Layana Pereira Matos (UFG)
layanapmatos@gmail.com

Fernanda Grazielle da Silva Azevedo Nora (UFG)
fernanda_nora@ufg.br

Desenvolvimento Psicomotor com Crianças em Abrigos: o uso da perspectiva de Laban

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Resumo

No Brasil e, especificamente, no estado de Goiás, as crianças em situação de abrigo estão em uma proporção mais vulneráveis da humanidade, tais como abandono, miséria, violências físicas e psicológicas. Com base em pesquisas realizadas no município de Goiânia, identificamos a necessidade de intervenção por meio de uma pesquisa de campo, dando prioridade ao estudo da psicomotricidade concomitante com a dança, com foco na Dança Educativa Moderna e Labanotation de Rudolf Laban (1879-1958). Referenciamos também dois teóricos do desenvolvimento humano Jean William Fritz Piaget (1896 – 1980), que idealizou a Teoria dos Estágios de Desenvolvimento, e Lev Semyonovich Vygostsky (1896-1934) com a Teoria de Aprendizagem, Pensamento e Linguagem. Sendo assim, o presente artigo tem por objetivo principal analisar e desenvolver o crescimento do esquema corporal com a orientação temporal que são importantes no aprendizado das crianças, as quais irão se expressar através de movimentos motores e específicos da dança facilitando o aprendizado. Mais especificadamente, objetivamos, através de aulas de psicomotricidade e dança, explorar diversos estilos com a intenção de agregar melhorias para os menores abrigados. Desse modo, pois, visamos o desenvolvimento motor, em aspectos cognitivos, como memória, atenção, raciocínio, criatividade, pensamento e linguagem e aspectos emocionais das crianças residentes em um abrigo do município de Goiânia. Procurando identificar os problemas enfrentados nos abrigos, observamos a dificuldade de se realizar pesquisas e intervenções acadêmicas universitárias na elaboração das estatísticas globais de burocracias governamentais. Nos deparamos, diante disso, com a não liberação de poder se realizar projetos dentro do abrigo sem as liberações das instituições que prever a segurança e o bem-estar da criança e do adolescente.

Palavras-chave: Psicomotricidade. Abrigo. Arte do Movimento.

Introdução e Justificativa

No Brasil, os direitos das crianças estão amparados pela lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, também chamada de Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo o Estatuto:

Art. 3º A criança e ao adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade;
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária;
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
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De acordo com o Art. 98 do ECA as medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta. Sendo assim, verificada qualquer uma das hipóteses acima de acordo com o Art.101 uma das medidas a serem tomadas é o acolhimento institucional atualmente conhecido como abrigos. Os abrigos, conhecidos antigamente como orfanatos, tem como objetivo cuidar da integridade física e emocional das crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados.

Diante essa exposição, este artigo tem por finalidade a criação de uma proposta de vivência em um abrigo na cidade de Goiânia, na qual, através de atividades psicomotoras concomitante com a dança, visamos a melhoria do desenvolvimento motor, emocional, cognitivo (atenção, memória, raciocínio, pensamento e linguagem) das crianças que ali residem.

Em vista disso, optamos por dividir o presente artigo em quatro tópicos, sendo o primeiro tópico denominado “Mudança de nomenclatura de orfanato para abrigo”, em que relatamos sobre como ocorreu a mudança dessa nomenclatura e sua importância. O segundo “Impressões sobre um abrigo de Goiânia”, nessa parte, explanamos sobre uma visita que fizemos, aonde conversamos com a diretora, e observamos a infraestrutura e organização daquele lugar. O terceiro tópico “Dificuldades para adentrar no abrigo”, aonde exponho sobre o processo que estamos percorrendo para conseguir desenvolver esta pesquisa nesse tipo de instituição. Quarto e último tópico “Psicomotricidade, Dança Educativa Moderna e Labanotation por Rudolf Laban”.

Mudança de Nomenclatura de Orfanato para Abrigo

No início dessa pesquisa, usei várias vezes, erroneamente, a palavra “orfanato” para abordar sobre o acolhimento institucional para crianças e adolescentes em situação de abandono, sendo que, desde 1990, houve a mudança dessa nomenclatura para o termo abrigo.

Ao procurar no dicionário Aurélio o significado da palavra orfanato encontrei a definição “estabelecimento onde se educam órfãos; asilo para órfãos”, sendo a maioria das crianças em situação de acolhimento não são necessariamente órfãos. Grande parte dessas crianças e adolescentes acolhidos têm famílias, mas foram separados devido à negligência, abandono e violência (SILVA, 2004.).

No dia 13 de julho de 1990 foi criada a Lei nº 8.069 intitulada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com vigor a partir do dia 12 de outubro de 1990. E a partir disso, crianças e adolescentes passaram a ter uma lei que respalda seus direitos e deveres em sociedade. Com o ECA muda-se a nomenclatura de orfanato para abrigo, modificando, também, o funcionamento desse espaço.

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Os orfanatos eram conhecidos como “instituições totais”, onde os menores abrigados faziam todas suas atividades ali: estudavam, auxiliavam nas tarefas domésticas, eram atendidos por médicos, dentistas no próprio local. Era um espaço para privar a sociedade das crianças abandonadas, que naquelas condições costumavam pedir esmolas nas ruas. Com a criação do ECA, pois, começam as discussões sobre instituições de acolhimento. Nesse contexto, a mudança de nomenclatura acarreta mudanças positivas, das quais se buscam melhorias para desenvolvimento das crianças e adolescentes nesse local, sendo fundamental sua inserção no âmbito social e familiar. No Art. 3º é explícito que a criança e o adolescente gozem de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade (ECA, 1990).

Impressões Sobre um Abrigo no Município de Goiânia

No dia 03 de setembro de 2018 visitamos um abrigo na cidade de Goiânia com intuito de apresentar nossa proposta para a diretora do local. Ao chegarmos lá nos apresentamos ao porteiro, e fomos bem recebidas. Enquanto aguardávamos a disponibilidade da diretora, fomos conhecer o local, que, em uma primeira visita, nos aparentou ter um bom espaço externo, incluindo, inclusive, um parquinho ao ar livre. Aparentemente, separam as crianças por gênero nos prédios, sendo os prédios pintados de vermelho para as meninas e os prédios pintados de verde para os meninos. Há uma sala com sofá e televisão, alguns quartos com beliches, guarda-roupa e, na maioria deles, há brinquedos. Do lado externo, além do parquinho, tem um refeitório coletivo, no qual acredito que ali sejam feitas todas as refeições do dia, pois há colado na parede um cronograma de funcionamento do abrigo referente aos horários de tomar banho, estudar, dormir e fazer as refeições. Quanto a infraestrutura do local, fui surpreendida positivamente, tendo em vista que eu tinha uma visão de um lugar menor, sem muito espaço para as crianças brincarem.

Discutimos, na conversa com a diretora, sobre a organização e especificidades da instituição. Ela nos contou que atualmente os acolhimentos institucionais não são mais identificados com placas ou escritas no local, visando maior segurança para as crianças e adolescentes que ali reside. Além disso, ela nos informou que no abrigo moram cerca de 80 crianças de 0 a 12 anos de idade, dando enfoque que ocorre ali muita rotatividade, pois ora as crianças são adotadas, ora seus familiares conseguem a guarda ou tutela delas. Todas as crianças com idade escolar estão matriculadas na rede pública de ensino, frequentando escolas da região onde vão e voltam a pé, com exceção de dois meninos que ainda não conseguiram remanejamento.

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Esse orfanato lida, especificamente, com crianças que sofreram algum tipo de violência, em que a maioria dos casos, de acordo com diretora, são violências físicas e psicológicas, como torturas e estupros cometidas pelos pais e responsáveis. Diante disso, notamos que as crianças que vem de um contexto muito sofrido, reverberando no seu modo de ser na sociedade, têm acompanhamento psicológico no abrigo e durante todo processo de adoção. Além do acompanhamento psicológico, dentro do abrigo ocorrem duas outras atividades. Uma delas é a leitura e interpretação da bíblia feita pelo um pastor da região, que ocorre uma vez por semana; a outra é um projeto intitulado Dando Colo e Carinho que, como o nome já sugere, voluntariados adentram a instituição para doar colo aos bebês e crianças, conversar, brincar e levar afeto aos menores abrigados.

A diretora gostou muito do projeto que propomos, deixando claro que não podemos utilizar fotos ou o nome real das crianças na escrita do artigo/monografia, nem revelar o nome e a localização da instituição e que esse projeto deve envolver todas as crianças ali presente, desde os bebês aos adolescentes. Durante essa conversa, foi pontuada as necessidades de ajuda da instituição através de doações financeira, de móveis, brinquedos, vestuários, itens de higiene básica e materiais escolares.

Dificuldades para Adentrar no Abrigo

Em vista de que não conseguimos, até hoje, e efetivamente, adentrar ao abrigo e pôr em prática as vivências, esse artigo é uma escrita mais teórica sobre o anseio de desenvolver projetos aos menores abrigados. No dia 10 de setembro de 2018, a diretora do abrigo me deu um posicionamento sobre nossa intenção de pesquisa no local, dizendo que por se tratar de um projeto de pesquisa em campo precisaríamos de uma autorização da Secretária Municipal de Assistência Social (SEMAS), aonde devíamos falar com a assistente Rosane, para permitir que a pesquisa seja feita naquele espaço. Disse também que o projeto só poderia ocorrer em 2019 pois as crianças já tinham uma rotina organizada até o final do ano de 2018 e que seriamos mais bem recebidas no ano posterior.

Após isso, foi realizado o contato no SEMAS para marcamos a entrevista pessoalmente para que a liberação fosse feita. Fui orientada a escrever um ofício, falando sobre a pesquisa e a intenção de adentrar no abrigo e enviar para o e-mail da Secretária Municipal de Assistência Social, que posteriormente marcariam a entrevista. Depois de semanas sem respostas, liguei novamente lá e me disseram que o e-mail anterior provavelmente era privado e que eles não tinham acesso ao nosso ofício. Me passaram outro e-mail para prestarmos novamente esse mesmo processo, desta vez não era aos cuidados de Rosane, mas aos cuidados da diretora. Enviamos o e-mail com o ofício para este novo contato e o prometido foi que no máximo até dezembro eles dariam um retorno para marcamos a entrevista pessoalmente, o que não foi feito. Já recorremos via e-mail, telefone e até mesmo pessoalmente no prédio localizado no Setor Aeroporto, e até esse mês de julho de 2019 não nos responderam. Até o presente momento, nos mantemos firmes com a intenção de efetuar essa pesquisa em um abrigo, e estamos procurando outros meios para realizá-la.

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Psicomotricidade, Dança Educativa Moderna e Labanotation por Rudolf Laban

A psicomotricidade é a ciência que busca entender os aspectos emocionais, cognitivos (processo de aquisição de conhecimento, como memória, atenção, raciocínio, pensamento, linguagem) e motores (engatinhar, sentar-se, andar, manipular objetos) do ser humano. Em outras palavras, a psicomotricidade engloba todas as forças de aprendizagens da criança e é indispensável nas aprendizagens escolares. Durante o processo de aquisição de conhecimento, os elementos básicos da educação psicomotora são utilizados com frequência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal são fundamentais; um problema em um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem (FONSECA, 2010).

Pensando nesta perspectiva aplicada a crianças que residem em abrigos, se um destes elementos estiver prejudicado, ocorrerá um problema na aprendizagem, pois este se constitui em um “sintoma” ou uma “inibição” toma forma em um indivíduo, afetando a dinâmica de articulação entre os níveis de inteligência e o desejo, o organismo e o corpo, redundando em um aprisionamento da inteligência e da corporeidade por parte da estrutura simbólica inconsciente. O sintoma-problema de aprendizagem expressa o “parar” do aprender por desejos inconscientes (FONSECA, 2010).

Dois teóricos do desenvolvimento humano nos quais me baseio nesta pesquisa são Jean Piaget (1896 – 1980) e Lev Semyonovich Vygotsky (1896-1934). O primeiro mostrava, em sua teoria dos estágios de desenvolvimento (1940-1945), a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: os estágios da inteligência sensório-motora, pré-operatória, operatório concreto e operatório formal ou abstrato, em que ele acreditava que as crianças alcançavam esses estágios pela sua faixa etária, ou seja, de acordo com que iam envelhecendo alcançava um novo estágio de desenvolvimento.

Já Vygostky se apropria da teoria de Piaget e desenvolve sua teoria sobre o desenvolvimento humano, relacionada com o ambiente que o mesmo está inserido, não sua faixa etária, ou seja, os elementos externos influência na evolução das pessoas. Para ele, o ambiente social/cultural que o indivíduo foi imposto e sua relação com o meio, é primordial para aquisição de conhecimento.

Com base em Vygotsky (1978,1999), a cultura torna-se parte da natureza de cada pessoa, reforçando a ideia de que as funções psíquicas superiores são de origem sociocultural e emergem de funções psicológicas elementares de origem biológica. Por analogia, de acordo com o pensamento vygostkiano, a psicomotricidade é de origem sociocultural e emerge da motricidade de origem biológica. Segundo esse autor, a complexidade da estrutura humana deriva de um processo de desenvolvimento intimamente integrado entre a história individual e a história social, isto é o ser humano, na sua essência, ilustra uma história dentro de outra história (FONSECA, 2008, pg. 376).

Além desses dois teóricos do desenvolvimento humano, também utilizo o pensamento de Rudolf Laban (1879-1958) como opção teórica, que foi um dançarino, coreografo, teatrólogo, pesquisador e teórico da Arte do movimento, conhecido também por ser pioneiro na dança-teatro e um dos mais importantes teóricos da dança. Dedicou sua vida ao estudo e sistematização da linguagem do movimento em seus diversos aspectos: criação, notação, apreciação e educação. Laban acreditava que o movimento é um processo contínuo de mudanças:

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Ele aponta que essas mudanças, embora contínuas e sempre em mutação, tendem a se organizar no ser humano em determinadas ordenações rítmicas, que formam padrões singulares. Os gestos mudam, as posturas mudam, mas cada indivíduo tende a organizar suas frases de movimento de acordo com ritmos que são mais ou menos recorrentes, mesmo em circunstâncias diferentes (MIRANDA, 2008: 71-72).

Laban percebe e estuda esses padrões de organização e começa a desenvolver uma espécie de partitura de movimento, semelhante a uma partitura musical intitulada Kinetography Laban, mais conhecida como Labanotation – algo que indica um lugar de experiência, que permite ter um acesso criativo ao movimento e possibilita múltiplas interpretações teórico/corporais. Laban, desse modo, desmembrou o movimento até seus elementos mais simples, como fonemas de uma gramática ou notas musicais, que podem se articular de maneiras diversas, chegando a sintaxes bastante complexas, como a própria linguagem e que, portanto, é portadora de sentido, de expressão. Para o teórico, o movimento é linguagem e, como tal, portador de sentidos.

A Dança Educativa Moderna ou Dança Livre é o nome do sistema labaniano de ensino da dança em escolas de ensino básico e fundamental (SCIALOM, 2017, p. 51). Laban desenvolveu essa dança pensando nas fases de desenvolvimento da criança, nas quais os fatores de movimento, tais como: fator peso (leve/pesado), fator espaço (nível alto, médio e baixo), fator tempo (calmo/rápido), fator fluência (livre/contido) são constantemente usados nessa prática. Apesar desse sistema ser pensado para a escola, essa metodologia pode ser utilizada em diversos ambientes com o intuito do desenvolvimento da arte do movimento com pessoas de quaisquer idades, sendo assim pretendo utilizar nas propostas de aulas práticas no abrigo.

Dessa forma, a proposta de metodologia a ser vivenciada no abrigo tem um viés etnográfico de pesquisa de campo, em que teremos encontros semanais com as crianças ali presente. A base das propostas de aulas, será sempre dando enfoque nos estudos acerca da psicomotricidade concomitante com práticas dançantes, sendo trabalhados diversos gêneros da dança (dança de salão, contato e improvisação, creative dance, entre outros), juntamente com os fatores de movimento da Dança Educativa Moderna de Rudolf Laban.

Considerações Finais

Esta proposta metodológica de intervenção em um abrigo do município de Goiânia visa, portanto, contemplar a inter-relação entre a psicomotricidade e a dança no auxílio do desenvolvimento motor, cognitivo e emocional destes menores abrigados, dando, assim, oportunidade as mesmas qualidades de vida quando comparada com uma criança que não seja residente de um abrigo.

Durante a construção desta proposta metodológica a pesquisa passou por alguns processos de evoluções e amadurecimentos. Por exemplo, até o início dessa pesquisa eu utilizava a nomenclatura orfanato erroneamente. Além disso, no começo a temática visava comparar crianças que reside em abrigos com crianças que reside no âmbito familiar, sendo minha hipótese que crianças abrigadas se desenvolvia mais tardiamente que crianças que vivem com seus pais e responsáveis.

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No campo da formação esta proposta metodológica tem grande representatividade, pois a maioria dos menores abrigados nestes abrigos são negros, e acredito com a presença de uma pesquisa de uma Universidade Federal tenha grande importância para o cotidiano deles, tendo quem sabe um viés do movimento negro como um ato político, e que através desta pesquisa possa incentivar novas pesquisas e pesquisadores a desenvolverem estudos nestes abrigos com estas crianças que são marcadas pelo abandono, vários tipos de violência, visando assim levar afeto, atenção e uma ressignificação perante a sociedade.

Referências Bibliográficas

FONSECA, VITOR DA. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem / Vitor da Fonseca. Porto Alegre: Artmed, 2008.

______. Psicomotricidade e neuropsicologia: uma abordagem evolucionista / Vitor da Fonseca. – Rio de Janeiro: Wak Ed. 2010.

LABAN, RUDOLF. Domínio do Movimento / Rudolf Laban; ed. Organizada por Lisa Ullman [tradução: Anna Maria Barros de Vecchi e Maria Silva Mourão Netto; revisão técnica: Anna Maria Barros de Vecchi]. – São Paulo: Summus, 1978.

MIRANDA, REGINA. Corpo-Espaço: Aspecto de uma geofilosofia do corpo em movimento / Regina Miranda. Rio de Janeiro: 7letras, 2008.

MOMMENSOHN, M; PETRELLA, P. Reflexões sobre Laban, o mestre do movimento / Maria Mommehson e Paulo Petrella, organizadores. – São Paulo: Summus, 2006.

NORA, F.; COSTA, P.; VIEIRA, M. Comportamento do centro de pressão no equilíbrio estático e dinâmico: Ballet e inicialização ao passo. São Carlos: Novas Edições Acadêmicas, 2015.

SCIALOM, MELINA. Laban Plural: Arte do movimento, pesquisa e genealogia da práxis de Rudolf Laban no Brasil / Melina Scialom. São Paulo: Summus, 2017.

SILVA, E. R. A. (Coord.). O direito à convivência familiar e comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil. Brasília: IPEA/CONANDA, 2004.

Notas

1. Orientanda, aluna do curso de licenciatura em dança e bolsista PROLICEN pela UFG.

2. Orientadora, professora adjunta 3 na Faculdade de Educação Física e Dança – UFGO; Membro do Laboratório de Bioengenharia (Labioeng), coordenado pelo prof. Marcus Fraga da UFGO.

3. Labanotation ou Labanotação é um sistema de registro de movimentos executados por um indivíduo, por meio de símbolos gráficos ao longo de um eixo vertical em um plano bidimensional. (SCIALOM, 2017)

4. É um diálogo corporal de duas ou mais pessoas por meio do vocabulário sensorial composto de toque, peso e pressão.

5. Tem o intuito de explorar a imaginação da criança através de jogos, histórias, o uso do lúdico é fundamental para composições dançantes nesse método.