Vitor Pereira Cruz
vitorpc97@gmail.com

Nicali Bleyer Ferreira dos Santos
nicalibleyer@hotmail.com

Diego Tarley Ferreira Nascimento
diego.tarley@gmail.com

O Uso de Matérias Jornalísticas como Instrumentos Pedagógicos para o Ensino de Climatologia Escolar nos Anos Finais do Ensino Fundamental em Goiânia-GO

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Resumo

A Geografia é uma ciência presente em diferentes espaços, momentos e ações do cotidiano da vida social. Entretanto, apesar da presença de fenômenos geográficos em nossas vidas, muitas vezes não conseguimos associar o embasamento científico aos fatos, ao que sentimos, percebemos e vemos. Nesse sentido, um importante instrumento pedagógico são as notícias de jornais, que apresentam o cotidiano vivenciado por alunos e professores e, a partir de seus fatos, constituem-se num recurso didático que pode ser utilizado no ambiente escolar, para aproximar a teoria com o cotidiano do aluno. Partindo dessas premissas, o presente trabalho tem como objetivo geral o de discutir as possibilidades do trabalho pedagógico nos anos finais do ensino fundamental a partir do uso da notícia, no contexto da disciplina de Geografia e de conteúdos associados à Climatologia. O trabalho iniciou a partir das análises das expectativas de aprendizagem da Diretrizes Curriculares do Estado de Goiás, em seguida foram levantadas as notícias e reportagens no banco de dados da plataforma virtual do jornal O Popular e, por fim, foram selecionadas seis reportagens para a análise das possibilidades de articulação com os conteúdos trabalhados em sala de aula. Conforme os resultados apresentados, percebe-se que as informações apresentadas no jornal, no que se refere às questões climáticas de Goiânia, podem ser utilizadas durante as aulas de Geografia, atendendo às expectativas de aprendizagem para os anos finais do Ensino Fundamental.

Palavras-chave: Ensino. Notícia. Climatologia.

Introdução

A Geografia é uma ciência presente em diferentes espaços, momentos e ações do cotidiano da vida social. É notável a sua presença ao observarmos o espaço, a paisagem e as relações sociais, ao sentirmos mudanças no tempo, etc. Entretanto, apesar da presença de fenômenos geográficos em nossas vidas, muitas vezes não conseguimos associar a realidade observada/sentida ao embasamento científico a ela atrelada. Um exemplo dessa questão pode ser associado aos aspectos que envolvem o tempo atmosférico e o clima.

Comumente, lemos matérias no jornal e nas mídias digitais ou impressas sobre eventos climáticos como: chuvas torrenciais, baixa umidade do ar e circulação de massas de ar que alteram as condições do tempo de uma determinada localidade. No entanto, não associamos essas notícias, esses fatos apresentados, com os conceitos e as teorias trabalhados na disciplina de Geografia.

Dentre os diferentes ramos científicos estudados pela Geografia, e que se articulam ao cotidiano da vida social, encontra-se a Climatologia que, segundo Mendonça (2000), sempre teve uma relação direta com a humanidade, uma vez que pode ser um fator condicionante para a permanência de uma sociedade, bem como de desenvolvimento de suas relações sociais, culturais e econômicas.

Para Mendonça e Oliveira (2007), o estudo da Climatologia compreende os padrões de comportamento da atmosfera e suas interações com as atividades humanas e com a superfície terrestre. Dantas (2016) também dialoga nessa linha e aponta que a compreensão dos fenômenos climáticos está relacionada à nossa realidade social e histórica, o que, consequentemente, nos leva a compreensão do ambiente em que vivemos.

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Nesse contexto, o estudo da Climatologia escolar abre à possibilidade de efetivação de um importante elo de articulação entre o que é estudado em sala de aula e o que é percebido nas práticas sociais cotidianas, associando, assim, conhecimento científico e vivência. Entretanto, para que esta questão realmente se efetive, se faz necessário diversificar os instrumentos didáticos utilizados na sala de aula e não apenas fazer uso do livro didático.

Para Saviani (1997), o papel do professor perpassa o envolvimento dos alunos para a identificação das diferentes modalidades do saber e como esses saberes são construídos e sentidos no dia a dia. Esse pensamento é complementado pela fala de Santos (2007), que aponta a importância da criatividade na sala, aplicando diferentes recursos didáticos.

Dessa forma, uma ferramenta importante e que está presente nos dias atuais são as notícias de jornais, que apresentam o cotidiano vivenciado por alunos e professores a partir de seus fatos, podendo ser um interessante instrumento didático por aproximar a teoria e a prática dos conteúdos da climatologia abordados em sala. Para Souza e Queiroz (2012), o processo de ensino-aprendizagem com o auxílio das notícias de jornais remete ao aluno acontecimentos do seu dia-a-dia, que possa modificar o seu estado de comportamento e levá-lo a uma nova forma de ação, de informação e comunicação.

Souza e Queiroz (2012) pontuam que usar a mídia no espaço escolar apresenta-se como uma forma consistente de informação educativa e de entretenimento. O que possibilita uma prática pedagógica mais dinâmica, interativa e descontraída. A Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996), em seu artigo 32, enfatiza que o aprendizado desenvolvido com prazer e gosto, torna as atividades atraentes, desafiadoras e divertidas. E que, se abordados os aspectos regionais e locais e se relacionadas com as temáticas trabalhadas, pode proporcionar aos estudantes maior compreensão e interesse pela realidade que vivem.

Partindo dessas premissas, o presente trabalho tem como objetivo geral o de discutir as possibilidades do trabalho pedagógico nos anos finais do ensino fundamentá-la partir do uso da notícia, no contexto da disciplina de Geografia e de conteúdos associados à Climatologia.

Desenvolvimento

Inicialmente foi realizada análise documental das Diretrizes Curriculares do Estado de Goiás, com vistas a identificar as expectativas de aprendizagem relacionadas à Climatologia ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental, no âmbito da disciplina de Geografia.

Em seguida, foram levantadas notícias e reportagens no banco de dados da plataforma virtual do jornal O Popular, escolhido por representar o jornal de maior circulação da cidade de Goiânia, local de realização do estudo.Para as buscas foram usadas as palavras-chaves: “evento extremo”, “fenômeno”, “temperatura”, “calor”, “frio”, “chuva”, “precipitação”, “alagamento”, “inundação”, “umidade”, “seco”, “vento” – entre outras associadas.O recorte de temporal escolhido para o levantamento das notícias foi dos últimos 3 anos, ou seja, de 2016 a 2018. A escolha desse recorte temporal foi para obter um trabalho com caráter mais atual as notícias analisadas para o uso pedagógico.

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Por fim, foram selecionadas seis reportagens, de modo a contemplarem os diferentes elementos climáticos e fenômenos associados mais recorrentes em Goiânia, e, posteriormente, exploradas as possibilidades do uso pedagógico da notícia no processo de ensino-aprendizagem, mediante a articulação com as expectativas de aprendizagem para os anos finais do ensino fundamental, segundo as Diretrizes Curriculares do Estado de Goiás.

No Quadro 1 são indicadas as expectativas de aprendizagem relacionadas à Climatologia ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental, segundo as Diretrizes Curriculares do Estado de Goiás, destacando a necessidade de identificar e entender os elementos e fatores climáticos, compreender a diferença entre tempo e clima, reconhecer os tipos climáticos do Brasil e de Goiás, ter em mente a relação entre o clima e os demais aspectos físico-ambientais e analisar o clima e fenômenos associados a partir de diferentes formas de representação (tabelas, gráficos e mapas).

Quadro 1: Expectativas de aprendizagem para os anos finais do ensino fundamental a partir das diretrizes do Estado de Goiás. Fonte: GOIÁS (2012) Organizados pelos autores.
ANO EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
6º ano • Identificar os fatores e os elementos climáticos (precipitação atmosférica, umidade relativa do ar, temperatura, entre outros) e diferenciar clima de tempo.
• Reconhecer as alterações no clima (aquecimento global, “elniño”, “laniña”), sua influência na baixa umidade relativa do ar, na saúde, no regime das chuvas, na poluição das cidades entre outros, na vida prática.
• Entender os principais climas do Brasil.
7º ano • Relacionar os paralelos e a latitude com fatores climáticos, zonas térmicas e regiões naturais do planeta.
• Diferenciar fatores e elementos climáticos, e clima de tempo.
• Identificar os diferentes tipos de clima no Brasil e caracterizar o clima predominante no Estado de Goiás.
• Perceber as relações e alterações que ocorrem nos ecossistemas e domínios morfoclimáticos no Estado de Goiás e seus municípios.
• Ler/interpretar e elaborar tabelas e gráficos (climogramas) sobre o clima e as condições do tempo atmosférico em diferentes localidades do Brasil e fazer correlações entre eles.
• Perceber as relações entre solo, relevo, vegetação, hidrografia e clima na formação das paisagens naturais do Brasil.
8º ano • Ler e compreender diferentes mapas temáticos do Continente Americano: topográficos, de solo, de vegetação, de clima, de população, ambientais, hidrográficos entre outros.
• Aprofundar conhecimentos geográficos (elementos físicos - clima, vegetação, relevo – e sociais, culturais), o conceito de paisagem e, reconhecer e distinguir diferentes paisagens no globo.
9º ano • Reconhecer os movimentos da Terra, a inclinação de seu eixo e a incidência diferenciada de raios solares no planeta para entender as estações do ano, as zonas térmicas, as regiões polares e suas inter-relações.
• Conhecer as diferentes paisagens das regiões polares - Polo Norte e Polo Sul.
• Reconhecer o aquecimento global, sua implicância nas possíveis mudanças climáticas e suas consequências para a vida no planeta.  
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Entre 2016 e 2018, foram publicadas no O Popular um total de 57 reportagens, sendo 19 em 2016, 23 em 2017 e 15 em 2018. A partir de uma visão global das matérias divulgadas pelo jornal, evidenciam-se diversas possibilidades de trabalho pedagógico, em função do direcionamento do título às expectativas de aprendizagem. De forma geral, as notícias demonstram as possibilidades de abordar a dinâmica sazonal marcante em Goiânia; as modificações do tempo atmosférico; a diferença entre tempo e clima; os eventos extremos de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar; a atuação das massas de ar; e as consequências socioambientais dos aspectos do tempo e do clima, como alagamentos, enxurradas, inundações, problemas no trânsito, queda de arvores, incidência de problemas respiratórios etc. Além disso, oportunamente as notícias retratam a realidade próxima dos estudantes, tendo em vista informarem eventos ocorridos em Goiânia.

Todavia, apenas pelo título, sem análise do conteúdo, o entendimento sobre a possibilidade do uso pedagógico da notícia fica um tanto quanto superficial. Dessa forma, optou-se por analisar de forma mais detalhada seis reportagens, visando fornecer subsídios para o trabalho docente com o uso da notícia, com sugestões de trabalho com base nas notícias analisadas.

As notícias 1 e 2, transcritas na sequência, abordam a ocorrência de eventos de precipitação previstos para Goiânia. A primeira notícia enfatiza os sistemas atmosféricos que são esperados, com maior intensidade, no quadro sinótico, a saber: a Zona de Convergência do Atlântico Sul, responsável pelo transporte de umidade da Região Amazônica para o restante do país. A segunda retrata um alerta de precipitação intensa previsto para Goiânia, algumas consequências desse evento extremo, como alagamentos, corte de energia elétrica e quedas de galhos e árvores. A partir dessas notícias é possível trabalhar os conteúdos relacionados aos tipos de chuvas e as massas de ar, com o intuito de promover a compreensão das ocorrências pluviométricas na região e sua dinâmica ao longo do ano. Por intermédio das notícias é possível também promover a discussão e reflexão sobre os transtornos urbanos que, normalmente, são ligados ao fenômeno pluviométrico e não a interferência antrópica.

Notícia 1. Zona de convergência causa chuvas no final de semana.

12/03/2016

A chegada de uma nova frente subtropical ao Sul do Estado faz a zona de convergência do Atlântico Sul ganhar força neste sábado (12), possibilitando dia chuvoso nas regiões Sul, Oeste e parte da região Central. Nas regiões Leste e Norte, é possível que as chuvas ocorram de forma esparsa no período da tarde. A umidade relativa do ar fica por volta dos 50%. A menor temperatura está prevista para as regiões Norte e Sul, a 18ºC e a máxima não deve passar de 33ºC na região Norte. Já em Goiânia, o dia começa com muitas nuvens, podendo chover a partir da tarde. A temperatura máxima pode chegar a 31ºC.

No domingo (13), a zona de convergência do Atlântico Sul se posiciona mais ao Centro-Sul do Estado, o que pode resultar em chuvas significativas. Nas demais partes do Estado, dia de muita nebulosidade e possíveis chuvas esparsas. A umidade relativa do ar continua por volta dos 50%. A temperatura mínima cai a 18ºC na madrugada nas regiões Norte e Sul, e a máxima fica em 33ºC, na região Norte. Na capital, dia chuvoso, com a umidade relativa do ar em torno de 60%. A temperatura mínima na madrugada chega a 21ºC e a máxima não deve passar dos 31ºC.

Fonte: O Popular: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/zona-de-converg%C3%AAncia-causa-chuvas-no-final-de-semana-1.1051069

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Notícia 2. INMET emite alerta de chuvas fortes e ventos de até 60 km/h em todo o estado.

27/02/2017

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu nesta segunda-feira (27) um alerta amarelo (3° na escala de periculosidade, atrás do laranja [2°] e vermelho [1°]) sobre a possibilidade de chuvas intensas e ventos fortes em todas as regiões do estado de Goiás. De acordo com o aviso, há o risco de corte de energia elétrica, de queda de galhos de árvores por conta das fortes ventanias, além de alagamentos.

O INMET recomenda que as pessoas não se abriguem debaixo de árvores, desliguem os aparelhos elétricos e o quadro geral de energia caso não haja utilização e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda, devido ao risco de queda pelo vento, que deve chegar a 60 km/h.

Fonte: O Popular: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/inmet-emite-alerta-de-chuvas-fortes-e-ventos-de-at%C3%A9-60-km-h-em-todo-o-estado-1.1232239

A partir das notícias 3 e 4, que trazem em seu eixo principal o baixas temperaturas em Goiânia, é possível trabalhar em sala de aula a diferença entre tempo e clima, tendo em vista que um dia frio em Goiânia não retrata o clima dessa localidade, mas apenas a mudança do tempo atmosférico em um ou mais dias. Além disso, é possível retratar as características climáticas de Goiânia e, consequentemente, de Goiás, ao ter uma estação do ano na qual as temperaturas tendem a ser mais baixas, especialmente na ocasião da entrada de massas de ar de origem polar, conforme indicado na notícia 4.

Notícia 3. Setores Jaó e Aeroporto registraram 10ºC durante a madrugada em Goiânia.

Data: 13/06/2016

Os setores Jaó e Aeroporto registraram 10ºC durante a madrugada desta segunda-feira (13), em Goiânia. Em outros pontos da capital a média ficou em torno de 12.6ºC. Já no interior, em Jataí a temperatura chegou a 4.1ºC na estação. Em Rio Verde ficou na casa de 6.1 e em Itumbiara a mínima registrada foi de 6.0ºC.

Segundo a meteorologista e chefe do Instituto Nacional de Meteorologia de Goiás (Inmet) Goiás e Tocantins, Elizabeth Alves Ferreira, está madrugada foi o dia mais frio desta semana e a previsão é que ao longo da mesma a temperatura se eleve de forma gradual, mas não vai ficar tão quente. Uma massa de ar frio está se afastando para o oceano. No entanto, na região sudoeste a temperatura deve continuar entre 10ºC e 11ºC”.

Fonte: O Popular: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/setores-ja%C3%B3-e-aeroporto-registraram-10%C2%BAc-durante-a-madrugada-em-goi%C3%A2nia-1.1101364

Notícia 4. Preparem as cobertas: previsão é de fazer 10°C nesta madrugada em Goiânia.

10/07/2018

Ela não vai embora. Sim, estamos no inverno. Mas todo bom goiano sabe que quando o frio aparece por aqui ele não vem para ficar. No máximo nos faz tirar o moletom do armário e correr para uma pamonharia comer uma pamonha bem quentinha. Foi assim nesta terça-feira (10) quando uma frente fria surpreendeu quem acordou cedo em Goiás.

Na capital, que amanheceu cinzenta e contou ainda com um chuvisco, os termômetros tiveram mínima de 16°C e máxima de 28°C. E parece que será um pouquinho mais gelado amanhã. Segundo o site ClimaTempo, a previsão para a madrugada e manhã desta quarta-feira (10) em Goiânia é de fazer 10°C. O sol aparece com algumas nuvens e a máxima deve ser de 26°C. Não chove. Essa “friaca” acontece depois que uma massa de ar polar conseguiu avançar até o norte de Mato Grosso e chegou também ao centro-sul de Goiás.

Fonte: O Popular: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/preparem-as-cobertas-previs%C3%A3o-%C3%A9-de-fazer-10-c-nesta-madrugada-em-goi%C3%A2nia-1.1570559

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As notícias 5 e 6 se relacionam aos baixos índices de umidade relativa do ar, tendo alcançado os 7%, no dia 12 de agosto de 2018, conforme indicado pela notícia 5. Por meio dessas notícias, há a possibilidade de se trabalhar novamente com as características climáticas da região, em haver dois períodos bem marcantes: um chuvoso, entre outubro e março, e outro de estiagem, quando a umidade relativa alcança índices alarmantes. Além disso, é possível discutir influência do clima na sociedade, tendo em vista que a notícia contextualiza que a baixa umidade relativa do ar agrava doenças pulmonares, causa dores de cabeças, sangramentos nasais, ressecamento de pele e desconforto nos olhos boca e nariz, e faz também algumas recomendações para amenizar os efeitos da seca.

Notícia 5. Com umidade próxima dos 10%, tempo seco pode provocar sangramento nasal e dor de cabeça em Goiás.

10/09/2018

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de grande perigo sobre o tempo seco que vai prevalecer por boa parte de Goiás nesta segunda-feira (10). A umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 12% nas regiões do Centro, Leste, Sul e Noroeste goiano. Em Goiânia, nesta tarde, por exemplo, a umidade já alcançou 11%.

O recorde deste ano da capital foi batido no dia 12 de agosto, quando o registro foi de 7%. Para as demais áreas do Estado, hoje, a situação não melhora e a umidade permanecerá baixa, entre 12% e 20%, informou o órgão.

O Inmet também alerta que essas condições podem causar agravamento de doenças pulmonares, dores de cabeça, os conhecidos sangramentos nasais, ressecamento da pele e desconforto nos olhos, boca e nariz. Há, ainda, um risco elevado para incêndios florestais. As instruções são para beber bastante líquido, evitar atividade física e exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, usar hidratante para a pele e umidificar o ambiente, além de tentar evitar o consumo de bebidas diuréticas, como café e bebidas alcóolicas.

Fonte: O Popular: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/com-umidade-pr%C3%B3xima-dos-10-tempo-seco-pode-provocar-sangramento-nasal-e-dor-de-cabe%C3%A7a-em-goi%C3%A1s-1.1614199

Notícia 6. Com temperatura na casa dos 40ºC e umidade no ar em 10%, Inmet decreta perigo em Goiás.

13/10/2017

O calor e o tempo seco não estão dando trégua aos goianos. Goiás e a região do Distrito Federal foram as regiões mais secas e quentes no Brasil no feriado de 12 de outubro, com registro de 10% de umidade no ar. O aeroporto de Brasília registrou esse índice e 34°C às 15 horas.

Já a temperatura bateu recorde no Estado na cidade de São Simão, na divisa de Goiás com Minas Gerais, com 40ºC. Goiânia tem sol e calor no começo da tarde desta sexta-feira (13), com temperatura de 35°C e umidade em apenas 14%. A previsão é que a temperatura na capital chegue aos 38ºC ainda hoje. Consequência direta do calor intenso dos últimos dias é que o ar tem ficado cada vez mais seco.

O que se tem observado são várias consecutivas com níveis de umidade do ar muito abaixo dos 60% recomendados pela Organização Mundial da Saúde para a saúde humana. Por isso, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) decretou alerta de baixa umidade, com grau de severidade de perigo. O aviso de baixa umidade relativa do ar, variando entre 20% e 12%, vale até este sábado (14).

Fonte: O Popular: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/com-temperatura-na-casa-dos-40%C2%BAc-e-umidade-no-ar-em-10-inmet-decreta-perigo-em-goi%C3%A1s-1.1369027

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As notícias elencadas e as consequentes possibilidades de uso pedagógico mencionadas atendem as expectativas de aprendizagem sugeridas para os anos finais do Ensino Fundamental, tais como identificar os fatores e elementos climáticos e diferenciar tempo de clima, no 6º ano, e identificar os tipos de clima no Brasil e caracterizar o clima predominante em Goiás, no 7º ano, por exemplo.

Considerações Finais

Como visto, as notícias podem desempenhar um papel importante como instrumento pedagógico, trazendo subsídios ao professor em sala de aula para trabalhar os conteúdos, auxiliando-o na prática pedagógica. Esse recurso didático possibilita a abstração de conteúdos e conceitos e permite experenciar fatos do espaço de vivência de professores e alunos. Assim, o aluno pode ter uma experiência mais próxima entre o que está sendo abordado em sala de aula e o que acontece em sua cidade.

Segundo as diretrizes curriculares do estado de Goiás, as notícias com conteúdos voltados aos aspectos climáticos de Goiânia atendem às expectativas de aprendizagem para os anos finais do Ensino Fundamental, especialmente para o 6º e 7º ano. Assim, cabe ao professor fazer uso do conteúdo apresentado na matéria, correlacionado o saber científico com os dados e informações apresentadas.

Referências

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MENDONÇA, F. Aspectos da interação clima-ambiente-saúde humana: da relação sociedade-natureza à (in)sustentabilidade ambiental. Revista RA’EGA, Curitiba, n.4, p. 85-99, 2000.

MENDONÇA, F; OLIVEIRA, I. M. D. Climatologia: Noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, p. 200, 2007.

SANTOS, W. L. P. dos. Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, [S.l.], v. 12, n. 36, p. 474-491, set./dez. 2007.

SAVIANI, D. A função docente e a produção do conhecimento. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 11, n. 21, p. 127-140, 1997.

SOUZA, C. R. F; QUEIROZ, A. M. D. A utilização dos meios de Comunicação no Ensino da Geografia. Revista Eletrônica Geoaraguaia, v. 2, p. 62–85, 2012.

Notas

1. Discente do curso de licenciatura em Geografia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).

2. Doutora em Ciências Ambientais e Professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).

3. Doutor em Geografia e Professor do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (UFG).