ETIOLOGIA
- Desordens metabólicas (hipercalciúria, hipocitratúria, hiperuricosúria, hiperoxalúria, cistinúria, hipofosfaturia idiopática, ATR, obesidade e síndrome metabólica);
- Desordens dietéticas
- Infecção do trato urinário (ITU)
- Alterações anatômicas e/ou urodinâmicas
- Fatores ambientais (clima quente, árido)
- Medicamentos (p. ex.: sulfadiazina, ceftriaxone, furosemida, corticoesteroides, vitamina D, topiromato, triantereno)
QUADRO CLÍNICO-FORMA AGUDA
Sinais e sintomas variáveis:
- dores inespecíficas (dor abdominal, pélvica, suprapúbica, flanco)
- sinais e sintomas de ITU (disúria, urgência e/ou retenção ou incontinência urinária)
- irritabilidade
- febre
- náuseas e/ou vômitos
- mal estar
- anorexia
- enurese
- hematúria macro ou microscópica (presente em 90% das crianças)
- Dor intensa em flanco que irradia para virilha e face interna da coxa (incomum em crianças pequenas).
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Anamnese completa (história alimentar e antecedentes familiares).
Exames laboratoriais:
- EAS (hematúria macro ou microscópica reforça a hipótese). Se suspeita de ITU deve-se tratar (fator de pior prognóstico).Proteinúria discreta e cristalúria podem estar presentes;
- Urocultura;
- Hemograma;
- Investigação metabólica (ver capítulo “X”: Distúrbios Metabólicos)
- Séricos: creatinina, cálcio, ácido úrico, oxalato, magnésio, sódio, cloro, potássio,gasometria venosa;
- Amostra isolada de urina: pesquisa de dimorfismo eritrocitário;
- Eletrólitos urinários em urina de 24 horas ou amostra isolada de urina (crianças sem controle esfincteriano): creatinina, cálcio, ácido úrico, citrato, fosfato, oxalato, magnésio,sódio, cistina qualitativa.
Exames de imagem:
- Rx simples de abdome;
- Ultrassonografia de rins e vias urinárias;
- TC helicoidalnão contrastada (padrão ouro)- diagnostica litíase, identifica obstrução, diferencia cálculos de coágulos ou tumores.
TRATAMENTO DA CÓLICA NEFRÉTICA AGUDA
ANALGESIA
MEDICAÇÃO | DOSE | APRESENTAÇÃO |
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Ibuprofeno |
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Diclofenaco de sódio | 1 a 3 mg/kg de 8/8 horas. |
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N-butilbrometo de escopolamina (Hioscina, Buscopan) |
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Buscopan composto® |
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Miperedina (Dolantina ®) |
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-Ampolas de 100mg/2ml |
Morfina |
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Antieméticos
MEDICAÇÃO | DOSE | APRESENTAÇÃO |
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Dimenidrato (Dramin®) | 1 a 5 mg/kg a cada 6 horas (máximo: 300 mg/kg/dia) |
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Dramin B6® |
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Ondansetrona | 0,1 a 0,15 mg/kg/dose de 8/8 horas |
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CUIDADOS GERAIS
- Hidratação deve ser otimizada somente após comprovação de que o cálculo nãoestá impactado e que pode migrar.
- Se cálculo migrando avaliação com EAS e urocultura semenalmente e USG de rins e vias urinárias a cada 15 dias.
- Espera-se por semanas a descida do calcula. Caso isso não ocorra, deve-se solicitar avaliação do urologista.
- ATENÇÃO! A Pielonefrite obstrutiva é uma emergência urológica!
TRATAMENTO DA UROLITÍASE ASSINTOMÁTICA
HIDRATAÇÃO
Oferta hídrica 30 a 40ml/kg/dia até 2 litros.
DIETA
- Ingesta normal de cálcio e proteínas;
- Restrição de sódio (2-2,5 g/dia);
- Suplementação de potássio (3 -3,5 g/dia) com frutas e vegetais;
- Evitar uso de alimentos enlatados e industrializados.
Atividade física regular
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
LITOTRIPSIA EXTRA-CORPÓREA POR ONDAS DE CHOQUE (LECO)
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Indicações
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Contra indicações
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Complicações
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NEFROLITOTOMIA PERCUTÂNEA (NLP)
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Indicações
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Contra indicações
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Complicações
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URETERORRENOSCOPIA
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Tipos de instrumentais
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Indicações
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Contra indicações
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Complicações
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ABORDAGEM ABERTA E LAPAROSCOPICA
- Utilizada como última possibilidade terapêutica.
- Técnicas que apresentam maior morbidade
Indicações
- Crianças pequenas (exemplo: recém-nascidos), com pedras grandes e complexas
- Sistema urinário obstruído congenitamente que exigem correção cirúrgica
- Deformidades ortopédicas que limitam o posicionamento para procedimentos endoscópicos
- Cálculos vesicais volumosos.
Complicações
- Lesão vascular, sangramento
- Lesão de órgão adjacente
- Infecção de sítio operatório
- Fístula urinária
TEMPO DE PERMANÊNCIA DO DUPLO J E PROFILAXIA DE INFECÇÃO DO DUPLO J:
- Nenhum guideline faz recomendação ao uso obrigatório ao cateter DJ após procedimento sendo este uma decisão médica.
- Forte recomendação em paciente rim único que irá submeter a procedimento cirúrgico nesta unidade renal.
- Derivação urinária em situação de obstrução urinária aguda (cálculo) e/ou ITU superior (piúria).
- Não se faz necessário uso de antibioticoprofilaxia devido ao uso de cateter.
- Período de permanecia do cateter variável (3 a 9 meses) porém quanto maior o tempo de permanência, maior risco de contaminação e formação de cálculo por corpo estranho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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- Aksoy, Y., et al. Extracorporeal shock wave lithotripsy in children: experience using a mpl-9000 lithotriptor. World J Urol, 2004. 22: 115.
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- Penido MGMG. Urolitíase Pediátrica. In: Nefrologia pediátrica: manual prática São Paulo: Livraria Balieiro,2015, p119-126.
- Raza, A., et al. Pediatric urolithiasis: 15 years of local experience with minimally invasive endourological management of pediatric calculi. J Urol, 2005. 174: 682.
- Srivastava, A., et al. Laparoscopic Ureterolithotomy in Children: With and Without Stent - Initial Tertiary Care Center Experience with More Than 1-Year Follow-Up. Eur J Pediatr Surg, 2016.
- Tan, A.H., et al. Results of shockwave lithotripsy for pediatric urolithiasis. J Endourol, 2004. 18: 527.
- Thomas, J.C., et al. Pediatric ureteroscopic stone management. J Urol, 2005. 174: 1072.
- Tizatto LA, Machado RAF. Exames Diagnósticos e Tratamento de Urolitíase: uma revisão da literatura. Revista Thêma ET Scientia 2016;6(1):212-9.