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Apresentação

Este curso é voltado para a capacitação profissional em Inventário Florestal. São apresentados e discutidos conceitos importantes relacionados à prática de inventários florestais.

O curso é estruturado em módulos, organizados por temas: definições, mensuração amostragem e análise de dados de vegetação.

Objetivo

Assegurar aos profissionais maior confiança no planejamento, na execução e na análise de dados de Inventários Florestais realizados no Brasil, seja em florestas nativas ou plantadas.

Programa

  1. Definição de inventário florestal
  2. Definição de floresta
  3. Tipos de inventário florestal
  4. Teoria de amostragem
  5. Mensuração florestal
  6. Processos de amostragem
  7. Fitossociologia e Diversidade

Certificação

Ao finalizar o curso o estudante poderá solicitar o seu certificado de conclusão, com carga-horária de 20 horas-aulas, emitido pela Pró-Reitoria de Extensão da UFG/PROEC. Junto com o certificado o estudante receberá um exemplar do livro Inventário florestal: princípios para uma aplicação prática (Venturoli, 2015). As informações sobre como receber o certificado e o exemplar do livro estão disponíveis no site do projeto (http://profloresta.agro.ufg.br).

O que é Inventário Florestal?

Há várias definições para inventário florestal, porém, sabe-se que todas se complementam e demonstram a coerência dos pesquisadores envolvidos com o tema.

Os professores Sylvio Péllico-Netto e Doádi Brena (1997) definem o inventário florestal como a “atividade que visa informar sobre os recursos florestais existentes em uma determinada área”. Este é um conceito que parece amplo, entretanto, mostra que o levantamento das informações deve ser feito em uma área específica e não em uma área qualquer. Portanto, deve-se delimitar a floresta (população) a ser inventariada.

O professor Waldenei Queiroz define o inventário florestal como o “ramo da ciência florestal que visa avaliar as variáveis qualitativas e quantitativas da floresta e suas inter-relações, assim como dinâmicas de crescimento e sucessão florestal”. Note que este conceito distingue informações que podem ser mensuradas na floresta, inclui as características ambientais (solo, clima, relevo...) e o tempo como componentes do inventário florestal.

O professor Carlos Sanquetta complementa as definições anteriores considerando o uso da estatística: “qualquer tipo de levantamento florestal, porém, a “marca registrada” de um IF é a sua representatividade amostral e sua validade estatística”. Perceba que, neste caso, o inventário florestal pode ser qualquer levantamento florestal em qualquer espaço-tempo, desde que tenha representatividade amostral e validade estatística. Ou seja, as estimativas dos parâmetros populacionais devem ser válidas e precisas.

As definições acima podem ser agrupadas e resumidas da seguinte forma: “Levantamento quantitativo e qualitativo dos recursos florestais em um determinado espaço-tempo e estatisticamente representativo” (VENTUROLI, 2015).

A turma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), é mais abrangente e engloba os conceitos supracitados: “um inventário florestal trata da descrição quantitativa e qualitativa da floresta e, no caso específico de levantamentos contínuos, caracteriza a dinâmica de crescimento. Por sua vez, o inventário florestal contínuo é aquele que compreende todos os métodos nos quais a amostragem é realizada em ocasiões sucessivas, cujos objetivos, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization of the United Nations - FAO), são os seguintes:

O que é Floresta?

O primeiro procedimento é entender o que é uma floresta. No senso comum, floresta pode ser definida como: “qualquer vegetação que apresente predominância de indivíduos lenhosos, onde as copas das árvores se tocam formando um dossel”.

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São sinônimos de floresta: mata, mato, bosque, capoeira, selva.

O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa traz a seguinte definição para floresta:

“floresta

[Do fr. ant. forest, atual forêt, com infl. De flor.]

Substantivo feminino.

1. Formação arbórea densa, na qual, ger., as copas se tocam; mata.

4. Ecol. Ecossistema terrestre formado por associações arbóreas de grande extensão, em estratos superpostos (o musgoso, o herbáceo, o arbustivo e o arborescente), o que permite a utilização máxima da energia solar e a maior diversificação dos nichos ecológicos.

Porém, para tratar de florestas no meio acadêmico, científico e governamental, necessita-se de uma definição mais técnica e objetiva, que possibilite a estimativa de área de florestas do país e também atendam a regulamentos e normas, nacionais ou internacionais, que não podem permitir dúvidas de interpretação.

Neste sentido, a FAO (2004) apresenta o seguinte conceito de floresta:

"Floresta - área medindo mais de 0,5ha com árvores maiores que 5m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano."

O IBGE (2012) considera como floresta as tipologias de vegetação lenhosas que correspondem às seguintes categorias:

O Brasil é um país florestal com 463 milhões de hectares (54,4% do seu território) de florestas naturais e plantadas – o que representa a segunda maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia, que apresenta uma cobertura florestal de mais de 800 milhões de hectares (SERVIÇO FLORESTA BRASILEIRO, 2013). No entanto, as estimativas do estoque de carbono indicam que as florestas do Brasil estocam 62 milhões de toneladas de carbono na biomassa, enquanto as florestas russas estocam cerca de 32 milhões de toneladas de carbono (Idem, 2013).

Em relação à área de florestas plantadas, o Brasil ocupa a 8ª posição mundial, com aproximadamente 6,5 milhões de hectares. A China lidera este ranking com 77,7 milhões de hectares de florestas plantadas, seguida pelos Estados Unidos, com 25 milhões de hectares, e da Rússia, com 16 milhões de hectares (Idem, 2013).

Dicas úteis para a realização de Inventários Florestais

  1. Softwares utilizados em Inventários Florestais:
  2. Lembre-se: o melhor software estatístico é aquele que você sabe utilizar!

  3. Equipamentos e instrumentos de medição:
  4. Sites para conferência de nomes científicos das espécies:
  5. Procure sempre o herbário da sua região!

  6. Publique o seu Inventário Florestal
  7. Equipamentos e materiais fundamentais para a realização de um Inventário Florestal
  8. Equipamentos de uso individual: canivete, cantil, capa de chuva, capacete, lanterna, luvas, óculos de proteção, perneiras, protetor solar, apito, boné, camiseta de manga longa.

    Equipamentos da equipe: garrafa de água de 5 litros, kit primeiros socorros, rádios de comunicação, balizas de alumínio (demarcação das unidades amostrais), caderneta de campo, facão, fichas de campo, lápis e borracha, lima, mochila (30 l), pincel atômico permanente, prancheta, carta-imagem por unidade amostral, bússola, clinômetro, GPS de navegação, suta ou fita diamétrica/métrica, trena de 20 m, trena de 50 m, máquina fotográfica.

    Equipamentos para a coleta e identificação de material botânico: binóculo, podão, sacos plásticos (50 L), tesoura de poda, caixa plástica, jornal, prensa, fita crepe, barbante, caneta e pincel atômico, lona.

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Referências

FAO. Global forest resources assessment. FRA 2015. Rome: FAO, 2015.

FERREIRA, A. B. de H. Dicionário aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010. 2272 p.

IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 276 p.

PÉLLICO-NETTO, S.; BRENA, D. Inventário florestal. Curitiba: Edição dos Autores, 1997.

QUEIROZ, W. T. Amostragem em inventário florestal. Belém: UFRA, 2012.

SANQUETTA, C. R. et al. Inventários florestais: planejamento e execução. Curitiba: Muti-Graphic Gráfica e Editora, 2014. 406 p.

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Florestas do Brasil em resumo – 2013: dados de 2007 a 2012. Brasília, DF: SFB, 2013.

VENTUROLI, F. Inventário florestal: princípios para uma aplicação prática. Goiânia: Cegraf/UFG, 2015. 57 p.