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Short Communications

10Estudo Morfológico Testicular de Rhinella Schneideri (Anura, Bufonidae) Durante o Período de Estiagem no Cerrado

Palavras-chave: Morfologia, reprodução, anura.

O sucesso da dispersão dos vertebrados depende, entre outras, da adaptação de seus órgãos e ciclos reprodutivos ao ambiente. A atividade reprodutiva de anuros de regiões tropicais sazonais está associada ao período úmido. Nestes locais, os processos ecológicos anuais tais como pluviosidade e temperatura são vitais para assegurar a reprodução da maioria das espécies. O aparelho reprodutor masculino dos anuros é formado por gônadas localizadas na cavidade celomática, onde os testículos são pares, geralmente pequenos, arredondados e amarelados. O objetivo do estudo foi caracterizar a histoarquitetura testicular de Rhinella schneideri, bem como a organização e a morfologia de suas células germinativas durante o período de estiagem no Cerrado, época do ano caracterizada por fatores abióticos adversos à reprodução de muitas espécies de anfíbios. Para isso foram utilizados seis animais machos capturados manualmente em uma propriedade rural nas proximidades da Universidade Federal de Goiás. Após a captura os animais foram eutanasiados por saturação com lidocaína e os testículos extraídos. Fragmentos transversais foram fixados em Methacarn e incluídos em Paraplast e cortes histológicos de 2µm a 3µm de espessura corados com Hematoxilina-eosina. Na constituição do parênquima testicular, o tecido germinativo apresentou alguns tipos celulares distintos como espermatogonias localizadas na base do epitélio germinativo e, na sequência da diferenciação celular, os espermatócitos I e II, espermátides redondas e alongadas e espermatozóides organizados em cistos, com grupos celulares associados às células de Sertoli caracterizando os espermatocistos. No interstício estavam presentes células de Leydig e células do tecido conjuntivo. Podemos concluir que os testículos dessa espécie apresentaram um processo completo da espematogênese, mesmo na época de estiagem no cerrado goiano, contrariando ao encontrado em literatura para muitas espécies de anfíbios.