Caio Nascimento Rocha
caionascimento@discente.ufg.br

Profª. Drª. Karly Barbosa Alvarenga
karly@ufg.br

EIXO
Estágios, didáticas e didáticas específicas

Mosaique: a combinação da arte com a matemática

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Resumo: Os projetos dos estágios supervisionados I e II foram realizados na Universidade Federal de Goiás, orientados por uma professora do Instituto de Matemática e Estatística, e tiveram 5 participantes à época. A proposta desses projetos foi a criação e a implementação colaborativa de Mosaiques (mosaico + quebra-cabeça), um material concreto manipulável feito, principalmente, de materiais reutilizáveis e composto por dois lados. De um lado, temos um quebra-cabeça. Do outro, um mosaico colorido. O quebra-cabeça é formado por figuras cujos lados possuem questões de conteúdos matemáticos e tem como princípio que os lados de uma figura se conectem com o(s) lado(s) de outra figura. É possível utilizar diferentes tipos de conexões: perguntas-respostas, perguntas-perguntas ou perguntas-respostas-respostas. As perguntas e as respostas são elaboradas com o objetivo de fugir do que é rotineiro, a fim de instigar os alunos a refletirem em conjunto para resolver. Após a montagem do quebra-cabeça, é preciso virá-lo para ver, do outro lado, o mosaico, que possui como características ser geométrico, colorido, harmonioso e artístico. Na parte do mosaico, pode-se trabalhar fundamentalmente geometria e arte, como simetria, ilusão de ótica, ângulos, áreas, perímetros, entre outros. O principal objetivo do Mosaique é justamente ensinar e aprender matemática de forma criativa, motivadora, desafiadora e artística. Devido ao caráter colaborativo desses projetos, os integrantes ajudam uns aos outros na criação do material, revisando as perguntas e montando os Mosaiques . A metodologia de trabalho contempla estas etapas: determinação do conteúdo; escolha ou criação do mosaico; elaboração das perguntas; construção do Mosaique ; troca dos Mosaiques entre os integrantes do estágio; realização de possíveis ajustes; aplicação dos Mosaiques . No estágio I, os conteúdos que usei foram razão, porcentagem e proporção. Já no II, foi geometria analítica. Com a realização de oficinas, que ocorreram no estágio II, tornou-se possível observar e analisar a aplicabilidade do Mosaique . Uma foi realizada em uma turma de Cálculo A. Mesmo sendo permitido o uso do celular, os participantes demoraram para montá-los, ainda que tratassem de assuntos da educação básica. Questionados sobre já terem feito essa dinâmica anteriormente, as respostas de todos foram de que não tinham feito. A outra foi realizada no 3º ano do ensino médio de um colégio público, e não foi permitido o uso de celular. Observou-se que os estudantes tiveram mais facilidade no Mosaique de função exponencial por ser o conteúdo que estavam estudando, apresentando dificuldades nos Mosaiques de outros conteúdos. Nos dois casos, os Mosaiques chamaram a atenção pela beleza dos mosaicos, pela forma não usual de montar os quebra-cabeças e pelas perguntas intrigantes e diferentes das normalmente encontradas nos livros. Isso possibilitou que o aprendizado matemático ocorresse não só de forma motivadora e desafiadora, mas também criativa e artística, motivos pelos quais esse material foi proposto. Por isso, compreendemos que utilizar o Mosaique pode ser interessante tanto em uma oficina quanto como atividade complementar ou como forma de avaliar a turma, possibilitando, em todos os casos, uma diversificação das aulas e tendo como ideal a aplicação de forma coletiva em 2 aulas.

Palavras-chave: Matemática. Mosaico. Quebra-cabeça.

Notas

1. Pré-formando, Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal de Goiás

2. Doutora, Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal de Goiás.