Proposta de Curso de aperfeiçoamento em modelagem plana - Zero Waste

Resumo Vivemos num sistema globalizado em que a forma de consumo e produção industrial vem se modificando lentamente aos olhos dos ideais sustentáveis no qual a moda convencional é um dos setores que mais causa efeitos ambientais negativos. Dentro deste contexto este projeto sugere o desenvolvimento do curso de Aperfeiçoamento em Modelagem Plana com os conceitos sustentáveis da técnica Zero Waste.

Palavras-chave sustentabilidade, Modelagem plana, Zero Waste

Autoria

  • Kamilla Ramos e Silva

    Graduada em Design de Moda, especialista em docência universitária pela UEG e em Processos e Produtos Criativos pela UFG. Já atuou como professora nos cursos de corte e costura do SECTEC - GO e DELTA. Atualmente, atua como modelista de forma autônoma, e contratada desde 2012, pelo SENAI Ítalo Bologna na função de instrutora de educação profissional na área do vestuário nas disciplinas de modelagem, desenho de moda, costura, interpretação de modelo, e ainda participando da capacitação para o curso de Técnico do vestuário ? SENAI - EAD.

  • Ana Paula Ferreira

    Especialistas em Processos e Produtos Criativos/UFG.

Orientadora

  • Dorivalda Santos Medeiros Neira

    Possui graduação em Engenharia Têxtil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2003), mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005) na área de Ciências Térmicas e doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2011) na área de Tecnologia de Materiais. Foi professora adjunto I da Universidade Federal de Pernambuco e atualmente é professora da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Tecnologia dos Materiais, Tecnologia Têxtil e Tecnologia do Vestuário, atuando principalmente nos seguintes temas: Fibras naturais, design, moda e sustentabilidade.

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1. Introdução

Vivemos num sistema globalizado em que a forma de consumo e produção industrial vem se modificando lentamente aos olhos dos ideais sustentáveis. Segundo estudiosos, para que futuras gerações possam viver uma transição do antropocentrismo para o biocentrismo e desfrutar das riquezas naturais do nosso planeta, faz-se necessário que a indústria e a sociedade mudem sua forma de consumir e produzir.

Na tentativa de contornar e reduzir a degradação do planeta pela indústria, medidas ecoeficientes surgiram guiando o mercado sustentável. Reduzir, reciclar e reusar tornou-se lema deste movimento. Porém, em estudos mais aprofundados, percebeu-se a necessidade de repensar e modificar as técnicas de criação desde o início do desenvolvimento de um produto.

A ecoeficiência é um conceito admirável por fora, nobre até, mas não é uma estratégia de sucesso no longo prazo, porque não é profunda ao bastante. Funciona dentro do mesmo sistema que causou o problema pela primeira vez.(BRAUNGART, Michael e MCDONOUGH,William, 2013.p.66.)

A moda convencional é um dos setores que mais causa efeitos ambientais negativos. Segundo Boriello (2017), para alguns setores, como o têxtil e o de confecção, já começou a quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, na qual produzir de forma sustentável é um dos grandes pilares. Essa transição percebe a escassez e degradação dos recursos naturais e impulsiona o uso das ditas tecnologias limpas e menos poluentes e sistemas de produção que pensem todo o ciclo de vida dos produtos antes de eles serem produzidos.

O verdadeiro desafio é repensar e redefinir a forma de desenhar, produzir distribuir e utilizar as peças, o que deve ter início já na fase de concepção da mesma. Sendo que o desenvolvimento de produto deverá ser pensado do início ao fim se espelhando no ciclo de vida da natureza, sugerindo novas formas de produção, nas quais a sustentabilidade é tema central. (SALCEDO, 2014.p.

Exemplos de criadores que já trabalham com conceitos sustentáveis são inspiração para o desenvolvimento consciente, a marca de roupas suíça Freitag criou uma calça jeans que pode virar adubo, a marca Zero Waste Daniel recolhe e reaproveita em suas coleções os retalhos de tecidos que sobram nas fábricas de roupas da cidade, que normalmente são jogadas fora. E se não sobrassem retalhos?

Percebe-se então que no meio de formação destes pensadores de moda o uso de técnicas sustentáveis nas etapas de criação e desenvolvimento de produto é pré-requisito para um mundo melhor. Este já é tema abordado em várias instituições e tornar o uso de técnicas sustentáveis frequentes é o objetivo deste projeto, sugerindo o desenvolvimento de um curso de aperfeiçoamento com os conceitos da modelagem zero resíduo.

O design zero waste contesta os parâmetros preestabelecidos de corte e modelagem, exigindo que o designer abandone crenças anteriormente realizadas, a fim de avançar em um novo território. O processo convencional de desenvolvimento de produtos de moda as etapas de criação, modelagem, encaixe, corte e prototipação/costura acontecem separadamente, no design zero waste essas etapas ocorrem simultaneamente de forma interdisciplinar. A criação é realizada diretamente por meio da modelagem. https://blogsigbolfashion.com/2016/11/16/precisamos-falar-sobre-zero-waste/

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2. Desenvolvimento

A indústria da moda é uma das maiores do mundo: segundo a ABIT, é a segunda maior empregadora da indústria de transformação, perdendo apenas para alimentos e bebidas. Apenas em 2017, o Brasil produziu 6,71 bilhões de peças no varejo de Vestuário, , contra 6,3 bilhões de peças em 2016. A tendência de uma moda com renovação constante das peças no varejo de moda – Fast fashion – colaborou muito para isso.

Esta forma de produção e consumo acelera e intensifica a degradação do mundo. Mas, como a vida é feia em ciclos, surgem em contrapartida novas propostas feitas pela moda afim de uma conscientização maior e produção mais sustentável. Segundo Salcedo (2014), o novo paradigma do sec. XXI é a sustentabilidade.

Salcedo (2014) ressalta que sustentabilidade não é algo agregado e sim parte do processo, a autora traz várias técnicas na produção do vestuário que minimizam as sobras e visam à reutilização de resíduos, durante o processo de produção de roupas, uma dessas técnicas é a modelagem Zero Waste – alternativa de modelagem mais limpa.

Junto a estas formas mais limpas de produzir surgem consumidores que levam em conta a ética na hora de escolher seus produtos e o mercado sustentável.

Alison Gwilt (2014) ressalta que muitas pessoas têm participação importante no processo de criação de moda. O uso de estratégias com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e sociais pode ser empregada por um designer com uma estratégia sustentável. Logo, desenvolver produtos que em todas as etapas de produção preocupam-se com o uso e descarte, imitando o ciclo de vida da natureza, é o ideal a ser alcançado pela produção sustentável.

Segundo dado do SINDITÊXTIL-SP (2017) só a região do Bom Retiro, em São Paulo (SP), possui 1200 confecções que produzem 20 toneladas de resíduos têxteis por dia. Considerando que em uma confecção a parte de corte e modelagem é a que mais gera desperdício no segmento do vestuário, o encaixe da matriz ocasiona vários espaços entre as peças onde os moldes não conseguem fazer um encaixe perfeito sem sobras, apesar de já existir software que consegue minimizar estes encaixes, chegando a um desperdício mínimo de 10 a 20 %. Ainda assim, há uma sobra grande diante do número de confecções que temos no mundo, sobras que acabam sendo destinadas aos aterros sanitários, e contribuindo com a poluição mundial.

A natureza por si só é altamente sustentável, possui maneiras de sobreviver sozinha, sem nós seres humanos – que não conseguimos viver sem ela. Produzir hoje gera excesso de resíduo, onde muitos não podem ser reutilizados: devemos fazer um novo projeto, uma nova gestão para eliminar resíduos. Dentro da produção do vestuário, a modelagem das roupas é uma das etapas que pode evitar a sobra de tecido com o uso de técnicas que desenvolvam peças que se encaixem melhor, uma dessas técnicas é a Zero Waste.

São muitos os estilistas que produzem imagens alternativas para a moda tradicional por meio de escolhas ecléticas. O papel desses estilistas torna-se cada vez mais importante devido ao poder que têm para iniciar ou influenciar as principais tendências. Aldrichi, Winifred. Modelagem plana para moda feminina. 2014, introdução.

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A otimização do tecido por meio da modelagem pode se tornar mais comum. E isso pode ser feito através de cursos que sistematizem essa técnica.

2.1 Curso de aperfeiçoamento- modelagem plana - Zero Waste

Existem vários cursos de modelagem, com várias técnicas para o desenvolvimento de roupas. Porém, a maioria desses cursos trabalha em função da moda convencional. Logo, o desenvolvimento de um curso de modelagem que seja direcionado à moda mais sustentável se faz necessário num período em que a moda precisa ser pensada e desenvolvida com propósito. Em seu livro Moda com propósito, Carvalhal (2016) ressalta que o mundo antropocêntrico baseado no “eu” e na competição está em choque com outro no qual a colaboração e a empatia pedem passagem.

Essa técnica pode ser desenvolvida por meio da moulage (modelagem tridimensional) e também pela modelagem bidimensional, ou ainda pela mistura das duas. O programa do curso foi desenvolvido com técnicas da modelagem plana. Esta última leva em conta toda a complexidade do corpo humano a fim de traçar as formas de peças de roupas num papel ou computador, resultando em moldes de forma planificada. Para Treptow (2007, p. 154), “A modelagem está para o design de moda, assim como a engenharia está para a arquitetura”.

O trabalho da modelista é de grande responsabilidade, pois com seus moldes milhares de peças podem ser cortadas. Duarte Sônia. Sagesse Silvia. Modelagem industrial brasileira.1998,p.37.

Alison Gwilt (2014) ressalta que evitar o desperdício por meio de uma montagem eficiente desempenhou um papel importante na produção de peças nos tempos antigos, porém, quando a moda tornou-se mais justa ao corpo, era preciso que as roupas tivessem um formato com modelagens cheias de retas e curvas – assim, os moldes passaram a não se encaixar, gerando sobras de tecido e desperdício.

Considerando que é no encaixe dos moldes/ matriz que temos um grande desperdício, a técnica de modelagem zero waste propõe mudar esta condição através de métodos de criação, modelagem e corte que utilizam integralmente o tecido sem sobra. Nessa metodologia, as soluções de encaixe e corte devem fazer parte do processo criativo e as roupas já são projetadas de modo a gerar nenhum ou quase nada de desperdício, através de moldes que se encaixem melhor.

A concepção deste tipo de modelagem — gerar zero resíduo na produção – não é assim tão fácil, pois as formas precisam ser confortáveis, bonitas e vendáveis. A modelagem plana industrial possui muitas curvas e partes que muitas vezes se completam somente ao serem costuradas. Além disso, sabe-se hoje que o infesto bem feito e bem programado minimiza as sobras de tecido, softwares calculam e executam o encaixe das peças em uma matriz que consegue utilizar até 80% do tecido, aumentando o desafio de zero resíduo.

Os aspectos estéticos destas peças contam com a aceitação de consumidores que já sabem de suas responsabilidades perante o planeta e têm um olhar diferenciado, crítico quanto ao que é imposto como belo pelo mercado de massa.

As competências do curso foram pensadas visando a implantação de uma modelagem plana básica intermediária do traçado do vestido nesse primeiro momento, tentando causar similaridade ao que já é feito nos cursos de modelagem, porém com formas diferentes que remetam ao não desperdício.

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A modelagem plana é desenvolvida e ensinada por meio de diagramas geometrizados que formam peças de roupas. ao serem desenvolvidos. A metodologia do curso aqui proposto será posta em prática por estes diagramas, que uma vez concluídos, terão formas que se encaixam a fim de reduzir o desperdício têxtil, como já foi dito anteriormente ser a característica da modelagem Zero Waste.

Molde básico é um molde traçado para servir de apoio, ponto de partida para modelar diferentes modelos. Como faremos um molde básico voltado para modelagem sem resíduo, poderemos chamá-lo de molde básico intermediário, pois de acordo com Aldrich (2014), eles podem ser desenvolvidos para modelos específicos.

2.2 Desenvolvimento do diagrama

Imagem 1. Diagrama de vestido Zero Waste. Fonte: Desenho de Kamilla Ramos e Silva

Esse é um exemplo de modelo básico que pode ser trabalhado no curso de aperfeiçoamento proposto. Ao contrário da maioria dos moldes básicos que, segundo Brandão (6º Ed.), são traçados pela 4º parte, esse molde foi construído para obter o molde por inteiro, levando em conta não só as medidas de contorno e altura do corpo, mas também a largura do tecido.

A medida de largura de ombro a ombro é usada como medida de contorno em todas as alturas, as medidas de altura permanecem as convencionais. Esta medida de ombro a ombro é dividida pela largura do tecido a fim de se saber a quantidade de peças que podem ser cortadas no fio reto com ângulo de 90° no tecido. Exemplo: 1m20cm de largura de tecido dividido por 38 cm de ombro a ombro (largura) mais 2cm da faixa da cintura (1.20/40 =3). Seria possível cortar três vestidos básicos intermediários. Sendo que na altura ou metragem do tecido é possível gerar emendas para evitar sobras.

Sabe-se que para verificar o resultado da modelagem é necessário utilizar uma peça piloto, a fim de verificar movimentos, caimento e beleza. Assim, esse será um requisito que o aluno deverá desenvolver para a conclusão do curso.

A partir dos conceitos repassados aos alunos, paralelo ao desenvolvimento da modelagem ensinada no curso, o aluno será estimulado a desenvolver o seu próprio diagrama sustentável, pois saber desenvolver novas formas se faz necessário para uma boa capacitação.

Este é um exercício de aprender a olhar de dentro pra fora. Ainda estamos no início dessa estrada. Valorizar e ajudar a desenvolver o que é nosso é questão de educação também. Uma das frentes desse movimento é inspirar as pessoas desde a escola. Os maiores resultados serão no médio longo prazo. Primeiro, pensar a respeito, tomar consciência, mudar o olhar, depois o comportamento. Só assim mudaremos a cultura. CARVALHAL, ANDRÉ. Moda com propósito: manifesto pela grande virada,São Paulo, 1° Ed. Editora Paralela, 2016.

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2.3 Conteúdo programado e análise de proposta

Quadro 1. Curso zero waste
Etapas Benefícios Aspectos econômicos
Diagrama da Modelagem Básica do Vestido Diagrama da Modelagem Básica do Vestido Diminuição dos resíduos têxteis Maior aproveitamento no tecido, gerando mais lucro.
Confecção de peça piloto. Verificação dos movimentos, caimento e beleza das peças. Peças bonitas e confortáveis vendem mais e geram lucro.
Desenvolvimento de diagrama sustentável pelo próprio aluno. Estimular novas formas de construção. Peças bonitas e confortáveis vendem mais e geram lucro.

Plano de curso

Aperfeiçoamento profissional – modelagem plana – Resíduo Zero.

a) Objetivo

O curso Aperfeiçoamento profissional – modelagem plana – Resíduo Zero tem por objetivos o desenvolvimento de competências relativas à utilização de métodos e técnicas de modelagem plana, melhorando o desempenho do profissional em sua área de atuação, visando atender as empresas de confecção em novos conhecimentos relativos ao exercício da profissão nas diversas áreas do vestuário, de acordo com procedimentos técnicos, normas ambientais e de segurança.

b) Requisitos de Acesso

Os candidatos ao curso devem: Ter no mínimo 16 anos completos; ter concluído o Ensino Fundamental; e possuir conhecimentos comprovados em modelagem plana.

c) Perfil do aperfeiçoamento profissional – Modelagem Zero Waste

Desenvolver modelagens de roupas no segmento sustentável, reproduzindo, ampliando e colocando margens de costura, informações técnicas em moldes variados, observando procedimentos técnicos, normas ambientais e de segurança.

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Quadro 2. Quadro de organização curricular
UNIDADES CURRICULARES CARGA HORÁRIA TOTAL (HORAS)
Meio ambiente e cidadania;
Noções de gestão;
Legislação trabalhista;
Ética e cidadania;
Relações interpessoais;
Deveres do modelista;
Mercado de trabalho;
Higiene e segurança no trabalho;
Material instrumental utilizado, características e aplicações;
Estudo da fita métrica e tabelas;
Como tirar medidas;
Estudo das linhas e ângulos, geométricos;
Traçado básico do vestido;
Modelagem plana Zero Waste
60
Carga Horária Total 60
Procedimentos metodológicos Aulas expositivas;
Dialogadas;
Demonstrações práticas.
Avaliação Avaliação contínua por observação;
Participação e interesse do aluno;
Qualidade das práticas executadas.
Quadro 3. Ementa de conteúdo formativo
MÓDULO DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL: MODELAGEM PLANA ZERO WASTE
Unidade Curricular: Modelagem plana Zero Waste: 60 horas
CONTEÚDO FORMATIVO

Capacidades Técnicas
  1. Consultar tabela de medidas para modelagem;
  2. Identificar características dos tecidos;
  3. Elaborar diagrama e suas variações;
  4. Executar ampliação e redução das peças com suas variações;
  5. Elaborar diagrama e suas variações;
  6. Executar ampliação e redução da peça e suas variações;
  7. Definir molde para o corte;
  8. Manusear Instrumentos e ferramentas típicas da área de modelagem de roupas;
  9. Aplicar técnicas de modelagem que propiciem o uso correto dos materiais de consumo;
  10. Aplicar normas e procedimentos de segurança no trabalho e de proteção ao meio ambiente na área do vestuário.
Capacidades sociais, organizativas e metodológicas.
  1. Manter relacionamento interpessoal;
  2. Prever consequências;
  3. Ter raciocínio lógico;
  4. Ser analítico;
  5. Ter atenção a detalhes;
  6. Ser organizado.
Conhecimentos
  1. Revisão de operações básicas de matemática:
    1. Adição;
    2. Subtração;
    3. Divisão;
    4. Multiplicação.
  2. Sistema métrico e decimal.
  3. Tabela de medidas para roupas.
  4. Técnicas de diagramação de moldes.
  5. Técnicas de graduação de modelos:
    1. Ampliação;
    2. Redução.
  6. Normas ambientais.
  7. Coleta seletiva.
  8. Descarte de resíduos.
  9. Ergonomia.
  10. Modelagem zero waste.
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Imagem 2. Markliu, roupa feita com conceitos sustentáveis zero waste. Fonte: http://www.drmarkliu.com/zerowaste-fashion-1/
Imagem 3. Yeohlee Teng, roupa feita com conceito zero waste. Fonte: https://yeohlee.com/

As imagens 2 e 3 acima mostram projetos de designers que já trabalham com o conceito da modelagem zero resíduo. Criar uma moda consciente é possível, mas facilitadores para que isso aconteça comumente são de grande importância. É possível sistematizar técnicas sustentáveis através da modelagem plana – zero waste

3. Considerações finais

O desenvolvimento do presente estudo analisou a possibilidade do uso da técnica Zero Waste no desenvolvimento do curso de aperfeiçoamento em modelagem plana, a fim de repensar as técnicas de criação desde o início do desenvolvimento de um produto. A pretensão aqui é saber se essa técnica pode ser sistematizada assim como as convencionais já são feitas, e promover essa técnica que visa reduzir o desperdício de tecido.

Usamos os conceitos sustentáveis, a modelagem plana convencional para o desenvolvimento de molde básico intermediário mais consciente. O resultado foi roupa geometrizada que possibilita o uso completo do tecido e que podem ser adaptadas a mais de um tipo físico.

Percebemos que o estudo de outros elementos se faz necessário para o sucesso e a eficácia do processo sustentável no desenvolvimento das roupas. Exemplos são a familiaridade com o tecido e os materiais que são feitos, os aviamentos, aonde e como as peças serão vendidas, aceitação, comportamento, como serão descartadas, e ainda o desenvolvimento de modelagens mais elaboradas e criativas.

O estudo percebeu que a sistematização da modelagem Zero Waste é possível e ajudará nessa caminhada sustentável do século XXI.

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Referências

Brandão, Gil. Aprenda a Costurar. Ediouro.6º Ed.

SAGESSE,SILVIA e DUARTE,SONIA. Modelagem industrial brasileira.Rio de janeiro, 4° Ed., 2018.

BRAUNGART, Michael e MCDONOUGH,William. Cradle to cradle: Criar e reciclar ilimitadamente, São Paulo, 1° Ed., Editora G Gili, 2013.

SALCEDO, Helena. Moda ética para um futuro sustentável. Barcelona, Editora Gustavo Gili, 2014.

GWILT,ALISON. Moda sutentável:um guia prático. São Paulo, Ed.1°, Editora G Gili,2014.

ALDRICH, WINIFRED. Modelagem plana para moda feminina. Porto Alegre, 5°ed.,editora Bookman,2014

CARVALHAL, ANDRÉ. Moda com propósito: manifesto pela grande virada,São Paulo, 1° Ed. Editora Paralela, 2016.

Textos publicados na internet

https://blogsigbolfashion.com/2016/11/16/precisamos-falar-sobre-zero-waste/

https://yeohlee.com/

http://www.drmarkliu.com/zerowaste-fashion-1/

http://revistagloborural.globo.com/Noticias/noticia/2015/08/marca-suica-cria-calca-jeans-biodegradavel-feita-com-fibra-de-maconha.html

http://www.sinditextilsp.org.br/noticias/sinditextil-sp-apresenta-retalho-fashion-para-a-nova-gestao-da-amlurb