UNIDADE II - Concepções e práticas pedagógicas
3. Recursos pedagógicos para o século XXI
Apesar da precariedade das escolas, muitos desses recursos já discutidos podem ser superados diante do grande avanço da ciência e tecnologia. A leitura e a escrita e suas diversas formas de apropriação, hoje, não são mais o que eram antes. Os adolescentes digitais possuem habilidades diferenciadas e, mediante tanta inovação, os professores terão que ouvir mais os alunos e substituir o modelo de difusão do conhecimento por um mais interativo, no qual o ensino e a aprendizagem têm outras concepções. Neste sentido, para dominar esses novos instrumentos e linguagens o professor terá que acompanhar as inovações, por meio de formação continuada, para não perder espaço para estas (FARIA e GIRAFFA, 2012).
As tecnologias estão alterando o modo de pensar, agir, produzir e interagir com as informações e o conhecimento. Profissionais da área de Educação e Informática estão certos de que a educação para o século XXI será totalmente modificada, na qual a aprendizagem será mais individualizada em virtude das novas tecnologias da comunicação tão presentes em nosso meio. Esses novos instrumentos técnico-científicos vêm intermediando a relação do homem com a natureza. Para Leite e Dias (2010), os atuais processos de aquisição da escrita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem estão sofrendo, de forma rápida e brusca, influências dos recursos das novas tecnologias, principalmente da informática. Assim, surge o desafio de incorporar à escola essas novas formas de comunicar e conhecer.
A estrutura pedagógica da maioria das escolas, cujo paradigma é o saber do professor e dos livros, não corresponde mais a uma sociedade centrada na tecnologia. A televisão, o rádio, os veículos impressos e o inexorável processo de informatização e das redes instituem novos espaços e elementos produtores de saberes e conhecimentos, o que implica a necessidade urgente da escola de redefinir seus recursos e linguagens, incorporando e apropriando, de forma crítica e reflexiva, as demandas e desafios que a Terceira Revolução Industrial impõe ao mundo social contemporâneo (LEITE e DIAS, 2010, p.47).
Desse modo, os chamados objetos digitais de aprendizagem vêm auxiliar os processos educacionais em ambientes escolares presenciais e sua incorporação é essencial ao ensino tradicional (MOTA, 2010). Destarte, Bonini-Rocha et al. (2014) apontam que a videoaula é capaz de integrar múltiplas mídias e linguagens, com superposição de códigos e significações predominantemente audiovisuais, apoiadas no discurso narrado e escrito, tendo a vantagem de documentar um conhecimento. Os mesmos autores também indicam, por meio de seus experimentos, que a videoaula e a aula expositiva utilizadas em seus estudos causam satisfação e percepção de aprendizagem, promovendo igualmente o aprendizado.
A WebQuest (recurso da internet) é uma metodologia, apesar de bastante difundida, pouco utilizada no ambiente escolar. Ela é uma atividade de pesquisa orientada que permite ao professor utilizar recursos da internet para auxiliar os estudantes a construírem conhecimento por meio de um ambiente de aprendizagem guiado, com fundamento em aprendizagem cooperativa e processos investigativos na construção do saber. Heerdt e Brandt (2009) utilizaram a WebQuest como mediadora de sua pesquisa entre o sujeito e o objeto de conhecimento, e esta mostrou-se um instrumento eficiente no processo, pois houve reelaboração de conceitos científicos e melhora significativa na compreensão do conteúdo proposto. Esse e outros recursos da internet para a educação podem melhor detalhados em “Recursos da Internet para Educação”.
Em ambientes virtuais, o Moodle é um site que pode ser utilizado não só nas aulas de biologia, mas também em escolas, como apoio ao ensino e aprendizagem. É um instrumento educacional que possibilita o desenvolvimento de atividades simultâneas e não simultâneas. Materiais didáticos, links, vídeos, questionários e vários outros textos podem ser postados nesse software, possibilitando que o professor personalize seu material de acordo com as necessidades da turma, do conteúdo e da escola (FARIA e GIRAFFA, 2012).
Essas tecnologias, outras não citadas e futuras inovações exigem um repensar do processo educativo, pois se apresentam como instrumentos estimuladores da prática pedagógica, favorecendo a possibilidade de professores e alunos se ver como sujeitos do processo histórico. O grande entrave é a disponibilização desses recursos a todas as escolas, professores e estudantes do ensino público e gratuito.