Reitoria Digital UFG

5 ANOS (2019-2024)

“Acabei criando habilidades de professora”: a explosão das lives durante a pandemia de covid-19 e o treinamento da comunidade acadêmica para gerenciá-las

Lais Dias Rodrigues
Ana Paula Vieira de Souza

Introdução

Lais Dias Rodrigues nasceu em 21 de julho de 1998, em Aparecida de Goiânia. Formada em Relações Públicas pela UFG, atuou como bolsista profissional na Reitoria Digital da UFG, com foco no gerenciamento do canal da Universidade no YouTube. Em uma de suas primeiras experiências profissionais, Lais se encantou pela possibilidade de estar na posição de “professora” e ministrar os treinamentos para a comunidade acadêmica aprender a gerenciar lives pelo programa StreamYard, utilizado pela instituição para gerir o canal UFG Oficial no YouTube.

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Ana Paula Vieira de Souza: Qual é sua formação profissional e experiências anteriores à chegada na Reitoria Digital?

Lais Dias Rodrigues: Eu sou formada em Relações Públicas pela UFG. Me formei em 2021 e, antes da Reitoria Digital, trabalhei na Secretaria de Comunicação da UFG e na Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ) da UFG.

Ana Paula: Como foi o processo de seleção para a Reitoria Digital? Como você ficou sabendo da vaga?

Lais: Como eu já estava muito inserida dentro da UFG e conhecia muita gente, eu sempre ficava ligada nas coisas que apareciam nas plataformas. Eu trabalhava como agente de comunicação na EVZ, então eu sempre estava acompanhando o que a UFG lançava e uma dessas coisas foi o processo seletivo para a Reitoria Digital. Eu me interessei porque sei a importância do trabalho feito na Reitoria Digital. Me inscrevi, participei de uma seleção prévia, de uma entrevista e fui classificada para entrar na vaga. Teve um processo que foi a escrita de um texto sobre um acontecimento da Reitoria e uma entrevista com o Pablo e o Fabrício.

Ana Paula: Quais eram as atribuições previstas para essa vaga na Reitoria Digital?

Lais: Esse processo que eu fiz foi para o cargo de jornalista, mas viram que eu me saí bem e decidiram me colocar na vaga do Wesley, que ia ficar livre um pouco mais para frente. Fui aprovada e já fui trabalhar com o YouTube.

Ana Paula: Quanto tempo trabalhou na Reitoria Digital? Como era o contexto quando você chegou?

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Lais: Fiquei um período de mais ou menos seis meses. Quando eu cheguei, a gente estava no processo de planejar esse estúdio que tem aí hoje. Eu cheguei para trabalhar com o YouTube, dar as palestras, as monitorias. Eu já tinha trabalhado com o StreamYard, conhecia a plataforma, tinha feito outras lives, mas não tinha a experiência de ensinar o outro a mexer nela. Então foi interessante porque eu acabei criando habilidades de professora, de ter que fazer uma aula on-line para outra pessoa utilizar o YouTube da UFG. Fiz algumas coberturas de foto com os jornalistas, mas o principal foco era o YouTube mesmo.

Ana Paula: O trabalho era remoto? Como você vê essa questão do trabalho remoto/híbrido?

Lais: Quando eu entrei, o trabalho estava no modo híbrido. A gente fazia uma escala, eu e o Henrique: três vezes na semana eu ia presencialmente e três vezes, ele. A gente revezava, mas sempre estávamos disponíveis, mesmo no dia que não fosse presencial, respondendo às demandas da Reitoria no modo on-line, de casa. Na EVZ, eu trabalhava de forma híbrida. No período mais crítico da pandemia eu estava na EVZ, aí fui para o híbrido aos poucos. Eu gosto do híbrido porque eu acho que dá uma liberdade para os bolsistas terem tanto uma visão presencial, de participar das reuniões, ter o contato com outras pessoas da equipe, mas também de ter um momento mais livre para ter outros projetos, poder estudar outras coisas. Para o bolsista em si, para o profissional que está começando, eu acho muito bom para a carreira, muito importante esse formato.

Ana Paula: Como você desempenhava o seu trabalho? Como fazia o processo de comunicação com os solicitantes das lives?

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Lais: A pessoa solicitava uma live pelo nosso e-mail, a gente enviava um passo a passo pedindo todas as informações e as imagens que a gente precisava para formular o link. Assim que ela mandava tudo eu ia lá no StreamYard, criava o link tanto para o nosso canal ou para o canal que ela escolhesse e ministrava uma aula sobre como usar a ferramenta. Nessa aula, eu falava de forma geral, depois falava sobre todas as funções; a pessoa tirava as dúvidas e eu liberava a pessoa para tocar o evento dela. O primeiro ponto de comunicação é o e-mail, mas geralmente a gente também criava um grupo no WhatsApp porque fica uma comunicação mais rápida. Até mesmo se mais pessoas precisassem participar do treinamento, ficava mais fácil enviar o passo a passo e os links, então o grupo do WhatsApp também facilitava muito nesse processo de criação da live.

Ana Paula: Como foi o crescimento do YouTube no momento da pandemia? Como foi aprender a trabalhar nesse novo contexto?

Lais: Os eventos on-line vieram para ficar mesmo. O nosso canal do YouTube é gigante, é o primeiro maior das universidades federais e isso é muito bom porque dá visibilidade tanto para a Universidade como para os pesquisadores. A equipe da Reitoria sempre foi muito bem qualificada, com a coordenação do Pablo, que foi muito visionário na hora de pegar o projeto do YouTube para abraçar e fazer com que ele se tornasse o que ele é hoje.

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Ana Paula: Como foi a experiência de trabalhar na Reitoria? É um ambiente formal e institucional, mas o YouTube é mais dinâmico; como você via essa integração?

Lais: Eu acho que a Reitoria Digital faz muito bem a integração dessas duas coisas, incluindo a parte da assessoria para a própria Reitoria. O Instagram da Reitoria Digital também cresceu bastante e eu acho que um conversa com o outro, porque os dois canais, tanto o Instagram quanto o YouTube, dão visibilidade para a Universidade. Então a integração desses dois canais é super importante para a divulgação de ambos. Tanto o YouTube para a divulgação da própria Reitoria com programas como o Boa Semana, entre outros projetos, quanto o Instagram, para a divulgação dos eventos que acontecem no canal do YouTube.

Ana Paula: Além do YouTube, você também fazia a cobertura fotográfica da agenda e a aplicação da manchete nas imagens. Como desempenhava essa tarefa?

Lais: Eu usei o Illustrator, um programa que eu não conhecia. Aprendi aí e sou grata. Quando a gente é novo na profissão, às vezes não tem acesso aos programas e ter lugares como a Reitoria Digital, que tem a capacidade além de captar, de ensinar a pessoa a fazer, é muito bom, muito importante.

Ana Paula: O que, profissionalmente, o trabalho na Reitoria Digital agregou para você?

Lais: A questão de ensinar o outro, eu acho que me fez ter uma visão diferente, uma visão mais do professor do que do aluno, vamos dizer assim. Além da visão da gente mudar, a fala da gente também se desenvolve, por ter que passar algo de forma correta, mas simples, para outra pessoa. Participar das reuniões da Reitoria, fazer as coberturas, acho que também dá um olhar do quão importante é a Reitoria em si. A Universidade toda, com certeza, mas a Reitoria em si, que coordena toda a Instituição. São muitas pessoas que dependem da Universidade e eu achei muito interessante ver e participar desses momentos.

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Ana Paula: Qual a ação mais marcante entre as que você fez na RD?

Lais: Quando a gente fez a exposição da covid-19, eu acho que isso foi uma das coisas que mais me marcaram. Eu fiquei no Conpeex apresentando a exposição e a covid foi uma coisa que marcou todo mundo. Ver aqueles relatos, o quanto a UFG pode ajudar nesse período tão triste, acho que foi uma das coisas que mais me marcou. Eu gostaria também de agradecer a receptividade de todos, do Pablo, do Fabrício e do Henrique, principalmente; ele que me fez desenvolver aí dentro e eu sou muito grata por esse período.

Notas

37. Exposição institucional “UFG na luta contra a covid-19”.

38. Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFG.