Problematizando a Diversidade e Importância dos Povos Cerradeiros por meio da Produção de Maquetes

Resumo: O presente trabalho discorre sobre metodologias encaminhadas para o ensino de conteúdos que tratam sobre a modificação das paisagens dos povos originários e tradicionais goianos e brasileiros, com destaque para a problematização da diversidade cultural, o uso e a ocupação do território do bioma Cerrado brasileiro. As atividades ocorreram no Programa De Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), no subprojeto de Geografia, da Universidade Federal de Goiás. O projeto desenvolveu-se na escola campo, Escola Municipal Professora Leonísia Naves de Almeida, em Goiânia-GO. A seleção do conteúdo ocorreu a partir da estrutura curricular que a Rede Municipal de Educação segue, definido a partir do Documento Curricular para Goiás (DCGO). Neste sentido, selecionou-se aspectos sobre os conhecimentos dos povos originários do estado de Goiás, conhecidos como Cerradeiros, e a necessária manutenção destes povos para a preservação do bioma Cerrado. A proposta metodológica foi estruturada em quatro etapas: elaboração de texto de apoio, aulas problematizadoras, visita campo e construção de maquetes. Na etapa da elaboração do texto de apoio os pibidianos realizaram pesquisas em diversas fontes bibliográficas sobre estes povos e foi possível compreender a diversidade de povos indígenas e quilombolas, distribuídas no território do bioma Cerrado, e outros importantes grupos sociais, tais como os geraizeros, as quebradeiras de coco babaçu etc. Destacou-se também no texto de apoio que os povos Cerradeiros vem presenciando a devastação do meio ambiente e sofrem diariamente com conflitos de terra por falta de regularização, isso demonstra a necessidade da preservação dos seus meios de vida, que conservam o bioma Cerrado por meio de atividades recuperadoras e que possuem baixo ou quase nenhum impacto ambiental. Na etapa de exposição e problematização dos conteúdos foi possível mobilizar conhecimentos para a compreensão da importância da manutenção dos povos, com foco na análise territorial. Na etapa seguinte buscou-se representar por meio da construção de maquetes os diversos territórios dos povos originários e tradicionais, com focos em problemas sociais e ambientais que são enfrentados por estes povos, tais como, o desmatamento com a diminuição dos territórios, o avanço do agronegócio e entre outros. Durante o período de elaboração das maquetes, os escolares visitaram o Memorial do Cerrado, localizado em Goiânia-GO, contribuindo na construção do conhecimento a respeito deste tema, o que potencializou a compreensão e construção das maquetes em sala de aula. As representações cartográficas construídas e os relatos apresentados pelos estudantes revelaram uma compreensão do conteúdo, onde puderam se sentir atuantes na manutenção e conservação dos povos Cerradeiros, também foi possível mobilizar a autonomia dos estudantes na construção de seu próprio conhecimento visto que a produção das maquete despertou a participação ativa do estudante no processo de aprendizagem e a descoberta do conhecimento dentro das orientações metodológicas de um ensino diferenciado.

Palavras-chave: Povos Cerradeiros. Ensino. Maquete. Ensino de Geografia.