Nise da Silveira

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Nise da Silveira nasceu no dia 15 de fevereiro de 1905, em Maceió, no estado de Alagoas. Filha única, seu pai era estudioso da matemática e literatura, e a mãe pianista, que sonhava que a filha seguisse seus passos. Nise deixou Maceió e, aos 21 anos, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, defendendo uma monografia sobre criminalidade feminina. Foi a única mulher de uma turma com 157 rapazes.

Em seus anos de trabalho, foi pioneira na terapia ocupacional, pois era totalmente contra os métodos utilizados na psiquiatria, como os choques elétricos, as camisas de força, o isolamento, dentre outros, considerados por Nise como brutais. A médica acreditava que a Terapia Ocupacional permitiria aos pacientes a expressão de vivências que não eram possíveis de serem verbalizadas. Nise também introduziu a arte e o contato com cães e gatos nos tratamentos, como forma de desenvolver a afetividade e a conexão com o mundo real dos pacientes psiquiátricos.

Nise em seu ateliê. Imagem adaptada de: Itaú Cultural

Nise fundou, em 1952, o Museu do Inconsciente, no Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro, que se transformou em importante centro de pesquisa. Esse museu tornou-se conhecido mundialmente e suas pesquisas deram origem a exposições, a filmes e a cursos, tanto no que se refere à terapia ocupacional quanto à compreensão do mundo dos esquizofrênicos.

Nise da Silveira tornou-se uma grande psiquiatra, detentora de diversos títulos em reconhecimento ao seu trabalho e enorme contribuição para a psiquiatria.

Destaca-se que, em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas, Nise foi presa sob alegação de comunismo. Ela partilhou cela com Olga Benário, e foi também contemporânea de Graciliano Ramos na prisão, inspirando a personagem do livro, e posteriormente filme, “Memórias do Cárcere” e da novela "Kananga do Japão".

Para conhecer mais sobre a vida e a história de trabalho de Nise, recomenda-se o filme “Nise- O Coração da Loucura”.