“Esse resumo semanal é um apanhado das notícias que mais ‘hitaram’”: novos produtos na Reitoria Digital
Nathália Alves Oliveira
Ana Paula Vieira de Souza
Introdução
Nathália Alves Oliveira nasceu em Goiânia, em 27 de fevereiro de 2000. Formada em Jornalismo pela UFG em 2023, atua como bolsista profissional na Reitoria Digital desde fevereiro deste ano, tendo iniciado as atividades poucos dias depois de colar grau na Universidade. Focada na cobertura jornalística dos compromissos da agenda da Reitoria, Nathália trouxe mais modernidade às produções, desenvolvendo um boletim semanal de notícias que é veiculado no formato de reels no Instagram.
Ana Paula Vieira de Souza: Qual é sua formação profissional e experiências anteriores à chegada na Reitoria Digital?
Nathália Alves Oliveira: Eu me formei em Jornalismo pela UFG em janeiro de 2023 e antes de trabalhar na Reitoria Digital eu fiz estágios na Rádio Universitária, no Jornal Opção, na TV UFG e, por último, no Ministério Público do Estado de Goiás.
Ana Paula: Como foi o processo de seleção para a Reitoria Digital?
Nathália: Eu tinha acabado de me formar, tinha colado grau há cerca de dez dias e estava só em casa estudando, porque eu estava e estou ainda focada em concurso público. Então um amigo meu que trabalhava na Reitoria Digital, Augusto César Araújo, comentou comigo que ia sair e que a vaga ia ficar aberta, me incentivando a tentar. Me inscrevi no processo seletivo, que consistiu em uma manhã toda de testes em que a gente executou algumas tarefas como textos e demais atividades que a gente faria estando na Reitoria mesmo. Fiz uma nota, um texto para redes sociais e outro para o site; foram dados os temas e a gente produziu. Teve uma entrevista também e uns três ou quatro dias depois o Pablo me ligou falando que eu tinha passado.
Ana Paula: Como era o contexto quando você chegou?
Nathália: As coisas já estavam bem estruturadas na Reitoria Digital, que já tinha mais de três anos de funcionamento. As minhas atribuições estavam muito bem definidas. Quando eu cheguei, o Pablo e o Fabrício me explicaram as coisas. A gente demora um pouquinho para pegar o ritmo porque eu tinha trabalhado por último na assessoria de comunicação do Ministério Público, mas meu setor lá era diferente, meu núcleo era social media. Eu fazia as coisas que eu faço na Reitoria Digital, mas eu não fazia tudo. Por exemplo, quando eu ia acompanhar um evento ou uma reunião, eu ficava com a parte de produção e edição de vídeo para as redes sociais. Não era um texto como o que a gente faz aqui, então demorou um pouquinho para ter essa adaptação, mas ela aconteceu e hoje eu me sinto bem adaptada.
Ana Paula: Quais tarefas você desempenha na Reitoria Digital? Como você as executa?
Nathália: Eu acompanho as reuniões da Reitoria para fazer textos tanto para rede social quanto para o site. Faço imagens, por exemplo, do Consuni [Conselho Universitário] e do Cepec [Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura], quando a gente divulga aqueles vídeos iniciais chamando as pessoas das nossas redes para assistirem à transmissão e ficarem por dentro do que está sendo discutido pela comunidade acadêmica. Faço também o resumo semanal, agora dividindo essa atribuição com a Marília e com o Vinícius. Divido com o Vinícius a parte da edição e, agora, com a Marília, a apresentação. Esse resumo semanal é um apanhado das notícias que, digamos assim, mais “hitaram”, para dizer em termos mais jovens. E aí a gente faz esse apanhado, traduz o texto para uma linguagem ainda mais simples e publica aos sábados para quem não conseguiu acompanhar durante a semana, em um formato mais dinâmico.
Ana Paula: Como surgiu a ideia da criação dos vídeos do resumo semanal?
Nathália: O Pablo falou que queria a apresentação de algo novo para as nossas redes sociais. O vídeo do resumo semanal foi o que me veio à cabeça no momento porque eu acho uma ótima maneira das pessoas conseguirem ficar por dentro das coisas de uma maneira mais dinâmica, não tendo que parar para ler um texto maior porque às vezes elas não param para ler com a vida corrida no dia a dia, enfim… Ele falou comigo sobre querer um produto novo para as nossas redes em uma reunião que a gente fez e eu já tinha feito algo parecido no Ministério Público. Eu não era a âncora; meu núcleo de social media elaborava o produto e quem gravava era a equipe do site, mas a gente que elaborava e dava o script para eles. Na verdade, quem elaborou mesmo foi a minha chefe e eu ficava ali com outras questões referentes a isso. Se ela não estivesse eu que tinha que comandar. Lá no Ministério Público a gente também tinha estruturado o lançamento do TikTok, então eu tentei pegar algumas referências disso porque eu achava que poderiam ser benéficas para a gente. Apresentei a ideia para o Pablo, ele gostou e a gente ficou mais ou menos umas três semanas comigo gravando, editando, apresentando e a gente tentando moldar da melhor maneira possível até chegar a esse formato que temos agora. O vídeo traz a manchete com um BG de fundo, inicialmente, para a pessoa poder ler o título e saber do que se trata. Depois entra uma passagem minha falando as primeira frases da notícia e, na sequência, imagens relativas ao assunto, com um BG de fundo e legendas, para quem não pode escutar. Tem minha narração também, mas para quem não está podendo escutar pode ler as legendas e entender do que se trata. Às vezes, entram pequenos vídeos, quando a gente tem vídeos referentes, o que também dá outra cara para o material.
Ana Paula: Como você faz os vídeos do resumo semanal? Usa softwares que você já conhecia ou teve que aprender para fazer para a Reitoria Digital?
Nathália: Eu aprendi a mexer com esses softwares que eu uso, que são Inshot, Capcut e Canva, nos meus estágios, principalmente no Ministério Público. Lá, a gente fazia todas essas edições nesses aplicativos. Temos a possibilidade de usar outros softwares, porém eu acho que esses são mais acessíveis e mais fáceis. Acho interessante porque se chegarem outras pessoas na equipe, eu posso passar isso de maneira mais fácil para elas. Então a gente vai lá, faz as gravações, depois eu retiro o áudio no Inshot, coloco sobre as imagens, vou ajustando daqui e dali, coloco o BG também no próprio Inshot. O capcut é utilizado mais na fase final, para eu colocar a legenda, porque lá você tem a geração de legendas automáticas e depois é só corrigir o que for necessário. Eu tento gravar sempre na quinta-feira para a gente ter como pegar mais notícias que foram veiculadas no nosso Instagram durante a semana. Excepcionalmente, a gente grava na sexta-feira, mas na sexta acaba ficando um pouco apertado para a questão de edição, porque o vídeo entra no sábado de manhã. Quem me grava, inicialmente, era a Marília; agora, quando ela está aparecendo, eu estou gravando. A gente pretende colocar algumas inovações no sentido de movimento de câmera, de entrada de quem está falando. Gravamos com a câmera da Reitoria Digital pela qualidade da imagem e pela questão do som, porque ela tem entrada para microfone e fica melhor.
Ana Paula: Como é trabalhar na Reitoria? É um ambiente mais formal, mas seu trabalho com as redes sociais é bem mais descontraído. Como você vê essa integração?
Nathália: A Reitoria, apesar de ser um espaço muito formal, não é o espaço mais formal onde eu já trabalhei; o mais formal é o Ministério Público. Lá a gente tinha, no setor de social media, o pensamento de que é uma instituição muito formal, mas que a gente precisa extrapolar isso se a gente quiser sobreviver às inovações. Elas estão aí, não vão deixar de existir, só vão melhorar cada dia mais. A gente precisa querer extrapolar isso, precisa querer trazer novas tecnologias e conversar com novos públicos. É preciso ver o que são as preferências dessas pessoas para trabalhar nelas e assim gerar uma identificação maior com os públicos, conquistar mais gente. Então, na minha visão, trazer essas coisas para a Reitoria é a mesma coisa que acontecia no Ministério Público. Ainda mais dentro da UFG, porque a gente tem, na comunidade acadêmica, pessoas mais velhas, mas os estudantes são praticamente todos jovens, então a gente precisa conversar com eles, precisa trazê-los para perto, inclusive, da Reitoria. Se você parar para pensar, e eu falo isso na posição de aluna mesmo: nos quatro, cinco anos que fiquei aqui, foram pouquíssimas as vezes que eu me referenciei à Reitoria diretamente de alguma maneira. E a Reitoria está tomando decisões que vão influenciar diretamente nas nossas vidas nesses anos em que a gente estiver na Universidade e fora dela também, porque a UFG desenvolve ações que não ficam somente ali, dentro dos muros da Universidade, mas impactam a sociedade toda. Então eu enxergo essa integração como sendo uma necessidade e a gente, que é da comunicação, precisa trabalhar nesse sentido.
Ana Paula: E o que você projeta para a Reitoria Digital nessa linha de integrar um público mais jovem?
Nathália: O que eu projeto é, para o resumo semanal, novos movimentos de câmera, novos áudios, novas maneiras de se fazer as imagens. E em termos de dia a dia, acompanhando as reuniões, eu acho que caberia muito bem a gente mostrar mais isso “ao vivo”, digamos assim. Porque a gente mostra ao vivo no sentido de que a gente não espera dois, três dias para publicar uma matéria do que aconteceu. Se uma coisa aconteceu hoje, a gente publica hoje. Mas no momento da reunião, a gente pode fazer algumas cenas, gravar uma fala da Angelita, legendar e publicar. Acho que essa dinamicidade é algo muito bom e faz com que as pessoas queiram acompanhar mais. Essas publicações seriam em formato de stories, que é o que casa mais com essa questão da rapidez.
Ana Paula: E o que você está achando do trabalho na Reitoria Digital, como seu primeiro emprego?
Nathália: Vou fazer um breve histórico para chegar nessa parte porque é uma parte muito importante para mim, pessoalmente falando. Na pandemia, em 2020, eu comecei a ter muito questionamento sobre o curso, se era isso mesmo que eu queria. Eu estava trabalhando em um lugar onde não estava me sentindo bem, então eu pensava: “se jornalismo é isso, talvez não seja para mim”. E eu já estava na metade do curso, então bate uma depressão de pensar “meu Deus, eu fiz a metade e agora estou descobrindo que não é para mim?”. Eu trabalhava, na época, com webjornalismo e nunca tinha trabalhado com assessoria, nem tinha feito essa disciplina na faculdade. E aí no meio disso surgiu o estágio no Ministério Público. Fiz a prova, demoraram sete meses para chamar, mas aí chamaram e eu fui. Lá, eu descobri que eu gostava de assessoria e comecei a ver que jornalismo era para mim, sim, e que eu tinha descoberto um mundo em que eu fazia o que eu gostava. Então, quando eu acabei a graduação, eu segui nessa linha de querer trabalhar com assessoria. Só que as oportunidades que estavam surgindo não eram nessa área. Quando surgiu essa oportunidade na Reitoria Digital, ao mesmo tempo em que estava um pouco confusa, fiquei feliz. Primeiro, porque era assessoria; segundo, porque era a UFG. Eu sou extremamente apaixonada pela UFG, acho que tudo que acontece aí dentro é muito maravilhoso. Se todo mundo pudesse saber o que é discutido, o que é levado em consideração, o que é decidido, seria maravilhoso. Então foi muito bom pra mim nesse sentido. Para mim é uma realização poder trabalhar na UFG porque você faz com mais gosto quando você gosta do seu assessorado. E eu adoro. Adoro acompanhar as reuniões, estar por dentro do que está sendo discutido. Para mim é uma realização poder trabalhar com esse assessorado, a Reitoria da UFG.
Ana Paula: Qual a ação ou momento mais marcante na Reitoria Digital até agora?
Nathália: Eu gostei muito da cobertura da abertura do Espaço das Profissões. O Espaço das Profissões é uma das coisas que mais movimenta a Universidade e é quando você vê realmente um chamamento dos mais jovens para virem conhecer a UFG e saberem que a gente pode fazer parte da vida deles. Eu não tive a oportunidade de vir ao Espaço das Profissões quando eu estava no Ensino Médio; acho que minha escola não levou e meus pais mal sabiam o que era, mas eu queria muito ter participado. Quando eu cobri o evento, eu pude me enxergar naquelas pessoas ali tentando descobrir o que elas querem fazer. É bonito de ver também que, de certa forma, elas nem imaginam o que as espera aqui dentro e como o ingresso na UFG pode ser um ponto de virada surreal na vida delas como foi na minha. Além disso, pude ver a mobilização da comunidade da UFG para que aquele evento acontecesse da melhor forma possível. Você tem ali os monitores sempre tentando direcionar da melhor forma, os professores, os alunos montando as salas interativas, a Angelita no discurso de abertura, que foi o que eu fui lá para registrar imagens para o nosso Instagram, os pró-reitores. Para mim foi um dia bem marcante em que eu pude ver que do mesmo jeito que a gente super se importa com a UFG e quer a UFG, a UFG também super se importa com a gente e quer a gente.