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Aplicação do “Flipped Classroom” no Ensino na Área da Saúde: experiências, avanços e desafios.

Autores
Cíntia de Oliveira Cunha
Utinay Batista Santos da Silva
Edna Regina Silva Pereira
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A tecnologia vem sendo incorporada progressivamente no ensino superior e com ela novos métodos de ensino-aprendizagem são desenvolvidos acompanhando as mudanças ocorridas nas formas de pensar, agir e interagir das pessoas. A utilização de novas tecnologias provoca mudanças na sociedade e por conseguinte, na educação e no perfil dos estudantes.

Diante da necessidade de acompanhar essas transformações, muitas instituições de ensino superior na área da saúde estão adotando novos métodos de ensino. Em relação a essas mudanças Souza, Iglesias e Pazin-filho (2014, p. 285) afirmam que: “Frente a inadequação do aparelho formador em responder às demandas sociais, há o reconhecimento consensual da necessidade de transformações na educação de profissionais de saúde e novas formas de trabalhar com o conhecimento”.

As metodologias ativas de ensino propõem um novo olhar sob as práticas de ensino ao proporcionar ao estudante o protagonismo em seu processo de aprendizagem e maior interação entre esse, seus pares e o professor. O Flipped Classroom é uma dessas metodologias que vem sendo adotada por muitos países em variados cursos da área da saúde e em disciplinas diversas. Os objetivos desse capítulo são, revisar alguns conceitos e fundamentos do Flipped Classroom e relatar algumas experiências da aplicação desse método com seus avanços e desafios.

Conceitos fundamentais

Flipped Classroom é uma metodologia ativa também é conhecida como “sala de aula invertida”, “teaching flipped” ou “flipped learning” criada para maximizar a participação ativa do estudante dentro do processo de ensino aprendizagem (GOSTELOW et al., 2018). O método propõe a disponibilização prévia de um conteúdo antes do momento da sala de aula, para os alunos, que devem acessá-lo e se prepararem para o momento do encontro presencial (KOO et al., 2016).

Desta forma há dois momentos de aprendizado: sem o professor, em que o estudante tem um primeiro contato com um novo tema e pode desenvolver sua própria opinião e pontos de vista; e com o professor e colegas de classe, em que o discente se envolve em discussões e resolução de problemas, além de ter contato com visões diferentes da sua a respeito de um mesmo assunto (PARK; PARK, 2018).

Figura 1: sequência de etapas de uma aula invertida

Desenvolvendo material pré-classe

A preparação do material pré-classe é de extrema importância, afinal ele será o cartão de visitas daquela disciplina para o aluno. O conteúdo disponibilizado não pode ser muito longo ou exaustivo, dever ser atraente e instigante, despertando o interesse e atenção dos estudantes, é preciso também se adequar ao perfil da turma (MELO JÚNIOR et al., 2018).

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O professor pode fazer uso de diversos recursos, tais como capítulos de livros, artigos, postcast, vídeos; a literatura aponta este último como o melhor aceito pelos alunos (BISHOP; VERLEGER, 2013). Há a opção do professor elaborar os próprios vídeos, o que ajuda no melhor direcionamento do conteúdo disponibilizado, e não exige tanto quanto se imagina, o material podem ser composto a partir da construção de slides com uma narração em áudio, por exemplo. Quando não houver conhecimento tecnológico suficiente, ou caso o docente não se sinta seguro para tal, pode ser feita a utilização de recursos já existentes (MOFFET, 2014).

Há ainda a opção de desenvolver um ambiente de aprendizado virtual (AVA), em que vários conteúdos diferentes podem ser oferecidos, o que acaba por contemplar de forma mais versátil o processo de ensino aprendizagem (ELLAWAY; MASTERS, 2008). No AVA o professor tem a liberdade de disponibilizar textos, vídeos, slides, criar fóruns e, dentro deles, manter uma discussão com os alunos, estreitando assim a relação entre discentes e docente, e estimulando o estudante a participar de discussões (NARVAI et al., 2017).

Um ponto fundamental, no qual o professor deve estar sempre atento, é o acesso que os alunos possuem à internet. Os conteúdos são, majoritariamente, disponibilizados online, por isso, é preciso que os estudantes tenham uma boa conexão de internet e conhecimento tecnológico suficiente para que acessem o material didático, e estudem o conteúdo ofertado, o que é indispensável para uma boa execução da metodologia (MELO JÚNIOR et al., 2018).

Flipped Classroom na área da saúde

A metodologia da aula invertida não vem de hoje, um dos seus primeiros registros ocorreu no século XIX, quando Sylvanus Thayer, nos Estados Unidos, sugeriu que seus alunos de engenharia pesquisassem sobre os conteúdos antes das aulas, para que pudessem utilizar o tempo em sala para resolução de exercícios (MOFETT, 2014).

Mais recentemente, em 2000, durante a 11° Conferencia Sobre Aprendizado do Ensino Superior, Baker apresentou a proposta da sala de aula invertida baseada na disponibilização online de conteúdos multimídia, o que ajudou a popularizar o método entre os mais diversos cursos, entre eles os da área da saúde (MELO JÚNIOR et al., 2018). Atualmente há uma grande quantidade de estudos voltados para implementação do Flipped Classroom em cursos como medicina, enfermagem, farmácia, odontologia, entre outros. (PARK; PARK, 2018; KOO et al., 2016; NARVAI et al., 2017; TRAINER et al., 2016).

Experiências e sua utilização na área da saúde

A revisão da literatura sobre os relatos de aplicação da aula invertida na área médica ocorreu utilizando as plataformas PubMed, SCIELO e a Biblioteca Virtual em Saúde – BVS. Foi realizada a busca por artigos publicados no período de 2016 a 2019 com as seguintes palavras-chave: aula invertida; saúde; experiência e as mesmas palavras em inglês: Flipped Classroom; health; experience. Os critérios de inclusão foram artigos que relatam a aplicação da sala de aula invertida em cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde. Os critérios de exclusão foram editoriais e artigos de revisão bibliográfica sobre o tema definido. A seleção dos artigos se baseou na intenção de destacar os estudos em que houve a aplicação do Flipped Classroom em locais que anteriormente havia o método tradicional de ensino.

A Tabela 1 apresenta os estudos que foram selecionados nessa revisão que ilustram a aplicação do método de ensino em diversos cursos na área da saúde e em variados componentes curriculares.

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Título Autor/Ano/Local Descrição Principais Resultados Conclusões
Application of Flipped Classroom Pedagogy to the Human Gross Anatomy Laboratory: Student Preferences and Learning Outcomes. Fleagle et al. 2018, Estados Unidos Realizado no curso de odontologia, para comparar o desempenho com e sem a aula invertida. Ocorreu por 6 anos, sendo n=5242 nos 3 primeiros anos e n=5241 nos 3 anos finais. Nos anos iniciais os alunos receberam páginas de um manual de pré-dissecação. Já nos anos finais foram repassados, online, imagens de atlas de anatomia, vídeos em 3D de dissecação e anatomia além da realização de atividades em grupo. Também foram implementados questionários antes das aulas práticas. Não houve mudança nas notas médias no 1° e 2°exames. Porém, no exame laboratorial semi-cumulativo finalos escores foram significativamente maiores nas classes submetidas ao flipped classroom. As atividades pré classe, em especial as em visualização anatômica em 3D, possuem papel significativo dentro do currículo da anatomia moderna.
Sala de aula invertida para o ensino do conteúdo abertura coronária em Endodontia Melo Júnior et al. 2018, Brasil Realizado no curso de odontologia (n=14) para avaliar a implementação da sala de aula invertida no ensino aprendizagem. Textos, imagens e vídeos demonstrativos foram previamente disponibilizados online, nas aulas presenciais foram feitas revisões, exercícios e questionários de satisfação com o método. Cerca de 92% dos alunos concordaram que o método foi adequado para o aprendizado, apesar da maioria (64,2%) demonstrar dificuldade com o conteúdo, 92% concordaram que a aula superou as expectativas. Os autores concluíram que a metodologia da aula invertida foi adequada para o processo de ensino aprendizagem no conteúdo proposto.
Saúde Bucal Coletiva e pedagogia da sala de aula invertida: possibilidades e limites no ensino de graduação Narvai et al. 2017, Brasil Ocorreu no curso de odontologia (n=12), para relatar uma experiência com uso do FC1. Os conteúdos foram disponibilizados em um AVA2, os alunos foram divididos em 2 grupos para realização de um projeto onde seriam caracterizadas as condições de saúde bucal em 2 regiões. Os conteúdos para a realização do projeto foram organizados em seminários temáticos e textos de apoio, para cada texto os alunos deviam elaborar comentários e questões. Houve receio dos alunos nas discussões em sala, sendo esperadas iniciativas por parte do professor, reforçando a visão de que ele ainda é o centro do processo. Porém com decorrer da disciplina os estudantes se tornaram, aos poucos, mais ativos. Os autores concluem que é possível implementar métodos que coloquem o aluno no centro da aprendizagem, porém essas práticas vêm sendo pouco descritas na odontologia.
¿Como perciben los estudiantes el clima de aprendizaje em el aula invertida em cirurgía? Lecciones aprendidas y recomendaciones para su implementación. Domínguez et al. 2018,Colombia Aconteceu no curso de medicina (n=444), para mensurar o clima de aprendizado na aula invertida. Foram passados vídeos, textos, casos clínicos e um fórum para discussão como material pré classe, nas aulas presenciais foram analisados casos clínicos em grupos. Por fim foi aplicado o questionário DREEM3. No geral, a pontuação do DREEM indicou excelente clima de aprendizado, os alunos sentiram-se confiantes com sua formação e identificaram boa atmosfera de aprendizagem. Os alunos se beneficiaram do método. O autor recomenda que o método seja incorporado em outros cursos e disciplinas.
The "Flipped Classroom" Model for Teaching in the Intensive Care Unit: Rationale, Practical Considerations, and an Example of Successful Implementation. Tainter et al. 2016, Estados Unidos Realizado com 39 residentes de medicina em terapia intensiva, para avaliar o impacto do FC na aquisição do conhecimento e a percepção de confiança dos residentes sobre o conteúdo estudado. Foram disponibilizados 5 vídeos de 5 minutos para cada módulo via DropBox. A aula presencial foi dada no modelo “hands on”. Foram aplicados testes antes e após as aulas, além de um questionário usando a escala de Likert antes e após cada módulo. Também foram realizadas avaliações sobre a qualidade do conteúdo ofertado. Houve um aumento relevante no nível de confiança dos residentes e no nível de conhecimento no pré e pós teste nos 2 primeiros módulos de ensino, já nos 2 últimos também houve melhora, porem não houve significância estatística no quesito confiança dos alunos. Para os autores são necessárias inovações para alavancar o aprendizado no ambiente da UTI. Concluem que a aula invertida é capaz de envolver os alunos em uma aprendizagem significativa que melhora a prestação de cuidados na saúde.
Using traditional or flipped classrooms to teach “Geriatrics and Gerontology” Investigating the impact of active learning on medical students’ competences Lucchetti et al. 2018, Brasil O estudo aconteceu no curso de medicina (n=243), para verificar o efeito do FC e do método tradicional no ensino da geriatria. A amostra foi dividida em 2 grupos, o que recebeu aula tradicional, e o que recebeu aula invertida. Após as aulas os alunos foram expostos a teste de conhecimento, atitudes na geriatria e satisfação com o método de ensino. O grupo que recebeu FC demonstrou ter adquirido mais conhecimento e ter uma melhor atitude com idosos do que o grupo de aula tradicional, o método FC foi melhor avaliado pelos alunos. Os autores concluíram que o método de ensino na geriatria pode afetar o aprendizado, atitudes e satisfação dos alunos, sendo nesse estudo, as estratégias ativas superiores as tradicionais.
Flipped classroom frameworks improve efficacy in undergraduate practical courses – a quasi-randomized pilot study in otorhinolaryngology Dombrowski et al. 2018, Alemanha Realizado no curso de medicina (n=212), para comparar o desempenho e aceitação do FC com o método tradicional. Foram passados vídeos curtos e um material suplementar de conteúdo mais avançado via plataforma Moodle. Os alunos foram divididos em 2 grupos, um com acesso à plataforma e outro sem acesso à plataforma. Para comparar o sucesso e satisfação entre os grupos foi passado um questionário com a escala de Likert. A plataforma foi acessada com frequência por 66% dos alunos participantes. Alunos com uso frequente plataforma da se sentiram mais preparados para o curso prático (p=0,001) FC pode ajudar a economizar tempo para maior prática dentro dos cursos. Concluíram que o FC tem bom potencial para ajudar no ensino para disciplinas médicas com tempo de ensino limitado.
Quasi-experimental study on the effectiveness of a flipped classroom for teaching adult health nursing Park, Park. 2018, Coréia do Sul Realizado no curso de enfermagem (n=81), para verificar a eficácia do FC. Na 1° metade do semestre os alunos receberam aulas tradicionais e responderam uma Escala de Disposição do Pensamento Crítico, na 2° metade do semestre tiveram aulas invertidas e responderam mais uma vez a mesma escala. Após aula invertida as pontuações em tópicos de assunto e habilidades de pensamento crítico, mostraram um maior nível do que com a aula tradicional. O estudo comprovou a eficácia do FC como metodologia ativa através de uma abordagem quantitativa, se mostrando superior ao método tradicional.
Nursing students studying physiology within a flipped classroom, selfregulation and off-campus activities Bingen et al. 2019, Noruega Ocorreu no curso de enfermagem (n=23), para verificar como os alunos reagiriam as aulas invertidas. Eles tiveram acesso às palestras online, exercícios e um fórum onde poderiam interagir. Foram utilizadas entrevistas e notas reflexivas para os alunos descreverem suas experiências. A teoria da atividade foi utilizada para entender como os estudantes de enfermagem vivenciam o aprendizado dentro de uma sala de aula invertida. Alguns estudantes sentiram falta do modelo de ensino tradicional, enquanto outros se adaptaram. Muitos resistiram em fazer o trabalho necessário para adaptar seu estilo de aprendizagem para a sala de aula invertida Para os autores, os alunos parecem precisar da interação com professor e não estarem preparados para assumir a responsabilidade de estudo fora do campus. Mais tempo deve ser investido para que os estudantes se adaptem.
Flipped Classroom no ensino de gerenciamento em enfermagem: relato de experiência Menegaz et al. 2018, Brasil Pesquisa realizada no curso de enfermagem, em 2 turmas, para relatar a experiência de uso de 2 métodos de aula invertida. A 1° turma (n=31) teve aulas invertidas baseada no Just in Time Teaching (JiTT) com um vídeo como atividade prévia e Peer Instruction com um texto como exercício pré classe. A 2° turma (n=26) foi submetida apenas ao JiTT. O material foi disponibilizado via Google Drive. O método foi visto como inovador, porém gerou impactos, já que demandou mais tempo dos alunos e professor. Foi notado também a dificuldade dos alunos para o acesso à internet e para obediência aos prazos. Os estudantes tiveram dificuldade para se adaptar ao estudo individual. Aplicações isoladas do método podem dificultar o planejamento do professor e a aceitação dos alunos.
The flipped classroom: Benefits of student-led learning. Smith, C.E. 2017, Estados Unidos Sucedeu no curso de Enfermagem (n=49), para avaliar a satisfação dos alunos. Um vídeo de 25 minutos com slides narrados foi enviado online. Na aula presencial foi aplicado um questionário com 7 questões sobre o vídeo e feita correção e revisão do conteúdo. Mais atividades sobre o conteúdo foram desenvolvidas em sala. Um questionário com escala de Likert foi aplicado no final. Cerca de 90% dos alunos afirmaram ter gostado do método. A metodologia da aula invertida foi mais proveitosa do que as aulas tradicionais, envolvendo muito mais aluno e professor no conteúdo abordado. Os alunos se beneficiaram do método. A autora recomenda que o método seja incorporado em outros cursos e disciplinas de enfermagem.
Effect of flipped teaching on student performance and perceptions in an Introductory Physiology course Gopalam, C. 2018, Estados Unidos Realizado no curso de farmácia (n=653), para testar o impacto do FC no desempenho dos alunos, houve 2 grupos, um recebeu aula com FC através de vídeos, textos como atividade pré classe e trabalhos em grupo em sala, e o outro recebeu aula tradicional. Ambos responderam um questionário sobre o assunto estudado e pesquisas de satisfação. A pontuação dos alunos que tiveram a aula invertida foi maior do que dos alunos que receberam aulas tradicionais na maioria dos exames, 71% apontaram que a aula invertida melhorou a forma de ensino. O autor concluiu que o FC ajudou os alunos a se dedicarem mais ao ensino e que a maioria vê o método como bom, apesar de precisarem de mais tempo para se adaptarem.
Impact of Flipped Classroom Design on Student Performance and Perceptions in a Pharmacotherapy Course Koo et al. 2016, Estados Unidos Feito em uma turma de farmácia, para determinar se a aula invertida melhoraria o desempenho dos alunos comparado a aula tradicional. Foram passados vídeos curtos, e um pré-teste como atividade pré classe, disponibilizados em plataforma online. Nas aulas presenciais um pós teste foi aplicado e discutido em grupo. As notas finais melhoraram com FC, assim como as pontuações médias no pós-teste, 88% dos alunos ficaram satisfeitos com o redesenho, relataram apreciar a flexibilidade do vídeo, mas alguns reclamaram do tempo ampliado do curso. O curso redesenhado com o FC melhorou o desempenho dos alunos nos testes e as percepções da aprendizagem durante o 1° ano de implementação.
1 FC: Flipped classroom;
2 AVA: ambiente de aprendizagem virtual;
3.DREEM: Dundee Ready Education Environment Measure
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Considerações

É possível observar nos estudos descritos que várias instituições de ensino superior na área da saúde que adotaram Flipped Classroom constataram a eficácia do método, demonstrado pelo aumento no desempenho acadêmico dos estudantes e no maior engajamento nos estudos. Dentre os desafios observados, o de maior impacto, é garantir que todos os estudantes tenham acesso ao material via on-line. O bom desempenho na utilização dessa metodologia depende da explicação clara do método aos estudantes para que se sintam seguros em realizar os estudos pré-classe e na preparação do conteúdo de forma objetiva e sucinta.

Outro aspecto importante é a necessidade que o professor esteja aberto a uma mudança de postura em sala de aula, para possibilitar que o estudante continue exercendo autonomia nos estudos que se iniciou na atividade pré-classe. A atuação do professor, nesse contexto, deixa de ser vertical, detentor do conhecimento, e passa a ser horizontal, mediador da aprendizagem, ao dar oportunidade para que todos possam se expressar em relação ao que está sendo estudado.

O Flipped Classroom é um bom exemplo da utilização das tecnologias em favor do ensino, pois proporciona que o estudante acesse, via internet, o conteúdo de uma disciplina quantas vezes for necessário antes da aula presencial. Ao rever o conteúdo em sala de aula, por meios das interações entres os colegas e professor, é possível reforçar e aprofundar mais os conhecimentos prévios, o que proporciona não só o aumento dos conhecimentos cognitivos e habilidade como também o desenvolvimento das relações interpessoais.

O Flipped Classroom é uma metodologia ativa, acessível, dinâmica, eficiente e com resultados comprovados; pode ser aplicada em diversos cursos da área da saúde ou de qualquer outra área de conhecimento, não é necessário despender com altos custos em sua aplicação. Inovar no processo de ensino-aprendizagem utilizando o Flipped Classroom proporciona ao docente acompanhar os novos métodos de ensino e ao estudante novas experiências na aquisição do conhecimento.

Referências

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