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Acesso ao Livro Literário e Aquisição de Capital Cultural

Tálita de Oliveira Borges (PPGEEB/CEPAE/UFG)
Vivianne Fleury de FARIA (CEPAE-UFG)

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Introdução

“Queimar era um prazer” (BRADBURY, 2017, p. 21). A primeira frase do romance Fahrenheit 451, escrito em 1953 por Ray Bradbury e que narra a relação de uma sociedade distópica com os livros, é a metáfora do que ocorre, algumas vezes, com a formação de leitores jovens, já que, segundo Zilberman (1991), a escola tem interpretado a tarefa de ensinar a ler de um modo mecânico e estático.

O indivíduo habilitado à leitura não é um leitor literário e, nesse sentido, obras literárias são simbolicamente queimadas diariamente, quando alunos não têm acesso aos livros, às bibliotecas, à literatura de qualidade. De acordo com Zilberman (1991, p.17), “sabendo ler e não perdendo mais essa condição, a criança não se converte necessariamente num leitor, já que este se define, em princípio, pela assiduidade a uma determinada instituição – a literatura”. Ou seja, dessa maneira, a literatura, o romance surgem na coletividade. Segundo Llosa (2009), “o romance não começa a existir quando nasce, por obra de um indivíduo; só existe realmente quando é adotado pelos outros e passa a fazer parte da vida social, quando se torna, graças à leitura, experiência partilhada”.

Bradbury, ao escrever o romance distópico Fahrenheit 451 (1953), antecipa o que Llosa (2009) e Zilberman (1991) teorizaram. Explicita a aversão que uma sociedade passa a ter aos livros: ler passa a ter um caráter instrumental, literatura é proibida. As crianças vão à escola para aprender a escrever e a ler de modo estático, mecânico e a literatura é um mal social. Por isso os bombeiros têm como função principal queimar livros. Tal ato é apoiado pela sociedade que não vê necessidade em ler, já que todos estão envolvidos com os grandes telões instalados nas paredes das casas ou com as radioconchas conectadas aos ouvidos. É um mundo assolado pela cultura de massa.

Na primeira parte do romance, intitulada “A lareira e a salamandra”, a personagem Capitão Beatty (chefe do corpo de bombeiros) vai à casa de Guy Montag e revela ao jovem bombeiro a razão pela qual as pessoas pararam de ler.

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A escolaridade é abreviada, a disciplina relaxada, as filosofias, as histórias e as línguas são abolidas, gramática e ortografia pouco a pouco negligenciadas e, por fim, quase totalmente ignoradas. A vida é imediata, o emprego é que conta, o prazer está por toda parte depois do trabalho. Por que aprender alguma coisa além de apertar botões, acionar interruptores, ajustar parafusos e porcas? (BRADBURY, 2017, p. 78).

Ele ainda afirma que o importante é o prazer que promove a felicidade de todos: “mais esporte para todos, espírito de grupo, diversão, e não se tem que pensar, não é? (...). Mais ilustrações nos livros. Mais figuras. A mente bebe cada vez menos. Impaciência.” (BRADBURY, 2017, p. 80). E ainda explica que a censura aos livros não veio do governo, este apenas reforçou o desejo da coletividade.

Os livros, assim diziam os malditos críticos esnobes, eram água de louça suja. Não admira que parassem de ser vendidos, disseram os críticos. Mas o público, sabendo o que queria, com a cabeça no ar, deixou que as histórias em quadrinhos sobrevivessem. E as revistas de sexo em 3-D, é claro. Aí está, Montag. A coisa não veio do governo. Não houve nenhum decreto, nenhuma declaração, nenhuma censura como ponto de partida. Não! A tecnologia, a exploração das massas e a pressão das minorias realizaram a façanha, graças a Deus. Hoje, graças a elas, você pode ficar o tempo todo feliz, você pode ler os quadrinhos, as boas e velhas confissões ou os periódicos profissionais (BRADBURY, 2017, p. 81).

Ao defender o gênero romance, Llosa (2009) afirma que, apesar de compreender a prosperidade e o poderio do mundo cibernético, teme que a sociedade se torne letárgica, que os cidadãos virem robôs que abdicam da liberdade.

A verdade é que o formidável desenvolvimento dos meios audiovisuais em nossa época – os quais, por um lado, revolucionaram as comunicações tornando todos os homens e mulheres do planeta partícipes da atualidade e, por outro, monopolizaram cada vez mais o tempo que os seres vivos dedicam ao ócio e à diversão em vez de à leitura – permite imaginar, como possível cenário histórico do futuro, uma sociedade moderníssima, repleta de computadores, telas e alto-falantes, e sem livros, ou mais precisamente, onde os livros – a literatura – se tornaram semelhantes à alquimia na era da física: uma curiosidade anacrônica, praticada nas catacumbas da civilização mediática por minorias neuróticas. (LLOSA, 2009, p. 8).
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No cenário distópico de Fahrenheit 451, os cidadãos tornavam-se alienados, mas alguns leitores resistiam e intrigaram o protagonista da narrativa, Guy Montag – bombeiro “desde os vinte anos. Dez anos atrás” (2017, p. 26) – que busca compreender o porquê de a literatura exercer fascínio em algumas pessoas. Para essas, ler não era apenas um ato instrumental, assim como não deve ser nas escolas da sociedade em que vivemos.

Ler e escrever são um direito de todo cidadão assim como o é ter acesso aos bens culturais produzidos socialmente, tal qual a literatura. Educação e Cultura não se separam. No entanto, em alguns casos, tem-se pouco acesso à primeira, pouquíssimo à segunda e, em outros casos mais graves, o acesso é restrito às duas. Consoante Graça Paulino:

Reduzir o letramento da maioria dos brasileiros ao nível funcional é expropriá-lo de vivências textuais não só literárias quanto filosóficas e científicas, dentre outras. Portanto, o projeto de sociedade democrática em que acreditamos envolve, como direitos de todos, mais que comida, roupa, habitação, saúde e trabalho. Envolve também educação, formação estética e ampliação constante da quantidade e qualidade dos bens culturais que a existência humana pode abarcar (2001, p. 118).

Desse modo, a cultura se torna um instrumento de dominação, já que, segundo Bourdieu, a cultura é um capital incorporado e, para ele, capital simboliza poder, dominação.

É nesse contexto que este artigo apresenta uma breve discussão sobre o acesso dos jovens do Ensino Fundamental à produção literária como capital cultural incorporado. O ponto de partida das reflexões é a questão mobilizadora/problematizadora: o acesso ao livro literário é uma possibilidade de acúmulo de capital cultural?

Para tentar responder esse questionamento, o texto aborda aspectos da formação do leitor literário jovem, com ênfase no acesso ao livro literário, a partir da perspectiva de Paulino, 2001; Kramer, 2000; Candido, 2005; Zilberman, 1991; Llosa, 2009. Apoia-se na obra Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (2017) e apresenta uma discussão teórica sobre os conceitos de capital cultural elencados por Bourdieu, 1999 e 2009.

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Fundamentação Teórica

A formação de leitores é um tema de destaque em escolas e universidades, onde muitos estudos são realizados, muitas propostas de intervenção são levantadas e vários problemas são enfrentados. Mas um entrave suscitado durante as discussões é o acesso ao livro literário.

Em sua pesquisa, Graça Paulino (2001) aponta o distanciamento geográfico-econômico em que se coloca o livro enquanto objeto cultural. O estudo foi realizado em Belo Horizonte (Minas Gerais) e indica distorções na distribuição de livros literários para as camadas médias e baixas da população. E, se a pesquisa foi realizada em uma das mais importantes capitais do país, imagine esse cenário nas regiões mais afastadas dos grandes centros.

Os estudos de Kramer (2000, p. 20) corroboram as discussões de Paulino ao afirmar que “no Brasil, em mais de 90% dos municípios, não há livrarias, além de serem muito precárias ou quase inexistirem as bibliotecas”. Portanto, para uma discussão sobre o acesso ao livro literário e, por conseguinte, sobre a formação do leitor literário jovem é necessário que a escola considere o capital social e o capital cultural incorporados em diferentes níveis ou, nas palavras de Bourdieu, considere o habitus.

[...] o habitus é uma capacidade infinita de engendrar em toda liberdade (controlada) produtos – pensamentos, percepções, expressões, ações – que sempre têm como limites as condições historicamente e socialmente situadas de sua produção, a liberdade condicionada e condicional que ele garante está tão distante de uma criação de imprevisível novidade quanto de uma simples reprodução mecânica dos condicionamentos iniciais (BOURDIEU, 2009, p. 91).

Nesse sentido, no entanto, Bourdieu considera que a escola é reprodutora da dominação de classes, isto é, as estruturas sociais são perpetuadas nesse espaço. Desse modo, ter acesso ao objeto livro não é garantia de formação de leitores.

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Exemplo dessa situação é encontrado em uma escola filantrópica situada na região periférica de Aparecida de Goiânia, que garante aos seus alunos acesso a uma biblioteca com um bom acervo literário e plano de leitura bimestral financiados com recursos da instituição. Ou seja, a dificuldade enfrentada pelos professores e pela bibliotecária não é o mesma da maior parte das escolas, o acesso ao livro. Ao contrário, o problema aqui é conscientizar os alunos da necessidade e importância da literatura, do acúmulo de capital cultural. Segundo Bourdieu (1999), “[...] o capital cultural é um ter que se tornou ser, uma propriedade que se fez corpo e tornou-se parte integrante da “pessoa”, um habitus”.

Nessa perspectiva, portanto, o trabalho com a literatura ultrapassa os limites do acesso ao objeto livro. Consoante Kramer (2000), trabalhando com leitura, formação e literatura, o horizonte é a humanização, “o resgate da experiência humana, a conquista da capacidade de ler o mundo, de escrever a história coletiva, de expressar-se, criar, mudar” (p. 25). A autora defende a leitura literária pelo seu potencial humanizador e formador. Para Kramer, é necessário uma “política de educação e cultura comprometida com a humanização, contra a barbárie” (2000, p. 27). Haja vista que “as produções literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades básicas do ser humano [...] enriquece[m] a nossa percepção e a nossa visão do mundo” (CANDIDO, 1995, p. 179).

Porém, segundo Paulino (2001), no Brasil há um processo de elitização da literatura, do que se pode presumir que, mesmo tendo acesso ao objeto cultural livro, alguns alunos ainda se sentem distantes dele, por ser elitizado, por não pertencer à sua realidade social, por não fazer parte de seu habitus. A literatura é um capital cultural pago com aquilo que de mais pessoal se tem: o tempo.

Esse capital “pessoal” não pode ser transmitido instantaneamente (diferentemente do título de propriedade ou mesmo do título de nobreza) por doação ou transmissão hereditária, por compra ou troca. Pode ser adquirido, no essencial, de maneira totalmente dissimulada e inconsciente, e permanece marcado por suas condições primitivas de aquisição. (BOURDIEU, 1999, p. ).
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Na segunda parte da obra de Ray Bradbury, a personagem Faber (ex- professor de inglês, intelectual e apaixonado por livros) revela a Guy Montag que há três fatores que tornam os livros importantes, amados, odiados e temidos: qualidade, textura da informação, lazer – o direito de realizar ações com base no que aprendemos da interação entre as duas primeiras

[...] você sabe por que os livros como este são tão importantes? Porque têm qualidade. E o que significa a palavra qualidade? Para mim significa textura. Este livro tem poros. Tem feições. Este livro poderia passar por um microscópio. Você encontraria vida sob a lâmina emanando em profusão infinita. Quanto mais poros, quanto mais detalhes de vida fielmente gravados por centímetro quadrado você conseguir captar numa folha de papel, mais “literário” você será. Pelo menos, esta é a minha definição. Detalhes reveladores. Detalhes frescos. Os bons escritores quase sempre tocam a vida. Os medíocres apenas passam rapidamente a mão sobre ela. Os ruins a estupram e a deixam para as moscas. Entende agora por que os livros são odiados e temidos? Eles mostram os poros no rosto da vida (BRADBURY, 2017, p. 108).

Llosa (2009) afirma que bons romances ensinam a ver as diferenças étnicas e culturais, a valorizar a riqueza do patrimônio humano e a criatividade. Ter acesso ao livro literário e à boa literatura é fazer parte de um universo peculiar e de suma importância para a manutenção dos direitos humanos.

A literatura, ao contrário, diferentemente da ciência e da técnica, é, foi e continuará sendo, enquanto existir, um desses denominadores comuns, graças ao qual os seres vivos se reconhecem e dialogam, independentemente de quão distintas sejam suas ocupações e seus desígnios vitais, as geografias, as circunstâncias em que se encontram e as conjunturas históricas que lhes determinam o horizonte [...]. E nada defende melhor os seres vivos contra a estupidez dos preconceitos, do racismo, da xenofobia, das obtusidades localistas, do sectarismo religioso ou político, ou dos nacionalismos discriminatórios, do que a comprovação constante que sempre aparece na grande literatura: a igualdade essencial de homens e mulheres em todas as latitudes, e a injustiça representada pelo estabelecimento entre eles de formas de discriminação, sujeição ou exploração. (LLOSA, 2009, p. 2).
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Dessa maneira, é importante pensar na reintrodução da leitura literária na sala de aula, do contato do aluno com o objeto livro e, por conseguinte, da sua relação com a obra de ficção. É preciso oferecer ao jovem leitor aportes a fim de que seja autônomo nas escolhas literárias que fará ao longo da vida e para a aquisição de capital cultural. Segundo Zilberman (1991), é do intercâmbio entre a obra de ficção e o aluno-leitor que emerge a possibilidade de um conhecimento do real. Para a autora, “a leitura é necessariamente uma descoberta de mundo, procedida segundo a imaginação e a experiência individual, [e] cumpre deixar tão somente que este processo se viabilize na sua plenitude” (Zilberman, 1991, p. 21). Zilberman (1991) corrobora as ideias apontadas por Bradbury sobre a experiência da leitura de ficção. Em um trecho de Fahrenheit 451, o autor destaca a função dos livros.

Os livros servem para nos lembrar quanto somos estúpidos e tolos. São o guarda pretoriano de César, cochichando enquanto o desfile ruge pela avenida: “Lembre-se, César, tu és mortal”. A maioria de nós não pode sair correndo por aí, falar com todo mundo, conhecer todas as cidades do mundo. Não temos tempo, dinheiro ou tantos amigos assim. As coisas que você está procurando, Montag, estão no mundo, mas a única possibilidade que o sujeito comum terá de ver noventa e nove por cento delas está num livro (BRADBURY, 2017, p. 111).

Teoria e ficção se complementam ao destacar o papel essencial da literatura em nossas vidas, pois, por meio dela, é possível a formação estética e a catarse. Em um trecho de Fahrenheit 451, Montag provoca algumas amigas de sua esposa Mildred lendo para elas um poema e, mesmo sem compreender ou ler literatura, a Sra. Phelps chora: “[...] Eu sabia que aconteceria! Eu sempre disse: poesia e lágrimas, poesia e suicídio e choro e sensações ruins, poesia e doença; é tudo uma besteira sentimental. Agora estou convencida” (BRADBURY, 2017, p. 128). A literatura possibilita a apropriação da realidade, a emancipação do sujeito, fortalece a língua e provoca transformações.

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Em Fahrenheit 451, a falta da literatura deixa os cidadãos em uma espécie de torpor coletivo: nem a declaração de guerra abala o espírito das pessoas. Essa, talvez, seja uma amostra da sociedade que não valoriza a estética literária, essencial à formação humana. E uma sociedade sem literatura, sem arte corre o risco de tornar-se alienada, de deixar de compreender o valor da vida humana. A guerra é tida como natural, banalizada. Os animais são objetos de jogos.

É preciso democratizar o letramento literário, a cultura, a circulação de livros para que todos tenham direito à literatura que, para Candido (1995), é um direito humano e como tal deve ser garantido a todos: “porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo” (CANDIDO, 1995, p. 172). Afinal, a aquisição de capital cultural estabelece uma relação com o capital econômico, que pode reduzir as desigualdades sociais, muitas vezes reforçadas simbolicamente pela própria escola.

Conclusão

A literatura possui um caráter humanizador. A literatura é um dos principais caminhos para a civilização do homem, para a luta contra a barbárie. A literatura se constitui na coletividade, suscita emoções e criatividade, está presente na formação humana. Portanto, é imprescindível a todos como capital cultural, é um direito humano que precisa ser garantido a toda população.

Tal fato independe do acesso ao livro literário, mas esse acesso é parte do caminho para ter o direito garantido – muito embora, por si só, ele não seja capaz de formar leitores literários jovens ou tampouco contribuir para a aquisição de capital cultural.

Na contemporaneidade, o contato com textos literários é facilitado pela Internet e pelas diversas plataformas digitais. Contudo, não é garantia de leitura e acesso. Nesse sentido, o professor precisa ser um mediador entre a obra literária e o jovem leitor, precisa encontrar caminhos didáticos e metodológicos para formar novos leitores, muitas vezes apoiado pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs).

Sobretudo, o professor deve acreditar que a escola não é espaço de reprodução da desigualdade social. É preciso auxiliar os alunos a acumularem capital cultural, considerando a heterogeneidade presente nas salas de aula. Afinal, a literatura é um direito de todos.

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Referências

BOURDIEU, Pierre. O senso prático. Trad. de Maria Ferreira. 3. ed. – Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009.

________________. Escritos de educação. Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani (organizadores) - 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451. Trad. Cid Knipel. 2 ed. – São Paulo: Globo, 2017.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.

KRAMER, Sonia. Leitura e escrita como experiência: seu papel na formação de sujeitos sociais. Presença pedagógica, v. 6, n. 31 jan/fev, 2000.

LLOSA, Mario Vargas. Em defesa do romance. Piauí, Ed. 37, outubro, 2009.

PAULINO, Graça. Letramento literário: por vielas e alamedas. Revista da Faced, n. 05, 2001.

ZILBERMAN, Regina. A leitura na escola. In: Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto alegre: Mercado aberto, 1991.