Graziela Maciel Barroso

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Graziela Maciel Barroso nasceu no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul, no dia 11 de abril de 1912. Casou-se aos 16 anos e iniciou os primeiros estudos de botânica por influência de seu marido. Contrariando a educação recebida para ser dona de casa, Graziela, aos 30 anos, iniciou o estágio e logo após prestou concurso para “naturalista” no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (não havia exigência de um diploma universitário). Na prova, concorreu com 5 homens, o que foi motivo de muito preconceito, e dizia ela: “Meu marido ficava zangado”.

Além disso, aos 47 anos, iniciou o curso de Biologia na Universidade do Estado da Guanabara, atualmente Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e defendeu sua tese de doutorado aos 60 anos.

Como professora, atuou na Universidade Federal do Rio de Janeiro e de Pernambuco (UFRJ e UFPE), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade de Brasília (UnB). Também foi a única brasileira a receber, nos Estados Unidos, a medalha Millenium Botany Award, entregue a botânicos dedicados à formação de pessoal especializado.

Graziela morreu em 2003, um mês antes de ser empossada na Academia Brasileira de Ciências. É considerada a “primeira grande dama da botânica brasileira”, referência no Brasil e no mundo, devido à relevância de seus trabalhos. Por sua dedicação à sistemática, é considerada uma das maiores taxonomistas do Brasil e mais de 20 espécies vegetais já foram catalogadas em sua homenagem.

Atualmente, várias áreas de instituições de pesquisa levam seu nome, como o “Pavilhão Graziela Maciel Barroso” no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Herbário “Graziela Barroso” na Universidade Federal do Piauí e a casa de vegetação “Graziela Barroso”, na Fundação Sítio Roberto Burle Marx. Sendo assim, a menina, que desde a infância recebeu criação para os cuidados com a casa e filhos, rompeu com as barreiras sociais e de gênero e tornou-se referência na área.

Graziela Maciel Barroso. Imagem adaptada de: Canal Ciência