AUTORAS

Flórence Rosana Faganello Gemente

Gabriela Cardoso Machado

Ana Paula Salles da Silva

Capítulo 1
Cenários da pandemia: motivações para o diálogo sobre a docência em Educação Física

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A pandemia e um cotidiano abruptamente diferente

O surto do novo coronavírus, denominado de SARS-COV-2 e causador da doença do Coronavírus-2019 ou Covid-19, foi declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 30 de janeiro de 2020, como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Naquele momento o vírus, que fora identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, uma província de Hubei na China, já havia se espalhado para 18 países, com 82 casos confirmados (OPAS/OMS, 2020).

Menos de dois meses depois, em 11 de março de 2020, a OMS) declarou a Covid-19 como uma pandemia (SCHMIDT et al., 2020), esta mudança indicava o reconhecimento de que existiam surtos em diferentes países. Cerca de duas semanas antes deste anúncio, era diagnosticado no Brasil o primeiro caso de Covid-19 na América Latina (D. L. F. LIMA, 2020) e, em meados de abril, já haviam sido identificados em nosso país cerca de 21 mil casos de Covid-19 e 1.200 mortes (WERNECK; CARVALHO, 2020), o que já explicitava a força de transmissibilidade do vírus SARS-COV-2 e suas altas taxas de letalidade, haja vista que em abril de 2021 o Brasil registrou mais de 4 mil mortes em um só dia (WATANEBE, 2021).

No início da pandemia muitos países utilizaram-se de medidas sanitárias para evitar a propagação do vírus, ainda que incorporadas com velocidade e intensidades distintas, as referidas medidas incluíam, inicialmente, cuidados preventivos como a higienização frequente das mãos, adoção do uso da etiqueta respiratória e de máscaras faciais e o isolamento dos casos identificados, sendo que estas medidas foram se intensificando com vistas a potencializar o distanciamento social, incluindo-se a indicação, por exemplo, do fechamento de comércios, escolas, universidades, centros religiosos e o cancelamento de voos, shows musicais, campeonatos esportivos, entre outros, mantendo-se aberto apenas serviços essenciais (AQUINO et al., 2020).

A emergência rápida nos surtos de Covid-19 em diferentes regiões no mundo e as adesões às medidas sanitárias mudaram de forma brusca o modo de organização do cotidiano da população mundial. No entanto, as diferentes situações culturais, sociais, econômicas e políticas, agravadas com a extensão das políticas neoliberais que precarizam os serviços públicos, geraram complexidades distintas no cotidiano das populações. Por exemplo, em uma pesquisa, realizada no Reino Unido no início da pandemia e logo após o governo anunciar a necessidade de reduzir contato com outras pessoas, observou-se aderência da população à recomendação, mas que o fator renda (entre outros, como a idade) seria uma das dificuldades para sua efetivação, ao que este estudo já indicava em março de 2020 a necessidade de políticas econômicas e sociais para dar condições mínimas a população de atender as indicações sanitárias (ATCHIMSON et al., 2020).

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Em relação ao Brasil, Werneck e Carvalho (2020, p. 1) já apontavam no editorial da Revista Cadernos de Saúde Pública que os desafios do Brasil poderiam ser ainda maiores do que os de outros países, já que na época do início da pandemia pouco se sabia “[...] sobre as características de transmissão da COVID-19 num contexto de grande desigualdade social, com populações vivendo em condições precárias de habitação e saneamento, sem acesso sistemático à água e em situação de aglomeração”, condições estas acrescidas de “[...] altas taxas de desemprego e cortes profundos nas políticas sociais” (WERNECK E CARVALHO, 2020, p. 3). De certo modo, já estava sendo anunciado desde o início que as pessoas que teriam menos condições de realizar o isolamento social seriam as mais vulneráveis ao contágio. Como apresentam Melo e Ramos (2021. p.739) “[...] os altos índices de vulnerabilidade social agravam a pandemia e aumentam o risco à contaminação quando comparados com grupos sociais que estão em áreas menos vulneráveis”. Um exemplo disso pode ser verificado no estudo realizado por Natividade et al. (2020) no qual foi observado que em Salvador (BA), os bairros com maior índice de pobreza são os que apresentam menor percentual do Índice de Isolamento Social (IIS). Além disso, o estudo apontou que o contexto de trabalho informal limita as condições de proteção ao trabalhador, com maior exposição a riscos e necessidade de manutenção da atividade informal como meio de sobrevivência.

Outro ponto que teve mais implicações sobre as comunidades mais vulneráveis foi o fechamento das escolas. Adotado em praticamente todos os países, ainda que por períodos diferentes, afetando, segundo Pujol (2020), por volta de 91% dos estudantes no mundo e que configura algo nunca visto antes. Sobre esta condição, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2020) ressalta que o impactos são mais severos em crianças cujas famílias são mais vulneráveis e marginalizadas socialmente, visto que exacerba as disparidades já existentes e aponta uma série de aspectos que afeta a vida dos estudantes em função do fechamento das escolas, dos quais destacamos alguns, como: a interrupção do aprendizado (limitando suas chances de buscar melhores oportunidades na vida); a falta de acesso à alimentação na escola (que, em alguns casos, inviabiliza o acesso a principal refeição nutricional do estudante); a angústia e despreparo docente (resultantes das incertezas sobre como manter o contato com os estudantes e a prática docente na modalidade de ensino remoto); pais não preparados para apoiar os filhos em situação de ensino remoto (não havendo mediação no aprendizado na modalidade de ensino remoto); o isolamento social (as crianças e jovens ficam afastadas do seu principal espaço de convivência social com seus pares); e o aumento da violência e exploração infantil (envolvendo recrutamento para milícias, exploração sexual e trabalho infantil). Acrescenta-se aos destaques feito pela Unesco o abismo digital existente entre as famílias de alta e de baixa renda, que implica na dificuldade de acesso e qualidade de acesso à internet e às tecnologias necessárias para a modalidade do Ensino Remoto Emergencial adotada no decorrer da pandemia no Brasil para a retomada e manutenção das atividades de ensino.

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No contexto da disparidade social e digital, a adoção do trabalho remoto (home office) por muito trabalhadores, como no caso da docência, e a demanda gerada pelo Ensino Remoto, implicaram num aumento no consumo de mobiliários e de eletrônicos. Segundo dados do site E-Commerce Brasil, que compara dados de fevereiro de 2021 com dados de fevereiro de 2020, pouco antes de o vírus chegar ao Brasil:

[...] as vendas online de cadeiras e escrivaninhas continuaram a aumentar 142% e 125%, respectivamente, enquanto a compra de laptops aumentou 666% e a de tablets aumentou 492%. No entanto, os dados mostram que as vendas de produtos eletrônicos e domésticos não giram apenas em torno do trabalho e da escola. Os videogames e os televisores também registraram aumento no número de vendas, de 412% e 248%, respectivamente, à medida que as pessoas buscam formas de se divertir em casa (E-COMMERCE BRASIL, 2021, s/p., grifos do site).

Esses dados demonstram ainda mais a desigualdade de oportunidades no contexto educacional e de lazer durante a pandemia, visto que muitas crianças e jovens não têm acesso sequer à internet ou a dispositivos eletrônicos, ficando à margem de alguns recursos que poderiam contribuir para amenizar os impactos negativos deste momento em suas vidas. Demandando políticas públicas específicas para esta população, seja no aspecto alimentar, no suporte profissional quanto a vulnerabilidade emocional e física, no acesso e qualidade de acesso às condições necessárias para o Ensino Remoto Emergencial, entre outros aspectos.

A necessidade de acesso a equipamentos eletrônicos e à internet e a falta de políticas públicas direcionadas à educação de qualidade, em especial as direcionadas para a adequação das atividades escolares para o Ensino Remoto Emergencial, intensificaram os níveis de desigualdade social e escancararam o sucateamento da educação brasileira. Souza et al (2021) identificaram fragilidades e precariedades no sistema público de ensino, no que diz respeito à elaboração de materiais pedagógicos e metodologias do ensino remoto, devido à necessidade de possuir recursos tecnológicos para acompanhamento das aulas.

No que se refere à educação entendemos também que a autonomia dos Estados e Municípios levou a diferentes decisões no que diz respeito às formas de acesso aos materiais pedagógicos (on-line e/ou off-line), aos conteúdos e as estratégias adotadas na retomada das aulas na lógica do Ensino Remoto Emergência, de modo que, ainda que a paralisação das aulas presenciais foi um consenso em meados de março de 2020 no Brasil, não é possível generalizar as ações educacionais realizadas no país durante a pandemia.

Quando o vírus chega a Goiânia/GO: cenários singulares

Os cenários que descrevemos a seguir revelam algumas das mudanças sentidas por nós com a chegada do vírus em nossa cidade, alguns recortes de nossas experiências vividas ao longo do primeiro semestre de 2020, que nos despertaram para a importância do diálogo com outros professores de Educação Física e do registro de suas distintas experiências, de forma a desvelar as dificuldades do trabalho docente em tempos de pandemia, bem como, a resiliência e a criatividade daqueles que acreditam na educação como forma de emancipação humana.

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Somos três mulheres brancas, professoras de Educação Física com vínculo de trabalho ativo, que tiveram a oportunidade de realizar suas pós-graduações em universidades públicas e, atualmente, encontramo-nos em situações econômicas estáveis. Neste sentido, reconhecemos que estamos em uma condição diferente de grande parte da população que se encontra em estado de vulnerabilidade cultural, social e econômica. Marcar quem somos é reconhecer os limites do nosso lugar de fala e assumir que nossas reflexões obviamente não são e nem têm a pretensão de ser generalizáveis.

Cenário 1: Mãe de família

Dia 12 de março de 2020 recebemos a notícia da escola das crianças que as aulas do dia seguinte estavam suspensas devido ao fato de uma integrante da equipe pedagógica ter sido diagnosticada com Covid-19. Era um dos três primeiros casos detectados na cidade. Com a notícia veio o medo, a preocupação, o vírus estava cada vez mais perto. A tristeza em ver as notícias de angústia e de sofrimento das pessoas que se contaminaram e de seus familiares era agora amplificada pela proximidade. Como estaria a pessoa que testou positivo e as demais da equipe pedagógica da escola? Como estariam seus familiares? De repente, outro medo também tomou conta: será que as nossas crianças tiveram contato com o vírus? O vírus que achávamos que ainda estava “longe”, já estava bem próximo, poderia estar em nossa casa! Passamos os próximos 15 dias preocupados e atentos para detectar possíveis sintomas da Covid-19 nas crianças e em nós, que para nosso alívio e felicidade não apresentamos.

No dia seguinte, fomos informados que a escola suspendeu suas atividades, a princípio, por uma semana, não havia protocolos claros a serem seguidos pela escola, as ações eram realizadas conforme chegavam novas informações. Ainda não tínhamos a dimensão do que estaria por vir. Iniciava-se então as medidas de isolamento e distanciamento social (físico) para conter a pandemia da Covid-19. A suspensão das atividades escolares das crianças, em seguida a suspensão das atividades presenciais na UFG e as notícias que chegavam até nós, pelos diferentes meios de comunicação, traziam também muitas dúvidas e insegurança. A nossa vida, o nosso cotidiano precisava ser reorganizado e os caminhos para isso foram sendo construídos aos poucos, cheios de medo e incertezas.

Para facilitar a comunicação com as famílias, a escola organizou grupos no WhatsApp para cada agrupamento. Trata-se de uma escola grande, que atende desde a Educação Infantil até o final do Ensino Fundamental. Por esse canal, fomos comunicados sobre o estado de saúde da funcionária e seus familiares, que felizmente tiveram sintomas leves, e que ninguém mais da equipe escolar apresentou sintomas. Passamos a receber informações sobre as medidas de desinfecção e cuidados com os espaços da escola e sobre a reorganização das atividades escolares. Como a suspensão das aulas presenciais continuaram, foi preciso iniciar as aulas de forma remota. Inicialmente, as professoras começaram a fazer videochamadas pelo WhatsApp, com pequenos grupos de alunos, de modo a manter o contato, uma vez que as crianças ainda estão na Educação Infantil. Posteriormente, as professoras passaram a enviar videoaulas e atividades para serem impressas e realizadas ao longo da semana.

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Após alguns dias do início das videoaulas recebi uma ligação inesperada de uma das professoras da escola das crianças, para conversar sobre os vídeos que estava encaminhando para as famílias. Como antes da pandemia conversávamos bastante sobre as metodologias de ensino, as atividades que eram propostas na escola e por saber que eu sou professora na Universidade Federal de Goiás (UFG) ela decidiu ligar. Ela e outras professoras da escola estavam recebendo várias críticas de pais sobre a qualidade dos vídeos e afirmavam que o tempo breve dos vídeos não condizia com o tempo de quatro horas que as crianças ficavam na escola.

A professora relatou as dificuldades para a adaptação ao novo formato de ensino, para a produção dos vídeos, que não tinha o costume de fazer e postar vídeos, que estava aprendendo no processo de tentativa e erro. Além dessas dificuldades, comentou sobre a baixa qualidade da internet de sua casa, que foi preciso investir, do próprio bolso, em mais recursos para melhorar a qualidade dos vídeos e da internet e que não tinha formação para o uso das tecnologias.

O seu relato confirma a falta de formação e formação continuada de professores direcionada às tecnologias e ao desenvolvimento da mídia-educação (FANTIN E RIVOLTELLA, 2012; GEMENTE, 2015), até mesmo na rede particular de ensino. Além da baixa qualidade de acesso e dos recursos tecnológicos que interferem diretamente no resultado do trabalho (BUCKINGHAM, 2012). Sem contar com a sobrecarga de trabalho - que estava apenas começando, as questões emocionais que acometeram a população brasileira (GOULARTE et al., 2021) e as possibilidades de agravamento pelo fato de ser mãe e professora (COSTA e TEIXEIRA, 2021; JASKIW e LOPES, 2021). Durante a conversa, a tentativa foi de tranquilizá-la, valorizar o esforço e trabalho que ela estava realizando, dar algumas dicas de uso das tecnologias e falar das diferenças entre o ensino remoto e o presencial. Como mãe e professora conseguia ter ideia do que a professora do meu filho estava passando naquele momento. A busca em atender às novas exigências do trabalho com excelência, fazer uso de recursos tecnológicos que não domina, receber críticas pelo trabalho realizado e, ao mesmo tempo, ter que dar conta das demandas domésticas e familiares que ampliaram nesse período. Sem contar com todos os sentimentos de medo e insegurança advindos com a pandemia da Covid-19.

A adaptação das crianças com as atividades remotas não foi fácil. Aliás, não aconteceu. Inicialmente passávamos os vídeos enviados pelas professoras na televisão, pelo fato da tela ser maior e para as crianças assistirem juntas. Logo em seguida, tentávamos fazer uma das atividades impressas, era uma ou duas atividades impressas por dia. A tentativa de realização das atividades juntos não deu certo. Organizamos em tempos diferentes, porém, percebemos que esse momento passou a ser estressante para as crianças e para nós, os pais. Após avaliar os pontos positivos e negativos, decidimos parar com a “obrigação” diária de realização das atividades escolares. Seria realmente necessário nos preocuparmos com os conteúdos escolares no atual momento? Não poderíamos desenvolver atividades lúdicas e educativas com as crianças e aproveitar melhor o tempo juntos? Assim, organizamos nosso tempo com as crianças com brincadeiras, música, dança, pintura, jardinagem, atividades manuais, esportivas, domésticas e, às vezes, fazíamos algumas das atividades propostas pela escola, mas sem aquele sentimento de obrigação se as crianças estavam ou não aprendendo sobre os conteúdos escolares. O fato das crianças estarem na Educação Infantil favoreceu esta reorganização de suas atividades escolares em casa.

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Importante ressaltar que não estamos desvalorizando o trabalho da equipe escolar e o conhecimento que as crianças constroem na escola. Passamos a avaliar a importância de adequarmos as atividades e aprendizados para o momento e nova rotina. Não podemos negar que havia dias de dúvida e insegurança sobre o caminho que estávamos percorrendo, mas a satisfação das crianças na realização das atividades e no maior tempo juntos nos mostravam que estávamos seguindo um bom caminho. Sempre consideramos importante a conversa com as crianças sobre o que estava acontecendo mundialmente, desde o momento que recebemos a notificação do caso positivo e a suspensão das aulas na escola. Como também sobre a importância de cuidar da higiene e saúde, o motivo de não sairmos de casa e todos os demais cuidados necessários para enfrentar a pandemia.

Não podemos deixar de registrar que ser professora de Educação Física, que os conhecimentos construídos desde a formação inicial e o exercício da profissão foram fundamentais para a reorganização e desenvolvimento das atividades no cotidiano das crianças. Entendemos que a Educação Física, Música e Artes, áreas de conhecimento pouco valorizadas na educação formal, são imprescindíveis para as nossas vidas, principalmente nesse período tão difícil. A experiência com grupos de mães do WhatsApp reforça a importância dessas áreas na rotina familiar, principalmente no contexto da pandemia, assim como apresentam Pedrosa e Dietz (2020). Além disso, é importante ressaltar que a forma como organizamos nosso cotidiano foi possível porque passamos a trabalhar em home office.

Para atender às novas necessidades familiares, sociais e educacionais que surgiram, várias adaptações foram necessárias. Nossa casa passou a ser trabalho, escola, universidade e sala de aula. As rotinas foram adaptadas, passei a ser mãe, dona de casa, professora e pesquisadora ao mesmo tempo e lugar. O sentimento de culpa por não atender, da forma que pensava ser a melhor, às necessidades das crianças, de ter que deixá-las “sozinhas” por algum tempo para tentar atender às demandas do trabalho ou da casa, se fez presente quase que cotidianamente. Assim também aconteceu em relação aos trabalhos da universidade que passaram a demorar mais tempo para serem realizados, devido às interrupções das crianças, a necessidade de estar com elas e de cuidar da casa. Contudo, estávamos juntos em casa e, diante do caos, vivenciamos bons momentos, os quais certamente não teríamos na rotina anterior à pandemia.

Figura 1. Home office e maternidade.

Fonte:Acervo pessoal

Cenário 2: Uma professora de contrato temporário

Numa realidade escolar distinta, escola periférica, quase rural, longe do centro de Goiânia, ministrei aulas presenciais até dia 13 de março de 2020, quando no dia 16 fomos convocadas na escola para avisar do período de isolamento, em que toda rede teve suas atividades docentes presencialmente paralisadas a partir dos primeiros casos em Goiânia, mas com a previsão de retorno às atividades a partir de 15 dias, o que não aconteceu.

Com incertezas em relação ao tempo de permanência do quadro de distanciamento social, que previa a manutenção do fechamento das escolas, a prefeitura municipal interrompeu o pagamento de salários de todos os servidores da educação com contratos temporários com o município, mantendo apenas os servidores efetivos na folha no contexto do ensino remoto. As minhas turmas acredito que foram “atendidas” pela coordenadora, já que todos os professores e servidores temporários (em sua maioria mulheres, professoras e mães, chefes de famílias que atuavam com serviços gerais de limpeza e merenda nas escolas) ficaram com seus contratos em aberto.

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Depois de dois meses sem salário é que a prefeitura volta a pagar os servidores contratados com carga horária reduzida, recebendo metade do salário para trabalhar 15 horas semanais. Retornando após 2 meses, começo a conviver com o ensino remoto e a lógica do envio de atividades impressas a distância aos estudantes mais carentes, que não possuíam nenhum acesso à tecnologia. Dados do site da prefeitura de Goiânia revelam que cerca de 85% dos estudantes possuem algum tipo de acesso à internet em casa, seja por banda larga ou crédito de celular pré-pago (SME/GO, 2020), porém, no cotidiano que nos é mais próximo sabemos que a realidade de muitas famílias é possuir apenas um aparelho celular que possibilita esse acesso, seja do pai ou da mãe, que na maioria das vezes tem que ser dividido entre as crianças em idade escolar, ou seja, em alguns casos era um aparelho para 3 ou 4 crianças acessarem, o que se tornava inviável pensando no consumo de dados exigidos pela plataforma, além dos anexos com vídeos e imagens, o que acabava por limitar o acesso, e então os estudantes contabilizados como “tendo acesso” passavam a receber também atividades impressas por falta de qualidade e limitações de acesso. Diante desse cenário, é possível verificar a exclusão digital que se torna ainda mais evidente nesse período. Vale ressaltar que além do acesso é preciso se ter qualidade de acesso para que possamos pensar em inclusão digital, como destacam Buckingham (2012) e Fantin e Rivoltella (2012).

A questão do acesso on-line não era o único problema. Realidades individuais moveram o coletivo da escola, uma vez que seus servidores sabiam da vulnerabilidade de algumas famílias. Esforço que movimentou contribuições também de servidores, além do que já era destinado com o auxílio advindo dos recursos da merenda escolar àqueles que precisam, mais do que tudo, de alimento. Fato que sempre moveu a própria diretora da escola, falecida em outubro de 2020 vítima da Covid-19.

Após cinco meses de ensino remoto, a prefeitura inaugura a plataforma “Ambiente Virtual de Aprendizagem Híbrido” (Avah), que foi lançada dia 18 de agosto de 2020, a qual tivemos menos de 10 dias para nos ambientar (com curso de formação curto e aligeirado), o que postergou o acesso dos estudantes praticamente para setembro, e precisou de muitos ajustes, que só foram sendo feitos no decorrer do final do semestre, se tornando alvo de reclamação dos professores e familiares dos estudantes, pois frequentemente a plataforma passava mais de 3 horas fora do ar. Além da plataforma própria, que não teve muito sucesso, a prefeitura disponibilizou o site “Conexão Escola”, que reunia aulas para serem acessadas pelos educandos a qualquer momento, como, também, os conteúdos ministrados via televisão pelos canais TV UFG e, posteriormente, pelo canal TV Sagres.

Por fim, terminamos o ano de 2020 fazendo tudo o que podíamos e ainda passando por troca de gestão municipal, tentando atender às exigências da Secretaria Municipal de Educação que, a cada momento, pedia uma nova tabela ou ficha burocrática para que fosse preenchida pelas professoras, o que não contribuía em nada e só desgastava ainda mais o trabalho das mesmas, e apenas justificava ou enaltecia numericamente a atuação da prefeitura, que na época promoveu até cerimônia solene presencial de entrega de novo uniforme, “doando” 3 camisetas para cada um dos 107 mil alunos matriculados na rede.

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Figura 2. Arraiá online

Fonte:Acervo pessoal

Estes dois cenários revelam, a partir do olhar de uma mãe de filhos em escola privada e de uma docente de escola pública, contextos escolares muito distintos. Enquanto a escola privada rapidamente se adaptou para manter-se no mercado, buscando melhor atender à clientela estudantil, a escola pública em questão foi sucateada pelos cortes públicos, prejudicando significativamente aquela população que já é socialmente menos favorecida, ao precarizar as já então problemáticas atividades de Ensino Remoto Emergencial.

Cenário 3: Desenvolvimento do trabalho remoto na Universidade

No dia 16 de março de 2020, a Universidade Federal de Goiás (UFG) iniciou a suspensão das atividades presenciais e começou a organização dos trabalhos de forma remota. Foram suspensas as atividades de ensino de graduação, de pós-graduação e os projetos de extensão comunitários por um período que na época acreditava-se que seria curto, apenas o suficiente para conter o vírus, ainda havia alguma inocência sobre o futuro. Com o passar do tempo, a necessidade de permanecer em distanciamento físico continuava e já se estendia pelos meses que vinham.

Desde o início do isolamento social, as atividades administrativas e de pesquisa não pararam na UFG, passando por processos rápidos de adaptação, de modo que não houve período sem trabalho. Este é um dado que fazemos questão de registrar, pois, ainda que tenhamos ficado sem aulas na graduação e na pós-graduação até agosto de 2020, em virtude das discussões que envolviam o acesso e qualidade de acesso ao Ensino Remoto Emergencial, sempre houve trabalho e, por vezes, intensificado, em alguns casos, pela demanda do exercido on-line. Citamos a título ilustrativo algumas das atividades que desenvolvemos de modo on-line neste período e que foram realizadas por vezes individualmente ou em parceria com outros colegas, quais sejam: elaboração e desenvolvimento de novos projetos de pesquisa; participação em editoria de seção de revista científica; produção de pareceres para revistas científicas; participação em Comissão de Revalidação de Diploma; orientação no desenvolvimento de pesquisas de estudantes de graduação e de pós-graduação; orientação de monitores de projetos de extensão, reuniões administrativas e de estudo do ConnectLab; participação em reuniões da unidade acadêmica; reuniões da pós-graduação; redação de artigos para submissão em periódicos científicos; participação em palestras on-line – lives; participação como ouvinte e mediadora em eventos científicos; retomada dos projetos de extensão, etc. Das atividades citadas, detalhamos abaixo as ações de extensão que estão relacionadas à prática docente na modalidade do ensino remoto.

Antes da pandemia estávamos oferecendo três projetos relacionados ao atletismo, sendo eles: “Iniciação ao Atletismo” para crianças e adolescentes, “Corrida e Caminhada Orientada” e “Treinamento em Atletismo” direcionados para jovens e adultos. Com a pandemia, as atividades de extensão ficaram suspensas por, aproximadamente, 20 dias.

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Os projetos de atletismo retornaram de forma remota em meados de abril. Todas as atividades que eram presenciais e práticas passaram a ser via internet. Neste cenário, tivemos que nos adaptar, juntamente com os estudantes, à modalidade on-line, nos aproximando remotamente para a manutenção dos vínculos de trabalho e estudo. Passamos a realizar as reuniões entre coordenação e monitores pelo Google Meet, organizamos grupos no WhatsApp, para facilitar a comunicação entre participantes e monitores dos projetos. Estudamos possibilidades de oferecer atividades on-line de qualidade, direcionadas aos objetivos dos projetos. Muitos desafios estavam à nossa frente, tais como, a falta de equipamentos, acesso limitado à internet, falta de experiência e conhecimento sobre os recursos tecnológicos, organização e produção de aulas e materiais para a realização das aulas de forma remota. Foi preciso reorganizar atividades direcionadas às provas do atletismo e caminhada de modo remoto, para treinamentos que pudessem ser realizados em casa e contribuíssem para a manutenção da qualidade de vida dos participantes.

Não tínhamos um caminho certo a seguir, como todas as atividades desenvolvidas durante a pandemia. Iniciamos uma nova experiência, tentando, errando, acertando e aprendendo. Os monitores, alunos do curso de graduação, com os poucos recursos que tinham, foram em busca de novos conhecimentos, aprenderam a editar e publicar vídeos e, a fazer lives e aulas pelo Google Meet, para oferecer um momento síncrono com os alunos. Mesmo diante das dificuldades entendemos que essa experiência possibilitou novos aprendizados para todos os envolvidos, os quais poderão contribuir para o desenvolvimento de diferentes atividades, seja por meio das tecnologias ou presenciais.

Buscamos oportunizar diferentes formas de comunicação e acesso aos treinos, porém a quantidade de participantes foi diminuindo conforme foi se estendendo o período da pandemia. Iniciamos os projetos com cerca de 100 inscritos no total (incluindo os três projetos), mas, infelizmente, não conseguimos alcançar todos os alunos, não sabemos os motivos que os levaram à desistência. Nas lives, a participação era em torno de 20 alunos e nas aulas via Google Meet, para a iniciação, a participação era de 7 alunos. Contudo, consideramos importante ressaltar que, como os treinos e lives estão postados no canal do Youtube: Atletismo UFG, é possível verificar que alguns vídeos estão tendo um aumento no número de visualizações. Nesse sentido, entendemos que de alguma forma estamos contribuindo para o conhecimento, possível prática e qualidade de vida de mais pessoas pelas atividades e treinos disponíveis no canal.

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Neste texto não tratamos especificamente do cenário referente às nossas experiências nas aulas da graduação, visto que ocorreram quase que simultaneamente ao início do Ensino Remoto Emergencial na UFG, e a finalidade deste texto é apresentar as razões que nos levaram à organização do Ciclo de Lives e desse E-book que serão abordados abaixo. Contudo, consideramos importante destacar que, embora sejamos pesquisadoras na área de mídia e tecnologias e já termos tido a experiência de atuar como docentes do curso de Educação Física na modalidade a distância, oferecidos pela Faculdade de Educação Física e Dança, entre os anos de 2009 a 2015, em relação ao ensino remoto não tínhamos experiência alguma. Nos sentimos, por vezes, angustiadas e inseguras durante a prática docente e destacamos que o diálogo realizado com outros docentes de Educação Física durante o Ciclo de Lives e a nossa experiência prévia com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) contribuíram para o planejamento e execução de nossas ações no ensino remoto. Além disso, entendemos que o exercício da escuta sensível e de uma postura flexível às demandas dos estudantes acerca das atividades das disciplinas ministradas foram importantes para o desenvolvimento do trabalho proposto. No entanto, reconhecemos que há limites no processo da construção do conhecimento que envolvem o Ensino Remoto Emergencial.

Registros e reflexões acerca da docência em Educação Física na pandemia: organização do Ciclo de Lives e do Ebook

Em 2019, tem início as atividades do Grupo de Estudos e Pesquisas em Conexões entre Práticas Corporais, Tecnologias e Inclusão - ConnectLab, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e que desenvolve suas ações na Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás. Os sentidos da palavra Connect, conectar na língua portuguesa, se referem à noção de fazer uma conexão, que pode ser entre pessoas, entre dispositivos, entre áreas e entre saberes. Trata-se de agregar, ligar ou relacionar. Sendo sobre o pilar dos sentidos atribuídos à palavra Connect que tem origem o ConnectLab e que tem por finalidade agregar e relacionar saberes transversais na Educação Física.

As temáticas relativas às tecnologias e à inclusão de minorias na Educação Física aparecem como temas transversais importantes na intervenção e na pesquisa com as práticas corporais. E sendo recentes os estudos e intervenções que tenham como finalidade promover uma conexão entre esses dois temas, existe ainda uma série de lacunas a serem investigadas. Essa demanda pela interrelação entre esses saberes transversais na Educação Física justifica-se, em especial, para problematizar a emergência de novos processos de exclusão social, seja de grupos já socialmente marginalizados ou não, em virtude do crescimento de uma cultura organizada a partir das TDICs – a cibercultura.

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Considerando o panorama global, os cenários singulares acima descritos e a proposta de estabelecer conexões entre temas transversais do ConnecLab, não foi possível ignorar a necessidade de diálogo com docentes no campo da Educação Física, considerando que adoção do Ensino Remoto Emergencial envolvia as TDICs e a discussão sobre acesso e qualidade de acesso, provocando entre outras coisas a reflexão sobre a inclusão digital no contexto da pandemia. Assim, pensamos em oportunizar a realização desses diálogos com professores de Educação Física, que atuam no campo da Educação, para ouvir e refletir sobre as demandas que a condição social vigente impõe ao campo de intervenção e identificar as possibilidades de ações que os docentes têm encontrado neste cenário tão adverso, o que deu origem ao Ciclo de Lives, como um espaço de escuta sensível a partir do diálogo fraterno com docentes convidados e com os participantes presentes ao evento.

Neste momento dialogamos com quatros professores de diferentes Estados (Florianópolis/SC, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS e Palmas/TO), os convites foram realizados considerando os diferentes contextos, mas, também, a experiência pregressa dos docentes. Sendo abordados no Ciclo de Lives temas como: Ensino Remoto x Educação a Distância; Inclusão; Docência na Educação Física Escolar e Formação para as TDICs.

Avaliamos que o Ciclo de Lives foi um momento importante de troca de experiências entre aqueles que estavam presentes, mas, principalmente, consideramos uma fonte rica de informações e problematizações acerca do momento singular que estávamos/estamos vivenciando com a pandemia.

A partir do Ciclo de Lives, ficou ainda mais evidente a importância da escuta de docentes como memória acerca da docência em Educação Física no Brasil no período da pandemia da Covid-19, uma vez que essa estratégia permite revelar problemas enfrentados no cotidiano do Ensino Remoto, como também socializar as boas práticas que foram construídas durante esse período e que servem de referências para outros cenários, pandêmicos ou não.

Nesse sentido, surgiu a ideia de organização do Ebook “Docências em Educação Física em Tempos de Pandemia: Registros e Reflexões”, na intenção de ampliar o movimento realizado com o Ciclo de Lives, ao revisitar o diálogo com os docentes durantes as Lives e ao convidar outros docentes de outras regiões para compartilhar suas experiências. Fundamentadas em Paulo Freire (1987; 1997), entendemos que ao fomentar o registro dessas experiências e dos conhecimentos construídos durante esse período estamos provocando a possibilidade de reflexões, o desenvolvimento de novas ações e a construção de novos conhecimentos.

Registros e reflexões acerca da docência em Educação Física na pandemia: organização do Ciclo de Lives e do Ebook

Em 2019, tem início as atividades do Grupo de Estudos e Pesquisas em Conexões entre Práticas Corporais, Tecnologias e Inclusão - ConnectLab, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e que desenvolve suas ações na Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás. Os sentidos da palavra Connect, conectar na língua portuguesa, se referem à noção de fazer uma conexão, que pode ser entre pessoas, entre dispositivos, entre áreas e entre saberes. Trata-se de agregar, ligar ou relacionar. Sendo sobre o pilar dos sentidos atribuídos à palavra Connect que tem origem o ConnectLab e que tem por finalidade agregar e relacionar saberes transversais na Educação Física.

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As temáticas relativas às tecnologias e à inclusão de minorias na Educação Física aparecem como temas transversais importantes na intervenção e na pesquisa com as práticas corporais. E sendo recentes os estudos e intervenções que tenham como finalidade promover uma conexão entre esses dois temas, existe ainda uma série de lacunas a serem investigadas. Essa demanda pela interrelação entre esses saberes transversais na Educação Física justifica-se, em especial, para problematizar a emergência de novos processos de exclusão social, seja de grupos já socialmente marginalizados ou não, em virtude do crescimento de uma cultura organizada a partir das TDICs – a cibercultura.

Considerando o panorama global, os cenários singulares acima descritos e a proposta de estabelecer conexões entre temas transversais do ConnecLab, não foi possível ignorar a necessidade de diálogo com docentes no campo da Educação Física, considerando que adoção do Ensino Remoto Emergencial envolvia as TDICs e a discussão sobre acesso e qualidade de acesso, provocando entre outras coisas a reflexão sobre a inclusão digital no contexto da pandemia. Assim, pensamos em oportunizar a realização desses diálogos com professores de Educação Física, que atuam no campo da Educação, para ouvir e refletir sobre as demandas que a condição social vigente impõe ao campo de intervenção e identificar as possibilidades de ações que os docentes têm encontrado neste cenário tão adverso, o que deu origem ao Ciclo de Lives, como um espaço de escuta sensível a partir do diálogo fraterno com docentes convidados e com os participantes presentes ao evento.

Neste momento dialogamos com quatros professores de diferentes Estados (Florianópolis/SC, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS e Palmas/TO), os convites foram realizados considerando os diferentes contextos, mas, também, a experiência pregressa dos docentes. Sendo abordados no Ciclo de Lives temas como: Ensino Remoto x Educação a Distância; Inclusão; Docência na Educação Física Escolar e Formação para as TDICs.

Avaliamos que o Ciclo de Lives foi um momento importante de troca de experiências entre aqueles que estavam presentes, mas, principalmente, consideramos uma fonte rica de informações e problematizações acerca do momento singular que estávamos/estamos vivenciando com a pandemia.

A partir do Ciclo de Lives, ficou ainda mais evidente a importância da escuta de docentes como memória acerca da docência em Educação Física no Brasil no período da pandemia da Covid-19, uma vez que essa estratégia permite revelar problemas enfrentados no cotidiano do Ensino Remoto, como também socializar as boas práticas que foram construídas durante esse período e que servem de referências para outros cenários, pandêmicos ou não.

Nesse sentido, surgiu a ideia de organização do Ebook “Docências em Educação Física em Tempos de Pandemia: Registros e Reflexões”, na intenção de ampliar o movimento realizado com o Ciclo de Lives, ao revisitar o diálogo com os docentes durantes as Lives e ao convidar outros docentes de outras regiões para compartilhar suas experiências. Fundamentadas em Paulo Freire (1987; 1997), entendemos que ao fomentar o registro dessas experiências e dos conhecimentos construídos durante esse período estamos provocando a possibilidade de reflexões, o desenvolvimento de novas ações e a construção de novos conhecimentos.

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Referências

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Notas

1. Doutora em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Universidade Estadual Paulista. Professora Adjunta da Universidade Federal de Goiás. Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação Física em Rede Nacional/ProEF – FEFD. Líder do Grupo de Pesquisa Conexões entre Práticas Corporais, Tecnologias e Inclusão/ConnectLab (UFG).

2. Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná. Professora da rede municipal de ensino da prefeitura de Senador Canedo – GO. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Física/PPGEF-UnB. Integrante ConnectLab (UFG) e do Grupo de Pesquisa e Formação Sociocrítica em Educação Física, Esporte e Lazer/Avante (UnB).

3. Doutora em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora Associada da Universidade Federal de Goiás. Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação Física em Rede Nacional/ProEF – FEFD e no Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica/PPGEEB – Cepae. Líder do Grupo de Pesquisa Conexões entre Práticas Corporais, Tecnologias e Inclusão/ConnectLab (UFG).