Esporte Educacional

Módulo 3

MÓDULO 3

Módulo 3
Introdução

p.35

Para introduzir os temas que estruturam este capítulo, é relevante pontuar que gênero, inclusão e diversidade, são debates alicerçados em diferentes formas de ser e pensar, fruto de processos históricos, sociais e culturais imbricados de maneira complexa e dinâmica em diversas áreas sociais, e neste sentido requerem perspectivas transdisciplinares, éticas e comprometidas com os direitos humanos. Sacramento (2015, p. 45), diz que “A diversidade é típica e essencial para a existência humana, pois é no encontro com o outro que eu me diferencio e me identifico. A construção do eu passa inexoravelmente pela existência e necessidade do outro, se o outro não existir o eu perco o sentido”.

Diante deste ponto de vista é urgente pensarmos que o caminho da inclusão, do respeito à diversidade, ainda está sendo construído com passos individuais e coletivos. Caminho que devemos trilhar juntos. Enfrentando juntos a discriminação, preconceito, racismo, sexismo, homofobia, transfobia, capacitismo, entre outras diversas formas de violência.

Para darmos início à apresentação do tema e discussão sobre o respeito à diversidade humana e inclusão no esporte educacional, vale destacar a importância de compreendermos o papel da educação, uma educação como direito humano, social, universal e o papel da escola, do esporte e da prática pedagógica de um coletivo de docentes de Educação Física na promoção da equidade, da igualdade e valorização de expressões da diversidade no cenário escolar, bem como a produção e circulação de conteúdos não discriminatórios e não estereotipados que promovam processos de diálogos e transformação social.

Assim, o texto introduz a necessidade de pensar em processos formativos como este, que proporcionem discussões sobre as identidades de gênero e a diversidade de orientações sexuais articulando com as possibilidades de pensar o esporte nos espaços formativos e de práticas esportivas, sejam elas, na escola ou projetos socioeducativos. Para González, Darido e Oliveira:

Esporte da Escola, em sintonia com as políticas educacionais gerais, visa o acesso e aprendizagem das mais diferentes práticas corporais como um direito de todos. O desenvolvimento destas manifestações culturais deve centrar-se nas orientações da formação integral e emancipadora de modo que todos possam participar das atividades organizadas, aprender com a experiência e se sentirem aptos a uma prática autônoma (2014, p.10).

Diante desta postura que garanta que todos possam experienciar as práticas corporais, como a prática esportiva, o corpo docente é desafiado a lidar com as diferenças e os preconceitos todos os dias em sua prática pedagógica, podemos identificar em nosso ambiente escolar uma relevante diversidade sexual, de gênero, cor, raça, etnia, classe, entre outras diversidades. Cabe ainda citar que de acordo com González, Darido e Oliveira (2014), o ensino das práticas corporais da escola se justifica quando oportuniza aos estudantes o acesso a saberes, conhecimentos, vivências, experiências e atitudes que objetivam:

Evitar todo e qualquer tipo de discriminação quanto à condição socioeconômica, deficiência, gênero, idade, nacionalidade/regionalidade, raça/cor/ etnia, ao tipo de corpo, preferência clubística, etc.; h) Repudiar a violência sob todas as formas, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade nas práticas corporais (p.15).