Iniciaremos os trabalhos com a seguinte questão: você sabe o que é o trabalho acadêmico? Em que ele se diferencia de outras atividades?
Para começar esse módulo, que tal assistirmos um vídeo intitulado “Estudo Errado”, do cantor Gabriel, O Pensador?
Vídeo: Estudo Errado - Gabriel, O Pensador
https://www.youtube.com/watch?v=BD4MMZJWpYUEssa música, bem crítica, nos mostra como temos estudado apenas para responder aos exames que são numerosos ao longo da vida, não é verdade?
Dentre outras coisas, ela diz que não estudamos para pensar criticamente sobre as coisas da vida, mas apenas para coisas muito específicas.
Debatendo o método científico
Agora, iremos discutir o que é método científico e como ele nos ajuda a pensar criticamente sobre as coisas que vemos na sociedade.
Em uma busca rápida na internet, chegamos à seguinte definição do que é metodologia do trabalho científico:
É o estudo dos métodos ou dos instrumentos necessários para a elaboração de um trabalho científico. É o conjunto de técnicas e processos empregados para a pesquisa e a formulação de uma produção científica. A metodologia é o estudo dos métodos, especialmente dos métodos das ciências (https://www.significados.com.br/metodologia-cientifica/).
Assim, partimos do pressuposto de que, para a realização de um trabalho científico, precisamos de uma organização técnica para a produção de conhecimento. O ponto de partida é sempre o senso comum.
Vejamos o relato apresentado no BOX.
3Plantas Medicinais e Agroecologia: Uma Forma de Cultivar o Saber Popular na Região de Corumbá, MS
Aurélio Vinicius Borsato • Alex da Silva • Antonia Gomes dos Santos • Jorge Marçal Henrique Amici
Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/806204/1/DOC103.pdf
A utilização de plantas como opção terapêutica é um costume que acompanha o ser humano desde os primórdios de sua história, fruto de um conhecimento repassado entre as gerações. Pesquisas voltadas às plantas com potencial terapêutico (bioativas) na medicina popular têm sido crescentes, motivadas pelo seu uso bem sucedido por cerca de 80% da população de países em desenvolvimento, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Sua importância para a pesquisa farmacológica e o desenvolvimento de drogas deve-se tanto pelo uso direto de seus constituintes como agentes terapêuticos quanto como matérias-primas para a síntese, ou modelos para compostos farmacologicamente ativos. Os males causados pela elevada utilização de quimioterápicos e o alto preço dos medicamentos industrializados são também motivos que levam ao aumento da quantidade de pessoas interessadas em conhecer as formas de utilização e comercialização de plantas medicinais.
[...]
Dentre os importantes avanços que a população brasileira vem conseguindo em relação à saúde pública, destaca-se a possibilidade de implementação da fitoterapia nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2006b), de acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O acesso mais seguro e o uso racional de plantas medicinais e de fitoterápicos estão sendo promovidos pela Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (BRASIL, 2006a). Crescimento em pesquisa e desenvolvimento está sendo vislumbrado, pois tal política abrange o cultivo da planta medicinal, de estudos farmacológicos, da produção de fitoterápicos, conscientização dos usuários, do desenvolvimento tecnológico e comércio desses produtos. Em fevereiro de 2009, o Ministério da Saúde divulgou, por meio da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse (Renisus) ao SUS, uma lista de 71 plantas medicinais com potencial para gerar produtos de interesse ao SUS. Esta lista visa orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da lista de plantas medicinais e fitoterápicos a serem disponibilizados para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinada doença (BRASIL, 2009). Além disso, a Renisus vai subsidiar as ações dos outros ministérios participantes do Programa (Ministérios da Casa Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cultura; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior; Ciência e Tecnologia; Integração Nacional e Meio Ambiente). A Renisus deverá ser revisada e atualizada periodicamente, a critério do Ministério da Saúde.
De acordo com Brasil (2006a), a agricultura familiar é uma das prioridades do governo federal e apresenta como vantagens a disponibilidade de terra e trabalho, a detenção de conhecimentos tradicionais, a experiência acumulada na relação com a biodiversidade e as práticas agroecológicas voltadas ao atendimento dos mercados locais e regionais, bem como potencial de agregação de valor e renda nas cadeias e nos arranjos produtivos de plantas medicinais e fitoterápicos.
A agroecologia não só enfatiza a utilização racional dos recursos naturais como desenvolve as dimensões socioculturais e econômicas. O cultivo de plantas medicinais em hortos pode ser considerado uma prática exemplar dos princípios agroecológicos. Como espaço pedagógico, possibilitará a integração e socialização dos conhecimentos tradicionais e científicos referentes ao contexto das plantas bioativas, incentivando a redução do extrativismo e a geração de renda principalmente para a agricultura familiar. No sistema agroecológico de produção normalmente são utilizadas técnicas de manejo como, por exemplo, adubação verde, cobertura verde e morta, resíduos vegetais e animais compostados, biofertilização, associações entre plantas, controle alternativo de plantas espontâneas e insetos, entre outros. Possibilita produção com qualidade, tanto do ponto de vista fitoquímico quanto microbiológico, livre de agroquímicos, acesso fácil e constante ao recurso natural e baixo custo de implantação e manutenção. Assim, consiste numa opção interessante de obtenção de matéria-prima de qualidade para fins medicinais, cosméticos e alimentícios, podendo ser comercializados in natura ou transformados em produtos com valor agregado.
Além da promoção da saúde comunitária, o cultivo de plantas medicinais destaca-se também como alternativa de diversificação da produção local e geração de renda, o que vem de encontro às principais demandas levantadas em alguns diagnósticos realizados desde a implantação de assentamentos rurais da região de Corumbá-MS (CURADO et al., 2003; FATAH; CURADO, 2004; TOMICH et al., 2004; FEIDEN et al., 2007). Neste sentido, a pesquisa interdisciplinar com plantas bioativas torna-se imprescindível para a construção do conhecimento científico juntamente com o conhecimento tradicional de comunidades pantaneiras. A partir deste conhecimento, a produção dessas espécies poderá ser ampliada, contribuindo para o desenvolvimento local de forma sustentável.
[...]
O uso dos saberes científicos é importante para o desenvolvimento da economia, contribuindo para a qualidade de vida das comunidades. Mas, não há apenas uma forma de saber e conhecer. Há saberes populares e científicos que tomam como ponto de partida a necessidade de intervir na sociedade, entendendo-a.
Falaremos agora sobre o senso comum. Podemos defini-lo como o conjunto de representações que temos da realidade. Para tanto, ele se caracteriza por ser assistemático, que se utiliza das ações do cotidiano para a construção de verdades. É importante lembrar que a cultura popular se pauta no senso comum para se estabelecer, pois se utiliza da experiência e do modo de vida para a organização do mundo cultural.
É preciso enfatizar que o senso comum não é superior ou inferior aos demais conhecimentos, mas é uma forma diferente de ver o mundo. O senso comum é o ponto de partida para o conhecimento elaborado.
Agora, veremos o que é o conhecimento científico.
Podemos entender o conhecimento científico como um conjunto de procedimentos, métodos e técnicas com vistas à produção do conhecimento sistematizado. Em uma busca rápida, definimos o conhecimento científico como:
Conhecimento científico é a informação e o saber que parte do princípio das análises dos fatos reais e cientificamente comprovados. Para ser reconhecido como um conhecimento científico, este deve ser baseado em observações e experimentações, que servem para atestar a veracidade ou falsidade de determinada teoria (https://www.significados.com.br/conhecimento-cientifico).
Boaventura dos Santos (1989), um importante filósofo português, afirma que a ideia que temos do senso comum tem formado uma visão errônea, considerando-o como ilusório, falso e superficial. No entanto, o conhecimento científico não é superior ou inferior ao senso comum, não se trata disso, mas é apenas diferente, pois ele toma como ponto de partida as pré-noções que temos do mundo para, a partir de um método, procurar explicações sobre a realidade.
Convém dizer que essas explicações sempre serão provisórias, porque, se não fossem assim, a ciência teria um limite na abrangência e abordagem. Contudo, vemos que o conhecimento é infinito e, quando nos propusemos a acreditar que ele chegara ao fim, aí está o seu recomeço.
Atividade 1
Agora você irá diferenciar senso comum e conhecimento científico. Preencha o quadro abaixo
Item | Senso comum | Conhecimento científico |
---|---|---|
Definição | ||
Características |
Agora iremos produzir conhecimento científico e, para isto, vamos relembrar as etapas de elaboração do trabalho acadêmico.
5Como vimos, todo conhecimento surge de uma inquietação inicial, de modo a nos provocar a repensar a realidade onde vivemos e o que pensamos sobre ela. Grandes pesquisas surgiram com singelas observações. Não há mágica nisso, mas esforço, método e dedicação.
Vamos iniciar o pensamento sobre a pesquisa. Pesquisar, segundo o dicionário, é:
- conjunto de atividades que têm por finalidade a descoberta de novos conhecimentos no domínio científico, literário, artístico etc.
- investigação ou indagação minuciosa.
Logo, a pesquisa dialoga com conhecimentos prévios ou posteriores que temos. Enfatizamos, ainda, que o conhecimento não se encerra em si mesmo ou nos laboratórios de pesquisa, mas, quando conhecemos algo, inicia-se um novo ciclo no qual novas ideias surgirão.
Toda pesquisa ou interesse em investigação se inicia com a escolha de um tema. Tema é diferente de título. Este último você atribui ao final da escrita do seu trabalho, e tema é a área de interesse que temos em alguma coisa que nos despertou curiosidade.
Para escolher o tema, faça uma leitura sobre questões que são de seu interesse, como: saúde coletiva, políticas públicas, saneamento rural, comunidades tradicionais e rurais e sua relação com a cultura, meio ambiente etc.
Você pode escolher um tema considerando suas dúvidas ou curiosidades sobre determinado assunto. Ou, ainda, você pode considerar o seu próprio campo de estudo e investigação. Questione-se sobre “qual” assunto você gostaria de estudar e conhecer melhor.
Num primeiro momento, o seu tema pode ser algo genérico. Por exemplo:
Saneamento ambiental em comunidades rurais
ou
Doenças relacionadas ao saneamento ambiental
ou
Educação ambiental
Com esta “ideia” inicial, você poderá definir melhor o seu tema, ou seja, delimitá-lo.
Para isto, o seu tema deve indicar pormenores de grande relevância, por exemplo, o local da sua pesquisa (ou seja, abrangência geográfica) e o recorte temporal (ou seja, qual ano ou período temporal se refere à pesquisa).
O tema delimitado poderia ser:
Saneamento básico em territórios quilombolas de Goiás em 2018,
ou
Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado em assentamentos de reforma agrária no Pontal do Paranapanema em 2010,
ou
Ações de educação ambiental desenvolvidas pela gestão municipal de Abadia de Goiás em escolas públicas no período 2012-2016.
Como os temas são gerais e vastos, será necessário que você se pergunte: o que você precisa saber sobre o tema? Exercite fazendo uma pergunta.
Exemplos:
Quais são as condições de saneamento básico nos territórios quilombolas de Goiás em 2018?
ou
Quais são as doenças que podem ser relacionadas ao saneamento ambiental inadequado em assentamentos de reforma agrária no Pontal do Paranapanema em 2010?
ou
Quais são as ações de educação ambiental desenvolvidas nas escolas públicas do município de Abadia de Goiás que estimulam mudanças de hábitos e culturas saudáveis em relação ao meio ambiente?
Ao elaborar tais perguntas, de forma estruturada e delimitada, você terá um problema de pesquisa. Ou seja, uma pergunta estruturada que será refletida e desenvolvida durante a execução da sua pesquisa.
Em seguida, será necessário justificar o porquê da sua escolha. Faça um relato que contenha: a) a importância pessoal de estudar o tema; b) a importância para a academia e ciência em geral, e c) a relevância da sua escolha. A isso chamaremos de justificativa.
Veja que até o momento já temos: tema, problema e justificativa.
Vamos aos próximos passos.
Elaborando o objetivo geral e os objetivos específicos. Para realizar a pesquisa, o que é preciso fazer? Temos que elaborar os objetivos, que se referem à parte onde se deve esclarecer o que pretende atingir com a realização da pesquisa, divididos em: GERAL, de âmbito maior, que define os caminhos que terei que percorrer para a pesquisa, e os de caráter ESPECÍFICOS, que são as atitudes operacionais que deveremos proceder.
Exemplos: compreender a política de meio ambiente do meu município (GERAL); identificar documentos sobre a legislação ambiental, analisar as estratégias de comunicação por meio recortes de jornal etc. (ESPECÍFICOS)
Para elaborar os objetivos é necessário que tenhamos leituras que nos ajudem nessa análise, bem como desenvolver a pesquisa em si. Precisamos conhecer mais sobre o tema e procurar entender o que outros(as) pesquisadores(as) e estudiosos(as) refletiram sobre o mesmo assunto de nosso interesse de pesquisa.
Para isto, você terá que reunir autores(as) que têm trabalhado com a mesma temática que você escolheu e descrever o que eles pesquisaram, como pesquisaram e quais resultados tiveram. Desta forma, você irá construir o referencial teórico. Esta etapa se constitui na pesquisa bibliográfica.
Realizando a pesquisa bibliográfica. Para essa construção é fundamental a busca por materiais já publicados. A chamada pesquisa bibliográfica pode ser realizada a partir de materiais impressos (livros) ou disponíveis no meio digital (periódicos online). O meio mais utilizado por grande parte dos pesquisados é o Portal do Periódico da Capes, uma das maiores bibliotecas virtuais de informação científica do mundo. Lá existem títulos de revistas acadêmicas (periódicos) disponíveis para consulta em texto completo, bases de dados de referências, resumos (demonstram quem está publicando o quê) e diversos outros arquivos que vão desde capítulos de livros eletrônicos a relatórios e outros tipos de publicações não seriadas.
O site para acesso é: www.periodicos.capes.gov.br
A busca no portal pode ser realizada por assunto (saúde e saneamento ambiental; comunidades quilombolas), periódico (Revista Saneamento Ambiental; Ambiente e Educação: Revista de Educação Ambiental), livro ou base (apenas bases de dados e livros que estão disponíveis via Portal de Periódicos Capes para acesso).
Dicas:
- Delimite palavras-chave que representem sua pesquisa;
- Inicialmente, armazene todos os trabalhos que, de acordo com título e resumo (quando for artigo), possam lhe interessar;
- Dê preferência a publicações dos últimos cinco anos (exceto aquelas que são imprescindíveis para a fundamentação; quando não for possível, amplie para 10 anos). Isso vai garantir a atualidade e relevância da pesquisa, ampliando as chances de publicações futuras;
- Após uma leitura sistemática de todo o material encontrado, separe apenas os que, de fato, são relevantes para seu objetivo (estes deverão, obrigatoriamente, ser citados por você). Os critérios para a seleção destes materiais podem ser: mesmos objetos de estudos; conceitos que corroborem para sua fundamentação; conclusões relevantes; metodologia similar etc.
ATENÇÃO!
O Portal do Periódico da Capes não é o único portal a ser considerado como fonte de pesquisas. Além dele, existem diversas outras fontes que também devem ser consultadas. Alguns exemplos são:
- Scientific Electronic Library Online (Scielo, em: www.scielo.org);
- Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS, em: http://lilacs.bvsalud.org/).
- Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE, em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=MEDLINE&lang=p&form=F);
- E os bancos de dissertações e teses das universidades (ex.: UFG, em: repositorio.bc.ufg.br/tede/)
Fazendo citações dos textos lidos
Em se tratando de trabalhos a serem referenciados, vamos fazer uma pausa aqui e falar um pouquinho sobre CITAÇÕES. Ao ler um texto, você contará o que o autor disse sobre determinado assunto.
Pois bem, escolha um texto pequeno de um assunto que lhe interessa. Cite a ideia do autor com suas palavras, ou seja, não utilize as palavras do autor. Com isto, você estará fazendo uma citação indireta. Se você usar as palavras do próprio autor, você estará fazendo uma citação direta. Vamos tentar o exercício abaixo.
Atividade 2
Veja o “Cenário das Políticas.”
Cenário das políticas públicas de saneamento nas comunidades quilombolas do estado de Goiás (1)
Roberto Araújo; Karla Emmanuela Ribeiro Hora; Paulo Sérgio Scalize.
A qualidade de vida da população está ligada diretamente às condições sanitárias e socioambientais. A ausência de condições adequadas de saneamento e saúde ambiental representa um problema de ordem social e de saúde pública, principalmente em comunidades quilombolas que enfrentam dificuldades ao acesso das políticas públicas. Com isso, o objetivo deste trabalho foi verificar as políticas públicas de infraestrutura de saneamento nas comunidades quilombolas, após a criação do Programa Brasil Quilombola em 2004. Foram realizadas buscas em sites do governo federal, como do Ministério de Desenvolvimento Social, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Para corroborar esse levantamento, foram investigadas publicações de artigos científicos sobre a temática, publicados nos últimos 20 anos, disponíveis na Plataforma CAPES. Após o levantamento realizado, verificou-se que: 48,8% das comunidades quilombolas brasileiras obtêm água para abastecimento por meio de poços ou nascentes; 59% ainda destinam seus esgotos em fossas rudimentares e, por fim, menos de 30% dessa população possuem coleta de lixo. Concluiu-se que as comunidades quilombolas estão vulneráveis devido ao baixo acesso às políticas públicas, o que é imprescindível para alcançar a saúde pública e ter melhor qualidade de vida.
(1) Artigo publicado nos Anais do 48º Congresso Nacional de Saneamento da ASSEMAE, realizado de 27 a 30 de maio em Fortaleza, 2018.
Considerando o texto apresentado no box, escreva um exemplo de citação direta e outro de citação indireta.
Para saber mais, consulte a Norma ABNT NBR 10520:2002 - Informação e documentação - Citações em documentos – Apresentação.
Ao ler um texto e utilizá-lo como referencial teórico é importantíssimo dar os créditos aos autores, pois, do contrário, você poderá ser acusado de plágio. Plágio é crime!!!
Agora que já falamos do Referencial Teórico / Pesquisa Bibliográfica e como fazer uma citação, voltaremos ao desenvolvimento do nosso projeto de pesquisa. O referencial teórico lhe permitirá conhecer mais sobre o assunto e decidir sobre qual será a melhor metodologia que se aplica à sua pesquisa.
8Apresentando a metodologia de pesquisa que você utilizará no seu projeto. Fazendo uma rápida pesquisa nos dicionários on-line, por METODOLOGIA podemos entender como:
Regras ou normas estabelecidas para o desenvolvimento de uma pesquisa; método: metodologia de pesquisa científica. Reunião de métodos; processo organizado de pesquisa, de investigação. Parte da ciência que se dedica aos procedimentos organizados, aos métodos, utilizados pela própria ciência. Ramo da lógica que estuda os métodos em diferentes ciências.Literatura. Investigação que, pautando-se em procedimentos específicos, analisa o teor subjetivo de um texto, narrativa, poema (http://www.dicio.com.br/metodologia/).
A metodologia pode ser entendida como o caminho que será adotado para a realização da sua pesquisa. Na metodologia temos que dizer: que dados serão coletados, onde serão coletados, como serão sistematizados estes dados, se eles dados têm um período de coleta específico, quais materiais e/ou equipamentos serão utilizados etc. Ou seja, precisamos contar como faremos esta pesquisa.
Para o delineamento da pesquisa é preciso identificar o seu tipo de pesquisa. Por exemplo: em relação à abordagem, é uma pesquisa qualitativa ou quantitativa? Em relação à natureza, será uma pesquisa básica ou aplicada? Em relação aos objetivos, a pesquisa será explicativa, descritiva ou exploratória?
Você também terá que indicar os procedimentos de pesquisa. Quais você adotará? Há muitas variedades de pesquisas que consideram os seguintes procedimentos:
- Pesquisa experimental
- Pesquisa bibliográfica
- Pesquisa documental
- Pesquisa de campo
- Pesquisa ex-post-facto
- Pesquisa de levantamento
- Pesquisa com survey
- Estudo de caso
- Pesquisa participante
- Pesquisa-ação
- Pesquisa etnográfica
- Pesquisa etnometodológica.
Há muitos livros de metodologia científica e manuais de orientação sobre o tema que podem ser buscados junto às universidades e instituições de pesquisa. Estes livros e manuais te ajudarão a construir melhor o seu projeto de pesquisa.
Num projeto de pesquisa, você ainda deverá apresentar o CRONOGRAMA e o ORÇAMENTO da sua pesquisa, ou seja, dizer em quanto tempo você fará as atividades e quanto custará para fazer a pesquisa.
Ao final do projeto de pesquisa, você deverá incluir as referências bibliográficas, composta por qualquer fonte utilizada no desenvolvimento do trabalho e que compuseram o texto/produto final, como nome dos textos, artigos de jornais ou revistas, teses, dissertações, apostilas, entrevistas, arquivos digitais que você utilizou no seu projeto e as obras que contêm as citações apresentadas direta ou indiretamente no seu texto. Este item é obrigatório.
Toda e qualquer referência deve seguir as normas da ABNT.
Apêndices e anexos
E, caso vá fazer o uso de questionários, roteiro de entrevistas ou sua pesquisa, se baseie em outros documentos pré-existentes (ex.: tabela de comunidade do IBGE). Estes deverão ser incluídos no seu projeto como Anexos (documento NÃO elaborado por você, autor. Ex.: tabela do IBGE) ou Apêndices (documento que você elaborou, autor. Ex.: questionário a ser utilizado).
Resumindo...
Para auxiliar você na estruturação de seu projeto de pesquisa, tenha como escopo básico a seguinte estrutura:
TÍTULO
RESUMO
Palavras-chave
1. INTRODUÇÃO
1.1 Problema de pesquisa
1.2 Justificativa
1.3 Objetivos
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3. METODOLOGIA
4. CRONOGRAMA
5. REFERÊNCIAS
APÊNDICES/ANEXOS (quando houver)
Pensando em tudo que vimos até aqui, sobre a elaboração de um projeto de pesquisa, podemos dizer que ele possui três grandes etapas:
Ao final deste módulo, vamos retomar esta reflexão pensando em qual seria o projeto de pesquisa de seu interesse para este curso de especialização.
Referências
SANTOS, B. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
Dicas de livros de metodologia científica
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Pesquisa participante. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SALOMON, D.V. Como fazer uma monografia. 10. ed. ver. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SEVERINO, Antonio J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
Sobre Normas técnicas para escrita científica: Associação Brasileira de Normas Técnicas: www.abnt.org.br