Maria Tereza Faria (FARA-GO)
hyptissp@yahoo.com.br

Leandro Teixeira Cabeceira (FARA-GO)

Aline Helena da Silva Cruz (FARA-GO)
alinehelenasc@gmail.com

Implementação de uma horta/jardim vertical numa escola integral de Goiânia/Goiás: Uma ferramenta para desmitificar o ensino de botânica

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Dentro das Ciências Biológicas, o Ensino de Botânica se configura como uma importante ferramenta na promoção de uma atitude sustentável quanto ao estudo e o uso dos recursos naturais, visto que nesta área do conhecimento técnico e teórico sobre plantas é possível tratar o tema preservação e conservação da biodiversidade vegetal. Entretanto o ensino de botânica na educação básica ainda é baseado em métodos tradicionais que priorizam reprodução e memorização de nomes e conceitos em detrimento do questionamento, desanimando a maioria dos alunos. O que leva a “Cegueira Botânica”, o que autores modernos remetem ao fato de as pessoas apresentarem, em geral, pouca percepção sobre as plantas que as circundam e ao “Analfabetismo Botânico”, ligado à falta não só de interesse pela temática, mas também de conhecimento, em diferentes níveis (dos mais pontuais e simples até os mais abrangentes e complexos). Os processos de ensino, quando vinculados a outras modalidades investigativas estimulam o saber pensar e aprender a aprender. Neste sentido, a implantação de um jardim vertical e uma horta, por exemplo, constitui-se como um importante fermenta para despertar o interesse dos alunos a respeito das plantas. Assim, foi desenvolvida, no período de fevereiro a junho de 2019, como proposta pedagógica, a implantação de um jardim vertical com plantas medicinais e uma horta (hortaliças, grãos e raízes), com alunos do ensino médio de uma escola integral na cidade de Goiânia, Goiás, com o intuito de aproximar a botânica dos estudantes e de seus professores, fazendo que o processo de seu ensino-aprendizagem seja mais motivador e efetivo. Tendo em vista que a escola já oferecia uma área dedicada a horta, inicialmente foi realizado um levantamento sobre este espaço, onde foram observados e listados os componentes e aspectos da horta, na qual apresentava áreas demarcadas por alguns materiais (tijolos, madeira e amontoados de entulho), algumas hortaliças, plantas frutíferas e medicinais bastante danificadas e sem cuidado. Esta proposta foi dividida em dois momentos: no primeiro ministrou-se uma aula introdutória abordando a finalidade da horta e do jardim para os alunos. Posteriormente, na segunda fase, realizou-se o plantio das sementes nos canteiros, evidenciando aos alunos as diferenças morfológicas entre as duas classes que compõem as Angiospermas (Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas). Todo o procedimento foi realizado com a presença e a participação dos alunos, já conectando a informação teórica que havia sido apresentada previamente em sala de aula com o material vivo trabalhado na construção do jardim e a horta. Posteriormente, começaram-se os trabalhos de manutenção da horta juntamente com os alunos, os mesmos participaram ativamente do desenvolvimento de algumas atividades específicas (irrigação, limpeza e verificação da presença de doenças e/ou pragas), fazendo a observação do processo de formação da horta. Até o presente momento observa-se, um aumento considerável na aprendizagem efetiva dos alunos, sendo esta percebida pela discussão e troca constantes de informações técnicas entre eles.

Palavras-Chaves: Cegueira Botânica. Ensino de Botânica. Recursos Naturais.