Carmen Portinho
p.02Carmen Velasco Portinho nasceu na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, em 26 de janeiro de 1903. Graduou-se em engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1925. Foi a única mulher de sua turma e a terceira a se graduar em engenharia no Brasil.
Um fato interessante é que, em seu último ano de universidade, Carmen começou a dar aulas em um colégio-internato exclusivo para homens. Esse fato foi um escândalo na época, em que até o Ministro da Justiça tentou impedir sua nomeação, porém sem sucesso.
Ela trabalhou em importantes estudos para o Brasil e para o mundo, como na implantação do conceito de moradias populares e na construção de conjuntos habitacionais, como o Conjunto Residencial do Pedregulho, da Gávea, de Vila Isabel e de Paquetá. Essas obras visavam reduzir a crise habitacional no Rio de Janeiro. Chefiou, também, as obras de construção da nova sede do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e dirigiu, por mais de duas décadas, a primeira escola de desenho industrial da América Latina, a Escola Superior de Desenho Industrial.
Carmen Portinho foi um nome importante na luta pelos direitos das mulheres, participando da campanha pelo sufrágio universal e da emancipação política e econômica da mulher, ao lado de Bertha Lutz.
Outro fato que chama a atenção é que Carmen Portinho sempre articulou seus dois principais campos de trabalho: a luta feminista e a engenharia. Um exemplo disso é a implantação de uma lavanderia comunitária com modernas máquinas industriais de lavar roupa no Conjunto Residencial do Pedregulho. O projeto foi pensado para possibilitar a interação social das mulheres, reduzindo o tempo gasto com os afazeres domésticos, com a finalidade de incentivá-las a entrar no mercado de trabalho.
Todas essas ações e diversas outras fizeram com que Carmen Portinho se destacasse como uma das pioneiras na ciência no Brasil e como uma engenheira de renome nacional e internacional.