Como o próprio título deste livro apresenta, o Projeto Guardiões da Água propõe a natação como possibilidade de prevenção do afogamento e educação ambiental. Assim, trata de três conteúdos que se misturam nas aulas sem que cada um tenha sua especificidade e conteúdos próprios que são apresentados para os participantes do projeto. São eles: A NATAÇÃO, A PREVENÇÃO DO AFOGAMENTO E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PRESERVAÇÃO DA ÁGUA.
Traremos a seguir separadamente cada um dos temas em tópicos diferentes. Mas durante o Projeto Guardiões da Água os conteúdos foram apresentados como um só. Algumas vezes os apresentando cada um em uma parte da aula, outras vezes todos na mesma parte misturados e outras um conteúdo apoiando o outro. Tiveram aulas que optamos em aprofundar em um só tema e durante toda aula discutimos e vivenciamos natação ou prevenção do afogamento ou educação ambiental.
Poderíamos apresentar aula a aula como fizemos, no entanto acreditamos que o professor deve ter autonomia para escolher em qual momento será mais adequado cada conteúdo de acordo com a necessidade, disponibilidade e condição dos seus alunos.
Para o Guardiões da Água entre Natação, prevenção do afogamento e educação ambiental não tem conteúdo mais ou menos importante, cada um tem seu espaço. Assim a ordem da apresentação dos conteúdos foi definida considerando seu caráter inovador. Em uma rápida pesquisa nos artigos científicos da Educação Física pode-se verificar que Educação Ambiental como elemento de um curso de natação não é um assunto recorrente então vamos iniciar apresentando esse conteúdo. Depois passaremos para prevenção do afogamento, para só então apresentar nossa pedagogia de ensino da natação.
3.1 Educação Ambiental na proteção das águas
A Terra é comumente chamada de “Planeta Azul” devido ao fato de que 71% de sua superfície ser coberta por água, elemento fundamental para a habitabilidade no nosso planeta. Tanto a doce quanto a salgada desempenham um papel crucial no desenvolvimento de todas as formas de vida. A água doce, encontrada em rios, lagos, geleiras e aquíferos, representa apenas cerca de 2,5% do total de água no planeta, sendo essencial para o desenvolvimento humano e a manutenção dos ecossistemas terrestres. Por outro lado, a água salgada, presente nos oceanos e mares, constitui a maior parte desse elemento, totalizando cerca de 97,5%, e é fundamental para a vida marinha e a regulação do clima global.
Toda essa abundância remete a uma visão equivocada de infinitude desse recurso, uma vez que a disponibilidade de água doce é limitada e desigualmente distribuída, do seu volume total, quase 2/3 não está acessível para nosso consumo imediato, pois encontra-se em estado sólido em geleiras, nas coberturas de gelo e neve ou em subsolos congelados.
Além do seu valor intrínseco para a sustentação da vida, ela também é relevante para o desenvolvimento socioeconômico de muitos territórios, visto que desde o início das civilizações, as comunidades se formaram em torno dos cursos d’água que oportunizaram atividades às suas margens. No Brasil, os principais setores da economia dependem diretamente das fontes hídricas para seus processos de produção e manutenção. Na geração de energia, ela se destaca pelas usinas hidrelétricas que representam cerca de 50% da matriz energética nacional (ONS, 2024). Ainda desempenha um papel essencial para o transporte marítimo e o turismo, contribuindo para o crescimento econômico e o desenvolvimento de diversas regiões ao redor do mundo.
A saúde e bem-estar da população está diretamente associada ao acesso e disponibilidade de água de qualidade, necessária para atividades básicas, como, higiene pessoal, preparação de alimentos, consumo e limpeza de ambientes. O acesso à água potável limpa e ao saneamento básico foi reconhecido formalmente pela ONU em 2010, através da Resolução A/RES/64/292, como um direito humano universal e fundamental para gozar plenamente a vida e todos os outros direitos humanos.
Apesar de ter sua relevância reconhecida legalmente, esse direito não é exercido em sua plenitude na prática. Muitas regiões enfrentam escassez hídrica devido a fatores como crescimento populacional, urbanização, mudanças climáticas, poluição, consumo irrestrito e má gestão dos recursos hídricos.
A demanda crescente para os mais diversos usos, exerce pressão sobre as fontes hídricas disponíveis, o que reflete socialmente em conflitos para acesso à água. Diante dessa preocupante crise as implicações mais graves atingem, principalmente, as pessoas mais pobres e vulneráveis que sofrem com problemas como fome, falta de infra estrutura, maior suscetibilidade a doenças e mortalidade infantil.
Compreender a significância da água, os desafios decorrentes de sua escassez e as diversas consequências ambientais, sociais e econômicas associadas a isso é crucial para incentivar uma análise crítica da relação entre o indivíduo e os recursos hídricos, bem como com a coletividade. Neste contexto, a Educação Ambiental surge como uma abordagem eficaz para promover debates e iniciativas relevantes destinadas a desenvolver conhecimento, valores, habilidades, intercâmbio de saberes e um senso de responsabilidade em relação à preservação do meio ambiente e a busca de uma sociedade mais igualitária.
Conforme determinado pela lei 6983/81, a Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, com o objetivo de capacitar as pessoas para participarem ativamente na proteção do meio ambiente. Práticas aquáticas não apenas proporcionam diversão e bem-estar, como também podem ser uma poderosa ferramenta para promover a educação ambiental e a preservação da água, pois, têm o potencial de oferecer uma nova perspectiva sobre a relação entre o ser humano e a natureza, possibilitando que se formem agentes multiplicadores de conhecimento e de boas práticas ambientais.
3.1.1 Os desafios da crise hídrica
Comumente é dito que a água do mundo está se acabando, porém, essa afirmação não é totalmente precisa. A quantidade total de água no planeta Terra permanece a mesma ao longo do tempo devido ao ciclo hidrológico. Esse processo de renovação envolve a constante circulação da água, no qual ela evapora dos oceanos, rios, lagos e solo, transformando-se em vapor na atmosfera. Esse vapor condensa-se para formar nuvens, que posteriormente precipitam na forma de chuva, neve ou granizo. A água precipitada pode infiltrar-se no solo, ser absorvida pelas plantas, fluir superficialmente para rios e lagos, ou voltar para a atmosfera por meio da evapotranspiração das plantas. Além disso, também flui pelas calotas polares, é absorvida pelos alimentos e até mesmo pelos organismos vivos, como nós humanos.

Fonte: Árvore Água .
Embora a quantidade não mude, o que muda é a qualidade e a disponibilidade dela, principalmente da água doce, cuja as fontes mais acessíveis e vulneráveis, formadas por rios, riachos, lagos e aquíferos, representam apenas 1% do total de água no mundo.
A crescente demanda global por água, impulsionada pelo aumento populacional e por mudanças nos hábitos de consumo, está crescendo a uma taxa de 1% ao ano. Paralelamente, os eventos de secas e enchentes estão se tornando cada vez mais intensos. Em relatório apresentado pela UNESCO (2020), há indicações de um aumento significativo no número de pessoas vivendo em áreas propensas à escassez hídrica com, aproximadamente, 52% da população global vivenciando essa condição até 2050.
As mudanças climáticas referem-se às alterações de longo prazo na temperatura e nos padrões climáticos da Terra. Embora variações climáticas façam parte da história natural do planeta, as atividades humanas, como o aumento da emissão de gases poluentes e o desmatamento, têm contribuído para acelerar esses efeitos. Essas alterações estão modificando consideravelmente o ciclo hidrológico, adicionando uma incerteza significativa à disponibilidade hídrica em muitas regiões do planeta tanto no presente, mas principalmente no futuro (ANA, 2024a).
Desde meados do século XX, observam-se mudanças preocupantes nos padrões climáticos. Estimativas divulgadas pela UNESCO (2020), apontam para um aumento na intensidade e frequência de eventos extremos em diversas regiões do globo, como tempestades intensas, furacões de maior magnitude, ondas de calor intensas e prolongadas, enchentes e secas severas.
A falta ou excesso da água decorrente das mudanças no clima, leva ao desequilíbrio dos ecossistemas, o que pode resultar em mortes de espécies, supercrescimento de outras, bem como surtos de doenças relacionadas com a água, como por exemplo a dengue (OVERGAARD et al. 2021). O desequilíbrio dos ecossistemas resulta em alterações nos habitat, o que acarreta uma séria perda da biodiversidade, colocando várias espécies de animais e plantas mais vulneráveis em risco de extinção.
Outro fator relacionado à escassez hídrica é a distribuição desigual geograficamente. Há regiões populosas com poucas fontes hídricas, e regiões com muita água e pouca gente. Isso afeta, inclusive, regiões que possuem abundância desse recurso, como é o caso do Brasil.
Nosso país detém cerca de 12% de toda água doce do mundo, no entanto, a relação entre disponibilidade hídrica e população é desproporcional. Na região Norte, há abundância de água e baixa demanda, devido à baixa densidade populacional. Por outro lado, no Nordeste, a situação é inversa, há pouca disponibilidade hídrica e uma densidade populacional significativamente maior (IPEA, 2022). Assim como no Sudeste, onde há a maior concentração de pessoas, aglomeradas em função dos grandes centros urbanos, com 41,9% da população há apenas 6% de água disponível.

Fonte: Página da ANA no Facebook. Disponível em: https://cutt.ly/6w7oK4HJ Acesso em: 20 mar 2024.
A demanda de água pode sofrer alterações por conta de diversos fatores relacionados a questões sociais, econômicas, ambientais ou climáticas. Um dos principais aspectos está relacionado ao crescimento populacional, pois o aumento do número de habitantes resulta em maior necessidade desse recurso, seja para uso direto das pessoas, seja para produção de bens de consumo (ANA, 2024b).
O ritmo de consumo de água tem acontecido numa velocidade maior do que sua capacidade de renovação. Atualmente, um brasileiro consome em média 117,5 litros por dia. Entre as grandes regiões, o Sudeste tem o maior consumo per capita, de 144,3 litros (IBGE, 2023). Números discrepantes se comparados à quantidade estimada pela OMS (2010) para garantir as necessidades básicas de um indivíduo, valor que varia entre 50 e 100 litros/dia.
Números tão elevados estão ligados a hábitos de consumo e desperdícios durante atividades rotineiras, como descargas, banhos prolongados e tarefas de limpeza doméstica. Além disso, vazamentos no sistema de distribuição e armazenamento de água, devido a falhas na infraestrutura, contribuem para esse aumento.

Fonte: IOBGE (2024)
Contrário a isso, temos o consumo no Norte, apesar de ser a região com maior disponibilidade hídrica do país, nela há o menor consumo per capita, sendo de apenas 78,7 litros/dia (IBGE, 2023). O que ajuda a justificar essa situação é o fato dessa região ser a mais deficitária quanto ao sistema de abastecimento de água tratada no país, tendo pouco mais da metade da população com acesso a esse serviço (Araújo et al., 2022).
Desde a formação das cidades, os cursos d'água têm sua relevância reconhecida pelo seu caráter utilitário, embora o desperdício durante o uso doméstico colabore para a crise hídrica, a exploração dos recursos hídricos por diferentes setores da economia influencia muito mais.
Atividades como agricultura, indústria e mineração consomem grandes volumes dos mananciais. No Brasil, em 2022, a agricultura foi responsável por 50,5% do consumo total de água no país, seguido do abastecimento urbano 23,9%; Indústria 9,4% e a pecuária respondendo a 8,1% do uso (ANA, 2024b). O setor agrícola é o mais afetado com a escassez hídrica, porém é um dos principais colaboradores para essa situação. A agricultura irrigada é responsável não apenas pelo consumo excessivo da água, como também pela eliminação de grandes áreas de vegetação nativa e a contaminação de mananciais devido ao uso intensivo de agrotóxicos.
Outros setores também estão sujeitos a causar significativos danos ambientais, como é o caso da mineração e o garimpo que geram uma variedade de potenciais contaminantes, tanto através de insumos utilizados na produção quanto de resíduos, como os rejeitos de mineração (PEIXOTO; SOARES; RIBEIRO, 2021). Se não forem atividades bem geridas e fiscalizadas, podem liberar considerável carga de metais pesados no ambiente.
Em meio a isso, há nossos aquíferos que desempenham um papel fundamental como reservatórios seguros e vitais de água potável, especialmente em regiões onde as águas superficiais são limitadas. No entanto, são vulneráveis à contaminação, o que compromete sua qualidade e viabilidade (TEDESCO et al., 2021). Tundisi e Tundisi (2015) chamam atenção para o uso cada vez mais frequente dessa fonte como alternativa das indústrias e sistemas urbanos de abastecimento para lidar com o aumento das demandas sobre as águas superficiais, o que a coloca sob ameaça em diversas regiões.
As falhas no sistema de tratamento e abastecimento, o uso irrestrito, juntamente com a destinação incorreta de resíduos e efluentes resulta na inutilização de fontes hídricas, o que intensifica os conflitos por acesso à água.
Essa situação é agravada pela desigualdade social, onde comunidades vulneráveis acabam sofrendo de forma desproporcional os impactos dessa crise hídrica. As populações mais pobres muitas vezes têm acesso limitado a fontes seguras de água de qualidade e são as mais afetadas pela contaminação dos mananciais.
A escassez hídrica é apontada como uma das principais causas para a ocorrência de conflitos no mundo nos próximos anos, principalmente por forçar a migração de milhares de pessoas das áreas que sofrem com o problema, a exemplo do que ocorre no Semiárido brasileiro (IPEA, 2022).
Essa competição entre diferentes setores da sociedade, aumenta ainda mais as disparidades sociais e econômicas, além de ampliar as incertezas sobre o futuro desse recurso natural. Peixoto e Bondarovsky (2000), apontam que, nesse contexto, a água vai se constituir uma estratégia de negócios neste século. Num futuro próximo, quem detiver o controle da água do planeta vai ditar as regras do produto.
Apesar da sua importância, a disponibilidade de água doce é limitada e enfrenta ameaças crescentes. O acesso à água potável e segura ainda é um desafio para milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em regiões onde os recursos hídricos são escassos ou mal gerenciados. Portanto, se faz necessário que se crie ações de enfrentamento a essa crise que garantam o acesso à água de qualidade e em quantidade adequada para suprir as necessidades básicas da população, se fazendo valer o direito de todos os cidadãos de maneira igualitária.
3.1.2 Educação Ambiental como estratégia de enfrentamento à crise hídrica
A educação ambiental surgiu como uma resposta à crescente preocupação com os impactos negativos das atividades humanas sobre o meio ambiente. Ao longo do século XX, o aumento da industrialização, urbanização e exploração descontrolada dos recursos naturais levou a uma série de problemas ambientais, como poluição, degradação dos ecossistemas e perda de biodiversidade. Nesse contexto, a necessidade de conscientizar as pessoas sobre a importância da conservação ambiental e promover a adoção de práticas sustentáveis tornou-se cada vez mais evidente.
No Brasil, a educação ambiental foi institucionalizada a partir da Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA (Lei nº 6.938, de 1981), estabelecida na ocasião da Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi (1977), que destacou o processo educativo como dinâmico, integrativo, permanente e transformador, justamente porque possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades de forma participativa (BRASIL, 2014).
Para Melo (2017), a educação ambiental desempenha um papel crucial para uma abordagem mais proativa em relação à preservação do meio ambiente, pois ao reconhecer que as ações humanas são causadoras de significativos impactos ambientais, a educação ambiental passa a ser influenciada por conceitos como a cidadania, que implica em exercer direitos e reconhecer deveres, promovendo um senso de identidade e coletividade.
Segundo o Art. 225 da Constituição Federal “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988).
Para engajar a população na defesa do meio ambiente, sobretudo da água, é necessário que as pessoas reconheçam a interdependência da natureza e se sintam pertencentes a ela. Sobre a capacitação em educação ambiental, podemos afirmar:
Capacitar em EA, independentemente do público-alvo, é, em um primeiro momento, levar o indivíduo a repensar a sua relação com o meio, a fim de garantir mudanças de atitudes em prol da melhoria da qualidade de vida de sua sociedade. Para que essa mudança ocorra, é fundamental que o indivíduo se reconheça como parte integrante do ambiente, se sensibilize com os problemas e se sinta responsável por eles. (SANTOS, 2001, p. 33)
Para alcançar esse objetivo, é fundamental promover ações que possibilitem a conscientização sobre a importância dos nossos recursos hídricos para a manutenção da sociedade e dos diferentes ecossistemas. Isso inclui entender as causas e consequências da crise hídrica, assim como reconhecer como o nosso atual modelo de sociedade e padrões de consumo contribuem para a sua intensificação. Para que esse conhecimento seja significativo, é necessário construí-lo de forma contextualizada, partindo das vivências individuais e coletivas. Da mesma forma, é crucial abordar diferentes realidades ambientais para compreender a complexidade e amplitude das questões relacionadas ao meio ambiente (BRASIL, 1997).

Jacobi (2003) afirma que a educação ambiental é um instrumento de transformação social, capaz de capacitar os indivíduos a se tornarem agentes de mudança em suas comunidades, promovendo o engajamento ativo na gestão sustentável do meio ambiente e na defesa de políticas públicas que visam a sua preservação. Ao incentivar a participação cívica e o pensamento crítico, a educação ambiental fortalece a sociedade civil, permitindo que ela exerça pressão sobre os governos e as empresas para adotarem práticas mais sustentáveis em relação à água.
O projeto Guardiões da Água usou dessa estratégia para criar espaços de troca de saberes que possibilitaram que temas relevantes relacionados à crise hídrica fossem discutidos com alunos de diferentes perfis, visando a formação de multiplicadores de conhecimentos e boas práticas ambientais.
3.1.3 Sugestões de atividades para serem aplicadas
O projeto alcançou pessoas de diversas idades e realidades, assim, se fez necessária a promoção de distintas abordagens durante o processo de formação, a fim de encontrar amplas perspectivas sobre a preservação da água. Dessa forma, utilizamos de vídeos, dinâmicas, rodas de conversas e jogos, respeitando a diversidade de cada turma.
Tema: Conhecer para cuidar
Objetivo: Promover a sensibilização quanto à degradação dos nossos mananciais e engajar os alunos para preservação e recuperação dos afluentes.
Recursos: Computador, data show
Desenvolvimento: Para convidar os participantes e promover a sensibilização quanto à degradação dos nossos mananciais e engajar os alunos para preservação e recuperação dos afluentes podemos enviar esse rápido vídeo pelos aplicativos de conversa já instigando a discussão antes do encontro.
Para discutir a real situação dos nossos cursos d’água, bem como promover uma reflexão sobre a importância dos rios e suas relações com o cotidiano das cidades, exibimos o vídeo Rio Fantasma. O vídeo foi escolhido por abordar a situação de um manancial que atravessa a cidade e está inserido no cotidiano dos alunos. Ele documenta uma excursão feita por membros da rede Guardiões do Meia Ponte e do projeto Navegar pela Vida, que realizam um percurso de 30km descendo o Rio Meia Ponte de caiaque, navegando pelo trecho que passa pelo Município de Goiânia. Durante o trajeto é possível observar diversos danos ambientais, tais como, assoreamento, descarte incorreto de resíduos e rejeitos, queimada e muita poluição. Além disso, também é possível observar as belezas do rio e a fauna que ainda resiste aos impactos ambientais negativos no seu habitat.

Fonte: Disponível em: https://youtu.be/Bofo6N4YRh8?si=V6Q-ts_kJcbntqIy. Acesso em:
Após a exibição foi feito um bate-papo com os alunos, instigando-os a refletirem sobre suas percepções sobre o vídeo. Para isso foram feitos questionamentos como: O que causa essa degradação? O que mais lhes chamou atenção? Quem são os responsáveis pelo atual estado do rio? Podemos fazer algo para mudar essa situação?
Texto de apoio
A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte está inserida na Bacia hidrográfica do Rio Paraná e abastece 39 municípios goianos, incluindo Goiânia e região metropolitana onde o Meia Ponte é o principal afluente, cerca de 50% da região depende de suas águas para se manter, o que a torna a bacia hidrográfica mais importante do estado.
A região da Bacia Hidrográfica é a mais desenvolvida do estado, principalmente o setor da agroindústria e concentra cerca de 40% da população goiana. Associadas a estas atividades econômicas está o surgimento de grandes centros urbanos, aumentando a demanda pelo uso da água para o consumo e como matéria-prima para a produção industrial e agrícola.
A proximidade dos centros urbanos deixa o rio mais vulnerável a impactos ambientais negativos causados pela má gestão dos resíduos sólidos e líquidos, descarte irregular de efluentes, desmatamento da mata ciliar, construções em locais irregulares e desvio ilegal dos cursos d’água para irrigação.
Os resíduos descartados de forma incorreta nas cidades são arrastados pelas águas das chuvas ou levados pelo vento e vão parar no rio, onde se acumulam, formando pequenas ilhas que atrapalham o fluxo do rio, colaboram com enchentes e inundações; são consumidos pela fauna local que os confundem com alimentos; se fixam na vegetação da mata ciliar, atrapalhando o desenvolvimento das plantas e contaminam solo e água enquanto se degradam.
O despejo irregular de efluentes, como o esgoto e rejeitos industriais, contamina os mananciais e colabora com o processo de eutrofização, que é o depósito excessivo de nutrientes na água, o que aumenta consideravelmente o número de algas e microorganismos decompositores, esses que diminuem o nível de oxigênio dissolvido na água comprometendo a vida da fauna aquática, além de tornar o consumo dela impróprio.
O rio que já foi meio de lazer e recreação para a comunidade que aproveitava os dias ensolarados para nadar e pescar, atualmente, é considerado impróprio para isso. Embora ainda haja pessoas que se arriscam nessas práticas, elas são consideradas insalubres, principalmente nos trechos mais urbanizados, devido à poluição.
Para evitar que o rio continue a ser poluido e desrespeitado, podemos adotar algumas práticas, como, evitar o descarte incorreto de resíduos; promover a presevação das matas ciliares; cobrar maior fiscalização das autoridades quanto ao descarte ilegal de resíduos e efluentes, como o esgoto; divulgar boas práticas ambientais através de conversas nos núcleos de convivência.
Tema: Coleta seletiva
Objetivo: Promover a aprendizagem sobre coleta seletiva
Recursos: Bolas flutuantes de quatro cores diferentes e cestos de correspondentes às bolas.
Desenvolvimento: Antes da atividade, o professor deve conversar sobre a importância da coleta seletiva e a classificação dos materiais por cores. Também é preciso espalhar as bolinhas pela piscina e colocar os cestos em uma das bordas.
Após introduzir o assunto, anuncia-se a atividade: A piscina está “poluída” com vários resíduos diferentes que foram descartados de maneira errada. Para limpar nosso manancial, você e seus colegas, devem nadar para recolher os itens e depositá-los nos coletores corretos.

Texto de apoio
A coleta seletiva é a separação dos resíduos recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal, para que não se misturem com resíduos orgânicos ou materiais não recicláveis, possibilitando sua reutilização e reciclagem.
Esse processo diminui a quantidade de material encaminhado a aterros sanitários e lixões, sendo essencial para garantir a destinação adequada dos resíduos evitando a poluição e contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, a coleta seletiva contribui para a preservação dos recursos naturais, uma vez que a reciclagem reduz a necessidade de extrair novas matérias-primas da natureza.
Outro ponto importante é o impacto positivo na economia e na sociedade. Ao criar empregos na indústria de reciclagem, ela promove a geração de renda e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

Fonte: Recicla Club
Tema: Consumo responsável da água
Objetivo: Conscientizar sobre a escassez hídrica, estimular o uso sustentável da água, repensar hábitos de consumo e incentivar a troca de saberes.
Desenvolvimento:O professor deve fazer uma introdução sobre a escassez hídrica e a necessidade de mudar hábitos que gastem muita água. Se possível, é ideal que se faça um círculo com os alunos. Eles devem ser estimulados a compartilhar experiências sobre o consumo da água no dia a dia e as práticas que adotam para evitar o desperdício. Para que se envolvam no bate papo, é interessante fazer alguns questionamentos, como: Já imaginaram o mundo sem água? Quanto tempo você demora no banho? Alguma vez você ficou sem água em casa? O que você faz com a água da máquina?
O vídeo abaixo pode ser enviado ou exibido para os alunos para essa discussão:
Além disso, é importante discutir sobre o consumismo, desperdício de alimentos e a relação desses temas com a crise hídrica a partir do conceito de água virtual. Água virtual é a água utilizada direta ou indiretamente na produção de vários produtos, como os nossos alimentos e roupas.

Ao final do bate papo, os alunos devem ser convidados a serem vigilantes da água, observando possíveis fontes de desperdício e sugerindo soluções em casa e nos meios de convivência, como escola, trabalho ou igreja.
Veja o vídeo para saber mais:
Tema: Dia Mundial da Água
Objetivo: Promover a reflexão sobre a importância da água.
Recursos: Papel, lápis de cor, borracha e giz de cera.
Desenvolvimento: O Dia Mundial da Água é comemorado no dia 22 de março, a data foi designada pela ONU e marca um período de reflexão sobre os desafios enfrentados na gestão da água doce no mundo. O professor fará uma discussão sobre a importância dos recursos hídricos e as dificuldades para se garantir água de qualidade para todos. Após a conversa, cada jovem receberá uma folha onde criará uma mensagem sobre o Dia Mundial da Água através de um desenho ou poema.
Essa atividade é indicada para ser realizada, principalmente, com crianças. É uma excelente maneira de envolvê-las para expressarem suas percepções sobre o tema.

3.2 A prevenção do afogamento e o Projeto Guardiões da Água
Segundo o Boletim Brasil (SOBRASA, 2024) da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, em 2022 morreram afogadas 5.488 pessoas no Brasil, sendo que estima-se que mais de 100.000 pessoas tenham passado por incidentes de afogamento não fatal.
Ainda segundo os dados da Sobrasa (2024) a cada 90 minutos uma pessoa morre no Brasil afogada, 40% das mortes ocorrem antes dos 29 anos, três crianças e dois adolescentes morrem afogadas diariamente. É muito triste!!!
Mais triste ainda é saber que 65% das mortes por afogamento de crianças de até nove anos acontecem em casa!
O Dr David Spilman, fundador da Sobrasa, em suas palestras lembra que o afogamento é rápido e silencioso e a prevenção é a maior arma contra as mortes por afogamento.
Os dados sobre mortes por afogamento no Brasil da Sobrasa têm mostrado uma redução das mortes no Brasil se comparado com décadas atrás como se pode ver na figura 44.

Fonte: Sobrasa
Esses dados mostram que as ações da Sobrasa e de outras instituições e profissionais que atuam na prevenção do afogamento e ensino da natação têm obtido resultados. Mas não podemos lembrar que esses números ainda são muito altos e que em Goiás nos últimos anos o número de afogamentos têm aumentado.
Precisamos então intensificar as ações para a prevenção do afogamento e com esse objetivo surge o Projeto Guardiões da Água, que é composto por voluntários da Sobrasa e conta com a parceria dessa importante instituição.
O Projeto Guardiões da Água teve suas primeiras ações de janeiro a abril de 2024. Iniciou com uma palestra de abertura sobre a importância da prevenção do afogamento com Rhalph Valverde, que também é co-autor deste ebook, e é um experiente voluntário/palestrante da Sobrasa. O Projeto contou também com quatro meses de aulas de prática aquática para mais de 300 crianças, adolescentes, adultos e idosos com objetivo de prevenção de afogamento e educação ambiental. Durante esse período tivemos mais dois momentos formativos com Rhalph Valverde sendo um curso de Guarda-Vidas com certificação para atuar em piscinas de clubes, escolas e outros espaços e um curso de Emergências Aquáticas para professores de Goiânia.
Pensa que acabou? Não. Ainda tivemos palestras com a bióloga Sara Nunes sobre Educação Ambiental abordando: as condições hídricas no Rio próximo ao local do Projeto, preservação do meio ambiente e dos recursos hídricos, Dia da Água e outros conteúdos.
Iniciativas como esta são muito bem vindas e de grande valor uma vez que tem como objetivo evitar a morte de pessoas. Em todas as literaturas e manuais de prevenção de afogamento “aprender a nadar” consta como a principal ação de prevenção. Assim o professor de Educação Física que trabalha com natação tem papel social muito especial.
Assim, esse ebook formativo também é uma ação do Projeto Guardiões da Água e tem como objetivo continuar fazendo formação e levando informação para redução das mortes do afogamento e educação ambiental.
As informações a seguir tem como objetivo propor uma pedagogia de ensino da natação que se pauta na prevenção do afogamento e educação ambiental.
Como vimos anteriormente, para ensinar a nadar proporcionando menor probabilidade de afogamento é necessário ensinar mais do que os quatro estilos, A pedagogia aqui apresentada é baseada no livro “Nadar com Segurança (Santana, Tavares e Santana, 2003), reformuladas e enriquecidas pelos professores do Projeto Guardiões da Água.
Algumas informações sobre o afogamento são importantes para que o professor conheça e informe seus alunos. São informações que estiveram presentes nos momentos formativos do Projeto Guardiões da Água apresentadas pelo palestrante Ralph Valverde de Camargo, e serão apresentadas a seguir:
Afogamento é o processo fisiológico de aspiração de líquido não corporal por submersão ou imersão das vias aéreas, que pode conduzir a hipoxia (falta de oxigênio nos tecidos) e a parada cardíaca (Szpilman, 2005). O afogamento pode ser fatal (quando há a morte) e não fatal (quando a vítima sobrevive com ou sem sequelas), podendo ser interrompido e não levar à morte.
A história do salvamento aquática não é recente em 1906 na Austrália, foi fundado o primeiro “clube” voluntário de salvamento e em 1907 no mesmo país foi fundada a organização “Surf Life Saving da Austrália”, a população de Sydney se preocupava com a questão da segurança do surf.
No Brasil, a Cruz Vermelha Americana foi a responsável pelo início do Salvamento Aquático de forma organizada. Em 1914, o Comodoro Wilbert E. Longfellow fundou na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, o Serviço de Salvamento da Cruz Vermelha Americana. Nesta época, o objetivo era o de organizar e treinar Guarda-Vidas voluntários, que atuariam em postos de salvamento, não apenas no Rio de Janeiro mas por todo país, supervisionando praias desguarnecidas.
Compreende-se por salvamento aquático todas as operações realizadas em rios, lagoas, represas, mar, inundações, alagamentos, piscinas e outros mananciais de água, visando à prevenção da integridade física de pessoas que se envolvam em ocorrências em que a água seja o agente causador de incidentes.
O primeiro esforço organizado na luta contra a morte súbita foi realizado em Agosto de 1767, na cidade de Amsterdã (Holanda), com a criação da Sociedade para Recuperar Vítimas de Afogamento, existente até os dias de hoje.
Existem dois tipos de afogamento: o primário e o secundário. o afogamento primário é o tipo de afogamento mais frequente, e é denominado primário quando não houver nenhum fator antecedente para o acidente acontecer. Já o afogamento secundário ocorre em 13% dos casos. É caracterizado por ser causado por alguma patologia associada que precede o afogamento, como por exemplo: uso de álcool e outras drogas (36,2%), crise convulsiva (18,1%), traumas (16,3%), doenças cardiopulmonares (14,1%), mergulho livre ou autônomo (3,7%), e outros como homicídio, suicídio, lipotimias, câimbras, hidrocussão (11,6%).
As principais causas de afogamento são:
- Não saber nadar;
- Abuso de álcool e drogas durante a natação recreativa;
- Saltos de cabeça em locais desconhecidos ou em águas rasas;
- Superestimar a própria condição técnica e física. Acontece quando o nadador nada demais, vai para longe e não consegue retornar, ocorrendo principalmente com os mais jovens que mais freqüentemente tem dificuldades de reconhecer seus limite. Segundo Szpilman (Timerman, 2000), quase 50% dos mortos no município do Rio de Janeiro achavam que sabiam nadar;
- Cair de repente em água funda. Pode ocorrer com as pessoas que estão perto da água, por exemplo, com pescadores amadores, ou mesmo no mar em locais que há desníveis; costões rochosos, cachoeiras.
- Acidentes envolvendo embarcações
- Emergências médicas tais como IAM ( Infarto agudo do Miocárdio), AVC/E ( Acidente Vascular Cerebral ou Encefálico)
- Acidente que pode surgir após uma refeição exagerado;
- Tentativa de salvamento de outra pessoa sem os conhecimentos técnicos necessários;
Outras causas de acidentes aquáticos podem ser citadas como o pânico, a hipotermia, e o “apagamento”, ou seja, um desmaio ocasionado pela hiperventilação antes de atividades de submersão.
A classificação do afogamento é utilizada no Hospital de Afogados do Rio de Janeiro como uma forma rápida e eficaz para o guarda-vidas transmitir o quadro da vítima ao médico que vai atendê-la. Esta ação proporciona atendimento de maior qualidade e maior chance de vida para a vítima. Szpilman (2001) classifica o afogamento como:
- Resgate: Vítima resgatada do meio líquido sem sinais de Afogamento, não aspirou líquido.
- Grau I: Trata-se do afogado consciente, que apresenta tosse, sem espuma na boca/nariz. Não houve aspiração de líquido. Este caso não apresenta nenhum risco de vida.
- Grau II: Esta vítima responde ao chamado, apresenta tosse e pequena quantidade de espuma na boca/nariz. A mortalidade neste caso é de 0.6%.
- Grau III: Neste caso a vítima apresenta grande quantidade de espuma na boca/nariz, a respiração está presente e o pulso radial é palpável. Temos aí 5.2% de mortes.
- Grau IV: Consiste em respiração presente, grande quantidade de espuma nariz/boca e o pulso radial não é perceptível. Em 19.4% dos casos acontece a morte.
- Grau V: Neste grau a vitima está em parada respiratória isolada, porém existe sinais de circulação (pulso carotídeo). A mortalidade neste caso é de 44%.
- Grau VI: No grau 6 a vítima não apresenta sinais respiratórios, nem sinais circulatórios. A mortalidade é bastante alta, 93% dos casos.
- Já Cadáver: Não apresenta nenhum sinal de funções cardio-respiratórias e possui mais de uma hora de submersão, com rigidez cadavérica e decomposição corporal e/ou livores hipostáticos.
Conhecer informações sobre o que é e como acontece o apagamento pode ser útil para que o professor de Educação Física evite em suas aulas e proporcione informações para que os alunos não se aventurem em outros ambientes.
O apagamento, como é conhecido na área de salvamento aquático, é uma forma de desmaio, que ocorre em exercícios de apnéia em submersão, e caso a vítima não seja retirada imediatamente pode ocorrer um quadro de asfixia violenta e aguda por afogamento. Antigamente, ouvia-se falar sobre esses casos somente com mergulhadores de caça submarina; hoje sabe se de casos em piscinas, onde na maioria dos casos, a pessoa competia consigo mesma ou com outros indivíduos para aumentar a distância percorrida debaixo d’água ou a duração de apnéia subaquática.
Hiperventilando, ou seja, inspirando profundamente e por diversas vezes seguidas faz com que o dióxido de carbono seja liberado, baixando o seu nível, diminuindo assim o reflexo involuntário da respiração, e assim o aviso da necessidade de respirar vem tarde, e o indivíduo “apaga”, ou seja, pode ocorrer assim uma forma de desmaio, denominado apagamento. As investigações demonstram que esses indivíduos hiperventilam antes de mergulhar, reduzindo sua pCO2 arterial a níveis em torno de 20 mmHg, durante o período de submersão, a pCO2 pode elevar-se apenas aos valores alveolares usuais de 40 a 44 mmHg, enquanto a pO2 arterial se precipita a níveis de 30 a 40 mmHg, daí resultando hipóxia cerebral e perda de consciência. Essa prática de hiperventilação é, pois, perigosa e deve ser desencorajada.
É importante que o professor de Educação Física saiba também que se a vítima sobrevive aos cuidados imediatos, deverá ser acompanhada, pois nos próximos minutos, horas ou dias, poderá apresentar alguma complicação decorrente do afogamento como: febre, pneumonia, sepse (infecção generalizada), coma, edema pulmonar, arritmia cardíaca, abscesso pulmonar, entre outras. Eles devem ser internados e vigiados cuidadosamente. Duas complicações importantes, que podem ser fatais são: o edema agudo do pulmão e as infecções respiratórias (pneumonia e broncopneumonia). Nos afogados em água doce podemos assinalar hemólise com hemoglobinúria que poderia ser a causa de uma necrose tubular aguda. Havendo danos no sistema nervoso pela falta de oxigênio, poderemos ter sequelas nervosas. O mecanismo de morte no afogamento é um ponto controvertido, e que pode depender de mais de um fator.
3.2.1 – Medidas de prevenção do afogamento
É um dever de todo profissional que lida com o meio aquático, inclusive o professor de natação, utilizar se de algumas medidas preventivas para minimizar os acidentes. No Projeto Guardiões da Água propomos que o professor de educação física inclua em sua programação semestral um momento para proporcionar a divulgação de medidas preventivas do afogamento utilizando de pedagogias próprias para cada faixa etária.
Destacamos as seguintes medidas preventivas:
- Aprender nadar é a regra básica para prevenir acidentes na água. A água não é o ambiente do homem, e essa inadaptação pode ser causa de acidentes. A prevenção consiste principalmente no desenvolvimento de programas educacionais e de treinamento em natação, sobretudo nas escolas e clubes esportivos.
- Conscientização dos riscos da prática de natação e esportes aquáticos após ingestão de drogas e bebidas alcoólicas. Além de produzir a incoordenação dos atos de defesa, propicia condições especiais, metabólicas, que facilitam o êxito asfíxico.
O vídeo a seguir pode ser usado para iniciar a discussão com as pessoas sobre o risco da bebida alcoólica e excesso de alimentação ao nadar.
- Não nadar após refeição exagerada, em pleno período de digestão. Após uma refeição exagerada, grande quantidade de sangue acumula-se nos vasos do aparelho digestivo. O esforço físico exigido na natação aumentará as necessidades de oxigenação do corpo, que não será suficiente, principalmente ao cérebro, devido a sobrecarga funcional dos órgãos digestivos. Poderá ocorrer um desmaio resultante da deficiência no funcionamento normal do cérebro. A asfixia decorrente do afogamento vai agravar o quadro, aumentando ainda mais a deficiência de oxigênio ao cérebro e daí, sobrevir lesões graves ou a morte. Segundo Szpilman (2001)89% dos afogamentos ocorrem na hora do almoço ou logo após.
- Nunca nadar sozinho, pode acontecer algum imprevisto como cãibra, mal súbito, problema cardíaco, por exemplo, e não haverá ninguém para ajudar ou pedir socorro.
- Crianças não devem ser deixadas à vontade em locais onde exista água, elas não possuem noção do perigo, nem mesmo que seja uma poça. A criança deve estar a uma distância de um braço do responsável, Segundo Szpilman (2001) 89% das crianças afogadas não tem supervisão de adulto.
- Bóias de braço e objetos flutuantes proporcionam uma falta sensação de segurança na água. Fizemos um vídeo para enviar ou mostrar para nossos alunos para iniciar a discussão sobre esse risco que pode envolver outras formas de prevenção.
- Evite deixar brinquedos próximos da piscina, isto atrai as crianças.
- Ensine as crianças a nadar com 2 anos ou o mais cedo possível.
- Não mergulhar sem conhecer a profundidade da piscina ou outros locais de natação ou recreação aquática. O traumatismo medular e craniano é um dos grandes causadores de lesões e de afogamentos. O próximo vídeo busca suscitar essa discussão.
- Conhecer a temperatura e as condições locais da água. É bom escolher locais seguros para participar de atividades recreativas, verificando se pode haver perigo como ondas, correntes, vida aquática, objetos debaixo d’água, diversas profundidades, condições ruins do tempo, etc.
- Não tentar percorrer grande distância a nado a menos que um barco contendo uma bóia ou um cinto salva-vidas acompanhe todo o percurso, pois poderá ocorrer esgotamento físico.
- Não realizar hiperventilação, para evitar o “apagamento”.
- Conhecer algumas noções de socorros, realizar um curso de Emergências Aquáticas. Szpilman (2001) 40% dos responsáveis de piscinas não sabem realizar primeiros socorros.
- Vestir-se apropriadamente para a atividade aquática, a sunga e o maiô é o ideal. Nadar com roupas é mais difícil e cansativo, além de ficar pesada quando está molhada.
- Aprender a sair de situações de emergência individual, como, por exemplo, a cãibra.
- Saber como agir para ajudar a tirar outras pessoas destas situações, tomando cuidados para também não se tornar uma segunda vítima, pois duas pessoas morrem por dia desta forma.
- Canos, bóias, cordas, pranchas de salvamento, ou qualquer material que flutue, devem ser sempre colocados à vista e de fácil acesso para ser usado imediatamente em caso de necessidade.
- Utilizar-se do colete salva-vidas em embarcações aquáticas, sabendo ou não nadar, pois no caso da embarcação virar, alguém pode ficar inconsciente ou bater a cabeça e é mais provável que se salve.
- Como o afogamento é responsável por grande número de morte entre epilépticos, estes devem receber uma atenção especial.
- Barreiras adequadas em torno de piscinas, grades de 1.50 metros e 12 cm, isolando a piscina, diminuem em 50 a 70% o número de afogamento.
- O vídeo a seguir alerta o risco de piscina e outros ambientes aquáticos com acesso livre para crianças sem supervisão.
- Na maioria dos casos, as primeiras pessoas a chegar ao local onde ocorreu o acidente são amigos ou parentes da vítima, o que salienta a importância de se conhecer como se tratar de uma vítima de afogamento.
- Conhecer e respeitar as regras locais.
- Não superestimar sua capacidade conhecendo suas limitações. 46.6% dos casos de afogamentos as vítimas achavam que sabiam nadar.
- Só pedir ajuda quando realmente necessitar.
- Não saltar, correr ou perseguir outros em volta da piscina para não correr o risco de escorregar ou chocar-se com alguém. Como a questão das crianças correrem em volta da piscina e caírem é constante nas atividades de natação e recreação na água, fizemos um vídeo para enviar ou mostrar para nossos alunos para iniciar uma discussão que pode envolver outras formas de prevenção.
- Evite mergulhar de cabeça.
- Outra causa recorrente de afogamento, que na maioria das vezes acontece na própria casa das pessoas, são baldes e recipientes com água e muitas vezes com roupas de molho deixados ao alcance de crianças pequenas que podem cair com a cabeça no recipiente e terem dificuldade de levantar, manter a tampa do vaso sanitário abaixada .
O vídeo a seguir tem o objetivo de informar e alertar sobre esse risco.
O profissional deve preocupar-se sempre em adicionar conhecimentos sobre regras de uso e prevenções de acidentes em locais fora da piscina, como rios, praias, lagos, etc. Passar aos alunos informações como essas são de grande importância.
A Sobrasa tem diversos programas, ações e materiais que podem ser utilizados pelos professores de Educação Física nos projetos de natação. Chamamos atenção ao Programa Piscina Segura que em 2023 contou com 3.375 ações envolvendo 152.842 professores, alunos e pais. Pode ser visitado no link abaixo
https://sobrasa.org/piscinamaissegura/
Fonte: Sobrasa.
No Projeto Guardiões da Água tivemos vários momentos de atividades, ações e palestras sobre prevenção do afogamento, inclusive utilizando materiais da Sobrasa. Em especial como tivemos crianças no projeto usamos os vídeos do personagem Kim, como o vídeo abaixo:
Para além das ações de controle e formação de guarda-vidas, a Sobrasa tem realizado um trabalho de excelência na prevenção do afogamento com muitas atividades que podem ser realizadas com nossos alunos de todas as idades, principalmente as crianças e jovens vejam algumas possibilidades e onde encontrar.
Imagens que podem ser impressas e entregues para os alunos com cinco dicas cada uma referente a diferentes locais onde pode acontecer o afogamento como na piscina, em casa, na praia, no rio e outros:

Desenhos animados que podem ser passados para os alunos antes das aulas ou enviados para que assistam em casa e depois o professor faça referência na aula:

Gibis, jogo e desenhos para pintar que podem ser lidos, jogados ou pintados na beira da piscina despertando o interesse dos participantes e reforçando a informação:

Outras possibilidades de informativos e reforços ao conhecimento sobre prevenção do afogamento, com boletins, folhetos, folders, vídeos, entre outros materiais, ainda podem ser encontradas nas páginas:
https://sobrasa.org/dados-sobre-afogamento/
https://sobrasa.org/videos/
São muitas possibilidades que podem enriquecer a atuação do professor para prevenção do afogamento que podemos encontrar no site da Sobrasa elaborado por sua competente equipe coordenada pelo Dr. David Szpilman.
3.2.2.Resgate e salvamento aquático
Neste capítulo apresentamos algumas informações sobre resgate e salvamento aquático, mas cabe ao professor com bom senso determinar quais conhecimentos podem favorecer a prevenção do afogamento do participante do Projeto e das pessoas que essa pessoa poderá auxiliar SEM SE COLOCAR EM RISCO.
No Projeto Guardiões da Água buscamos transmitir o máximo de informações para nossos participantes, respeitando a complexidade que a particularidade de cada participante requer para que se amplie sua segurança e não para que esse conhecimento o coloque em situação de risco.
Apresentamos a seguir a Cadeia de Sobrevivência do afogado desenvolvida pela SOBRASA.

A rapidez no socorro é importante, porém qualquer precipitação poderá frustrar o salvamento e colocar a vida do socorrista em perigo. Lembrando sempre que a presença do Guarda-Vidas é de fundamental importância. Se uma pessoa que não tem condições, ou não sabe nadar, localizar uma vítima, deverá anotar o local exato onde ela se encontra e procurar ajuda, preservando assim sua vida.
Se possível, deve-se alcançar a vítima da margem com a mão, toalha, corda ou bastão, ou ainda o aquatubos (macarrão ou minhocão), que é um material utilizado na natação e na hidroginástica. Como se pode ver na figura abaixo.

Se não tiver como alcançar a vítima de fora da água o Guarda-Vidas poderá atirar algum objeto flutuante para a vítima segura-lo e mantê-lo entre eles, para evitar que seja agarrado. Poderemos utilizar outros materiais flutuantes como uma prancha de isopor, material próprio para surf, câmaras de ar infladas, boias, um pedaço de pau, tábua ou uma corda, para que o acidentado se acalme até a chegada do Guarda-Vidas. Para maior segurança o Guarda-Vidas pode no resgate manter-se ligado a uma corda presa em algum lugar ou em alguém na margem.

ENTRADA NA ÁGUA
Existem algumas formas de entrar na piscina, ou em outro local, para realizar o resgate e salvamento aquático. O tipo de entrada deve depender da profundidade da água, do conhecimento das condições do fundo, da claridade da água, da altura do local e da distância da vítima.
Apesar do mergulho de cabeça proporcionar uma chegada mais veloz até a vítima, pode ser fatal em águas turvas e/ou pouco profundas.
Existem outros três tipos de entrada na água. O primeiro é o abaixamento que deve ser utilizado para não movimentar muito a água, é útil quando a vítima pode submergir e tornar difícil encontrá-la, e quando há riscos de fraturas onde a movimentação da água poderá agravar o caso. Este consiste em ir abaixando-se lentamente até chegar à água, em seguida deve, se possível, caminhar lateralmente ou nadar cuidadosamente com a cabeça alta.
A segunda maneira de entrar na água é o Passo do Gigante, salto com as pernas afastadas, tem a vantagem de se conseguir manter a cabeça acima da água podendo continuar observando a vítima inclusive no salto. Este consiste em dar um passo para frente como se tivesse caminhando na água, com uma perna à frente da outra.

O terceiro caso é classificado de salto compacto, que será mais aconselhável quando você tiver que saltar de uma altura maior. Como podemos observar na figura 3.5, o corpo adquire uma posição vertical (em pé, com os pés unidos, com os braços junto ao corpo ou abduzidos na lateral para aumentar o equilíbrio e saltar para cima e para frente).

APROXIMAÇÃO
É muito importante manter a calma na aproximação e executar movimentos com segurança e destreza. Algumas características importantes para uma aproximação eficiente são: chegar rapidamente até a vítima para que o caso não se agrave mais e manter a vítima à vista para que possa localizá-la com precisão caso haja sua submersão.
Para aproximar-se da vítima pode-se utilizar o nado de aproximação, como no pólo aquático. Ele permitirá uma ótima visualização e uma chegada rápida até a vítima, porém é extremamente cansativa.

Uma das características da vítima é o desespero. Por esta razão deve-se evitar o “agarramento”, que será inevitável se o socorrista estiver ao alcance da mesma. Por isso é importante que a aproximação seja com o auxílio de um meio de flutuação que deverá estar sempre o Guarda-vidas e a vítima. Algumas palavras de apoio podem ajudar, transmitindo segurança e tranquilidade para o acidentado.
Existe outra maneira de aproximação é em submersão pela frente, segurando por fora e entre as pernas da vítima, virando-a de costas para o Guarda-Vidas Este movimento é facilmente executado na água.
DESVENCILHAMENTO
Desvencilhamento é a técnica que o guarda-vidas utiliza para se soltar da vítima em pânico, imobilizá-la e rebocá-la até o local desejado. Uma das maneiras de desvencilhamento seria ir em direção ao fundo. Como a intenção da vítima é ir a procura de oxigênio, ela não irá acompanhá-lo.

REBOQUE
O indivíduo flutua naturalmente, devido ao ar que está nos pulmões. É preciso colocá-lo de costas, em posição horizontal com a boca e o nariz fora da água para que ele possa respirar e também para facilitar a flutuação.
Para transportar um acidentado inconsciente a melhor técnica quando não temos um flutuador é o reboque de peito cruzado e na pegada Australiana, como na imagem a seguir.



A maneira mais segura e indicada de retirada de uma vítima seja ele consciente ou inconsciente é com o uso de um meio de flutuação ex: Rescue tube, Rescue Can.

Se a vítima for um nadador cansado ou com cãibra, seria conveniente, colocá-lo de decúbito dorsal, com as pernas afastadas prendendo as pernas no quadril do rebocador e segure em seus ombros com os braços estendidos, utilizando nesta situação o nado peito como reboque.
A técnica de reboque mais utilizada é chamada de reboque de peito cruzado, que propicia uma permanência da cabeça do acidentado mais alta. Esta técnica consiste em colocar a vítima de costas para o socorrista em decúbito dorsal passando o braço por cima do ombro do rebocado, no peito e por baixo do braço contrário. Deverá nadar com o braço livre, lateralmente e pernas com movimento de tesoura, ou com o movimento que tiver maior facilidade.
TRAUMATISMO
A principal preocupação quando uma pessoa cai ou mergulha em águas rasas é o traumatismo. Em caso de dúvida devemos considerar que há uma lesão na coluna vertebral com possível trauma medular. Assim não devemos movimentar o pescoço da vítima.
Szpilman (2001) diz que sempre que for realizar um salvamento com vítima inconsciente em água rasa, deve-se imobilizar a coluna cervical e tomar todas as medidas como se houvesse uma fratura. Caso a vítima esteja inconsciente e com ferimentos ao redor da cabeça e da face, causado pelo contato de algum objeto, ela também deverá ser tratada como se estivesse com lesão na coluna. Caso a vítima esteja consciente é importante perguntar se ela apresenta falta de sensibilidade nas extremidades, sofre paralisia ou formigamento de braços e pernas.
Se a vítima estiver inconsciente ou, paralisada, ou ainda, se queixando de dor no pescoço, deve-se utilizar para retira-la da água, equipamento para resgate de Traumatismo Raquimedular, como a Prancha Rígida e colar cervical.

RETIRADA DO ACIDENTADO DA ÁGUA
Depois de ter rebocado a vítima é necessário assegurar que ela saia com segurança da água. Existem dois tipos de retirada, uma que serve para o sujeito consciente e prestativo e outra para o sujeito que esteja inconsciente.
O sujeito consciente e prestativo, não requer muita habilidade do resgatador, consiste em dar apoio para os pés da vítima auxiliando para que ela suba com mais facilidade.

No segundo caso o resgatador deverá auxiliar a flutuação da vítima apoiando-a na perna, colocando-a de frente para a borda da piscina, colocar as mãos do acidentado na borda, uma em cima da outra, o resgatador deve apoiar sua mão acima das mãos da vítima para que ela não volte a cair na água, saindo da piscina sem soltá-la. Ao puxá-la para fora, os braços da vítima deverão estar cruzados, e serão descruzados ao subi-la, virando-a de costas para a borda e colocando-a deitada próxima a piscina. A grande vantagem desta saída é que a vítima estará em posição que beneficiaria as manobras de ressuscitação.

RCP – REANIMAÇÃO OU RESSUSCITAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA
A vítima consciente não precisará da ressuscitação cardiorrespiratória (RCP), esta deve ser encorajada a tossir para remover qualquer obstrução. A tosse permite que a vítima utilize seus músculos brônquicos e da parede torácica produzindo pressão no ar que ainda permanece nos pulmões desobstruindo as vias aéreas.
A sobrevivência da vítima dependerá do estado de saúde desta, da duração da imersão, da quantidade de líquido aspirada e dos cuidados de emergência. A ressuscitação cardiorrespiratória é um procedimento de emergência nos casos em que existe parada cardiorrespiratória e o cérebro não recebe oxigenação, como pode ocorrer no caso do afogamento.
Se a vítima apresentar rigidez cadavérica, estar em decomposição corporal ou permanecer em submersão à mais de uma hora, nenhuma manobra será eficiente.
No tratamento do afogados utilizamos o mnemônico ABC, a sequência dos procedimentos são:
- "A"- abertura das vias aéreas (desobstrução);
- "B"- respiração boca-a-boca e;
- "C"- circulação artificial (compressão torácica externa).
Quando a vítima está inconsciente é preciso certificar-se de que tenha suas vias aéreas desobstruídas. Para determinar se estão ou não, devemos seguir alguns passos. Primeiro observar se há movimentos respiratórios, depois ouvir os sons da respiração, aproximando a cabeça do socorrista na da vítima, e sentir se o ar está sendo expelido.
É essencial que não se esqueça da possibilidade de um traumatismo na coluna cervical. Nestes casos deve-se evitar a extensão do pescoço.
Caso a vítima esteja respirando, colocá-la em decúbito lateral Direito, pois essa posição evita que a pessoa aspire líquidos se ela vier a vomitar e o pulmão Esquerdo fica manos alagado podendo ventilar melhor.
Caso a vítima não esteja respirando é necessário iniciar imediatamente a respiração artificial. A ventilação é de grande importância neste momento. No entanto, a questão da segurança do Guarda-Vidas tem que ser levada em conta. O uso Pocket Mask permite que o Guarda-Vidas possa executar as ventilações com segurança. No caso de uma pessoa conhecida e que o socorrista opte pela respiração boca-a-boca sem Pocket Mask, deve-se inspirar profundamente, selar os lábios da vítima firmemente com os seus, fechar o nariz desta, expirar observando se o tórax da vítima se expande e afastar a cabeça observando a saída do ar.
Nas crianças (entre 01 a 08 anos de idade) deve-se ter o cuidado para não exceder a quantidade de ar insuflado; para tal, assim que o tórax da criança começar a erguer cessar a insuflação. Nos bebês, envolver simultaneamente a boca e o nariz e insuflar os pequenos pulmões apenas com o ar contido no interior de sua boca, através de um curto sopro.
Conforme os procedimentos utilizados pelo corpo de bombeiros em um paciente adulto deve-se executar a ventilação uma vez a cada 5 segundos, se for uma criança com idade de 1 à 8 anos a cada 4 segundos e se tratar de um bebê com idade de 0 à 1 ano será à cada 3 segundos.
No caso de afogamento a quantidade de insuflações se modifica e nunca se deve realizar massagem cardíaca sem antes ter realizado cinco insuflações.
Ao abordar a vítima inconsciente na água deve-se realizar dez insuflações Após retirar da água realizar mais cinco insuflações, permitindo que a coluna da água que impede a passagem do ar seja empurrada para os alvéolos, o Guarda-Vidas deverá checar a circulação verificando se a vítima tem pulso carotídeo, se não houver, deverá dar início em compressões cardíacas caso haja pulsação deverá continuar ventilações até que a vítima volte a respirar espontaneamente.
Para verificação da frequência cardíaca deve-se utilizar o pulso carotídeo, ou femoral (no caso de existir ferimentos no pescoço). Utilizar os dedos indicador e médio para esta verificação. No caso de bebês utilizar o pulso braquial.
Se o pulso cardíaco estiver presente, a vítima somente necessitará de ventilação numa frequência de 12 a 16 minutos. Quando o paciente passar a respirar espontaneamente, colocá-lo em decúbito lareral direito
Caso não houver pulso cardíaco as compressões torácicas devem ser realizadas com uma mão sobre a outra, apoiando a parte inferior da palma da mão, fazendo compressões no tórax na altura do esterno, utilizando-se do peso do seu corpo.
Em crianças com idade entre 1 à 8 anos a pressão deve ser exercida com uma das mãos, e em bebês de 0 a 1 ano, a pressão é realizada com apenas 2 dedos . As mãos devem estar posicionadas dois dedos acima da base do processo xifóide, no esterno.
Quando se dispõe de dois socorristas, um torna-se responsável pelas ventilações e o outro pelas compressões torácicas, podendo estes trocar de cargo para tornar menos desgastante.

A reavaliação da presença da frequência cardíaca e da respiração espontânea é aconselhada após 5 ciclos de compressão e ventilação, repetindo-se as reavaliações a cada 2 minutos ou 5 ciclos. Se as condições da vítima se estabilizarem, esta deverá ser colocada em decúbito lateral direito.
As 10 ventilações deverão ser iniciadas imediatamente ainda dentro da água enquanto rebocar a vítima. Szpilman (2001) relata que a ventilação realizada ainda dentro da água diminui a mortalidade em quase 50%, no entanto é muito difícil de ser realizada.
As ventilações não deverão ser interrompidas durante o transporte da vítima ao hospital.
A RCP só deverá ser interrompida quando os sinais vitais da vítima voltarem ou quando o suporte Avançado chegar ou quando o Guarda-Vidas chegar à exaustão.
É indispensável que a vítima passe por um médico para receber cuidados posteriores após a reanimação, pois sem tratamento adequado esta poderá vir a sofrer distúrbios cardíacos, circulatórios, pulmonares, renais e cerebrais. A síncope que poderá acontecer após alguns minutos, horas ou dias, a ressuscitação poderá causar danos irreparáveis ao sistema nervoso.
Tanto o resgate, quanto o procedimento de RCP, exigem muito mais que um estudo teórico para possibilitar a execução adequada dos mesmos. Desta forma, consideramos que este treinamento teórico-prático deve ser estimulado como aspecto integrante na formação de todo cidadão.
Mais do que qualquer treinamento ou técnica, que o professor de educação física deve dominar, consideramos o aspecto mais importante para qualquer ação de primeiros socorros o respeito e o carinho pelo próximo.
A SOBRASA disponibiliza em sua web diversos cursos gratuitos, como SBV (Suporte básico e avançado de vida no afogado), entre outros. Damos destaque ao vídeo do doutor David Spilman apresentado a seguir.
3.3. Adaptação ao meio líquido: entre direcionamentos, exercícios e atividades recreativas
Conhecer os paradigmas de alguns autores de obras sobre natação nos faz refletir de forma positiva sobre nossa própria prática, exigindo assim a conscientização e a adequação do trabalho. Chamamos atenção aqui à uma literatura muito utilizada e presente nas disciplinas de natação em todo Brasil.
Palmer (1990) em “A ciência do ensino da natação”, antes de pensarmos qual atividade aquática básica vamos ensinar primeiro, devemos principalmente, reconhecer o fato de que, quando se entra na água, entramos em um ambiente estranho, por isso, nossa primeira preocupação deve ser ensinar as pessoas a sobreviverem na água. E diz ainda que, ser capaz de nadar um estilo básico, não significa estar seguro na água.
O autor chega a conclusão que existe algo mais na natação do que simplesmente saber nadar algum estilo e que por isso, devemos levar em consideração algumas atividades básicas de locomoção na água antes de ensinar os estilos mais formais.
Segundo o autor, o ensino da natação deverá ter a seguinte seqüência pedagógica quanto à fase de adaptação:
- Exercícios de confiança: o autor dá várias sugestões de brincadeiras onde o aluno irá realizar diversos movimentos dentro d’água como andar, correr e saltitar. Através dos jogos, o aluno aprenderá, subconscientemente a necessidade de dominar e também usar a resistência natural da água;
- Flutuação: o autor descreve várias maneiras de flutuação como: cogumelo (grupada com a cabeça para baixo), pronada e supina;
- Recuperação do pé na posição pronada e supina: antes do aluno realizar diversos movimentos na parte rasa da piscina, o professor deve estar absolutamente seguro que seus alunos sejam capazes de recuperar a posição em pé tanto da posição de costas (supina), como da posição frontal (pronada);
- Impulsão e deslizamento pronado e supino: os deslizamentos são remanescentes das posições normais da natação. O nadador adota uma posição estendida e aerodinâmica para um melhor resultado e além disso, é fundamental para a realização das saídas e viradas. Portanto, é importante que o aluno se habitue, desde o começo, a estes movimentos;
- Nado cachorrinho: o nado cachorrinho é importante, pois faz com que o aluno, depois de ter passados pelas etapas anteriores, seja capaz de se sustentar com os pés elevados e avançando pela superfície. Porém, antes de ensinar esse nado o professor deve estar seguro que seus alunos se sentem razoavelmente “em casa” na água pois, mais importante que isto, é o aluno saber como recuperar seus pés firmemente sobre o fundo após uma atividade na piscina. Segundo o autor, o nado cachorrinho pode ser realizado de frente (decúbito ventral) ou de costas (decúbito dorsal).
O livro “Natação Animal” de Andries Jr (2002) relata que executar os nados da natação, ou seja, crawl, costas, peito e borboleta é consequência de uma boa relação com o meio aquático. Fatores como dominar, respirar, flutuar e ter uma boa movimentação na água são essenciais para nadar os estilos. Quanto mais experiências de adaptação forem vivenciadas por um aluno que está iniciando, maiores serão as possibilidades de ele desenvolver sua técnica desportiva ou simplesmente ter uma relação de prazer com a água. Segundo o autor, estar adaptado ao novo meio significa relacionar-se com ele, ou seja, entrar na água, envolver-se com ela, aproveitando principalmente o que ela oferece como situações de flutuabilidade. Para tanto é necessário incorporar novos mecanismos de respiração e de locomoção, bem como diversificar as maneiras de entrar neste meio. Portanto, por ser um processo pedagógico, o autor divide a fase de iniciação ao nadar em etapas: primeiros contatos com a água, respiração, flutuação, propulsão e entrada na água. Com o objetivo de encarar a natação com um processo lúdico, e para romper com conceitos formais e mecanicistas, relaciona as etapas da aprendizagem com nomes de animais, criando personagens em cada etapa e, dessa forma, tornar o processo de aprendizagem mais alegre e prazeroso. Ainda segundo o autor, é necessário distinguirmos as estratégias que serão utilizadas com os adultos, das estratégias que serão utilizadas com as crianças. Fica estranho falar a um adulto para que “jogue água para cima e imagine que é a chuva”, como uma criança não irá entender se lhe dissermos que entre na água devagar e ande apenas sentindo-a, para ela provavelmente isto será desmotivante. As brincadeiras, os jogos, as músicas e outros elementos lúdicos para a faixa etária infantil são comuns com uma estratégia lúdica, mas nada impede que nas aulas de adultos não tenha algum jogo ou alguma brincadeira para tornar a aula mais descontraída e divertida.
A terceira e principal literatura que apresentamos e que foi a base para a pedagogia utilizada no Projeto Guardiões da Água foi o livro “Nadar com Segurança” (Santana, Tavares e Santana, 2003), que defende as informações a seguir.
A principal característica de um bom professor de natação é ser capaz de adaptar seu trabalho para as características do grupo envolvido, ao local das aulas, aos materiais disponíveis e ao número de participantes. Nem sempre temos as melhores condições para o ensino, porém com um objetivo tão nobre: “a sobrevivência das pessoas em caso de emergência”, devemos ser persistentes e executar nosso trabalho da melhor forma possível.
Nossa atividade aquática visa o seu comprometimento social com as necessidades dos indivíduos, proporcionando um processo de educação corporal, visando a ampliação do repertório motor dos participantes, incentivando a prática autônoma e conscientiza sobre a importância da inclusão de exercícios físicos na agenda diária, agregando valores, mas que acrescentem qualidade de vida aos praticantes.
Valorizamos nossa atividade, pois elas não tem fim em si mesmas, isto é, não ensinamos a natação pensando simplesmente no aprendizado de técnicas e sim em valores que proporcionem mais condições de lazer (recreação aquática voluntária) e, principalmente segurança pessoal e prevenção do afogamento e educação ambiental.
Utilizamos como soma do trabalho aqui apresentado elementos lúdicos em oposição aos índices de resultados, mobilizando o desejo e o imaginário, dos procedimentos cognitivos à emotividade dos participantes.
Por se tratar de uma atividade com excessivo envolvimento psicológico através de medo e ansiedade acreditamos na importância de respeitar as individualidades, com bom senso o profissional conseguirá um equilíbrio entre as aspirações individuais e as necessidades de sociabilização do seu público.
Com um número grande de vivências motoras aquáticas buscamos proporcionar a possibilidade do autoconhecimento corporal, através da teoria e da prática, conhecimento este que influenciará na qualidade de movimento diário deste indivíduo.
Estimulamos à participação agrupando pessoas que tenham por interesse percorrer os caminhos da adaptação aquática, permitindo assim a participação de pessoas sem experiência aquática e condicionamento físico, juntamente com pessoas que já tenham alguma vivência no meio líquido, mas que buscam mais conhecimento, entendendo assim a importância da inclusão de todos no programa de uma atividade repleta de benefícios físicos e psicológicos: a natação.
Apesar de não utilizar o ensino dos quatro estilos da natação (crawl, costas, peito e borboleta) como artifício único para a prática da natação, principalmente na adaptação aquática, não descartamos a importância destes no desenvolvimento de habilidades motoras na água, no Projeto Guardiões da Água a ênfase foi dada na adaptação ao meio líquido.
Consideramos a adaptação aquática como processo de alfabetização aquática, voltado às pessoas que possuem fobia de piscinas, que tenham dificuldades em determinados princípios da adaptação ao meio líquido ou que não tenham tido a oportunidade de aprender a nadar anteriormente.
Tem como objetivo proporcionar vivências motoras que levem à segurança, ou seja, à técnica de sobrevivência total em meio líquido. O aluno vivenciará uma metodologia que visa a adaptação ao meio líquido, transpondo o medo da água, com segurança, levando-o ao prazer de estar em meio líquido. Proporcionar técnicas de sobrevivência aquática individual, o deslocamento na posição decúbito dorsal e ventral com o ensino da técnica dos nados crawl e costas e informações sobre prevenção de afogamentos.
Nosso público alvo é de pessoas que têm dificuldade na relação com o meio líquido, que na maioria dos casos já passaram por alguma situação que lhes proporcionou a hidrofobia. O profissional envolvido com adaptação aquática tem o dever de estar próximo do seu aluno, ou seja, dentro da água, para auxiliar e proporcionar a segurança necessária para o aprendizado.
O tipo de informação que o profissional irá utilizar para transmitir os ensinamentos com total compreensão do aluno, poderá apresentar-se na forma verbal, visual ou ainda tátil. Quanto mais recursos forem utilizados melhor será a qualidade do aprendizado, isto é, o profissional não deverá restringir-se a informação oral e sim demonstrar o movimento e se preciso através do toque executar no aluno.
Silva e Couto (1999) nos lembram que qualquer que seja a proposta pedagógica utilizada, sua base deve apoiar-se nos conhecimentos de alguns princípios metodológicos como: partir do conhecido para o desconhecido e do simples ao complexo.
Em nosso trabalho procuramos seguir estes princípios, pois visam o mais fácil e eficiente aprendizado, sendo assim para o ensino de uma nova técnica utilizamos algum conhecimento do aluno. Por exemplo, quando nosso aluno esta iniciando o curso de adaptação ao meio líquido, ele traz consigo poucas vivências aquáticas, ou às vezes nenhuma, porém ele sabe caminhar. Nós partimos da caminhada para o ensino do crawl, já que estes dois elementos têm alguns aspectos em comum (movimentos alternados, relaxados, pernas ligeiramente flexionadas).
Não podemos nos esquecer que nosso aluno passa a maior parte do tempo de sua vida em pé, ou seja, na posição vertical, e que a posição utilizada na natação (horizontal) é uma nova vivência para ele. Sabendo deste fato criamos uma metodologia que visa a busca progressiva da posição horizontal. Podemos, como na maior parte das metodologias utilizadas, segurar nosso aluno nos braços e colocá-lo na posição da natação, porém ele terá dificuldades para voltar a posição vertical e não saberá como “deitar na água” novamente. Por esta razão, nosso trabalho consiste de exercícios progressivos que induzem o praticante a conquistar a flutuação horizontal através de experiências positivas e da conquista da segurança individual. Desta maneira estamos respeitando mais um dos princípios pedagógicos: do simples ao complexo.
Apresentaremos neste capítulo as atividades utilizadas na metodologia do Projeto Guardiões da Água, como dissemos, atendemos mais de 300 pessoas com diferentes características, idades, eficiências e vivências, e diferentes horários e dias da semana. Dentre as possibilidades apresentadas neste ebook, cada professor pode adequar as atividades de acordo com a realidade encontrada em cada aula.
3.3.1. Atividades sugeridas realizadas no Projeto Guardiões da Água
O primeiro dia do Projeto é dia de acolher e conhecer os alunos, dividida em três momentos igualmente importantes:
- Apresentação do curso (objetivos e vertentes): deixar claro quais são os objetivos do curso, isto é, onde queremos chegar, é fundamental para a motivação dos alunos.
- Apresentação do professor (segurança, profissionalismo e comprometimento). Para que aconteça a adaptação do aluno é preciso que este confie e tenha segurança no profissional. Um discurso evidenciando o profissionalismo e o comprometimento do professor poderá ser decisivo para a confiança dos alunos no profissional.
- Apresentação dos alunos (descobrir objetivos individuais, cuidados especiais com medos, respeitar individualidades e diferenças). Consideramos esta fase tão importante quanto o aprendizado em si, pois através da apresentação individual dos alunos descobrimos seus objetivos, histórias e possíveis fobias. Através daí, poderemos conhecê-los melhor e respeitar sua individualidades, não transgredindo seus limites sem o devido cuidado e assim podemos apagar lembranças negativas no meio líquido.
Da posição vertical para horizontal progressivamente:
- Caminhar: Deslocar pela piscina em diversas direções (frente, costas, zigue-zague), velocidades e intensidades (caminhando, correndo, saltando).
- Respiração com pé no chão: Com os alunos em círculo para que o professor possa visualizar melhor a execução, inspirar pela boca fora da água e expirar dentro da água principalmente pelo nariz.

A respiração no meio líquido quando nadamos é diferente da respiração quando caminhamos, corremos ou fazemos qualquer outra atividade fora da água. Nas atividades física em meio terrestre a respiração é predominantemente nasal e na natação a respiração é predominantemente bucal. Isso se deve pois quando inspiramos ao nadar a água que escorre no nosso rosto ou se encontra ao lado na piscina pode ir para vias aéreas com maior facilidade se inspiramos pelo nariz. Mesmo que a água entre na boca, conseguimos controlar com mais facilidade essa água e corremos menos risco de inspirá-la e de iniciar um afogamento. A expiração no meio líquido é realizada predominantemente pelo nariz, isso acontece para também evitar que a água entre em contato com as vias aéreas. O vídeo a seguir foi feito para informar, iniciar uma discussão e demonstrar para os participantes como deve ser a respiração em meio líquido.
- Caminhar e respiração (sapinho): Esta atividade consiste no mesmo movimento do exercício anterior, porém, com deslocamento. Tem como objetivo treinar o movimento respiratório com deslocamento através de caminhada ou saltito. Através deste exercício trabalharemos a automatização da respiração executada em meio líquido, que é diferente da executada normalmente fora dágua. Por esta razão esta atividade será utilizada em muitas aulas.
- Caminhar e respiração com macarrão: Com o macarrão por trás do corpo, passando embaixo das axilas, deslocar-se caminhando pela piscina executando a respiração acima apresentada.

- Caminhar com macarrão tirando os dois pés do chão: Esta atividade tem como objetivo proporcionar a progressiva obtenção da posição de flutuação ventral. Com o macarrão embaixo das axilas, tirar os pés do chão com a elevação dos dois joelhos, a altura desta elevação vai depender do nível do aluno, devemos respeitar os seus limites.

- Caminhar com macarrão tirando os dois pés do chão e respiração: Idem ao anterior com a expiração na água quando tirar os pés do chão.

- Respiração no macarrão com flutuação ventral com ajuda: Esta atividade completa o trabalho iniciado no exercício número 05 levando o aluno à flutuação ventral. Com o macarrão embaixo das axilas e o companheiro segurando na extremidade do macarrão: flexionar as pernas subindo os joelhos, deitar na água em decúbito ventral, flexionar as pernas e recuperar a posição vertical com pés no chão.

- Respiração com macarrão, flutuação ventral sem ajuda: Idem ao anterior sem a ajuda do companheiro. Muitas vezes alguns alunos se soltam antes dos outros, então devemos unir os alunos com dificuldade e permitir que continuem se ajudando enquanto os outros fazem sozinhos.
- Movimento de perna na borda: Para iniciar o movimento das pernas utilizaremos o auxílio da borda da piscina, pois esta proporciona maior estabilidade ao corpo. Com as mãos apoiadas na borda executar o movimento da perna da forma que conseguir. Depois ir incentivando a realização das pernas alternadas e semiflexionadas, com pés soltos e estendidos, movimento de pequena amplitude e rápido, até chegar a perna do nado crawl. Incentivar o aluno a executar o movimento de forma que seus pés não joguem água para cima, nem que fiquem muito abaixo da linha da água, isto é, a planta dos pés aparecem fora da água fazendo “espuma” na água.

Propulsão:
- Movimento de perna crawl no macarrão com ajuda: Continuando o trabalho progressivo da obtenção da flutuação e propulsão através da perna do crawl, utilizaremos o macarrão na frente do corpo, passando por baixo das axilas. Para dar maior segurança para o aluno iniciante, executará este trabalho em dupla, com o auxiliar segurando no macarrão perto das mãos do companheiro, evitando assim que suas vias aéreas sejam submersas e ele se desespere.

- Movimento de perna crawl no macarrão: Idem ao anterior com trabalho individual, ou seja, sem o apoio do amigo.

- Movimento de perna crawl no macarrão com respiração: Acrescentar ao exercício anterior a respiração já aprendida no exercício número 02, ou seja, inspira pela boca e expira pelo nariz e boca.

Desenvolvendo flutuação:
- Recuperação da flutuação dorsal: ensinar primeiramente que para a recuperação mais fácil e rápida do corpo da posição horizontal para a vertical, a melhor maneira é flexionar as pernas e executar uma leve pressão dos quadris para baixo (como se fosse sentar em um banco). Com o macarrão passando por trás do corpo e embaixo

- Perna costas no macarrão: Com o macarrão passando por trás do corpo e embaixo das axilas, executar as pernas com movimentos alternados, pernas semiflexionadas (soltas), com pés estendidos e soltos, com movimento de pequena amplitude e veloz, com os pés fazendo “espuma” na água sem tirar os joelhos fora da água.

- Perna crawl no macarrão segurando só as mãos: Em busca da total independência do material de apoio, passaremos a utilizar o macarrão apenas com o apoio das mãos, tirando-o debaixo das axilas. Executar o movimento da perna do crawl e a respiração. Se necessário utilizar este mesmo movimento primeiramente em duplas para auxílio.

- Perna crawl com prancha com ajuda: A prancha é um material muito útil no ensino da natação, pois além de proporcionar menos atrito, oferece um menor apoio que o macarrão. Idem ao exercício anterior segurando na parte inferior da prancha. Em duplas, o auxílio do companheiro vai ser fundamental para facilitar a respiração e dar maior segurança para o praticante.

- Perna crawl com prancha: Idem ao anterior sem a ajuda do companheiro.

- Perna costas com prancha atrás cabeça: Com o objetivo de adquirir a progressiva conquista da flutuação dorsal, a perna do nado costas com a prancha atrás da cabeça é um passo fundamental. Se for preciso podemos utilizar a ajuda do companheiro.

Recuperação da posição horizontal sem material:
Flutuação vertical: Esta atividade será fundamental para a sobrevivência aquática caso o nadador tenha que parar por qualquer motivo em um local em que a profundidade não o permita colocar os pés no chão. Com o corpo na posição vertical, utilizar movimentos circulares dos braços e pernas (perna de peito alternada). O ideal é vivenciar diferentes movimentos de pernas e braços para descobrir qual é o melhor movimento para cada indivíduo.

Esse movimento muitas vezes é ignorado pelos professores de natação é a flutuação vertical. O vídeo a seguir demonstra o movimento e pode ser utilizado para enviar para os alunos para que eles visualizem o movimento.
- “Tartaruga”: Como continuação do trabalho realizado no exercício número 05. Este exercício marca o início da independência total do praticante de qualquer apoio, seja ele um dos materiais ou a ajuda do companheiro ou do professor, por esta razão ele merece uma atenção especial para que acidentes não aconteçam e este se torne um problema e não uma resolução para este objetivo. Para executar este exercício o aluno deverá submergir o rosto na água, soltando o ar calmamente, elevar os joelhos, abraçá-los, permanecer alguns segundos nesta posição enquanto executa a expiração, soltar os joelhos, apoiar os pés no chão e elevar a cabeça para a inspiração. As dificuldades individuais devem ser consideradas e respeitadas, alguns alunos irão abraçar completamente os joelhos deixando seu corpo na forma de uma “Tartaruga”, redondinho, outros porém poderão sentir-se inseguros ainda e apenas encostar as mãos nos joelhos e voltar rapidamente. O papel do professor responsável será respeitar este limite e incentivá-los a conseguir o objetivo progressivamente.

- “Tartaruga”, estende corpo, flexiona e desce: Para atingir a posição de flutuação ventral sem apoio nenhum, este exercício tem se mostrado muito importante nos cursos que oferecemos em Campinas. Inicialmente o praticante deverá executar o movimento acima descrito (exercício número 19), estender o corpo para a aquisição da flutuação ventral, voltar na posição da “tartaruga” e recuperar os pés no chão.
- Deslize com ajuda: Em duplas, um dos participantes segura nas mãos do outro que irá executar o movimento. Segurando na mão do companheiro, o aluno deverá colocar o rosto na água, expirando o ar, dar um leve impulso no chão da piscina e projetar seu corpo para frente em posição horizontal.
- Ensinar como recuperar o corpo usando os braços: o aluno ter a certeza que irá conseguir recuperar a posição vertical para retirar o rosto da água e inspirar o ar, acreditamos ser o passo mais importante para que ele esqueça de seus medos, inseguranças e, algumas vezes, de seus traumas e se permita uma convivência prazerosa com o meio líquido. Para atingir este propósito esta atividade deve ter grande atenção do professor, utilizando-se de uma explicação clara e acompanhamento individual principalmente dos alunos que apresentam mais medo da água. Para recuperar a posição vertical quando estamos na posição de deslize em decúbito ventral (na horizontal), o movimento dos braços será de fundamental importância. Se ao dirigir as pernas em direção ao chão utilizarmos os braços (que estão estendidos à frente) com o mesmo movimento, ou seja, dirigindo as mãos em direção ao chão, adquirimos maior equilíbrio na água e o retorno à posição vertical mais rapidamente.

- Deslize com semi-ajuda: Na atividade acima temos a explicação detalhada do movimento que tem se mostrado mais eficiente para a transição segura da posição horizontal para a vertical do corpo. Nesta nova atividade iremos colocar em prática o que explicamos. Para que se tenha total tranqüilidade neste movimento podemos executá-lo em dupla onde o auxiliar irá dar segurança apenas estando atento e próximo para possível necessidade ou ajudando ativamente. O movimento consiste em aquisição da posição horizontal do corpo, com braços e pernas estendidas, soltas e imóveis, e posteriormente, transferindo para a posição vertical com os pés no chão da piscina.
- Deslize sozinho: Idem ao exercício 22 sem o auxílio do professor ou companheiro.
- Respiração parafuso: Este exercício tem como objetivo proporcionar uma nova vivência corporal no meio líquido, permitindo que o aluno “brinque” com as forças da água. Inicialmente o praticante deverá executar a expiração submersa na água, e enquanto expira, executar um giro em cima dos pés, utilizando-se dos braços e mãos.

- Perna costas com prancha abraçada com ajuda: Este exercício marca a troca do apoio do macarrão para o menor apoio que a prancha oferece, caminhando em direção à independência na flutuação dorsal. Em duplas, o auxiliar irá dar segurança para o companheiro apoiando levemente em sua nuca, instruir o auxiliar para ir diminuindo este apoio se for possível, isto é, sem permitir que seu amigo afunde o rosto na água. A prancha deve ser posicionada sobre o abdômen, com os braços abraçando esta, executando a perna da mesma forma explicada no exercício número 14.
- Perna costas com prancha abraçada: Idem ao exercício anterior sem o auxílio do companheiro.

- “Jacaré” (deslize com perna crawl): Com o corpo em flutuação na posição horizontal e ventral, os braços estendidos à frente, mãos unidas, executar a perna do crawl. Quando for respirar colocar os pés no chão.

- Jacaré com “cachorrinho” para respirar: Idem ao exercício anterior, com a utilização do “cachorrinho” (exercício número 30) para respirar e volta ao “jacaré” (exercício número 28).
- “Cachorrinho”: Este movimento é uma ótima opção de técnica de sobrevivência, e é muito utilizado por pessoas que não tem conhecimento das técnicas dos nados da natação como meio de deslocamento no meio líquido. Consiste no movimento das pernas semelhantes ao do nado crawl, e os braços flexionados, alternados, em baixo da cabeça, executando pequenos movimentos circulares para baixo e para trás (como se estivesse “cavando” a água) e cabeça elevada frontalmente todo o tempo.
O vídeo a seguir pode auxiliar o participante a entender o movimento e proporcionar a discussão da importância do nado cachorrinho para a prevenção do afogamento. Nadando dessa forma a pessoa consegue visualizar onde está indo e permanece com rosto fora da água facilitando a respiração.
- Na borda: perna crawl e um braço: Para iniciar o movimento técnico do braço do crawl a borda é um ótimo e estável apoio. Este movimento será executado com uma das mãos permanentemente apoiada na borda, e a outra desligando da parede para que o braço possa movimentar-se, com o rosto submerso. Poderemos praticar este movimento combinando com a perna do crawl, ou se os alunos tiverem maiores dificuldades, com os pés apoiados no chão. O objetivo do curso de iniciação à natação não é dar detalhes técnicos do melhor movimento, mas proporcionar informações básicas para um movimento eficiente e de fácil aprendizagem. Por esta razão não transmitiremos informações como as especificidades do movimento aquático (movimento do “S”). No entanto informaremos ao nosso aluno que se na fase aérea mantermos os braços flexionados, com o cotovelo como a parte mais elevada, resultará em um movimento mais suave sem exigir demais da articulação dos ombros; e que o objetivo da fase aquática é apoiar o braço na água á frente da cabeça e empurrar está em direção das coxas. Executar algumas vezes o braço direito, depois repetir com o braço esquerdo. Se tiver utilizado primeiramente este movimento com os pés no chão, exercitá-lo com as pernas do nado crawl antes de passar para a próxima fase.
- Na prancha: perna crawl e um braço: Idem ao exercício anterior (número 30) com o apoio da prancha.
- Na borda: alterna braço crawl: Idem ao exercício número 31 alternando os braços enquanto expira o ar na água.
- Na prancha:alterna braço crawl: Idem ao exercício número 33 com o apoio da prancha.
- Flutuação dorsal com ajuda: Uma eficiente flutuação dorsal é fundamental para a sobrevivência aquática sem muito gasto de energia. Algumas informações poderão facilitar esta aprendizagem, como por exemplo: quando os pulmões estão cheios de ar o tronco funciona como uma poderosa bóia, e o corpo com os músculos mais relaxados ficam mais leves na água. O auxiliar será muito importante neste aprendizado, diminuindo progressivamente o apoio que está proporcionando, consideramos o apoio na nuca e na lombar como o mais apropriado nesta ocasião.

- Ensinar recuperação da posição dorsal sem ajuda: Da mesma maneira que facilitamos a recuperação da posição horizontal para vertical em decúbito ventral (exercício número 21), algumas informações serão fundamentais para a recuperação decúbito dorsal. Estar expirando no momento da recuperação irá evitar um possível engasgamento no caso do rosto ser submerso. Repetir as informações dadas no exercício número 13 para mais fácil recuperação da posição vertical do corpo.

- Flutuação dorsal: A flutuação dorsal é uma forma de descanso em meio líquido. Para algumas pessoas com menos flutuação pode ser mais difícil mas quando enchemos o peito de ar a flutuação é facilitada. Assim o controle do movimento corporal, com relaxamento dos músculos e controle respiratório, levando a flutuação dorsal, pode ser importante em situações de risco de afogamento, cansaço, câimbra ou outra situação de dificuldade em meio líquido. O vídeo abaixo pode permitir que o participante visualize o movimento.
- Mergulho na superfície: Submerso passando no meio da perna do companheiro: Esta atividade de fundo lúdico é recebida pelos nossos alunos com muita diversão. Proporciona uma nova vivência corporal aquática já que a maioria dos alunos em questão antes do curso nunca atingiram o fundo da piscina com a mão. O exercício é executado em duplas sendo que um dos participantes permanecerá com as pernas afastadas em pé, e o outro se colocará a frente deste. O executante deverá executar a expiração no meio líquido, permitir que o companheiro o direcione para baixo de suas pernas afundando-o, e executar movimentos que o auxilie para atingir seus objetivos.
- Perna costas com ajuda: Em duplas, com o auxiliar segurando na nuca do executante, corpo na posição horizontal, decúbito dorsal, braços ao lado do corpo, executar o movimento das pernas do nado costas descrito no exercício número 14.
- Perna costas: Idem ao anterior sem o auxílio do companheiro.
- Uma mão apoiada na borda -respiração lateral: Como no movimento do braço (exercício número 31) novamente utilizaremos a borda como apoio eficiente por ser fixo e estável. Um braço à frente com a mão na borda da piscina, outro estendido e solto do lado do corpo. O aluno deverá expirar o ar com o rosto submerso, olhando para o chão da piscina, e inspirar pela boca, direcionando seu rosto para o lado do braço que está na lateral do corpo, mantendo a parte lateral do rosto encostada na água. Como no exercício número 31, poderemos praticar este movimento com os pés no chão ou com a perna do nado crawl. Treinar algumas vezes para o lado direito, depois para o lado esquerdo. A respiração bilateral deve ser incentivada desde a aprendizagem do nado crawl, pois ela proporciona o equilíbrio das forças, flexibilidade e coordenação dos dois lados do corpo.

- Uma mão na prancha: respiração lateral: Idem ao exercício anterior (número 40) com o apoio de uma das mãos na prancha.

- Na borda – respiração lateral e um braço: Com o auxílio da borda executar o movimento do braço do crawl com a respiração lateral simultaneamente, ao expirar as duas mãos deverão estar apoiadas na borda da piscina.
- Na prancha – respiração lateral e um braço: Idem ao exercício anterior (número 43) com o apoio da prancha.
- Crawl na parede (2X1): Ainda com o apoio da borda da piscina, alternar os braços do nado crawl, realizando a respiração lateral (inspiração) juntamente com o movimento de um dos braços e expirar com o rosto na água juntamente com o movimento do outro braço. Trabalhar a respiração bilateral.
- Crawl na prancha (2X1): Idem ao exercício anterior com o apoio da prancha.
- Perna costas vira em decúbito ventral para parar: Este exercício tem como objetivo preparar o aluno para executar a mudança de posição, isto é, decúbito dorsal para ventral e vice-versa. Acreditamos que esta vivência é pertinente para a segurança do nosso aluno. O movimento consiste na perna do costas até determinada distância, virar o corpo decúbito ventral assim que os pés encostem no chão e, só então, ficar em pé (posição vertical do corpo).
- Crawl – um braço espera o outro à frente: Consiste no movimento do crawl (braços, pernas e respiração lateral), executando um braço de cada vez, ou seja, uma mão encontrando na outra à frente do corpo.
- Crawl: Movimento do nado crawl (braços alternados com movimentos de pernas e respiração lateral devidamente coordenados).
- Crawl com cabeça fora da água: Também conhecido como nado “Tarzan” esse movimento consiste em realizar pernas e braços do nado crawl com a cabeça para fora da piscina. É considerado um importante nado para quando em dificuldade em meio líquido visualizar para onde se vai nadar e também como nado de aproximação a uma vítima de afogamento. O vídeo a seguir demonstra o movimento.
- Mudança de direção ou seja Crawl até o meio do percurso e volta sem colocar o pé no chão: Este é outro movimento que tem como objetivo assegurar a sobrevivência aquática do aluno. Consiste do movimento do nado crawl até determinada distância da piscina, voltar para o local de início do exercício passando pela flutuação vertical, faz parafuso de 180O. para virar e volta de crawl.

O vídeo a seguir pode ser enviado para os alunos para que eles visualizem o movimento e consigam fazer com mais facilidade.
- “Golfinho”: O “golfinho” é o mesmo movimento que executamos para passar por baixo da perna do companheiro. Consiste em um pequeno salto vertical, em direcionando as mãos para o fundo da piscina, bater perna do crawl, permanecer alguns segundos com o corpo deslocando submerso perto do fundo, e voltar a posição vertical para inspirar.
- Perna costas com prancha e um braço: Abraçar a prancha com um dos braços e executar a perna do nado costas, e com o outro braço executar o movimento do braço. Na fase aérea do braço do nado costas o braço permanece estendido sendo que o dedo polegar é o primeiro a deixar a água e o dedo mínimo é o primeiro a entrar acima da cabeça. A fase aquática tem como objetivo puxar a água de cima para baixo (coxa). Executar o exercício com o outro braço.
- Perna costas e um braço: Idem ao anterior com um dos braços parado ao lado do corpo, sem o apoio da prancha.
- Perna costas alterna braço: Idem ao anterior alternando os braços, sendo que o aluno deverá executar um braço de cada vez para maior atenção ao movimento.
- Mudança de posição ou Crawl até o meio, vira e perna costas até o final do percurso: Este exercício visa a mudança de posição do corpo muito importante para a sobrevivência aquática. Consiste do movimento do nado crawl até determinada distância da piscina, transição da posição de decúbito ventral para dorsal passando pela lateral, e perna do nado costas.

O vídeo a seguir apresenta o movimento.
- Costas: Idem ao exercício 54, porém os braços deverão ter movimentos simultâneos, sendo que quando um braço estiver ao lado do corpo o outro estará entrando na água.
- Crawl até o meio e volta de costas sem colocar o pé no chão (mudança de direção e de posição): Nadar crawl até uma determinada distância do percurso da piscina e voltar com pernas de costas sem colocar os pés no chão.

- Costas até o meio do percurso, vira e crawl até o final (mudança de direção): Nadar costas até determinado percurso da piscina, virar de decúbito dorsal para ventral passando pela posição lateral sem colocar os pés no chão, e nadar crawl até o final do percurso.

- Mergulho: Aprender ou não o mergulho de fora da piscina para dentro é uma opção do adulto que participa do curso de iniciação à natação. Muitos são os métodos que poderão ser utilizados. Na nossa concepção de natação como sobrevivência aquática o ensino do mergulho em pé é fundamental para entrar em águas onde se desconhece a profundidade do local, sem se expor a um possível acidente. Para o ensino do mergulho “de ponta”, onde as mãos são as primeiras à adentrar na água e os pés os últimos, poderemos passar pelas seguintes fases: mergulho sentado na borda da piscina, mergulho a partir da posição de joelhos na borda da piscina e, só então, em pé. Informar os alunos dos perigos de mergulhar em locais rasos e de pouca visualização.
- Medidas preventivas (informativos): sistematizar a apresentação de medidas preventivas de acidentes aquáticos, podendo este ser através de informativo escrito ou exposição oral.
3.3.2. Recreação aquática como adaptação ao meio líquido
A atividade aquática normalmente desperta o prazer nas pessoas. As características físicas do meio aquático proporcionam a sensação de acolhimento, leveza, liberdade e eficiência. Quando acrescentamos aspectos lúdicos nas atividades aquáticas tornamos estas ainda mais prazerosas, acrescentando a este meio tão fabuloso e convidativo novos valores.
No Projeto Guardiões da Água as atividades lúdicas se tornaram fundamentais para adaptação ao meio líquido e para favorecer a aderência das pessoas de todas as idades no projeto. Pode-se verificar que as atividades lúdicas podem ser instrumento para alguns conhecimentos que são objetivos do projeto, propiciando momentos alegres e descontraídos. Este Projeto valoriza o brincar como potente forma de ensinar a nadar.
As atividades recreativas podem e devem ser realizadas com pessoas de todas as idades, desde que adequadas para seus interesses e necessidades, podem ter como objetivo a socialização, o desenvolvimento de capacidades ou habilidades físicas, e no Projeto Guardiões da água tem como objetivo a adaptação em meio líquido, mas também foi utilizado para prevenção do afogamento e educação ambiental.
1 – Telefone Submarino
Formação: Em fileiras, divididos em dois grupos e sentados na borda da piscina. Um grupo de frente para o outro.
Desenvolvimento: O professor falará em voz baixa, ao primeiro aluno das fileiras, uma palavra, frase ou oração. Este aluno deverá nadar debaixo da água ou andar, até o primeiro aluno da fileira à sua frente, transmitir o que lhe foi dito e sentar. Este segundo aluno deverá voltar nadando ou andando e transmitir para o próximo e assim sucessivamente, até o último aluno. Este por sua vez, deverá falar em voz alta o que lhe foi transmitido. Observar se a palavra, frase ou oração foi fiel ao original.
O jogo consiste em comparar o que o ultimo aluno a executar a tarefa diz com o foi dito pelo professor.
Objetivo: Adaptação em meio líquido e socialização.
2 – Acertar Alvos
Material: Caixa de plástico e bolas pequenas
Formação: Em colunas
Organização: O monitor deverá segurar a caixa (de refrigerante, ex.) fora da água. O primeiro aluno da fileira deverá estar em uma determinada distância da caixa.
Desenvolvimento: Ao sinal do monitor o primeiro aluno, sem se locomover, tenta acertar o alvo. Cada criança deverá atirar a bola três vezes. Conta-se o número de acertos e troca a equipe.
Objetivo: trabalho em equipe
3 – Dona Porca
Material:Objetos que afundem ou não.
Formação: Crianças deverão estar encostada na borda com as equipes misturadas.
Organização: Os alunos deverão estar na borda, no raso e de costas para os materiais.
Desenvolvimento: O professor deverá contar uma história de que a Dona Porca era uma mulher que não tinha higiene e jogava lixo por todos os lugares. Então as crianças deverão dar o exemplo recolhendo todo o lixo que a Dona Porca jogou.
Os participantes deverão recolher todos os objetos, podendo ser por tempo ou de forma colaborativa.
Objetivo: Essa atividade pode ser introdutória para a discussão do lixo nas cidades e na natureza.
4 – Duro ou Mole
Formação: Os alunos deverão estar distribuídos na piscina, de um modo que o monitor visualize todos.
Desenvolvimento: Ao sinal do professor, as crianças ficam em pé, imóveis ou agachar, com o queixo na água. Ao ouvir a palavra “duro”, as crianças deverão ficar em pé. E a palavra “mole”, as crianças deverão agachar com queixo próximo da água.
Os participantes que errarem continuam participando atrás dos demais, e os que forem conseguindo acertar vão dando um passo à frente. Ganhará a pessoa ou grupo que permanecer à frente.
Objetivo: discutir estratégias e atenção.
5 – Tigela Cheia
Material:Tigela ou balde e esponja.
Formação: Os alunos deverão estar em coluna.
Organização: O primeiro aluno da coluna deverá estar com uma esponja na mão, posicionando a três metros da borda da piscina, em frente à tigela ou balde.
Desenvolvimento:Ao sinal do professor, a criança deverá andar com a esponja molhada, até a tigela que estará na borda da piscina. Deverá apertar a esponja dentro da tigela, voltar e passar a esponja para o próximo, se dirigindo ao final da fila. Ganha a equipe que encher sua tigela de água primeiro sua tigela.
Objetivo: Adaptação ao meio líquido. Deslocamento na posição vertical.
6 – O Túnel
Formação: Cada equipe deverá formar uma coluna com crianças que saibam executar um mergulho prolongado (para maior segurança da atividade o monitor deverá formar colunas pequenas e antes de iniciar propor que os participantes nadem um determinado percurso por baixo da água para verificar se são capazes de participar desta brincadeira).
Organização: O primeiro aluno deverá ficar a um metro de distância da coluna e de frente para eles, os demais deverão estar com as pernas afastadas.
Desenvolvimento:Ao sinal do monitor o primeiro aluno deverá passar por baixo das pernas de seus colegas e ficar em pé, com as pernas afastadas, atrás do último aluno da sua coluna.
O segundo aluno irá ocupar o lugar do primeiro e repetir a atividade e assim, sucessivamente.
Objetivo: Adaptação ao meio líquido. Nado utilitário submerso.
7 – O Garçom
Material: Prancha de natação e copos de plástico com água.
Formação: Em fileira, na parte rasa, encostados na borda da piscina.
Organização: o primeiro aluno deverá estar com uma prancha na superfície da água, e um ou mais copos sobre ela.
Desenvolvimento:Ao sinal do professor, a criança que está com a bandeja deverá transporta-lá, andando, até o outro lado, voltar e passá-la para o segundo participante, e assim, sucessivamente. Caso os copos caiam, o aluno deverá parar enchê-los novamente e continuar a corrida.
Ganhará a equipe terminar em menor tempo. ( As duas equipes poderão estar competindo ao mesmo tempo, ou sendo cronometrado a participação de cada).
Nessa brincadeira pode ter a discussão da riqueza que se torna a água potável com a escassez cada vez maior desse elemento no nosso planeta, a assim todos devem preservá-la não a deixando cair.
8 – Visão Aquática
Material: Objetos coloridos.
Formação: Em fileira, encostados na borda da piscina, intercalando uma criança de cada equipe. O professor deverá estar dentro da água.
Organização: O professor deverá estar com alguns objetos coloridos em um saquinho, e de frente para o participante.
Desenvolvimento:O monitor deverá mostrar em baixo da água, para cada aluno, um dos objetos coloridos. O aluno deverá afundar e dizer a cor mostrada.
Final:O monitor deverá ir contando os acertos de cada equipe e dar como vencedor a equipe que acertar mais cores.
Objetivo:adaptação ao meio líquido. A visão subaquática é uma forma de prevenção de afogamento quando utilizada para desviar de elementos e barreiras no meio líquido.
9 – Moeda Perdida
Material: Uma ou mais moedas.
Formação: Os participantes deverão estar encostados na borda e de costas para a piscina, com as equipes misturadas.
Organização: O monitor deverá verificar se nenhum dos participantes está olhando para trás e jogar a ou as moedas na piscina.
Desenvolvimento:Ao sinal do monitor todos os participantes deverão ir à procura da ou das moedas.
Final:Ganha a equipe que achar mais moedas.
Obs.: Contar quantas moedas são jogadas na água e se todas são recuperadas para a segurança das crianças.
Objetivo: adaptação ao meio líquido e visão subaquática.
10 – Ventania
Material: Bolinhas de pingue-pongue ou de isopor.
Formação: Em fileira, encostados na borda da piscina.
Organização: Os alunos deverão estar com as mãos para trás, não segurar a bolinha e deixá-la na superfície da água, de frente para eles.
Desenvolvimento:Ao sinal do professor o primeiro aluno de cada equipe deverá assoprar a bolinha até o outro lado da piscina, bater a mão na borda e voltar levando-a para o segundo participante. E assim, sucessivamente.
Final:Ganhará a equipe que terminar o percurso de todos os participantes primeiramente.
Objetivo: desenvolvimento da respiração bucal.
11 – Argola Premiada
Material: Argolas coloridas que afundem na água.
Formação: Os participantes deverão estar encostados na borda e de costas para a piscina, com as equipes misturadas.
Organização: Uma das argolas deverá ser marcada com uma fita. As argolas deverão ser distribuídas pela piscina.
Desenvolvimento: Ao sinal do monitor os alunos deverão cada um pegar uma argola, sem saber que tem uma marcada. E levá-las ao professor.
Final: Ganhará a equipe cujo o participante encontrar a argola marcada.
Objetivo: Adaptação ao meio líquido, nado utilitário submerso e visão subaquática.
12 – Bola Quente
Material: uma bola grande.
Formação: Os participantes devem permanecer em círculo, intercalando um de uma equipe e um de outra.
Organização: Uma das argolas deverá ser marcada com uma fita. As argolas deverão ser distribuídas pela piscina.
Desenvolvimento: O monitor estará de costas para os participantes e dirá: “Bola quente, quente, quente...Queimou!” e repetirá até quando desejar a palavra “quente”. Quando o monitor disser a palavra “Queimou” quem estiver com a bola na mão deverá sair da brincadeira e ir para fora da piscina e dizer tomar o lugar do monitor. Quando o segundo participante for queimado ele passará para o lugar do primeiro e o primeiro sairá da brincadeira.
Final: Ganhará a equipe da qual pertencer o último a ser queimado.
Objetivo: socialização, agilidade e ludicidade.
13 – Vai e Vem
Material: duas bolas.
Formação: As equipes deverão estar em coluna.
Organização: O primeiro aluno deverá estar com uma bola na mão e todos no raso.
Desenvolvimento: Ao sinal do professor, o primeiro aluno deverá passar a bola por cima da cabeça e assim sucessivamente até o último, este por sua vez deverá se dirigir à frente do primeiro e passar a bola, da mesma forma, até que o participante que iniciou a atividade volte ao seu lugar de origem.
Final: Ganhará a equipe que terminar a tarefa primeiro.
Objetivo: socialização e agilidade.
14 – Fórmula 1 de Colinho
Formação:Em duplas, encostados na parede, uma pessoa deverá estar na frente e outra atrás.
Organização: Os participantes deverão percorrer a piscina até a outra borda carregando seu colega da forma que achar mais confortável, na volta troca quem foi carregado irá carregar.
Objetivo: Iniciar uma discussão sobre as dificuldades em carregar outra pessoa brincando e em um caso de afogamento. Essa brincadeira pode ser repetida em várias aulas onde nas demais o professor pode propor diferentes formas de rebocar o colega levando ao reboque com utilização de material flutuante.
15 – Espertinho
Material: uma bola.
Formação: Duas fileiras, uma equipe em cada lado, sentados na borda da piscina.
Organização: Enumerar cada participante de uma equipe e a mesma numeração deverá ser iniciada para a outra equipe. As equipes deverão estar sentadas numericamente uma de frente à outra.
Desenvolvimento:O monitor lançará uma bola, ao centro da piscina e quando chamar um número, o aluno de cada equipe que possuir o número chamado, deverá tentar pegar a bola, o mais rapidamente possível.
Final:Após todos os números terem sido chamados (não em ordem numérica), ganhará a equipe que mais vezes pegou a bola primeiro.
Objetivo: Adaptação em meio líquido, ludicidade e agilidade.
16 – Estouradinho
Obs.: Esta brincadeira é semelhante a anterior.
Material: bexigas cheia de ar.
Formação: Duas fileiras, uma equipe em cada lado, sentados na borda da piscina.
Organização: Enumerar cada participante de uma equipe e a mesma numeração deverá ser iniciada para a outra equipe. As equipes deverão estar sentadas numericamente uma de frente à outra.
Desenvolvimento: O monitor lançará uma bexiga, ao centro da piscina e quando chamar um número, o aluno de cada equipe que possuir o número chamado, deverá tentar pegar e estourar a bexiga, o mais rapidamente possível.
Final: Após todos os números terem sido chamados (não em ordem númerica), ganhará a equipe que mais vezes estourou a bexiga primeiro.
Objetivo:Adaptação em meio líquido, ludicidade e agilidade.
17 – Troca de roupa
Material: Camisetas ou coletes de time.
Formação:Camisetas ou coletes de time.
Organização: Se houver coletes de dois times determinar qual a cor de colete será de cada equipe. Misturar os coletes em um “bolo”.
Desenvolvimento:Quando o monitor atirar os coletes na água, os participantes deverão pegar um colete de sua cor, vestir, sair da piscina e ficar em pé um ao lado do outro.
Final:Ganhará a equipe que todos os integrantes estiverem vestidos e na posição primeiro.
Objetivo: Adaptação em meio líquido. Essa atividade pode proporcionar a discussão sobre a dificuldade de nadar com roupa e as vantagens de em uma situação de afogamento de permanecer ou retirar alguma peça de roupa ou sapato.
18 – Garrafa do Pirata
Material: Garrafas plásticas com tampa e papel com mensagem.
Formação: Os participantes deverão estar encostados na borda e de costas para a piscina, com as equipes misturadas.
Organização: Dentro de cada garrafa deverá ter uma questão que poderá ser uma conta simples, ou do tipo palavra cruzada, ou adivinhações, dependendo dos participantes. As garrafas deverão ser distribuídas pela piscina.
Desenvolvimento: Ao sinal do monitor os alunos deverão cada um pegar uma garrafa e levá-la para fora da piscina no menor tempo possível os participantes deverão levar as respostas ao monitor que deverá anotá-las e corrigi-las.
Final: Ganhará a equipe que acertar o maior número de respostas.
Objetivo: Adaptação em meio líquido, socialização e trabalho em equipe.
19 – Nadando com Animais
Obs. Nessa atividade podemos discutir com os alunos sobre a importância da preservação do meio ambiente e da vida dos animais marinhos e terrestres, pois, esse é também um dos objetivos desse projeto. Podemos também dialogar sobre a seriedade de desenvolver habilidades para a sobrevivência aquática através das atividades propostas, que permitem às crianças se livrarem com segurança de possíveis situações de perigo em ambientes aquáticos.
Formação: Os participantes deverão estar encostados na borda da piscina.
Desenvolvimento: O monitor deverá apresentar aos alunos antes de iniciar a atividade os nomes dos animais e os seus respectivos nados:
- Cachorrinho: realizar um deslocamento com movimentos de braços e pernas, com a cabeça fora da água e olhando para frente.
- Aranha: deslocar para o outro lado segurando na borda da piscina com os pés também encostados na parede sem tocar o chão
- Sapinho: saltar para frente realizando a respiração, inspirando fora da água pela boca, e expirando dentro da água pelo nariz
- Golfinho: realizar mergulhos curtos, tirando a cabeça da água apenas para buscar o aroutro da piscina. Cada animal representa um fundamento da sobrevivência aquática.
- Tubarão: realizar uma propulsão de perna com as mãos sobre a cabeça, imitando uma nadadeira de tubarão.
- Baleia: realizar a pernada do costas fazendo um “chuveirinho” como as baleias com movimentos com a mão apertando a água.
- Peixe nemo: mergulhar com os olhos abertos.
- Estrela do mar: Flutuar com os braços e pernas abertos imitando uma estrela com o rosto fora da água.
Após demonstrar os movimentos, o monitor deverá falar qual animal as crianças irão imitar até o outro lado da borda, fazendo assim todos os animais, de um lado para o
20 – Jogo da Segurança Aquática
Obs. Nessa atividade podemos discutir com os alunos sobre a importância da preservação do meio ambiente e da vida dos animais marinhos e terrestres, pois, esse é também um dos objetivos desse projeto. Podemos também dialogar sobre a seriedade de desenvolver habilidades para a sobrevivência aquática através das atividades propostas, que permitem às crianças se livrarem com segurança de possíveis situações de perigo em ambientes aquáticos.
Formação: Os participantes deverão estar encostados na borda da piscina.
Desenvolvimento: O monitor deverá apresentar aos alunos antes de iniciar a atividade os nomes dos animais e os seus respectivos nados:
- Cachorrinho: realizar um deslocamento com movimentos de braços e pernas, com a cabeça fora da água e olhando para frente.
- Aranha: deslocar para o outro lado segurando na borda da piscina com os pés também encostados na parede sem tocar o chão
- Sapinho: saltar para frente realizando a respiração, inspirando fora da água pela boca, e expirando dentro da água pelo nariz
- Golfinho: realizar mergulhos curtos, tirando a cabeça da água apenas para buscar o aroutro da piscina. Cada animal representa um fundamento da sobrevivência aquática.
- Tubarão: realizar uma propulsão de perna com as mãos sobre a cabeça, imitando uma nadadeira de tubarão.
- Baleia: realizar a pernada do costas fazendo um “chuveirinho” como as baleias com movimentos com a mão apertando a água.
- Peixe nemo: mergulhar com os olhos abertos.
- Estrela do mar: Flutuar com os braços e pernas abertos imitando uma estrela com o rosto fora da água.
Após demonstrar os movimentos, o monitor deverá falar qual animal as crianças irão imitar até o outro lado da borda, fazendo assim todos os animais, de um lado para o
21 – Jogo da Segurança Aquática
Objetivo: Ensinar aos alunos as principais medidas de segurança aquática para prevenir afogamentos de forma divertida e interativa.
Materiais necessários:
- Piscina ou área aquática segura
- Bóias ou outros equipamentos de segurança aquática
- Cartões com diferentes situações de risco de afogamento
- Cones ou marcadores para delinear áreas na piscina
Instruções
Preparação:
- Delimite uma área na piscina para ser o “território seguro” e outra área para representar os “perigos”.
- Coloque bóias ou outros equipamentos de segurança aquática na área segura.
Explicação:
- Reúna os alunos e explique a importância da segurança aquática e como prevenir afogamentos. Discuta sobre a importância de usar coletes salva-vidas, não nadar sozinho, evitar brincadeiras perigosas na água, etc.
Jogo:
- Divida os alunos em equipes.
- Distribua os cartões com diferentes situações de risco de afogamento para cada equipe.
- As equipes devem discutir e decidir se a situação descrita no cartão representa um comportamento seguro ou um perigo de afogamento.
- Cada equipe deve então colocar o cartão na área correspondente da piscina (seguro ou perigo).
Discussão
- Após todas as equipes terem colocado seus cartões, discuta cada situação em grupo. Explique por que algumas situações são seguras e outras representam perigos de afogamento.
Atividade prática:
- Para encerrar, organize uma atividade prática onde os alunos possam aplicar o que aprenderam sobre segurança aquática, como nadar em direção a uma bóia de segurança, praticar técnicas de flutuação ou simular uma situação de resgate.
Esta atividade não só ensina importantes medidas de segurança aquática, mas também envolve os alunos de forma divertida e interativa. Lembre-se sempre de adaptar a atividade de acordo com o nível de habilidade e compreensão dos seus alunos.
22 – Pista de Obstáculos e o uso da Água
Monta-se uma pista que exija do participante adaptações ao meio líquido (flutuação, deslize, colocar o rosto n’água com olhos abertos, soltar o ar n’água…) que serão trabalhadas em aula. Usa-se os materiais de aula (flutuadores, plataformas, materiais que submergem ou flutuam…) para a transposição dessas estações cumprindo a tarefa utilizando as habilidades exemplificadas acima.
Preparação: Explicação dos obstáculos a serem transpostos e quais habilidades serão exigidas como: soltar o ar na água, flutuar, etc
Materiais:
- Materiais da aula em si para a montagem do circuito,
- 2 garrafas Pet para cada equipe (1 que ficará cheia e a outra que será enchida ao final da execução do circuito)
- 1 copo descartável
Jogo:
O participante deverá encher um copo d’água e transpor os obstáculos derrubando o mínimo possível d’água. Ao colocar a quantidade que ele conseguiu manter no copo, deverá levar o mesmo para o outro participante até todos cumprirem o percurso. Independente de ganhadores ou não, o jogo pretende despertar o espírito de economia d’água, verificar os elementos a serem trabalhados em aula que estão deficientes, espírito de equipe, estratégia. Poderemos ao final discutir outros assuntos como o jogar o lixo em seus containers e despertar outras consciências e suas consequências positivas no quadro atual. Pode-se ao final verificar a soma da água verificada entre ambas equipes ser suficiente para aguar alguma planta por perto.