20 ∙ Peritonite no Paciente em Diálise Peritoneal

Sumário

20 ∙ Peritonite no Paciente em Diálise Peritoneal

  • Maysa Campos Mota de Oliveira

63 Veja o anexo desse capítulo

SINAIS E SINTOMAS

  • Dor abdominal
  • Náuseas e vômitos
  • Febre
  • Calafrios
  • Constipação intestinal ou diarreia
  • Líquido peritoneal turvo
  • Dor à palpação do abdome
  • Dor à descompressão brusca do abdome
  • Leucocitose no sangue

Modificado de : Manual de Diálise, Daugirdas JT, 2016.

PRINCIPAIS MICROORGANISMOS ISOLADOS NA PERITONITE

  • Microorganismos GRAM-positivos:
    • S.aureus
    • Espécies de estafilococos coagulase-negativas
  • Microorganismos GRAM-negativos:
    • Pseudomonas sp.
    • E.coli
  • Fungos
  • Micobactérias
  • Polimicrobiano

Modificado de : Manual de Diálise, Daugirdas JT, 2016.

DIAGNÓSTICO DA PERITONITE BACTERIANA

  • Pelo menos 2 dos seguintes:
    1. Características clínicas consistente com peritonite (dor abdominal e / ou líquido peritoneal turvo);
    2. Leucócitos do líquido peritoneal >100 / µL (líquido peritoneal na cavidade por 2 horas), com > 50% de polimorfonucleares;
    3. Cultura do líquido peritoneal positiva.
  • Presume-se que tenha peritonite e seja iniciado tratamento até diagnóstico seja confirmado ou excluído.
  • Deve -se solicitar coloração com GRAM e cultura sempre que houver suspeita de peritonite.

MANEJO DA PERITONITE BACTERIANA

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EVOLUÇÃO

  • Em 48 horas do início da terapia a maioria dos pacientes apresentam melhora clínica;
  • O líquido peritoneal deve ser inspecionado regularmente (observar clareamento);
  • Caso não haja melhora após 48 horas do início da terapia, deve-se realizar nova coleta de líquido peritoneal.

NOTA

Peritonite refratária:

  • Falha de clareamento do líquido peritoneal após 5 dias de antibiótico apropriado;
  • Indica-se a remoção do cateter nos casos de peritonite refratária ou antes caso haja deterioração clínica (preservar peritônio para reduzir morbimortalidade);
  • Tentativas prolongadas de tratamento da peritonite refratária sem retirada do cateter podem culminar em internações repetidas/ dano à membrana peritoneal, aumentando assim o risco de peritonite fúngica e consequentemente aumento da mortalidade.

Peritonite fúngica:

  • Retirar o cateter;
  • Tratamento com antifúngico por até 2 semanas após remoção do cateter;
  • A terapia inicial é combinação de anfotericina B e flucitosina;
  • A Anfotericina IP causa peritonite e dor e a EV possui baixa biodisponibilidade peritoneal;
  • A flucitosina não está amplamente disponível (monitorização regular da concentração sérica para evitar a toxicidade MO);
  • Outros agentes: fluconazol, caspofungina, micafungina, posaconazol e voriconazol.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

  1. Li PK, et al. SPD Peritonitis Recommendations: 2016 Update on prevention and treatment. Perit Dial Int, vol. 36,n5, pp. 481–508, 2016.
  2. Stezo C, Li PKT, Leehey DJ. Peritonite e Infecção no sítio de saída. In:Daugirdas JT, Blake PG, Ing TS. Manual de Diálise. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2019. Cap.27, pag.394-409.