O QUE É?
Modalidade de terapia renal substitutiva cujo objetivos são a ultrafiltração do sangue e a depuração de moléculas grandes e pequenas.
QUANDO DEVO INDICAR?
Deve ser considerada quando:
Taxa de filtração glomerular estimada = 9- 14 mL /min /1,73 m²
- Sintomas ou sinais de uremia;
- Sobrecarga hídrica ou desnutrição, hipertensão (por hipervolemia);
- Hipercalemia;
- Hiperfosfatemia;
- Acidose metabólica;
- Alterações neurológicas consequentes da uremia
É Recomendado quando:
Taxa de filtração glomerular estimada = 8 mL /min /1,73 m²
QUAIS SÃO AS CONTRAINDICAÇÕES?
ABSOLUTAS | RELATIVAS |
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COMO PRESCREVER?
Tipo de fluido e o tempo de permanência são determinados individualmente
Volume de infusão:
< 2 anos baseia-se mais na tolerância do que no volume de troca dialítica ideal.
-Aproximadamente 600- 800 mL/ m², podendo ser aumentado gradualmente para alcançar uma troca eficiente.
≥ 2 anos aproximadamente 1000 a 1200 ml/m².
Usar a menor concentração de glicose e o menor número de ciclos possíveis para atingir a ultrafiltração adequada.
Como iniciar a primeira DP?
1°- Inserção de cateter de Tenckhoff
- Idealmente início da DP após um período de 1 a 2 semanas após, exceto em situações de urgência.
2°- Volume de infusão
- Iniciar com volumes reduzidos (cerca de 10ml/kg) para avaliar a funcionalidade do cateter, não gerando pressão sobre a ferida;
- Aumento do volume de acordo com a tolerância do paciente;
- < 1 ano de idade : volume de infusão de 600-900ml/m² de superfície corpórea (SC);
- Crianças maiores: volume de infusão de 1000- 1400ml/m² de SC;
3°- Tempo de permanência:
- < 1 ano de idade : tempo de permanência curto (30-40 minutos);
- Crianças maiores: tempo de permanência mais prolongados (> 40 minutos);
4°- Número de trocas (ciclos):
- < 1 ano de idade : trocas mais frequentes ( 12-16) , com duração da diálise de 10-16 horas.
- Crianças maiores: 4 a 6 ciclos /noite com tempo de ciclagem de 8-10 horas.
QUAIS OS TIPOS DE DP?
Diálise peritoneal automatizada (DPA)
- Forma mais comumente usada em pediatria;
- Permite que a criança fique livre de diálise durante o dia;
- Regime padrão é de 10 horas de DPA em crianças maiores e 12 horas em lactentes.
CCPD
- -Cavidade preenchida durante o dia.
Dialise peritoneal cíclica otimizada
- Uma ou mais trocas diurnas;
- Útil para pacientes que necessitam de depuração de pequenos solutos ou anúricos.
DP Tidal
- Drenagem parcial e preenchimento durante os ciclos noturnos;
- Útil para pacientes com dor no final da drenagem.
Diálise peritoneal ambulatorial contínua
- Dialisado está constantemente presente no abdome e várias trocas (normalmente quatro) são realizadas durante o dia, permitindo que o fluído permaneça maior tempo dentro do abdome
COMO AVALIAR O CONTROLE DA EFICIÊNCIA DA DIÁLISE?
- Reavaliação mensal dos sinais clínicos.
- Avaliação do clearance de solutos peritoneal no 1° mês de diálise e após cada episódio de peritonite.
- Avaliar função renal residual (FRR) definido pelo KT/V de ureia >0.1 /semana.
- Os pacientes que atingem uma taxa de ultrafiltração diária < 750ml/1,73m² devem ser monitorados de perto e deve-se considerar um troca na modalidade de diálise.
PACIENTES COM FRR
- Definido pelo Kt/V ureia urinária deve ser > 0.1/semana;
- Kt/V ureia total (peritoneal e renal) deve ser de pelo menos 1.8/semana;
- Avaliação do clearance total de solutos no primeiro 1° e a cada 6 meses;
- Avaliação do filtração residual no primeiro 1° e a cada 3 meses.
PACIENTES SEM FRR
- Definido KT/V de ureia urinária menor que 0.1/semana;
- Kt/V ureia peritoneal deve ser de ao menos 1.8/semana;
- Avaliação do clearance total de solutos no primeiro mês e a cada 6 meses.
TESTE DE EQUILÍBRIO PERITONEAL
- O teste diz ao clínico quão rapidamente ou lentamente os solutos se movem pelo peritônio, o que orienta a prescrição de diálise.
- Mede dois aspectos da função da membrana, isto é, transporte de soluto de baixo peso molecular e capacidade de ultrafiltração. O primeiro é expresso como o dialisado, isto é, a relação dialisato-plasma da creatinina às 4 horas (D / P creatinina).
Transportadores elevados (creatinina D / P > + 1 desvio padrão [DP] da média)
- O equilíbrio da ureia e creatinina é atingido mais rapidamente, mas perdem rapidamente o gradiente osmótico para a ultrafiltração;
- São mais adequados para frequentes períodos de curta duração (ou DPA).
Transportadores baixos (creatinina D / P < 1 SD da média)
- O equilíbrio da ureia e creatinina é mais lento e menos completo, mas com boa ultrafiltração;
- Se beneficiam de longos períodos de alto volume (DP ambulatorial contínua).
Transportadores de média/alta e transportadores de baixa/média (creatinina D / P +1 SD para –1 DP em torno da média)
- Estes pacientes estão entre os dois grupos acima clinicamente.
De acordo com os resultados dos testes os pacientes são categorizados em:
QUAL O VALOR NORMAL DA PRESSÃO INTRAPERITONEAL?
Valores adequados de PIA : 12 a 15 mmHg
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- National Institute for Health and Care Excellence. Peritoneal dialysis in the treatment of stage 5 chronic kidney disease. Jul 2011. NICE clinical guideline 125. Available from: http://www.nice.org.uk/guidance/cg125/resources/cg125-peritoneal-dialysis-full-guideline3. Accessed May 25, 2015.
- North American Pediatric Renal Trials and Collaborative Studies. 2011 Annual Dialysis Report. 5-1 to 5-7.
- Hamilton AJ, Pruthia R, Maxwell H, et al. UK Renal Registry 17th Annual Report: Chapter 9. Clinical, haematological and biochemi¬cal parameters in patients receiving renal replacement therapy in paediatric centres in the UK in 2013: national and centre-specific analyses.
- Forbes TA, Lunn AJ. Montelukast: a novel therapeutic option in eosinophilic peritonitis. Pediatr Nephrol. 2014;29:1279–1282.
- FRASER, N.; HUSSAIN, F. CONNELL, R.; SHENOY, M.U. International Journal of Nephrology and renovascular disease 2015:8, 125-137.
- Riella,MC. Princípios de nefrologia e distúrbios hidreletrolíticos – 6.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.