EXPERIÊNCIAS COM MÍDIA-EDUCAÇÃO (FÍSICA) NA ESCOLA
Embora as desigualdades sociais sejam ainda determinantes no acesso às Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs) e no consumo de produtos midiáticos, o fato é que, em alguma medida, esses elementos afetam os cotidianos das pessoas. Laptops, smartphones, tablets e afins adentraram às rotinas domésticas, de estudo e de trabalho, tornando a vida contemporânea cada vez mais dependente deles. Esse processo foi intensificado durante o período pandêmico em que as TDICs, em algumas esferas, deixaram de ser uma alternativa para se tornarem o principal recurso de ação. A exemplo da educação, que necessitou adaptar currículos e metodologias inserindo forçosamente ferramentas digitais para seguir com os processos formativos de seus alunos. A mudança abrupta (em várias instituições brasileiras) trouxe dificuldades diversas para professores e alunos, o que provocou, no campo acadêmico, um rápido aumento no volume de produções sobre o tema mídias/TDICs na educação (Moresi e Pinho, 2022). Segundo Moresi e Pinho (2022, p:252):
(...) a pandemia influenciou fortemente o aumento das publicações sobre o tema pesquisado e revelou a necessidade da transformação digital da educação. (...) Os resultados mostraram que houve uma mobilização internacional para buscar soluções para uma realidade totalmente nova e inesperada. As pesquisas revelaram a importância das TICs como alternativa para continuidade das atividades pedagógicas em ambientes virtuais.
No entanto, esse tema não é novo no campo acadêmico brasileiro e os estudos desenvolvidos também apontam para a necessidade (urgente) de mudanças nas estratégias pedagógicas e recursos nelas empregados. Porém, esses mesmos estudos também sinalizam que as instituições de ensino (sejam elas de educação básica, técnica ou ensino superior) ainda não conseguem efetivar uma conexão pedagógica eficiente entre seus currículos e as TDICs. Koop et al. (2019), sobre esse assunto, trazem contribuições importantes, ainda que destinadas ao debate do tema no ensino superior. Os autores sinalizam cinco fatores que se apresentam como obstáculos às IES na transformação digital desejada em seus currículos (área, ritmo, tecnologias, competências e orçamento). O debate promovido por esses autores também serve de suporte para análises e reflexões sobre a transformação digital na educação básica.
No que se refere a inserção das mídias e TDICs nos processos pedagógicos presentes na educação física escolar, no campo da Educação Física estudos dessa ordem já eram realizados no Rio Grande do Sul desde a década de 1990, pelo grupo de pesquisadores do Laboratório de Comunicação, Movimento e Mídia na Educação Física no CEFD/UFSM, atualmente denominado Núcleo de Estudos e Pesquisas em Comunicação e Mídia na Educação Física. Em Santa Catarina, movimento similar ocorreu no CDS/UFSC com a criação do LaboMídia (Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva). Ambos os grupos ainda se dedicam ao estudo de temas que envolvem mídias/TDICs e a Educação Física em seus diferentes campos de intervenção.
A importância acadêmica desses grupos se revela na maneira como seus estudos e produções contribuíram para uma melhor compreensão sobre as relações educacionais possíveis entre as mídias, as novas tecnologias da informação e da comunicação e a Educação Física brasileira. Ao introduzir e ampliar tais discussões no campo acadêmico, contribuíram para mudanças nos currículos dos cursos de formação de professores, que passaram a incorporar a temática de maneira mais evidente, para além da dimensão da pesquisa, investindo também em ações de ensino e extensão. Porém, embora já existam evidências empíricas que afirmam a importância e a necessidade de uma transformação nos modos de ensinar, trazendo as mídias e TDICs para o contexto das aulas, escolas, professores e alunos ainda enfrentaram dificuldades para operacionalizar tal transformação.
Entre os anos de 2020 e 2022 um pequeno grupo de acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física do IF Sudeste MG, no campus Barbacena, realizou estudos de iniciação científica com professores e alunos acerca do ensino remoto de educação física em instituições locais; além de um levantamento bibliográfico sobre o tema (Damasceno e Antunes, 2021; Barbosa e Antunes, 2021; Barbosa et al., 2022). O estudo, com foco nos alunos do ensino médio, buscou conhecer parte das realidades desses escolares e a participação deles nas aulas remotas de educação física. Já os estudos realizados com os professores da educação básica das escolas locais (redes municipal, estadual e federal - trabalho submetido e aguardando resultado para publicação) buscou identificar as principais dificuldades enfrentadas pelos professores com o usos das TDICs no ensino remoto. Como principais resultados, obteve-se a falta de conhecimento técnico dos professores para o trato didático-pedagógico dos conteúdos utilizando as mídias e as TDICs, e a falta de elementos estruturantes nas redes escolares para a realização das aulas remotas. Percebe-se aqui a presença de 04 dos 05 fatores limitantes para a transformação digital na educação apontados por Koop et. al (2022): competência (dos professores), orçamento e tecnologias (disponíveis nas escolas) e ritmo (tempo inadequado para as mudanças necessárias).
Esses resultados são compatíveis com aqueles obtidos em estudos similares realizados em outras regiões do país durante a pandemia (Barbosa, Damasceno e Antunes, 2022). Tais evidências sinalizaram que, embora a temática seja estudada na área, ainda é necessário maior investimento em ações dentro das escolas para que as mídias e as TDICs sejam incorporadas de maneira efetiva nas práticas pedagógicas na educação formal, em qualquer um de seus níveis de formação, e não apenas esporadicamente.
O presente texto deseja compartilhar algumas ações de ensino com mídias e TIDCs realizadas em escolas de educação básica da rede pública, estadual e federal, na cidade de Barbacena/MG. Além da exposição de ações já realizadas e outras em fase de implementação, pretende-se a reflexão sobre possíveis usos das mídias e TDICs em ações de ensino não formais, ou seja, ações com foco educativo, porém realizadas fora do contexto formal das aulas regulares, com vistas a servirem de atividades auxiliares/complementares. Por tal razão, não se pretende aqui promover um debate teórico sobre o assunto (embora algumas reflexões necessitem de embasamento), mas sim, compartilhar ações que possam estimular outros professores a inovações em suas práticas pedagógicas.
SeroEPE - O Corpo na Escola e suas ações de ensino
O SeroEPE (Ser o Ensino, a Pesquisa e a Extensão) é um programa da Diretoria de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do IF Sudeste MG, Campus Barbacena, iniciado no ano de 2021 para promover a articulação entre ações de ensino, pesquisa e extensão no Campus. Conta com financiamento próprio e permite a integração não apenas das três dimensões de formação (ensino, pesquisa e extensão), mas, também, dos cursos superiores e técnicos existentes na IES. Cada grupo criado no programa deve ser composto por três servidores efetivos do IF Sudeste MG, lotados em qualquer um dos campi da instituição, cada qual responsável por uma das atividades (ensino, pesquisa e extensão).
Atualmente, o SeroEPE conta com três grupos em atividade: o grupo Palco que desenvolve pesquisas sobre o teatro e emprega-o como metodologia de ensino e extensão nas escolas locais parceiras; o grupo CiAmbApli, que aborda temáticas ambientais, tanto no meio físico, químico, biológico, social e econômico desenvolvendo atividades na antiga Estação Sericícola de Barbacena, atualmente denominada Reserva Ambiental e Cultural de Barbacena e, por fim, o grupo O Corpo na Escola.
O grupo O Corpo na Escola tem como ação principal a extensão, coordenada pela Prof.ª Dr.ª Ana Carolina Soares Amaral, a qual desenvolve nas escolas da rede pública de Barbacena/MG um programa preventivo de transtornos alimentares conhecido como O Corpo em Questão. Articuladas à ação principal estão as atividades auxiliares de pesquisa, coordenadas pela Prof.ª Dr.ª Amanda Fernandes Brown, e de ensino, coordenadas por mim e algumas delas serão apresentadas neste texto.
O ensino se materializa na elaboração de materiais pedagógicos diversos, em meio impresso e digital, para recrutamento de participantes ao programa da extensão e para a conscientização de pais, professores, gestores escolares e alunos em geral sobre a necessidade e a importância da identificação e prevenção de problemas relacionados à insatisfação corporal em escolares. Já as ações de pesquisa estão vinculadas ao desenvolvimento de um ensaio clínico, por meio do qual o grupo busca avaliar a eficácia das intervenções realizadas na extensão, comparando-as às ações de recrutamento e conscientização realizadas através do material educativo (ensino).
A escolha pela temática da imagem corporal (IC) e os transtornos alimentares (TAs) em escolares se deu em virtude dos TAs serem caracterizados como síndromes psiquiátricas que já apontam índices elevados de mortalidade, especialmente entre adolescentes (Amaral, 2015), e estão diretamente ligados a insatisfações desses indivíduos com a IC. Segundo Stice et al. (2020), o emprego de programas preventivos que focam na redução dos fatores de risco para o desenvolvimento dos TAs são importantes recursos na atualidade. Fatores associados ao custo dos tratamentos e a baixa procura por atendimentos especializados fazem com que programas dessa ordem em ambientes escolares tornem-se ações preventivas de baixo custo e, ao mesmo tempo, estratégias positivas na detecção de indivíduos em risco para o desenvolvimento dos TAs.
A insatisfação corporal presente em públicos jovens tem sido reforçada pelos estereótipos de beleza corporal difundidos pelas mídias. As associações de um dado modelo de corpo ao ideal de saúde e de beleza contemporâneos têm gerado impactos negativos na imagem corporal, especialmente nos adolescentes (Moreira, 2020; Tomaz et al., 2020; Claumann et al., 2018; Lira et al., 2017; Martins e Petroski, 2015, Amaral, 2015). A literatura existente já identificou que a IC de um indivíduo é diretamente influenciada pelas crenças e comportamentos familiares, pelas relações interpessoais nos círculos de amizades e pelos contatos cotidianos com as mídias (Claumann et al., 2018). Dentro desse último elemento temos o caso das redes sociais que facilitam a comunicação entre as pessoas, rompendo barreiras geográficas e veiculando produtos diversos.
O que difere as redes sociais é a oportunidade de uma conexão mais ‘próxima’ entre as pessoas a partir de objetivos e interesses em comum. É exatamente essa sensação de proximidade que tem garantido às redes sociais massiva adesão, em especial, entre o público mais jovem (Boyd e Ellison, 2008; Cardoso, 2011; Galeão, 2014). As redes sociais são organizações sociais complexas (Caneira, 2016), constituídas por atores e conexões (Galeão, 2014), em que são articuladas e veiculadas crenças, ideais e valores. Os atores são os nós dessa rede e podem ser classificados no grupo de acordo com o grau de representatividade que alcançam dentro de uma comunidade virtual, enquanto as conexões são os laços sociais criados, que se ampliam ou se rompem, dentro dessas comunidades e que possibilitam aos atores a ampliação de capital social (Galeão, 2014). É nesse sentido que as redes sociais passam a ter dupla interferência nas questões relativas a IC. Ao passo que constituem-se como um ‘novo’ círculo de amizades e mais um dos contatos cotidianos dos indivíduos com as produções midiáticas.
É nesse contexto que as ações de ensino do grupo O Corpo na Escola tem agora se dedicado a intervenções que focam nas redes sociais buscando, por meio das plataformas existentes, a ampliação de capital social dos atores para minimizar os impactos negativos provocados pelos padrões midiáticos na IC de escolares.
As ações de extensão desenvolvidas por meio do programa O Corpo em Questão (que é a versão brasileira do programa Body Project ) estão embasadas na teoria da dissonância cognitiva, segundo a qual quando os comportamentos são inconsistentes com as cognições, é criado um desconforto psicológico ou tensão que motiva o indivíduo a mudar suas crenças, restabelecendo a consciência (Stice et al., 2015; Amaral, 2015; Perez et al., 2010). Durante as sessões do programa, tenta-se criar uma dissonância cognitiva nas participantes através de dinâmicas que envolvem rodas de conversa, pequenas produções textuais e exercícios comportamentais que estimulam a verbalização e atitudes contrárias aos padrões de beleza corporal disseminados pelas mídias. A intenção é que participantes do programa, que internalizaram algum padrão corporal projetado pelas mídias, sejam estimulados a reduzir o endosso a esses padrões buscando restaurar o equilíbrio psicológico (Perez et al. , 2010, Amaral, 2015). Esse programa tem servido de base para as ações de ensino idealizadas e implementadas com os escolares.
Cada novo ciclo de ação do grupo O Corpo na Escola envolve de duas a três escolas da rede pública estadual e federal de Barbacena, escolhidas aleatoriamente (sorteio), nas quais são desenvolvidas sessões, presenciais e virtuais, com adolescentes do sexo feminino com idades entre 13 e 18 anos. As dinâmicas são conduzidas pelas bolsistas do grupo, utilizando fotografias, textos e vídeos coletados na internet que estimulam a análise, o debate e a reflexão sobre impactos dos estereótipos corporais divulgados pelas mídias nas percepções individuais das participantes sobre saúde, beleza e juventude. A partir desse processo são propostos exercícios em que as participantes são encorajadas a adotar comportamentos que inicialmente lhes pareçam inadequados, dada suas respectivas ICs e a (pseudo)necessidade de adequação ao padrão corporal vigente nas mídias.
A exemplo, pede-se as meninas que em um dia da semana escolham vestir uma roupa que desejam, mas que comumente não a veste por alguma crença relacionada a sua IC (ex.: trocar uma camiseta larga por uma roupa mais alinhada ao corpo que dê maior visibilidade à silhueta). As meninas são estimuladas a registrar percepções e sensações desfrutadas com o exercício, seja por relato textual, fotografia, vídeo, desenho, etc. para posteriormente compartilhar esses registros nas sessões. Os materiais produzidos pelas participantes nesses exercícios não ganham visibilidade fora do grupo, a menos que elas desejem, por iniciativa própria, compartilhar suas experiências para além das sessões.
A partir dos elementos que surgem nas sessões com as participantes é que os materiais pedagógicos do ensino são elaborados. Como o grupo O Corpo na Escola é uma ação nova, as produções vão se modificando ao longo de suas edições. Nos dois primeiros anos (2021 e 2022) foram elaborados apenas materiais impressos para a divulgação do programa nas escolas e, também, para a sensibilização da comunidade escolar sobre o tema, como ilustram as imagens abaixo.

O uso dessas mídias impressas, embora cumpra o objetivo de fazer circular a mensagem educativa desejada nos ambientes escolares, possibilita pouca ou nenhuma interação com o público-alvo, uma vez que a obtenção de feedbacks daqueles que a receberam se dá apenas em eventuais contatos desse público com as bolsistas do grupo. Já que os folderes de conscientização são veiculados fora dos grupos onde ocorrem as intervenções do programa, visando alcançar outro público que não aquele já participante das intervenções. Por tal razão, para o ciclo vigente (2023) esses materiais foram reestruturados a fim de se tornarem mais interativos.
No cartaz de divulgação, com novo design, já consta um QR code que direciona para o perfil público do grupo no Instagram (@corpoemrede), que é também uma nova estratégia educativa colocada em prática neste ano. Esse cartaz cumpre o objetivo de divulgar o programa nas escolas, sendo também uma das estratégias de recrutamento das adolescentes para a participação no mesmo. Nos anos anteriores, as bolsistas do grupo, além da divulgação do programa via cartaz informativo, realizavam palestra para as turmas dos 8º/9º anos e ensino médio nas escolas selecionadas, para apresentação do programa O Corpo em Questão e identificação das alunas interessadas no mesmo. Atualmente, além dessa ação presencial e a inserção do QR code no cartaz, o mesmo fica disponível nos murais das escolas, fixado junto a um pequeno painel em branco (com canetas pendentes e frases/questionamentos intencionais), com o propósito de estimular os escolares ao registro de opiniões, dúvidas e sugestões sobre o tema. Assim, além da divulgação do programa nas escolas é possível uma pequena interação com a comunidade escolar. Passado o tempo de exposição, o cartaz é recolhido nas escolas e as mensagens nele contidas são reproduzidas, em formato digital, no perfil social no Instagram.
É inegável a maneira como as redes sociais se instalaram nos cotidianos das pessoas e alteraram as relações sociais contemporâneas. Embora essas relações ainda transitem entre o real e o virtual, há casos em que são mais evidentes no ambiente virtual, em especial na adolescência. O isolamento social provocado pela pandemia em 2020/2021 aumentou os usos de redes sociais por crianças e adolescentes, que privados dos contatos presenciais tiveram nessas plataformas a possibilidade de satisfazer suas necessidades de interação social, identificação e subjetivação (Ribeiro, 2022; Serrão et al. , 2022; Pereira, 2021). Essas evidências mobilizaram a criação do perfil público @corpoemrede no Instagram para ampliar a interação social do grupo O Corpo na Escola com o seu público-alvo, para além das escolares que participam do programa (O Corpo em Questão), tornando-se também um canal educativo para ampliação de capital social dos usuários, a partir do contato com produções de cunho educativo.
Nesse perfil estão disponíveis informações sobre o grupo do SeroEPE, sobre o programa desenvolvido nas escolas; vídeos educativos; desafios aos seguidores (adaptações das atividades e exercícios realizados nas sessões do programa); recomendações de sites, filmes, documentários e afins que tratam de temas relacionados à IC e TAs; dois formulários eletrônicos de autopreenchimento, um para registro de sugestões/solicitações de assuntos a serem abordados no perfil e outro para recrutamento de escolares que desejem participar do programa O Corpo em Questão. Esse segundo formulário é dirigido a escolares da educação básica de Barbacena. Isso porque idealiza-se a realização virtual do programa (com as devidas adaptações), por meio de lives no perfil público. Quando o ciclo vigente for encerrado será feita uma avaliação da repercussão das ações virtuais e analisada a necessidade e pertinência de uso de outras plataformas (FaceBook, YouTube, blog, site, etc.).
Também foi criado um perfil privado no Instagram para acesso limitado às adolescentes que participam ou já participaram do programa nas escolas. Esse segundo perfil cumpre o papel de possibilitar às adolescentes mais um canal de interação com as bolsistas, para além das sessões na escola. Ao passo que também oportuniza a interação entre as participantes das diferentes escolas atendidas pelo programa. Nesse espaço virtual as participantes não serão meras seguidoras, mas, também, produtoras de conteúdo para alimentar o perfil. A intenção é que o debate coletivo (interno) ocorra a partir de conteúdos produzidos com base nas vivências e experiências nas sessões do programa. As publicações disponibilizadas no grupo privado poderão ser reproduzidas no perfil público a partir do consenso favorável das próprias criadoras dos conteúdos. A intenção é que lhes seja dada a oportunidade de analisar a importância e pertinência da divulgação dos conteúdos criados por elas.
Invariavelmente, os relatos das participantes durante as sessões confirmam a eficiência da linguagem híbrida utilizada pelas redes sociais para promover rápida assimilação das mensagens veiculadas. Som e imagem são os elementos principais acionados com tal propósito. O apelo visual provocado, especialmente nos vídeos, em que imagens são associadas ao som (músicas ou depoimentos), busca acionar as emoções e reduzir a ação reflexiva dos receptores, ocasionando assimilação rápida e superficial do tema/ideia em circulação. Aplicativos como o Tik Tok operam sob essa lógica. Já existem evidências empíricas de que o Tik Tok consegue satisfazer necessidades de ordem emocional e cognitiva em seus usuários, pela maneira como os estimula à autoexpressão (ainda que pautada pelas tendências em voga) e recompensa com visibilidade social, a qual é classificada como uma espécie de gratificação almejada pelos usuários (Chung e Wei, 2020; Shao e Lee, 2020; Duarte e Dias, 2021).
Diante da velocidade e do volume de informações que circulam em rede diariamente não há tempo para reflexão sobre o que está sendo consumido. Por tal razão, os perfis do grupo têm como objetivo estimular a produção de conteúdo digital com viés educativo, mas sem perder de vista a linguagem digital atual, o que é um grande desafio, pois é necessário investir em apelo visual, conteúdo atrativo e ao mesmo tempo provocar a reflexão sobre os temas veiculados. Por isso, a aproximação com a educação física escolar tem se mostrado um caminho viável para que as redes sociais possam ser utilizadas como ferramenta e estratégia pedagógica para ampliar o capital social dos alunos a partir do consumo e da produção conscientes.
Assim, a próxima ação de ensino do grupo, ainda em fase inicial de análise e elaboração, é vincular o programa de extensão, O Corpo em Questão, às atividades regulares das aulas de educação física nas escolas. O objetivo é encontrar professores de educação física que se tornem parceiros do grupo para inserir em seus planejamentos de ensino uma versão adaptada do programa. A intenção é transformar (adaptar) o protocolo do programa em uma sequência de planos de aulas que possam ser desenvolvidos/adaptados pelos professores junto às turmas dos anos finais no ensino fundamental e ensino médio, incluindo a participação dos meninos, já que o programa em questão também possui uma versão masculina.
Tomando como base as orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no que se refere às unidades temáticas e objetos de conhecimento definidos para os anos finais do ensino fundamental, por exemplo, tem-se a oportunidade de aproximação com o protocolo do programa para uma adaptação didático-pedagógica que integre as redes sociais e produções midiáticas diversas ao ensino dos conteúdos propostos.
A citar como exemplo, na primeira das quatro sessões do programa as participantes têm acesso a várias imagens de celebridades contemporâneas que circulam nas redes sociais e mídias diversas como ícones do corpo belo e saudável. Após a escolha de duas das imagens disponíveis, as participantes da sessão são estimuladas a apontar o que mais lhes chamou atenção nas imagens. Em seguida, inicia-se um debate sobre como as imagens condicionam ao desenvolvimento (e aceitação) de uma noção de corpo feminino perfeito na atualidade (Sessão 1/tópico III/Protocolo feminino, Amaral, 2015). Aqui tem-se uma oportunidade de adaptação do protocolo para uma aula de educação física com turmas dos anos finais do ensino fundamental, em que a unidade temática Ginástica e seus objetos de conhecimento (6º e 7º anos - Ginásticas de Condicionamento Físico; 8º e 9º anos - Ginásticas de Condicionamento Físico e Ginásticas de Conscientização Corporal) pode ser a temática central.
Os alunos teriam aulas práticas na escola de algumas das manifestações corporais que representam esses tipos de ginástica (condicionamento físico e consciência corporal) e como atividade adicional visitariam perfis em redes sociais que divulguem informações sobre as ginásticas vivenciadas e características corporais dos praticantes dessas modalidades (difundidos nessas redes). Os alunos devem ser estimulados e fazer prints de suas pesquisas e enviá-los ao professor para que ele compartilhe com a turma, via slides, vídeo ou afins, em aula posterior. Em grupo, os prints serão visualizados, analisados e os perfis corporais serão comparados aos perfis corporais dos alunos. Em seguida, os alunos devem ser estimulados a praticar as ginásticas em questão e registrar suas performances em fotografia e vídeo, usando seus celulares ou do professor para, posteriormente, em grupo ou individualmente, elaborar conteúdo digital publicável sobre o assunto. O professor deve conduzir os alunos à reflexão sobre a necessidade de se possuir um determinado tipo corporal para a prática dessas ginásticas e se esse determinado padrão corporal de fato interfere na competência motora necessária para tal prática. As produções podem ser compartilhadas nos perfis pessoais dos alunos ou em um perfil social (público ou privado) criado e gerenciado pela própria turma.
Uma ação de características similares ocorreu em uma de minhas turmas de ensino médio quando o conteúdo Dança estava sendo abordado no ano de 2022. O Campus Barbacena realiza anualmente o IFestival de Dança, evento que reúne escolas de educação básica da cidade e região. Na época, minha turma de 2º ano do curso técnico em Hospedagem integrado ao ensino médio estava resistente ao conteúdo e, principalmente, à participação no festival como parte das atividades de ensino com o referido conteúdo. A resistência estava basicamente fundamentada na equivocada noção de que a dança requer o domínio de habilidades específicas. Inicialmente, a turma foi mobilizada a buscar na rede conteúdos sobre dança na escola. Dentre tudo o que encontraram o que mais lhe chamou a atenção foi a quantidade de vídeos de jovens realizando apresentações de dança em escolas Brasil afora, danças que transitavam entre as danças urbanas, eruditas e folclóricas.
Ao analisar os vídeos meus alunos perceberam a diversidade de estereótipos corporais e níveis de competência motora daqueles que dançavam. Perceberam, naquelas coreografias, um elemento que foi determinante na mudança de opinião deles, a valorização das potencialidades de cada integrante em uma mesma coreografia. As coreografias continham momentos em que todos realizavam a mesma sequência de movimentos e momentos em que havia formações de subgrupos, os quais realizavam movimentos diferentes, e mesmo assim, estavam integrados à apresentação. Não era possível identificar quem dançava melhor. A partir das análises e discussões coletivas, decidiram aceitar o desafio de elaborar uma coreografia para o festival. Passaram então a pesquisar em rede por musicais que pudessem servir de inspiração, já que o tema do festival eram os musicais (IFestival de Dança/2022: “A Dança volta ao IF - O Grande Musical”).
Todo o processo criativo foi registrado em vídeos, que foram utilizados para auxiliar na memorização dos passos e, ao mesmo tempo, para análise estética da coreografia que ganhava forma. Alguns trechos do processo de criação e a apresentação final (que rendeu à turma o 2º lugar no festival na categoria escolar) foram compartilhados em alguns perfis individuais em redes sociais. Quando nos reunimos para o debate final sobre as vivências e aprendizados obtidos com o conteúdo dança, os alunos perceberam que assim como as experiências de outros alunos, divulgadas em rede, contribuíram para a modificação da noção deles sobre a dança, eles também poderiam compartilhar suas produções com o mesmo propósito. Identificaram-se como produtores de cultura e de conhecimento e, assim, por iniciativa própria, criaram (e seguem gerenciando coletivamente) um perfil social no Instagram. Atualmente esse perfil tem servido como o diário para dar visibilidade às suas vivências, experiências e desafios durante o curso técnico integrado ao ensino médio (@hosperversos).
O conteúdo dança é também um conteúdo passível de ser inserido no processo de adaptação do programa O Corpo em Questão em planos de aula de educação física que integrem as mídias e TDICs, como ferramenta ou estratégia pedagógica, para debates relacionados ao corpo e os impactos negativos das produções midiáticas nas subjetivações dos escolares.
Embora nem todas as ações aqui compartilhadas tenham sido avaliadas quanto a eficiência e efetividade nos resultados obtidos, dada a situação de algumas estarem em processo de implementação e outras ainda na fase de elaboração, são frutos de estudos e debates realizados pelo grupo O Corpo na Escola. Pautam-se em vivências docentes e evidências empíricas que objetivam criar melhores condições para inovações pedagógicas no âmbito da educação física escolar, buscando tornar os aprendizados mais significativos aos alunos. Obviamente que as ações sofrem diferentes intercorrências quando iniciadas nas escolas. Pois, dos cinco fatores apresentados por Koop et al. (2019) como obstáculos para uma transformação digital eficiente na educação (área, ritmo, tecnologias, competências e orçamento), esbarramos em pelo menos três deles: 1) tecnologias disponíveis nas escolas, bem como o acesso dos alunos a essas tecnologias fora das escolas; 2) competências dos professores - técnicas para manuseio das ferramentas digitais e docentes para o trato didático- pedagógico das mídias e TDICs para além da dimensão instrumental/funcional; 3) orçamento escolar para investir em recursos materiais e cursos de formação complementar para os professores.
As ideias e ações aqui compartilhadas intencionam alcançar professores de educação física que atuam na educação básica, alertando para a necessidade de abordagem mais enfática sobre a temática das mídias e seus impactos nas subjetivações dos escolares. Em especial aquelas relacionadas ao corpo e sua representação social.
Referências
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Notas
1. Doutora em Educação Física, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de minas Gerais, Campus Barbacena, scheila.antunes@ifsudestemg.edu.br ou scheilaeantunes@gmail.com, https://orcid.org/0000-0003-1898-7301.
2. As produções dos pesquisadores do LaboMídia estão disponíveis em http://repositorio.ufsc.br
3. O detalhamento do programa e seu protocolo está disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1544/1/anacarolinasoaresamaral.pdf.
4. Publicações sobre o estudo podem ser acessadas em: https://www.even3.com.br/anais/cobicet2023/659846-integrando-ensino-pesquisa-e-extensao-na-prevencao-de-transtornos-alimentares--protocolo-de-estudo/.
5. O protocolo do programa pode ser visualizado em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1544.
6. Para mais informações acesse: https://astralbr.org/conheca-o-projeto-body-project-brasil/; https://www.nationaleatingdisorders.org/get-involved/the-body-project.
7. Atualmente, o grupo é constituído por 02 acadêmicas do curso de Licenciatura em Educação Física e 01 acadêmica do curso de Nutrição do IF Sudeste MG, Campus Barbacena.