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Short Communications

11Técnica Anatômica para Limpeza de Ossadas Humanas – a Experiência do IML de Goiânia – GO

Palavras-chave: Técnicas morfológicas, antropologia forense, odontologia legal e cocção.

Na execução do processo de identificação humana em corpos putrefeitos ou esqueletizados, bem como a determinação da causa morte, é necessário o processamento prévio dos restos mortais, sendo que uma das técnicas anatômicas utilizadas é a cocção. Considerando serem escassas as publicações no sentido de padronizar o procedimento de cocção de restos mortais humanos, o objetivo deste trabalho é demostrar a experiência da Seção de Antropologia Forense e Odontologia Legal do IMLAT-GO com uso da cocção de restos mortais para viabilizar o exame antropológico/odontolegal e identificar a causa morte. O exame inicial é feito realizando-se fotos, inspeção direta, exame radioscópico, eventual coleta de exames para DNA e exame papiloscópico. Em seguida, é realizada a retirada mecânica de tecidos moles e posteriormente as peças são acondicionadas em recipiente metálico com capacidade de 30 litros para fervura, que é preenchido com água, sem utilização de químicos. Coloca-se para iniciar a fervura utilizado um fogão industrial, por 4 horas, sendo supervisionada a cada hora, com reposição de 3 litros/h. Depois das 4 horas de cocção as peças esfriam à temperatura ambiente por 4 horas. Em seguida despeja-se a água sobre uma peneira e realiza-se a remoção dos tecidos moles residuais com instrumental cirúrgico por tração ou raspagem. Ao final, as peças são expostas ao ar livre por 21 horas de sol (total 72 horas) para secagem. A técnica é de fácil execução e de baixo custo, porém apresenta um tempo considerável para secagem e possui incômodo decorrente do odor liberado durante fervura. Outro fator é o cuidado e atenção do profissional pelo manuseio de material em alta temperatura, elevando os riscos de acidente de trabalho. A técnica apresentada apresenta-se adequada para subsidiar os exames antropológico e odontolegal sem interferir na realização de outros exames, como o de DNA.