Produtivismo acadêmico e pós-graduação: intensificação do trabalho docente

O presente trabalho está vinculado a linha de pesquisa “Formação, Profissionalização Docente e Trabalho Educativo” do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da FE/UFG, e integra as pesquisas realizadas pela Rede de pesquisadores sobre professores(as) do Centro-Oeste/Brasil (Redecentro). Essa pesquisa traz como foco central a discussão sobre o tema do produtivismo acadêmico, como forma de regulação, avaliação e controle, imposta pela agência de regulação/avaliação que intensifica e precariza o trabalho docente. Para problematizar nosso objeto de estudo, é preciso recordar que as mudanças no modo de produção capitalista, que envolvem o desenvolvimento científico e tecnológico, bem como o aprofundamento da divisão social do trabalho, acarretaram grandes mudanças sociais. No contexto neoliebral, a educação pública brasileira, especialmente as universidades, tem sido expostas a um processo de mercantilização, assediada pela lógica do mercado. Essas pressões envolvem, tempo, espaço e saúde do professor, além do estresse relacionado a relação de competitividade exacerbada, que querem redefinir rumos e perspectivas para a sociedade acadêmica, pressionando a universidade pública a seguir a lógica mercantilista, empresarial e produtivista, desta forma, docentes e discentes são cobrados pela produtividade do trabalho intelectual. A efetivação do produtivismo acadêmico acontece de várias formas: através da intensificação do trabalho docente com o aumento de carga horária; a competição entre os pares (nos processos de seleção, bolsas de estudo, bolsas de pesquisa, bolsas produtividade etc; a supervalorização da produção científica nos meios universitários (obrigatoriedade de publicação em congressos e revistas renomadas e bem conceituadas segundo avaliação “Qualis”/Capes); a diminuição do tempo para mestrados e doutorados, visando maior rapidez nos resultados etc. O objetivo geral dessa pesquisa é analisar e compreender o produtivismo acadêmico, através da análise dos sentidos discursivos dos periódicos A1, das faculdades de educação das universidades públicas brasileiras, por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental. A abordagem de pesquisa é qualitativa, pautada no método materialista histórico dialético (MDH). A opção pelo estudo dos sentidos discursivos como procedimento de análise, bem como o estudo do signo, na perspectiva de Bakhtin (2006), está diretamente relacionada a questão ideológica, social e histórica, por isso, configura-se um importante instrumento de análise. Através dele é possível pensar que tipo de conhecimento está sendo produzido, se existe um posicionamento a favor ou contra a ideologia produtivista hegemônica. Enquanto pesquisadores, é preciso pensar no vínculo de nossas pesquisas com os princípios democráticos e sociais, denunciando as mazelas e buscando respostas para os problemas que a universidade vem enfrentando, neste caso, especificamente, o produtivismo acadêmico.

Palavras-Chaves: Produtivismo. Pós-Graduação. Trabalho Docente.