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Simulação da experiência clínica

Autores
Charles Douglas Xavier dos Santos
Daniela Teixeira Siqueira Braga
Felix André Sanches Penhavel
Alessandra Vitorino Naghettini
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Definição

O uso das metodologias ativas para formação em saúde é um instrumento de superação dos modelos tradicionais, que permite a aquisição de competências profissionais e habilidades que resultam em uma maior competência e desempenho, a partir de um processo inovador onde o saber é adquirido de forma efetiva, superando a perspectiva tradicional de transferência de conhecimentos (COSTA; MEDEIROS; MARTINS et al., 2015).

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde enfatiza a busca pelo uso de métodos inovadores, que contemplem princípios pedagógicos como a aprendizagem significativa a partir uso de problemas do cotidiano como fonte de aprendizagem (BRASIL, 2009; GIGANTE; CAMPOS, 2016).

Entre os métodos inovadores que podem ser usados para formar profissionais de saúde, destaca-se a simulação da experiência clínica ou simulação, caracterizada como um método que permite adequação da teoria com a prática, sendo assim proporciona maior segurança e confiança na prática clínica, além de permitir o desenvolvimento de habilidades técnicas e específicas, interação com o grupo e fortalecimento do trabalho em equipe (VALADARES; MAGRO, 2014).

Assim sendo, podemos definir a Simulação como uma técnica, que permite que o discente, de maneira interativa, possa se aprofundar em experiências práticas com a finalidade de desenvolver habilidades através de um Simulador, um aparato tecnológico, que em conjunto com um cenário reproduz a realidade. Apesar de não ser possível reproduzir a realidade com exatidão completa, a experiência da simulação permite que os participantes e discentes superem as imprecisões e adquiram habilidades e experiências tal como ocorre na realidade (GABA, 2007).

Porque Usar

A simulação, além de facilitar o processo de formação no trabalho e na aprendizagem, permite a aquisição de habilidades técnicas em um ambiente controlado, onde é possível treinar técnicas específicas, de forma prévia ao contato com o paciente real, o que torna o processo de atenção à saúde mais seguro e eleva sua qualidade (KANEKO; COUTO; COELHO et al., 2015; MIRANDA; MOTTA; CHAVES et al., 2015).

As habilidades necessárias para prestar um atendimento à saúde com segurança podem ser obtidas por meio da técnica de simulação, porém para atingir estes objetivos é necessário que a técnica seja conduzida de forma planejada, estruturada com os componentes da experiência clínica real e associada ao maior nível de realismo possível (KNEEBONE; NESTEL; VINCENT et al., 2007).

A simulação da experiência clínica também permite desenvolver habilidades cognitivas específicas, entre estas se destaca a liderança, trabalho em equipe, trabalho coletivo e habilidades práticas que geralmente são desenvolvidas somente com a vivência das ações em saúde (BRANDAO; COLLARES; MARIN, 2014).

A simulação constitui-se como parte importante na construção do senso crítico dos participantes, além da aquisição de habilidades relativas às demandas sociais, éticas e cidadãs. Neste método o discente tem papel ativo e controla sua formação, o que justifica o uso da simulação nas atividades educativas na saúde (SANINO, 2012; MIRANDA; MOTTA; CHAVES et al., 2015).

Tipos de Simuladores

Para entender melhor os tipos de tecnologias disponíveis é importante saber a diferença entre os termos “simulação” e “simulador”, sendo que o primeiro termo é utilizado para descrever a técnica usada para simular a realidade em ambiente controlado e seguro a fim de permitir o aprendizado em determinada área do conhecimento. Já o termo “simulador” representa a tecnologia aplicada para efetivar a técnica, neste sentido pode se tratar de um objeto físico, um monitor, um manequim, até mesmo um software, atores, cenários e qualquer ferramenta tecnológica aplicada com objetivo de replicar a realidade no cenário de simulação (COOPER; TAQUETI, 2008).

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A Simulação pode ser classificada de acordo com o nível de realismo da técnica e sua capacidade de reproduzir a realidade, sendo caracterizada em: Objetos Virtuais de Aprendizagem, Simulador de Paciente ou de Alta Fidelidade, Simulador de Media e Baixa Fidelidade, Paciente Simulado, Role play, e ainda é possível utilizar métodos mistos para criar um cenário de Simulação Clínica (OLIVEIRA; PRADO; KEMPFER, 2014).

Os simuladores de Alta e Média Fidelidade são utilizados para replicar funções vitais do paciente, entre os quais se destacam os pioneiros Resusci Anne, que foi usado para treinamento em ventilação boca-a-boca, possuía tecnologia que permitia abrir as vias aéreas e ventilar o manequim com expansão do tórax. Também se destacam os manequins atuais produzidos com alta tecnologia que permitem a cardioversão elétrica e sons fisiológicos próximos aos reais e pulso palpável. Estes aparatos tecnológicos permitem aumentar o nível de realismo e proporcionar que técnica de simulação seja realizada com maior qualidade (COOPER; TAQUETI, 2008).

Como Usar

A condução da técnica de simulação exige a apresentação do discente a um caso clínico, que é construído de acordo com os problemas enfrentados na realidade ou elaborado com a finalidade de atingir os objetivos educacionais estabelecidos para o uso da técnica, em um contexto onde o discente assume a responsabilidade pela condução e tratamento do caso em um cenário, e terminando com um momento de reflexão final conhecido como debriefing (MARTINS; MAZZO; BAPTISTA  et al., 2012).

Para construção de um cenário de simulação é necessário primeiramente estabelecer um passo a passo, que consiste respectivamente em oito etapas:

  • Estabelecer os objetivos de aprendizagem- tema do cenário, público alvo, competências que se espera que os discentes adquiram no fim da atividade;
  • Definir recursos – atores, adereços, equipamentos, aparatos tecnológicos, objetos reais, o ambiente do cenário;
  • Parâmetros e instruções – os parâmetros físicos e psicológicos, além das vias de condução dos cenários por parte do docente;
  • Documentos necessários – Encaminhamentos, receituarios e exames diagnósticos  (quando o cenário exigir);
  • Contexto – script dos atores ou caso clínico para ser simulado no manequim, além de informações para o debriefing;
  • Instrumentos de suporte – artigos científicos, aulas, vídeos e capítulos de livros;
  • Leitura de literatura que deve ser sugerida a partir dos objetivos da aprendizagem;
  • Observações- checklist de diretrizes da aplicação do cenário com o que deve ser seguido pelo aluno, incluindo espaço para melhorias e sugestões (NEVES; PAZIN-FILHO, 2018).

Com os objetivos definidos, respeitando as etapas descritas acima, é possível sintetizar o uso da técnica em três momentos específicos:

Briefing

O Briefing que representa o momento inicial em que é apresentado o caso clínico e os itens de interação no cenário,também são realizadas orientações a respeito dos itens interativos nos cenários e sobre o uso do simulador, lembrando que é essencial que esta etapa não atrase a prática com discussões sobre o conhecimento teórico que deve ser atingido previamente através de leitura (IGLESIAS; PAZIN-FILHO, 2015).

A Ação

A Ação ou cenário práticoque representa o momento da prática simulada, o momento onde o discente mergulha no cenário e faz as intervenções práticas no simulador, vale lembrar que é importante que haja meios para gravação da prática a fim de facilitar o feedback;

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Os cenários devem ter tempo de duração recomendável entre quinze e trinta minutos, mas podem ter duração variável de acordo com os objetivos educacionais propostos. Este cenário deve ser construído de forma planejada, com o número de detalhes necessários para tornar a simulação realista o suficiente para que o discente possa imergir no cenário e obter maior aproveitamento da técnica(NEVES; PAZIN-FILHO, 2018).

Para efetivação da técnica de simulação, é fundamental que o docente esteja preparado para utilizar as tecnologias disponíveis, os simuladores, os métodos didáticos e saiba da condução do processo de simulação, especialmente a forma como conduzir o debriefing (GOMEZ; VIEIRA; SCALABRINI NETO, 2011).

Debriefing

O momento de reflexão que acontece após a simulação é conhecido como debriefing, ocorre após a realização da prática simulada e constitui-se no momento onde o docente assume o papel de facilitador do processo de construção do conhecimento, é neste momento que são discutidos os acertos e possibilidades de melhoria, além do desempenho do discente. O debriefing sempre deve ser instituído com foco inicial nos pontos positivos e pode ser auxiliado com imagens gravadas do momento da atividade simulada (BRANDÃO; COLLARES; MARIN, 2014). 

Constitui-se no momento de reflexão final quando o discente pode ter acesso aos registros de sua prática para pontuar os elementos positivos e os que necessitam de alguma melhora ou aprimoramento durante a condução do caso, este feedback acontece com participação dos docentes como facilitadores (MARTINS; MAZZO; BAPTISTA  et al., 2012; STEINWACHS, 1992).

O debriefing é instituído com respeito às particularidades de cada cultura, sendo que de fato esta é uma limitação na técnica, considerando que simulação é importada de territórios estrangeiros que vivem contextos completamente diferentes da realidade local, é necessário um aprofundamento da melhor forma de aplicar o debriefing a fim de a aperfeiçoar a simulação (BRANDÃO; CARVALHO-FILHO; CECILIO-FERNANDES, 2018).

Considerações Finais

Para utilizar a simulação é preciso haver um profundo planejamento e conhecimento da técnica por parte do docente, sendo que este deve ter um exaustivo preparo para trabalhar com a técnica. O uso da simulação envolve tempo e investimento em produção de cenários, equipamentos tecnológicos que podem ter custo elevado e muitas vezes exigem conhecimento específico por parte dos docentes (GOMEZ; VIEIRA; SCALABRINI NETO, 2011).

É essencial manter uma constante reavaliação sobre os elementos que justificam o uso da técnica de simulação, considerando os desafios de sua implementação, é fundamental que se avaliem de maneira crítica se os objetivos educacionais podem ser atingidos em contextos tradicionais, ou mesmo usando técnicas de ensino inovadoras diferentes da simulação. Neste contexto vale salientar que alguns docentes se atraem pelo uso da simulação para atingir objetivos educacionais que podem ser facilmente atingidos usando metodologias diferentes (LANE; SLAVIN; ZIV, 2001).

A formação em saúde exige uma experiência educacional complexa, onde a simulação pode ser usada como ferramenta eficaz para construção de conhecimentos sólidos e significativos. Sua implementação requer profunda preparação e planejamento por parte dos discentes, além de materiais e um aparato tecnológico específico, porem seus resultados tem sido positivos além da técnica ter boa aceitação por parte dos discentes.

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Referências

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