“Um trabalho integrado, um trabalho de equipe”: a soma dos múltiplos talentos da Reitoria Digital
Felipe Ferreira de Souza Fulquim
Ana Paula Vieira de Souza
Introdução
Felipe Ferreira de Souza Fulquim nasceu em Goiânia, em 27 de março de 1989. Mestrando em Comunicação e graduando em Publicidade e Propaganda pela Faculdade de Informação e Comunicação da UFG, graduado em Fotografia e Imagem pela UniCambury e em Jornalismo pela UniAraguaia, Felipe acumulou uma série de experiências de assessoria de comunicação e estudos em TV e audiovisual na internet. Como colaborador da Reitoria Digital contribuiu em diversas pautas no Gabinete da Reitoria e em agendas externas, além de produzir e editar materiais para as redes sociais da Reitoria.
Pablo Fabião Lisboa: Quais foram as suas experiências profissionais anteriores à chegada na Reitoria Digital?
Felipe: Eu já havia trabalhado em redação de jornal, como repórter em diferentes áreas: política, cidades, cultura e como fotojornalista. Também trabalhei com assessoria de comunicação nas prefeituras de Goiânia e de Aparecida de Goiânia, e na Câmara de Vereadores de Aparecida de Goiânia. Sempre na função de assessor de imprensa, que era próximo do trabalho que eu fiz na Reitoria Digital. Eu estou no mercado desde o ano de 2007. Meu primeiro trabalho foi no Diário da Manhã, mas também já trabalhei em outros jornais da capital como o Mais Goiás, Jornal Opção, Jornal O Hoje, que são jornais impressos e online. Venho acumulando essas experiências como repórter, colunista e assessor de imprensa. A última experiência antes da Reitoria Digital foi na assessoria de comunicação do HGG (Hospital Estadual Geral de Goiânia) e do Hemocentro de Goiás.
Pablo: Como você ficou sabendo do edital de seleção para bolsista profissional da Reitoria Digital?
Felipe: Eu tinha um plano de concentrar todas as minhas atividades na UFG. Em 2021, eu fiz um retorno à UFG, porque a minha primeira passagem como aluno foi no mestrado em comunicação de 2015 a 2016. Na ocasião eu não terminei, por motivos pessoais, e passei um tempo longe da academia, enquanto aluno da pós-graduação. Eu formei em fotografia pela Universidade Cambury em 2010, em jornalismo pela UniAraguaia em 2014 e, depois de sair do mestrado, eu terminei a minha primeira pós-graduação, que foi em docência universitária pela UniAraguaia, em 2017. Eu estava só estudando, numa outra pós-graduação que eu concluí em 2019, em comunicação eleitoral e marketing político pela Universidade Estácio. Fiz o Enem em 2018 e falei: “cara, eu acho que vou fazer Direito agora para mudar um pouco os ‘ares’” (risos). Acabou que eu não consegui aproveitar essa nota para o Direito. Como eu trabalho com campanhas políticas a cada dois anos, falei “eu acho que vou aproveitar essa expertise e vou fazer o curso de publicidade e propaganda”. Voltei para a sala de cursinho pré-vestibular por um ano, fiz o Enem em 2017 e aproveitei essa nota como portador de diploma no edital de 2021 da UFG. Foi então que eu entrei para Publicidade e Propaganda na UFG com o propósito de retomar o mestrado. Já ingressei na iniciação científica no primeiro ano, estou terminando agora um ciclo de três anos de Iniciação Científica e antes de terminar esse ciclo eu fiz novamente a seleção do mestrado e passei em primeiro lugar na linha de pesquisa de Mídia e Cultura. Anteriormente eu tinha feito o mestrado na linha de Mídia e Cidadania. Cheguei a cursar todas as disciplinas, só não me qualifiquei naquele primeiro momento. Agora estou indo para o segundo semestre, com a banca de qualificação prevista para o ano que vem (2025), para poder dissertar. Eu estudava a TV Globo, agora estou estudando televisão e streamings, especificamente a Netflix. E como eu descobri o edital? Como aluno de graduação, sempre antenado a todos os eventos para poder participar na UFG, eu vi uma oportunidade de espaço de comunicação. Sempre mapeei e estudei os espaços de comunicação internos da UFG. Temos a Secom, Funape, TV UFG. Eu já fiz seleção para vários lugares e até então não tinha dado certo. E aí surgiu a oportunidade na Reitoria Digital e eu fiz a disputa do edital, que teve três etapas: prova teórica, prova prática, entrevista. Fiquei em terceiro lugar, com uma diferença de dois décimos das duas primeiras colocadas. Aguardei um ano por essa oportunidade que aconteceu. Felizmente ela veio praticamente casada com a resposta do primeiro lugar no edital do mestrado em comunicação, o que me deixou muito feliz, pois de fato minha intenção era estar na UFG com a maior carga horária possível, tanto trabalhando quanto estudando. Assim foi no último semestre, desde quando eu entrei para a Reitoria Digital.
Pablo: Qual foi a ação ou momento mais marcante que você teve no desenvolvimento do trabalho na Reitoria Digital?
Felipe: Eu já tinha uma suspeita em relação à dimensão que a UFG tem enquanto instituição no Estado de Goiás. E o que mais me surpreendeu foi ver que de fato essa minha suspeita se confirmava no sentido da dimensão da gestão que a UFG tem e de tudo que ela representa e faz internamente e para a sociedade. A UFG tem um orçamento maior do que de muitos municípios goianos. Em termos de contingente populacional, também tem um fluxo muito grande de pessoas que diariamente estão estudando no câmpus, que é uma cidade universitária. Então se tem um sistema de transporte, de alimentação com os Restaurantes Universitários, tem um sistema de bibliotecas para atender a demanda de consumo de informação qualificada, tem sistema de internet; enfim, a UFG é uma cidade. Eu consegui vivenciar essa experiência que eu já tinha vivenciado em outros espaços, como Aparecida de Goiânia, que tem uma população próxima de 700 mil habitantes; e Goiânia, com mais de 1,6 milhão de habitantes, pois trabalhei nestas duas prefeituras. Trabalhei, antes, na Rede Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia, com mais de 50 mil pessoas envolvidas, entre professores, técnicos e estudantes. Estar na UFG foi uma experiência próxima dessas no sentido de grandiosidade. Um dos maiores desafios que eu vi nesse trabalho, foi essa integração. Um trabalho integrado, um trabalho de equipe. Poderia dizer que o sucesso da Reitoria Digital está nessa soma. O trabalho conjunto é o motor de sucesso da Reitoria Digital da UFG. O segredo está na soma dos múltiplos talentos e habilidades dos profissionais que estão envolvidos com esse projeto e isso me surpreendeu.
Pablo: Como foi produzir vídeos para os stories das redes da Reitoria Digital?
Felipe: Foi uma experiência nova no sentido de dar finalização ao trabalho. Nos outros espaços que eu trabalhei, nas prefeituras, eu sempre contei com o apoio de alguém que fazia a parte de edição desse material. Modéstia à parte, eu me considero um profissional de comunicação que gosta de comunicação e que tenta entregar o maior resultado possível em múltiplas frentes. Mas reconheço, também, as minhas limitações. A questão de editar conteúdos em vídeo ou produzir artes gráficas sempre foi uma dificuldade muito grande e uma área em que eu me especializei menos em detrimento das outras coisas que eu consigo fazer e entregar como resultado. A cobertura em si do dia a dia é algo que eu já tinha uma prática bastante avançada, do ponto de vista de enquadramento, de construção de narrativa e de storytelling. Basicamente, a produção dos vídeos para os stories ou para os reels se estrutura nesse encadeamento, de construir a história destacando os principais pontos daquela agenda que está sendo objeto da cobertura da Reitoria Digital. A gente teve inúmeros eventos durante o período em que eu estive na Reitoria como por exemplo um evento na Faculdade de Medicina, que era um congresso, onde a reitora estava participando da mesa de abertura. Outros eventos, como a recepção de ministros do governo federal que vieram lançar programas realizados em parceria com a UFG. Para além do trabalho de assessoria de imprensa, no sentido da cobertura para se transformar em texto, o olhar estava voltado tanto para a fotografia quanto para a produção desses vídeos, contando histórias, com recortes específicos e na linguagem específica de cada produto que a gente precisava dar saída, especialmente no Instagram e no Facebook da Reitoria Digital. Traduzindo em fotos, textos e vídeos, que eu editava, também.
Pablo: Como foi participar de atividades fora do gabinete? E se tu puder descrever, como era a tua rotina, entre gabinete e as agendas fora do prédio da reitoria?
Felipe: A semana estava estruturada em agendas fixas e agendas que iam acontecendo à medida que a semana se desenvolvia. Então, o trabalho diário era chegar, em um dos turnos (geralmente fazia turnos alternados), e ver a sistemática de trabalho que tinha para aquele dia. A gente tinha uma série de reuniões que aconteciam na sala de reuniões da Reitoria, com a presença da reitora ou do vice-reitor, ou presença dos dois. As pessoas ali passavam para discutir diferentes assuntos e a gente tinha a função de ficar como observador e como um reportador daquilo que estava sendo colocado. Sempre posicionado em lugares estratégicos para conseguir captar o melhor áudio e a melhor imagem de cada reunião e de cada evento. Assim era a dinâmica interna, sempre em diálogo com a chefe de gabinete e com as secretárias da reitoria, que nos auxiliavam com as informações sobre as pessoas que estavam ali e sobre as agendas a serem acompanhadas. Assim ocorria também quando era um evento externo, o que aconteceu muito durante o período em que eu estive presente, mesmo dentro do período de greves. A gente tinha, semanalmente, por exemplo, a reunião com os diretores de unidades acadêmicas, que eu também acompanhava e que era um trabalho mais interno de observação e anotação. Tinha também esse mesmo trabalho nas Unidades Acadêmicas nas reuniões de Conselho Diretor, que acredito que ainda estejam acontecendo. A Reitoria foi até cada uma das unidades para poder dialogar a respeito das demandas e fazer um balanço da gestão. A gente acompanhou todo esse processo. Acho que a saída mais longa nesse período foi a visita ao Câmpus Goiás, na cidade de Goiás. Foi o trabalho externo que demandou a maior distância percorrida e o maior tempo de expediente. Passamos um dia todo lá, desenvolvendo as atividades de ouvir os cursos que lá funcionam para poder fazer a acolhida das demandas, assim como aconteceu com todos os cursos sediados na capital.
Pablo: O que ocasionou a sua breve passagem no período de trabalho na Reitoria Digital? O que fez tu nos abandonar (risos)?
Felipe: [Risos]. Eu tinha um projeto que estava estruturado em algo que ainda aconteceria. O governo federal, depois do retorno do Lula à Presidência, voltou a ter um olhar sensível para o Ensino Superior. E como eu tinha o plano de retornar ao mestrado sendo um bolsista, em conjunto com a oportunidade de trabalho, eu consegui conciliar os estudos e o trabalho, como eu vinha fazendo. O Lula determinou que a gente tivesse oportunidade de conciliar bolsas com bolsas, ou bolsas com trabalho. Infelizmente isso não foi possível, por questões internas. Cada universidade tem a sua autonomia a partir do que o governo federal determina, para poder estabelecer as suas regras em relação ao acúmulo de bolsas e isso inviabilizou que eu continuasse os trabalhos da forma que eu havia planejado. E também porque eu recebi uma oportunidade que dará condições para que eu possa avançar, tanto na parte da pesquisa, quanto no aperfeiçoamento da minha carreira enquanto docente no futuro. Recebi o convite de uma universidade aqui da capital para assumir disciplinas neste semestre. Junto ao mestrado eu quero desenvolver essas atividades porque a minha pesquisa vai avançar um pouco mais, eu vou aprender um pouco mais sobre o trabalho docente, na teoria e na prática. A minha ideia futura é permanecer estudando na UFG e tentar o doutorado em comunicação. Isso me motivou momentaneamente a deixar a Reitoria Digital. Eu espero que a semente tenha ficado plantada aí, e que eu possa ter uma oportunidade de voltar no futuro e servir à UFG, assim como ela tem me servido todos esses anos.