1.4- Os projetos de militarização dos colégios estaduais de Goiás
Os colégios chamados de militares em Goiás são, na verdade, colégios militarizados comandados pela Polícia Militar e, portanto, poderíamos até chamá-los de colégios policializados. Surgem a partir de projetos de militarização sem qualquer relação direta com a escola, como projetos de lei de deputados apresentados em Assembleia Legislativa, com caráter eleitoreiro objetivando angariar votos da comunidade escolar que recebe a militarização. Nem todos os colégios com projetos de militarização avançam e efetivamente têm suas gestões transferidas à Polícia Militar. Esse é um ponto para se refletir pela expectativa gerada na comunidade. Existem colégios com projetos de militarização arquivados devido a parecer da Secretaria de Segurança Pública falando de sua falta de pessoal.
Segue transcrição de despacho da Assembleia Legislativa sobre o veto de militarização, disponível no portal da Assembleia do Estado de Goiás.
O veto parcial, protocolado com o número 110/18, recai sobre os artigos 2° e 3° que versam sobre a transformação de unidades (escolares), sendo elas:
- Colégio Estadual Guaciara Augusta da Silva, situado na Rua São Paulo, Jardim Novo Mundo, no município de Barro Alto;
- Colégio Estadual do Setor Palmito, situado na Av. Cristovão Colombo, Jardim Novo Mundo, município de Goiânia.
“Informamos que atualmente contamos com 42 unidades do CEPMG em funcionamento. Outrossim, a manifestação deste Comando acerca da viabilidade técnica e operacional para instalação de novas unidades do CEPMG demandaria a realização de estudos de situação que abrangessem não só as condições das instalações físicas e os recursos humanos e materiais disponíveis no Colégio, mas também as demais condições estruturais e as características e interesses da comunidade em relação à implantação do projeto. De igual forma, é impositivo verificar se a rede de ensino público na região onde se deseja instalar a unidade do CEPMG possui condições para atendimento com qualidade dos alunos que não manifestarem interesse em participar do projeto”, explica a Secretaria de Segurança Pública, por meio de despacho ao governador Marconi Perillo. De acordo com a justificativa, cabe ressaltar que grande parte das unidades em funcionamento ainda apresenta déficit de efetivo policial militar, vez que das 707 Funções Comissionadas de Administração Educacional Militar (FCEM), criadas exclusivamente para convocação de policiais militares da "Reserva Remunerada" para atendimento das demandas do projeto, apenas cerca de 40% (quarenta por cento), ou seja, 283 (duzentas e oitenta e três) foram preenchidas. (ALEGO, 2018).