os diferentes assuntos abordados pela obra;
Abordar o respeito pelo outro e empatia.
Tempo previsto: 1h/aula – 2º horário
Detalhamento da atividade
:
Organização da turma: A turma será organizada de forma que todas as crianças permaneçam sentadas nos tatames dispostos no chão da sala em forma de um quadrado vazado e um tapete ao centro onde serão colocados os livros.
Introdução: No início da atividade será realizada a pintura do rosto das crianças, a caracterização com adornos como tiaras e óculos e divertidos.
Desenvolvimento: Será realizada a leitura em voz alta de uma obra. No momento da leitura será estabelecido o diálogo para que a leitura seja mais dinâmica e participativa com as intervenções das crianças.
Primeiro Momento
:
Apresentação da obra da Biblioteca: ‘Tudo bem ser diferente’;
Apresentação da dinâmica de leitura em voz alta;
Apresentação do autor da obra: Todd Parr.
Segundo Momento
:
Leitura em voz alta;
Apresentação das ilustrações;
Leitura dialogada a cada página do livro.
Terceiro Momento
: Diálogo com e entre as crianças e mediadores de leitura;
Questões norteadoras sugeridas pela sequência da história:
Como você se vê em relação ao seu tamanho (pequeno, médio, grande ou grandão)?
Você usa óculos? Conhece alguém que usa?
Você costuma conversar com alguém quando está (alegre, triste, com raiva, muito amado, confuso, indeciso, bravo, amoroso, festivo)?
O que você já comeu de diferente na banheira? O que você gosta de fazer no banho? Canta? Dança?
Você costuma dizer ‘Não’ quando não gosta de alguma coisa ruim ou atitude?
Onde você mora? (Todos vêm de diferentes lugares)
Você é tímido? Tem vergonha de (falar, comer, dançar, brincar, perguntar, etc.) perto dos outros?
Quem (chega, termina a tarefa, escreve, lancha, etc.) bem devagarinho? (Falar que o importante é que a pessoa persistiu e chegou e não importa o lugar em que ela chegue).
Você dança sozinho ou prefere dançar com outras pessoas ou com sua turma?
Você tem um animal de estimação? Qual é? Diga o nome.
Quem já perdeu algum dente? Conte como foi.
Você sente orgulho, fica feliz quando faz alguma coisa boa, bacana? Você gosta das coisas que faz?
Quem aqui tem mais de uma mãe? (Explicar que em nossa realidade muitas crianças vivem com as avós e a mãe, possuem madastra, vivem com a mãe e a madrinha, etc. – dependendo da idade vai introduzindo assuntos mais tabus, ou que acharem necessário abordar: adoção, morte da mãe, homoafetividade, etc.).
Quem aqui tem mais de um pai? (Explicar que em nossa realidade muitas crianças vivem com o avô e o pai, possuem padastro, vivem com o pai e o padrinho, etc. – dependendo da idade vai introduzindo assuntos mais tabus, ou que acharem necessário abordar: adoção, morte do pai, homoafetividade, etc.).
Alguém é adotado (a)?
Quem tem um amigo (a) invisível?
Quem gosta de fazer algo legal para alguém? O que você já fez de legal para alguém?
Você já perdeu alguma coisa? O quê? Costuma perder as coisas? Você é esquecido?
Quem fica bravo sempre? Por quê você fica bravo? O que te faz ficar bravo?
Quais as coisas legais que você faz para você?
Você já viu um esquilo? Já comeu nozes?
Você tem muitos amigos? Eles são diferentes? Como eles são? O que você mais gosta em cada um?
Você já precisou de ajuda? Já ajudou alguém?
Se você pudesse realizar um desejo, um pedido, qual pedido seria?
Como é o nariz de vocês? Pegue no seu nariz. Veja o nariz do colega ao lado. É igual o seu? Como ele é?
Quais as diferenças entre você e seu colega da direita ou da esquerda? (Comparar as cores da pele, dos olhos, do cabelo, seu tamanho, etc.).
Como é seu cabelo? Descreva para nós. Você conhece alguém careca? (Falar sobre as pessoas que fazem tratamento de câncer e por isso perdem os cabelos, as pessoas que preferem ser carecas e raspam os cabelos, etc.).
Como é sua orelha? É igual a do coelho?
Você já andou de cadeira de rodas? Conhece alguém que usa? (Falar sobre os motivos que as pessoas geralmente usam cadeira de rodas – uso permanente e uso temporário, acidentes de diversas naturezas, uso do cinto de segurança, vacina, etc.).
Alguém já tinha lido esse livro? Você gostou? O que mais gostou? O que não gostou? (Falar sobre as diferenças e como cada uma delas é importante. Que todos somos especiais).
Quarto Momento:
Leitura individual de livros acessíveis em diferentes formatos;
Diálogo entre as crianças;
Diálogo entre as crianças e mediador de leitura.
Avaliação: Avaliação da participação dos alunos.
Recursos necessários:
Almofadas;
Biblioteca;
Brilho;
Livros acessíveis em diferentes formatos;
Livros da Biblioteca;
Máquina fotográfica ou celular;
Óculos divertidos;
Pincel;
Sala ampla e arejada;
Tapete;
Tatame;
Tiaras divertidas;
Tinta para pintura de rosto;
Ventilador.
Finalização da atividade: Cada um será orientado a visitar a Biblioteca e a realizar empréstimo domiciliar de livros para leitura.
*A ilustração foi derivada de recursos grátis do Freepick.com
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
3º Encontro – Uma aula
Tema
: Leitura, Inclusão e Diversidade.
Objetivos:
Contribuir para o acesso à leitura e formação de leitores inclusivos;
Promover o acesso a obras em formatos acessíveis;
Usar formas lúdicas para abordagem de assuntos sobre inclusão;
Conhecer sobre a diversidade dos personagens e colegas da turma;
Contribuir com a identificação de características individuais de cada membro da turma;
Promovendo a representatividade para ampliação da construção da identidade de cada membro da turma;
Trabalhar a aceitação, valorização e respeito para com os colegas da turma.
Tempo previsto
: 1h/aula – 3º horário
Detalhamento da atividade
:
Organização da turma: A turma será organizada de forma que todas as crianças permaneçam sentadas nos tatames dispostos no chão da sala em forma de um quadrado vazado e um tapete ao centro onde serão colocados os livros.
Introdução: No início da atividade será realizada a pintura do rosto das crianças, a caracterização com adornos como tiaras e óculos e divertidos.
Desenvolvimento: Será realizada a distribuição de palitoches com personagens do cartunista Maurício de Sousa para cada participante.
Primeiro Momento
:
Apresentação da dinâmica;
Apresentação em voz alta de cada personagem por um participante de cada vez;
Realização de perguntas para toda a turma.
Segundo Momento:
Apresentação de personagens do cartunista Maurício de Sousa, criados exclusivamente para trabalhar inclusão: Dorinha (personagem com deficiência visual), Luca (personagem cadeirante), Humberto (personagem mudo), Tati (personagem com Síndrome de Down) e André (Personagem com autismo);
Apresentação das características de cada personagem;
Apresentação de bonecos em cadeiras de rodas.
Terceiro Momento:
Diálogo com e entre as crianças e mediadores de leitura;
Questões norteadoras sugeridas pela sequência da história:
Você já viu alguém andando de cadeira de rodas?
Você conhece alguém que usa cadeira de rodas?
Por que as pessoas geralmente usam cadeira de rodas?
O que uma pessoa consegue fazer quando usa cadeira de rodas?
Quanto tempo uma pessoa precisa usar cadeira de rodas?
Quarto Momento:
Leitura individual de livros acessíveis em diferentes formatos;
Diálogo entre as crianças;
Diálogo entre as crianças e mediador de leitura.
Avaliação: Avaliação da participação dos alunos.
Recursos necessários:
Almofadas;
Biblioteca;
Bonecos em cadeiras de rodas;
Brilho;
Livros acessíveis em diferentes formatos;
Livros da Biblioteca;
Máquina fotográfica ou celular;
Miniatura de personagem de história em quadrinhos cadeirante;
Óculos divertidos;
Palitoches de personagens;
Pincel;
Sala ampla e arejada;
Tapete;
Tatame;
Tiaras divertidas;
Tinta para pintura de rosto;
Ventilador.
Finalização da atividade: Cada um será orientado a contar para os pais, responsáveis ou amiguinhos sobre a experiência vivida com sua turma e os personagens de Maurício de Sousa, criados exclusivamente para trabalhar inclusão. Além disso, irá montar a dobradura do personagem Luca (personagem cadeirante) junto com sua família e/ou responsáveis).
*A ilustração foi derivada de recursos grátis do Freepick.com
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
4º Encontro – Uma aula
Tema: Leitura, Inclusão e Diversidade.
Objetivos:
Contribuir para o acesso ao livro, à leitura e a formação de leitores inclusivos;
Mostrar as etapas de confecção de um livro;
Trabalhar o gênero poesia, a música, o canto e o desenho nas práticas inclusivas;
Aproximar de forma lúdica o universo da criança com o ato de ler, com os livros e com a inclusão.
Tempo previsto: 1h/aula – 4º horário
Detalhamento da atividade:
Organização da turma: A turma será organizada de forma que todas as crianças permaneçam sentadas nos tatames dispostos no chão da sala em forma de um quadrado vazado e um tapete ao centro onde serão colocados os livros.
Introdução: No início da atividade será realizada a pintura do rosto das crianças, a caracterização com adornos como tiaras e óculos e divertidos.
Desenvolvimento: Haverá uma introdução sobre a confecção de um livro e será realizado o ‘Momento da Poesia’.
Primeiro Momento:
Apresentação de vídeo sobre livro: ‘De onde vem o livro?’;
Diálogo com a turma sobre o vídeo;
Realização de perguntas para toda a turma.
Questões norteadoras sugeridas pelo vídeo:
Você sabia de onde vêm os livros?
Já tinha visto um livro ser confeccionado?
Você visitou uma editora?
Já foi numa livraria?
Comprou algum livro? Qual?
Ganhou livros de presente? Qual?
Gostaria de ganhar livros?
Quantos livros gostariam de ter?
Quais livros gostariam de ter?
Quais os livros mais legais você já viu?
Tem algum livro legal? Conte para nós.
Já escreveu algum livro? Tem vontade de escrever um livro? De virar autor mirim?
Já ilustrou algum livro? Tem vontade que seu desenho vá para um livro?
Segundo Momento:
Leitura individual de livros acessíveis em diferentes formatos;
Diálogo entre as crianças;
Diálogo entre as crianças e mediador de leitura.
Terceiro Momento:
Leitura de poesias no varal de poesias;
Identificação das palavras em Libras e em Braille;
Visualização das ilustrações das poesias.
Quarto Momento:
Realização de um desenho livre sobre qualquer momento da sequência didática que mais chamou a atenção dos participantes;
Diálogo entre a mediadora e os participantes a respeito do desenho;
Gravação da leitura do desenho realizado pelo próprio participante.
Avaliação: Cada participante fará um desenho livre a respeito das atividades da sequência didática que escolher e a gravação de um pequeno vídeo com a sua interpretação ou leitura do seu desenho realizado.
Recursos necessários:
Almofadas;
Biblioteca;
Canetinha hidrocolor;
Cola; Datashow;
Folhas de papel sulfite;
Giz de cera; Lápis de cor;
Livros acessíveis em diferentes formatos;
Livros da Biblioteca;
Máquina fotográfica ou celular; Notebook;
Outros materiais para colagem;
Poesias adaptadas em fonte Libras, ampliadas em tinta, impressas em Braille ou em fonte Braille e, ilustradas;
Prendedores divertidos;
Sala ampla e arejada;
Tapete; Tatame;
Varal de poesias;
Ventilador;
Vídeos acessíveis de desenhos, filmes, etc.
Finalização da atividade: Cada um será orientado a contar para os pais, responsáveis ou amiguinhos sobre a experiência vivida com sua turma e as etapas que o livro passa até chegar às estantes de casa, da livraria ou da Biblioteca.
*A ilustração foi derivada de recursos grátis do Freepick.com
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
5º Encontro – Uma aula
Tema
: Leitura, Inclusão e Diversidade.
Objetivos
:
Contribuir para o acesso ao livro, à leitura e a formação de leitores inclusivos;
Realizar práticas inclusivas de leitura;
Trabalhar o cinema e a música, o campo e a cidade, de forma lúdica e inclusiva;
Promover a leitura acessível para a turma.
Detalhamento da atividade:
Organização da turma: A turma será organizada de forma que todas as crianças permaneçam sentadas nos tatames dispostos no chão da sala em forma de um quadrado vazado e um tapete ao centro onde serão colocados os livros.
Introdução: No início da atividade será realizada a pintura do rosto das crianças, a caracterização com adornos como tiaras e óculos e divertidos.
Desenvolvimento: Será realizado o ‘Momento Cineminha’ e o ‘Momento Musical’.
Primeiro Momento:
Leitura individual de livros acessíveis em diferentes formatos;
Diálogo entre as crianças;
Diálogo entre as crianças e mediador de leitura.
Segundo Momento:
Apresentação de vídeos com filmes, desenhos, etc. que tratem de assuntos sobre inclusão (Turma da Mônica e Turma do Cocoricó)
Diálogo com a turma sobre cada vídeo;
Diálogo entre as crianças.
Terceiro Momento:
Apresentação das características dos personagens;
Diálogo sobre as características dos personagens relacionando-as com as dos personagens dos palitoches trabalhados na aula anterior;
Questões norteadoras sugeridas:
Quem é o André?
Como ele se comporta?
O que acontece que ele ainda não fala? (Mostrar que há outras formas de comunicação não oralizadas).
Alguém conhece uma pessoa autista?
Como devemos tratar uma pessoa autista?
Quais as características físicas do André?
Que é o Luca?
O que ele consegue fazer na cadeira de rodas?
Como brincar com uma pessoa cadeirante?
Quais os cuidados devemos ter para evitar o uso da cadeira de rodas?
Quais as características físicas do Luca?
Quais as cores das roupas do Luca?
Quem é o Mauro?
Que objeto ele usa para auxiliá-lo a andar?
O que ele consegue fazer?
O Mauro se parece com quem dos personagens dos palitoches? Por quê?
Você conhece alguém que não enxerga?
Sabe o que essa pessoa faz? (Mostrar que a pessoa com deficiência visual é capaz de realizar atividades que as crianças realizam como: ver filmes, ver desenhos, andar, dançar, comer, estudar, cantar, etc., desde que lhes sejam dadas as condições necessárias).
Onde se passam as cenas do vídeo da Turma da Mônica?
E onde se passam as cenas do vídeo da Turma do Cocoricó?
Você já foi à roça?
Qual a diferença entre o campo e a cidade?
Quais as características do campo?
Quais as características da cidade?
O que encontramos no campo?
O que encontramos na cidade?
Que coisas do campo vão para a cidade?
Que coisas da cidade vão para o campo?
O que você mais gosta do campo?
O que você mais gosta da cidade?
Que animais encontramos no campo?
Que animais encontramos na cidade?
Quais alimentos encontramos no campo?
Quais alimentos encontramos na cidade?
Diálogo entre as crianças e mediador de leitura.
Quarto Momento:
Apresentação de uma música: ‘Normal é ser diferente’;
Audição e canto da música com as crianças;
Visualização do vídeo da música com as crianças.
Avaliação: Gravar um pequeno vídeo com a opinião de cada participante a respeito das atividades da sequência didática.
Recursos necessários:
Almofadas;
Balões;
Biblioteca;
Bonecos em cadeiras de rodas;
Brilho;
Datashow;
Lembrancinhas;
Livros acessíveis em diferentes formatos;
Livros da Biblioteca;
Máquina fotográfica ou celular;
Miniatura de personagem de história em quadrinhos cadeirante;
Notebook;
Óculos divertidos;
Palitoches de personagens;
Pincel;
Pirulitos;
Sala ampla e arejada;
Tapete;
Tatame;
Tiaras divertidas;
Tinta para pintura de rosto;
Ventilador.
Vídeos acessíveis de desenhos, filmes, etc.;
Finalização da atividade: Cada um será orientado a contar para os pais, responsáveis ou amiguinhos sobre a experiência vivida com sua turma e os personagens de vídeos e desenhos que tratem sobre inclusão e a visitar a Biblioteca para realizar empréstimo domiciliar de livros para leitura.
*A ilustração foi derivada de recursos grátis do Freepick.com
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
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4.5 MATERIAIS DO ESPAÇO DE LEITURA ACESSÍVEL
Embora o Espaço de Leitura Acessível não tenha, ainda, um espaço próprio, possui um pequeno patrimônio inicial que faz parte dos recursos (Fotografias 32 a 39) já disponíveis para o futuro Espaço de Leitura Acessível, quando da sua efetivação. Os recursos foram adquiridos e/ou confeccionados pela autora (mediadora) com financiamento próprio. Somente alguns livros foram obtidos através da doação da professora Lanne Janaína Batista, autora do Projeto ‘Varal de Leitura: práticas pedagógicas voltadas para a formação do leitor literário em Unidades Escolares onde não há Biblioteca Escolar’. O projeto parceiro, proposto pela Professora Lanne Janaína Batista, do Colégio Estadual Parque dos Buritis, Goiânia-GO, foi contemplado pelo edital da Capes nº 3/2019, intitulado Programa de Desenvolvimento Profissional de Professores da Educação Básica no Canadá. Em uma de suas etapas, o projeto realizou a arrecadação de livros com o apoio da comunidade escolar com intuito de atendimento a segunda fase do ensino fundamental e médio. Os livros que contemplavam a primeira fase do ensino fundamental foram direcionados em forma de doação para o Espaço de Leitura Acessível.
Fotografia 32 – Doação de livros recebidaFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 33 – Outros livros do Espaço de Leitura AcessívelFonte: Arquivo da autora (2021).Fotografia 34 – Outros recursos materiais do Espaço de Leitura Acessível
Fonte: Arquivo da autora (2021)
Fotografia 35 – Prendedores decorados do Espaço de Leitura AcessívelFonte: Arquivo da autora (2021)
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Fotografia 36 – Palitoches da Turma da Mônica do Espaço de Leitura AcessívelFonte: Arquivo da autora (2021)Fotografia 37 – Kit com 5 Luvas pedagógicas em E.V.A. com os personagens do livro: Ninguém é igual a ninguém das autoras Regina Otero e Regina Rennó do Espaço de Leitura Acessível.Fonte: Arquivo da autora (2021) Legenda: Moldes da artesã Andreia M. V. Instagram: @deiaevarts – site: https://deiaevarts.loja2.com.br/Fotografia 38 – Crianças em E.V.A. para trabalhar educação sexualFonte: Arquivo da autora (2021). Legenda: Moldes da artesã Rose Costa. Instagram: @atelier_da_ro2 – site: https://www.lanaroartesanato.com.br/Fotografia 39 – Kit contendo 1 Big fantoche e 10 palitoches com os personagens do livro: Menina bonita do laço de fita, da autora Ana Maria MachadoFonte: Arquivo da autora (2021). Legenda: Moldes da artesã Rose Costa. Instagram: @atelier_da_ro2 – site: https://www.lanaroartesanato.com.br/
4. Inicialmente foi solicitado que o acervo não seja informatizado e nem integrado ao sistema de gerenciamento Sophia do Sibi/UFG, mas acredita-se que, sendo inserido, o patrimônio terá registro e maior controle.