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Comunicações científicas

24Caracterização Anatômica dos Músculos Relacionados ao Manguito Rotador - Relato de Caso

Introdução

A maioria dos músculos do ombro tem origem no cíngulo do membro superior e inserção no úmero (TORTORA, 2016). Dentre eles, os músculos supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular (SIRS) são usualmente conhecidos como manguito rotador, cujos tendões atuam de modo a reforçar a cápsula da articulação do ombro (MOORE, 2014). Tal arranjo permite estabilização e adequada movimentação do ombro, por meio da atuação conjunta destes músculos. Com isso, o objetivo deste trabalho foi apresentar o relato de caso de descrição morfológica dos músculos relacionados ao manguito rotador, por meio de dissecação anatômica.

Material e Métodos

Para a identificação das estruturas relacionadas ao cíngulo do membro superior, instrumentais clínicos foram previamente selecionados e organizados, incluindo tesouras, pinças, cabos e lâminas de bisturi, além de jaleco, luva, dentre outros para proteção individual. Após a seleção do material cadavérico, previamente preparado e conservado em formol, o mesmo foi dissecado segundo as normas e técnicas de dissecação. A mesma foi realizada em camadas, a fim de expor a musculatura da região, bem como as estruturas próximas a ela. Inicialmente, o local de incisão foi demarcado e o corte realizado, com dissecação da pele e evidenciação da tela subcutânea. A fáscia muscular foi rebatida e os músculos do ombro e do manguito rotador foram individualizados. Desta forma, foi possível a realização da caracterização anatômica dos músculos supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor relacionados ao manguito rotador, e estruturas adjacentes também foram notadas.

Resultados e Discussão

Com a dissecação da região, os músculos supraespinal, infraespinal e subescapular, associados à escápula, foram observados, além do redondo menor associado ao úmero. Ainda foi possível identificar os locais de fixação destes músculos conforme descrito por Moore (2014), sendo o músculo supraespinal fixado proximalmente na fossa supraespinal da escápula, e distalmente na face superior do tubérculo maior do úmero. Da mesma forma o músculo infraespinal, se mostrou fixado na fossa infraespinal e face média do tubérculo maior do úmero, enquanto o músculo subescapular apresentou sua fixação na fossa subescapular e tubérculo menor do úmero. Já o músculo redondo menor, esteve situado na parte média da margem lateral da escápula e face inferior do tubérculo maior do úmero. Tais músculos apresentam-se ligados à articulação do ombro, atuando no movimento de rotação do úmero, porém o músculo supraespinal também atua em conjunto com o músculo deltóide para abdução do braço (TORTORA, 2016). Apresentam-se fundidos à cápsula fibrosa da articulação do ombro auxiliando na sua estabilização durante os movimentos (MOORE, 2014). Sendo assim, devido à proximidade com as estruturas vizinhas, as relações com a articulação do ombro foram observadas, bem como os músculos redondo maior e deltóide. Assim, a dissecação revelou-se como uma importante ferramenta para permitir o acesso e o conhecimento das estruturas anatômicas relacionadas ao manguito rotador, sugerindo um aprendizado eficiente. Ainda se mostra essencial para a formação de profissionais da área da saúde, pois possibilita o treinamento de habilidades (WINKELMANN, 2007) e técnicas muitas vezes necessárias à profissão.

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Conclusão

Pode-se concluir que os músculos que constituem o manguito rotador são fundamentais na movimentação do membro superior e na estabilização da articulação do ombro. Ainda a dissecação mostrou-se um instrumento importante permitindo o acesso e entendimento da anatomia da região.

Referências

MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed.  Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia.14ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

WINKELMANN, A. Anatomical dissection as a teaching method in medical school: a review of the evidence. Med Educ.;41(1):15-22. 2007.