Júlio César Kohler Damasceno Baron

Rogério Max Canedo

Lucas Frazão Xavier

EIXO
Monitoria, tutoria e PCC

PCC em Aplicação e Uma Proposta De Inserção: subsídios para leitura e análise crítica do conto em goiás em sala de aula

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Resumo: Este trabalho relata sobre projeto e experiência de uma Prática Como Componente Curricular (PCC) desenvolvida ao longo do ano de 2023, com previsão de término para o início de 2024, tendo como público alunos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (UFG). Tal atividade, desenvolvida como requisito para cumprimento de estágio-docência junto ao mestrado em Letras e Linguística (PPGLL-UFG), se ampara na leitura e interpretação de contos extraídos das obras Antologia do conto goiano I: dos anos dez aos anos sessenta e Antologia do conto goiano II: o conto contemporâneo , ambas editadas pela Editora UFG. A partir de uma ementa dialeticamente local e global, esta prática, que pode ser estendida a alunos do ensino básico, têm revelado resultados expressivos, motivando a formação de leitores e mediadores das literaturas inscritas no campo cultural de Goiás, e/ou que apresentam, esteticamente, representações da história, geografia e formação social do Estado.

Palavras-chave: PCC. Literatura em Goiás. UFG

1. Introdução

Há, historicamente, certa resistência na inserção das literaturas feitas em Goiás entre as matrizes curriculares dos cursos de Letras da Universidade Federal de Goiás, bem como entre currículos do ensino básico do Estado . Foi o que identificamos através do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) defendido em 2023 junto àquela unidade acadêmica, de título Pretensões e oscilações: uma História do ensino e da pesquisa sobre a Literatura feita em Goiás nos cursos de Letras da UFG (1962-1997) . No que tange, pontualmente, à esfera universitária, responsável, inclusive, pela formação de professores mediadores de leituras literárias, percebe-se que a matéria é apartada entre os currículos de literatura brasileira . Nesse sentido, e considerando o papel fundamental das Faculdades de Letras para a formação de leitores de literatura, bem como em propor reflexões analíticas e críticas que sintetizem os aspectos locais em relação às tendências estilísticas nacionais e globais, consideramos a disponibilização desta PCC, intitulada Leitura e análise crítica do conto em Goiás , antes de tudo, como um urgente incentivo à criação de um hábito. Esse hábito, a saber, o de se ler criticamente a literatura feita em Goiás, virá, acreditamos, mediante a oferta regular da matéria, inclusos autores ainda menos lidos e/ou reconhecidos, dentro ou fora da academia.

Esta PCC, com carga horária de 100 horas, está sendo oferecida mensalmente desde junho de 2023 e segue até fevereiro de 2024, tendo como público alvo alunos das graduações em Letras da UFG em suas variadas habilitações. Trata-se de um projeto incipiente, ainda em aplicação, elaborado em parceria com um aluno recém-formado, e realizado como requisito de cumprimento de estágio-docência junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da mesma universidade. Por outro lado, é também um esforço visando a aplicação em outros ambientes de ensino e pesquisa, aqui detidamente o CEPAE, intimamente vinculado às práticas oferecidas pelas unidades acadêmicas da Universidade Federal de Goiás.

A elaboração do plano de trabalho, submetido junto à coordenação de PCCs da Faculdade de Letras, prevê atividades partindo do gênero conto, apropriado tanto em termos de valor literário, dada a reconhecida narratividade de autores como Hugo de Carvalho Ramos, Bernardo Élis, Carmo Bernardes, José J. Veiga, Marieta Telles Machado, Miguel Jorge, entre outros, quanto pela necessidade de inserção de uma matéria local condizente com a própria história da Universidade Federal de Goiás, considerando o dever de reflexão crítica sobre o lugar que circunscreve a instituição. Considerando a literatura como expressão cultural em sua capacidade de representação, a análise dos contos selecionados tem oferecido uma oportunidade de contato com as regularidades e impermanências estéticas que permearam a produção em Goiás desde 1910 até, pelo menos 1990, além de possibilitar a compreensão do modo como o arranjo formal do texto artístico assimila aspectos outros em seu encadeamento próprio, relativamente autônomo, uma vez que dialoga com a própria formação social do Estado.

Tem-se pretendido, ainda, contribuir para que os autores selecionados sejam reconhecidos (portanto, lidos) mediante exercício de crítica literária, atividade imanente à formação proposta pelos próprios cursos de Letras. Essa intenção de atividade poderá resultar em publicações, uma vez que desperta o alunado para o exercício acadêmico, ao passo que estimula estudos mais avançados, a nível de pós-graduação, quanto para a elaboração de projetos de leitura e atividades didáticas, potencializando o ensino e aprendizagem também em níveis escolares intermediários.

2. Referencial Teórico

Em estudo de título “A poesia goiana ou em Goiás?”, publicado na coletânea Considerações sobre a poesia goiana (2018), o poeta, professor e atual diretor da Faculdade de Letras da UFG Jamesson Buarque reflete que a literatura em Goiás deve ser vista não sob ponto-de-vista meramente identitário (o desvendar de um suposto “ser goiano”), mas, antes, no que diz respeito a saber “a partir de onde produz e circula, e também quais são suas interações culturais e de valores literários” (BUARQUE, 2019, p. 94) inscritos nessa demarcação. Partindo desta premissa, exemplificamos: Hugo de Carvalho Ramos tem a primeira edição de seu Tropas e Boiadas publicada no Rio de Janeiro, mas o pioneirismo do autor gira em torno de uma representação altamente estilizada sobre a formação agrária do Estado de Goiás, nutrida pela rica experiência com hábitos e costumes, dada sua infância (portanto, experiência , subsídio irrenunciável para a compreensão de sua escrita) como filho de juiz de comarca da primeira capital, antiga Vila Boa. De outro modo, Yêda Schmaltz, pernambucana, publica majoritariamente poesia, ainda que tenha feito contos, em Goiás, interagindo em profundidade com a cultura e com o circuito editorial local através de um projeto estético rico, abrangente. Ambos produziram literatura em ou sobre Goiás e foram relativamente reconhecidos pela crítica; por outro lado, ambos foram, em maior ou menor escala, relegados pelos cursos de Letras da UFG até, pelo menos, a entrada do século XXI .

No mesmo estudo, Buarque também comenta sobre o que concordamos com relação à recepção dessas e de outras autorias. Ainda que gire em torno da leitura de poesia, o comentário pode-se estender também aos demais gêneros literários:

Há a necessidade de se fazer? Até então ela não se mostrou premente pela prática docente de ensino, pesquisa e orientação da UFG. Mas, por que há de ignorar-se? (...) Diferentes tipos de público, ainda recorrendo à via da educação, deveriam existir na medida em que se forma as pessoas para ler literatura (...). Ainda nessa via, no caso específico desta discussão, o esperado seria apresentar ao longo da formação educacional nomes da poesia goiana nos âmbitos escolares e universitários de Goiás. Isso seria o suficiente para formar pelo menos certo público . (BUARQUE, 2018, p. 84, grifos meus ).

Desse modo, acreditamos que esta Prática como Componente Curricular (PCC) tem atuado a favor da constituição daquele “conjunto de receptores, formando os diferentes tipos de público, sem os quais a obra não vive” (CANDIDO, 2013, p. 25), tendo como foco tanto os alunos de Letras, quanto os alunos desses futuros professores em formação, agora cientes de um repertório cultural que dê conta da matéria local também em seus vindouros campos de atuação. Por outra via, a escolha dos contos deriva de duas coletâneas lançadas sob encomenda da Editora UFG, ainda nos anos 1990, e posteriormente reeditadas. Trata-se dos títulos Antologia do conto goiano I: dos anos dez aos anos sessenta , e Antologia do conto goiano II: o conto contemporâneo . A abrangência desses volumes destaca, ainda, uma terceira questão, ou seja, a importância das instituições para além do tripé autores-obras-públicos, estrutura teórica que também tem sido oferecida aos alunos visando uma compreensão mais dinâmica sobre as especificidades da formação da literatura em Goiás.

3. Metodologia

Tem-se tomado como referencial teórico e metodológico predominante a categorização proposta por Gilberto Mendonça Teles (1969) quanto aos primeiros momentos do conto em Goiás, ou seja, a presença de uma ala “primitivista”, predominantemente anedótica e baseada em representações pitorescas do ambiente e dos tipos sociais, em detrimento a uma outra, “intelectualista”, que encontra na continuidade das elaborações estéticas de Hugo de Carvalho Ramos, Bernardo Élis e José J. Veiga sua principal colaboração. Esta última gira em torno de uma construção menos linear, inserindo a paisagem como recurso à denúncia não de modo descritivo, mas elaborado a partir de um encadeamento formal apurado.

Buscamos, ainda, refletir sobre a transição literária que envolve a produção do conto em Goiás, partindo daquele período em que a cor local se inscrevia nas obras com predominância, até o produzido a partir de 1960, quando, mediante movimentações como o Grupo dos Escritores Novos (GEN), surge uma produção mais experimental, atenta às renovações da linguagem em detrimento à denúncia tipificada pelos primeiros regionalistas. Essa fase, apontada como “conto contemporâneo” por Denófrio; Silva e Turchi (2013), pode ser observada à luz do processo de urbanização de Goiânia, efetivado, sobretudo, a partir da construção de Brasília, naquele mesmo início de década.

Com o corpus presente em obras disponíveis no mercado e nas bibliotecas da própria UFG, inclusive a sediada no CEPAE, tem-se trabalhado com o que consta nos volumes Antologia do Conto Goiano I (dos anos dez aos anos sessenta) e Antologia do Conto Goiano II (O conto Contemporâneo) , organizadas pelas então professoras da casa Vera Maria Tietzmann Silva, Darcy França Denófrio e Maria Zaira Turchi.

A princípio, as práticas tem promovido a inserção e discussão crítica, ainda que preliminar, dado o fato de serem apenas duas horas de encontro mensal, de pelo menos um conto de cada autor elencado ao longo de sete encontros presenciais, já iniciados, nas dependências da Faculdade de Letras. Cada encontro propõe dar conta de dois autores. As atividades foram assim dispostas:

4. Resultados e Discussão

Assim foi disposta a organização das práticas, oferecidas nas dependências da Faculdade de Letras da UFG, em concordância com o orientador e supervisor da referida atividade, professor Dr. Rogério Max Canedo, em estreita parceria com o recém licenciado Lucas Frazão Xavier:

Datas previstas para os encontros Atividades e autores a serem lidos por encontro
30-06-23 Leitura e discussão de contos de Hugo de Carvalho Ramos e Pedro Gomes;
28-7-23 Leitura e discussão de contos de Waldomiro Bariani Ortêncio e Bernardo Élis;
17-8-23 Leitura e discussão de contos de Ada Curado e Carmo Bernardes;
28-09-23 Leitura e discussão de contos de José J. Veiga e Alaor Barbosa.
27-10-23 Data-limite para entrega da primeira atividade.
23-11-2023 Leitura e discussão de contos de Miguel Jorge e Delermando Vieira;
15-12-2023 Leitura e discussão de contos de Marietta Telles Machado e José Mendonça Teles;
19-01-2024 Leitura e discussão de contos de Yêda Schmaltz e Maria Helena Chein.
02-02-2024 Data-limite para entrega da segunda atividade.
06-02-2024 Retorno aos alunos quanto às atividades (via e-mail) e envio dos resultados para a Coordenação de PCC da Faculdade de Letras.

A frequência desta PCC tem sido medida conforme a entrega das respectivas atividades, onde o aluno inscrito escolhe, arbitrariamente, um autor de cada divisão cronológica e envia um texto crítico fundamentado, com a opção, ainda, de uma atividade de mediação da matéria - proposta de sequência didática, encenação representada em material de vídeo, roteiro de podcast, elaboração de blog etc. Considerando a presente data, podemos observar que os objetivos tem sido cumpridos a rigor, primeiro, pela assiduidade na presença e participação dos inscritos, bem como pela entrega das atividades, acatando a diversidade de ações sugeridas. Entre resumos de contos, ensaios com determinado rigor acadêmico e propostas de mediação através de podcasts institucionais, podemos notar a predominância de determinados autores em detrimento de outros a partir das mais variadas justificativas.

Dos trabalhos recebidos até o momento, identificamos predominância na escolha de autores canonizados, como José J. Veiga, a partir gêneros como resumo, crítica literária, roteiro de podcast e sequência didática; Hugo de Carvalho Ramos, entre resumos, lexicologia e crítica literária comparatista; e Bernardo Élis, a partir de resumo do conto “Nholá dos Anjos e a cheia do Corumbá”. Já entre os autores de circulação mais restrita, apareceram trabalhos com o conto “Iniciação”, de Waldomiro Bariani Ortêncio e o poema “O cu do mundo”, de Yêda Schmaltz . Para além da entrega, não tem sido raras as demonstrações de surpresa do alunado, uma vez que os textos elencados dialogam com a trajetória de vida de vários presentes, o que, em alguma medida, reforça a capacidade da fruição literária em oferecer um reconhecimento da própria identidade, regional, não de forma passiva ou laudatória, mas eminentemente crítica.

5. Considerações Finais

Considerando que essa PCC está em fase final de execução, algumas conclusões, em tom de ponto de partida para futuras ações em torno da mesma matéria, são possíveis. Nesse sentido, há ao menos três justificativas para a presença da literatura feita em Goiás entre as unidades acadêmicas da UFG: a primeira, histórica, considera a concepção do primeiro reitor e principal incentivador para criação da UFG, Colemar Natal e Silva em sua máxima de “Adequação da Universidade ao Meio” .

Assim, formar leitores de literatura goiana diz respeito, entre outros fatores, a ler criticamente o que é produzido em ou sobre o Estado, motivando tanto a reflexão identitária regional de maneira crítica, quanto as condições de produção de literatura, considerando as estruturas e conjunturas políticas direcionadas para os hábitos culturais em um Estado de formação agrária, historicamente apartado dos centros irradiadores de arte e instrução. Outra justificativa, estética, tem a ver com a qualidade e o reconhecido valor literário de figuras celebradas por parte da crítica, como Hugo de Carvalho Ramos, Bernardo Élis, José J. Veiga, Miguel Jorge, entre outros, para ficar apenas na seara dos contistas, foco desta prática. A terceira motivação, política, reitera a necessidade de repensar os sentidos de escrever literatura em ou sobre Goiás considerando, inclusive, o momento político de transição em que o país se encontra. Goiás, estado de economia calcada no agronegócio, foi base de massivo apoio e aceitação das políticas de destruição encabeçadas pelo extremismo neoliberal, personificado em níveis alarmantes pelo mandato presidencial recentemente enterrado. Compreender o percurso da literatura, inserida no campo artístico e cultural desse lugar, é também um passo de resistência em direção à reconstrução, tendo em vista a própria responsabilidade docente em formar alunos e leitores conscientes dos lugares que habitam. Tomando essas premissas como base, parece plenamente possível que este projeto, que caminha para o quinto encontro e com previsão de término em fevereiro de 2024, conforme tabela, possa ser estendido ao ambiente de ensino básico, tanto em aulas de literatura, quanto por atividades interdisciplinares em conjunto com professores de geografia, história e artes, seja no currículo comum e básico, ou mediante disciplinas eletivas. Considerando as potencialidades formativas do ambiente escolar, promover reflexões aprofundadas mediante síntese entre ementas locais e nacionais pode ser um considerável ponto de partida para o aprofundamento quanto as mazelas (e vislumbres) que formataram e ainda formatam a região que nos abriga.

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Notas

1. Bolsista Capes/PROEX vinculado ao mestrado em Letras e Linguística da UFG. Aluno de Letras Português (Licenciatura) na UFG, em fase de conclusão.

2. Professor de Literatura Portuguesa, Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Ensino de Literaturas vinculado à Faculdade de Letras da UFG.

3. Licenciado em Letras – Português – UFG.

4. Temos notícia de ao menos uma lei estadual que inclui a literatura goiana como matéria autônoma entre o quadro de disciplinas dos cursos Ginasial e Normal da época. Trata-se da lei 6.979 de 19 de junho de 1968. Essa lei resultou, ainda, na criação de um material de apoio intitulado Súmulas da Literatura Goiana . Para maiores informações, v. CATELAN; GOYANO, 1970.

5. Este trabalho, orientado pelo professor Antón Corbacho Quintela, de autoria de Júlio César Kohler Damasceno Baron, está em trâmite para inserção no repositório de trabalhos de conclusão de curso, vinculado ao sistema de bibliotecas da UFG.

6. Trata-se de uma observação pessoal, da parte de Júlio César, ainda aluno, e Lucas Frazão, recém-formado: durante nossos períodos de graduação, foi diagnosticado que, entre as disciplinas cursadas na anterior e na atual matriz curricular do curso de Letras – Português (Licenciatura), nada foi oferecido sobre a matéria.

7. Essa assertiva é baseada em dois documentos: primeiro, o Catálogo de dissertações 1972-2003 levantado por Dalacorte (2005), o qual compila, mediante títulos e resumos, todas as dissertações de mestrado realizadas junto ao curso de Letras na UFG, desde a fundação do programa, em 1972, até 2003. Nesse espaço de pouco mais de 30 anos, houve apenas uma dissertação trazendo à tona Hugo de Carvalho Ramos – ainda assim, detida à lexicologia, alheia, portanto, à crítica literária. Nesse mesmo período, também há apenas um trabalho sobre Yêda Schmaltz, datado de 1989. Já na análise dos Cadernos de Pesquisa do ICHL – Série Literatura Goiana , publicados entre 1985 e 1992, os estudos, realizados por professores da casa e/ou convidados, não apresentam sequer um texto crítico sobre a obra de Hugo, ainda que apareçam ao menos cinco sobre Schmaltz – o que ainda é irrisório diante do vasto campo interpretativo em torno da obra da autora.

8. A interferência das instituições pode ser observada tanto antes, quanto depois da transferência de capital de Vila Boa para Goiânia. Antes, pelo condicionamento da vida literária ao surgimento de uma Academia de Letras, bem como uma pioneira Academia de Direito, além da primeira biblioteca destinada ao provimento e circulação de literatura em Goiás (Gabinete Literário Goiano) e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG). Houve, ainda, um lampejo de crítica literária por Azevedo (1910; 2018), veiculado num “Annuário” subvencionado pela província. Depois da construção de Goiânia, merecem nota a Revista Oeste , por onde, a título de exemplo, Bernardo Élis teve um de seus primeiros contos publicados; a Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, ainda em atividade; a União Brasileira de Escritores, a Editora da UFG a partir da década de 1960, entre outras.

9. Ainda que a prática seja detida a leitura e análise de contos, sempre há inserção de algum poema de autor goiano ou inscrito no campo cultural de Goiás, visando ampliação de repertório. Daí o aparecimento de uma atividade sobre o citado poema de Yêda Schmaltz.

10. É uma tarefa de ensino em que os estudantes constroem coletivamente uma cidade, alocando de forma consciente os seus imóveis constitutivos, trabalhando localização, deslocamento, planejamento urbano etc.