Bruno Diniz Faria Rezende (UFG)
bdfaria@gmail.com

Janice Pereira Lopes (UFG)
janice@ufg.br

O uso de jogos matemáticos em uma perspectiva inclusiva

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Este trabalho pretende analisar as contribuições de jogos matemáticos para o processo de aprendizagem de matemática, em especial no atendimento a estudantes com diagnóstico deTranstorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA/H). São apresentados dados da experiência vivida em um laboratório de educação matemática, durante a tutoria de uma estudante, de educação básica. O laudo médico da estudante, além de atestar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também relata que a mesma sofre convulsões cerebrais que interferem na sua capacidade de memorização, exigindo atenção diferenciada diante das implicações deste quadro para o seu processo cognitivo. Não se tratava, portanto, de um caso pontual de eventuais dificuldades em compreender matemática, mas uma circunstância mais complexa que exigiria uma análise mais ampla durante o planejamento das ações de acompanhamento. Por meio de atividades distintas daquelas rotineiras do cotidiano escolar, buscamos melhor compreender essas dificuldades, ante as especificidades do quadro de TDA/H, e auxiliar no desenvolvimento de habilidades fundamentais para um melhor desempenho no processo de aprendizagem de matemática. Outra característica que influenciou no processo de organização da tutoria da estudante foram os relatos da discente sobre não gostar de matemática e sobre esta ser a disciplina que ela mais tinha dificuldades. Com o avanço dos atendimentos observamos que a recorrência a metodologias ativas, tais como os jogos matemáticos, foi de grande valia para estimular a assimilação dos conteúdos matemáticos, por se tratarem de recursos capazes de despertar o interesse, a concentração e o envolvimento do jogador. À luz dessa expectativa e com o objetivo de reduzir as dificuldades conceituais da estudante e seu distanciamento em relação à Matemática, durante a tutoria várias atividades foram exploradas para aproximar os conceitos matemáticos do cotidiano da tutorada, bem como estimular o exercício de concentração e envolvimento com as situações propostas. Ao final do trabalho, tanto a aluna quanto sua mãe, que acompanhou de perto o trabalho, relataram melhoras no processo de apropriação dos conteúdos matemáticos e um notório avanço a respeito do gosto da estudante pela matemática, o que sinaliza para contribuições efetivas das estratégias e metodologias adotadas.

Palavras-Chaves:Tutoria. Jogos Matemáticos. Educação Inclusiva.