Kálita Miguel da Silva (UEG)
kalita_silva_miguel@hotmail.com

Lúcia Gonçalves de Freitas (UEG)
luciadefreitas@hotmail.com

“Mundo técnico” e “desenvolvimento afetivo”: o gênero em guias de brinquedos

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Pesquisas sobre brinquedos têm demonstrado que eles mantém certas hierarquias sociais e reservam maior poder, superioridade, liberdade e violência para os homens, reforçando o imaginário de meninas como ―naturalmente‖ ligadas à casa, a serem mães, serem bonitas, a seguirem valores estéticos exagerados, até fúteis e consumistas. Com o intuito de contribuir para os estudos sobre a relação gênero/educação/infância, este texto busca compreender como são classificados os brinquedos amplamente comercializados no mercado nacional e como o gênero atua nessa classificação. Assim, focamos nossa atenção nos Guias para brinquedos da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos – ABRINQ, por ela ser uma referência nacional na área. A pergunta que nos guia neste estudo é: os guias da ABRINQ classificam os brinquedos por perspectivas de gênero? Nossa análise é amparada por estudos de gênero e semiótica social, e focaliza elementos como cores, texturas, imagens e questões discursivas para discutir como os guias, posicionam-se frente às demandas por maior equidade entre os gêneros e o combate ao sexismo. As análises nos mostram que, embora a Associação não use critérios baseados em papéis de gênero, existem vários elementos semióticos e até discursivos que promovem associações baseadas em estereótipos e nos tradicionais papéis atribuídos ao universo masculino e feminino. Nosso intuito final é que a pesquisa possa contribuir para orientar profissionais de educação na escolha de brinquedos e atividades ―recreativas‖ na educação infantil que combatam estereótipos de gênero que restringem vivências.

Palavras-Chaves:Brinquedo. Gênero. Semiótica Social.