Capítulo 2 - Metodologia do Ensino Superior
3. Tecnologias de Informação e Comunicação (tic) no Ensino Superior
3.2 O Professor e as TICs
A importância das TICs é reconhecida pela maioria dos professores, porém, ainda existe a ideia equivocada de que o computador e a internet resolverão os problemas do ensino-aprendizagem existentes no sistema educacional. No entanto, a utilização da máquina por si só, não representa mudança (PRETTO, 1996; MORAN, 1998). A formação adequada dos professores para o trato com as novas tecnologias da informação é uma urgência e um desafio principalmente às universidades, por suas licenciaturas. Pensar sobre a formação do educador e outras questões de ordem metodológica é um desafio lançado aos próprios professores que constroem, no seu dia-a-dia, a educação do próximo milênio (Lira e Sponchiado, 2013).
Pretto (1996) estabelece que existem duas maneiras de fazer uso das novas tecnologias na educação, como instrumento ou como fundamento. A TIC utilizada como instrumento, trata do uso clássico do computador, como animador de um ensino tradicional, a serviço de uma educação clássica. Na TIC como fundamento, o computador é utilizado em sua plenitude, o qual é dotado de conteúdo e possibilita uma nova forma de ser, pensar e agir no processo educativo.
As tecnologias da comunicação não substituem o professor, apenas modificam algumas das suas funções. O professor se transforma no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar informações mais relevantes. Transforma a informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria – o conhecimento com ética. O professor deve estar consciente não apenas das reais capacidades da tecnologia e do seu potencial, mas também de suas limitações, para que possa selecionar qual é a melhor utilização a ser explorada num determinado conteúdo, contribuindo para a melhoria do processo ensino-aprendizagem por meio de uma renovação da prática pedagógica do professor e da transformação do aluno em sujeito ativo na construção de seu conhecimento (Frigotto, 1996).
As TICs viabilizam a multiplicação dos métodos de ensino, permitindo a opção de aliar uma metodologia antiga a uma nova tecnologia, criando diferentes formas de disseminação do conhecimento. A tecnologia na educação requer novas estratégias, metodologias e atitudes que superem o trabalho educativo tradicional. Uma aula mal estruturada, mesmo com o uso da tecnologia, pode se tornar tradicionalíssima, tendo apenas incorporado um recurso como modo diferente de exposição, sem nenhuma interferência pedagógica relevante (SANTIAGO, 2006).
A correta inserção das TICs no ensino está relacionada à ação docente, se o professor não alterar sua metodologia, significa que não trouxe nada de novo. É preciso mudar para modelos comunicativos como forma de atingir os alunos. Ensinar depende principalmente dos professores, assim como a utilização das TICs no ensino superior, que exige preparo e capacitação, e não deve ser vista simplesmente como a troca de giz e lousa por multimídia (Ferreira, 2013).
Diante disso, entre os saberes docentes, não podem constar somente novos formatos para os velhos conteúdos, é preciso novas formalizações e apropriação crítica dos diferentes recursos tecnológicos disponíveis, que ultrapasse o gesto mecânico de ligar o computador na tomada (Barreto, 2003). Uma formação completa não deve visar apenas o domínio técnico dos equipamentos, e sim possibilitar ao docente a criação de novas estratégias de ensino, dentro de uma perspectiva comunicativa.