A Formação Continuada e a Prática Docente

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Resumo:Este trabalho visa refletir sobre a visão que o profissional em educação/professor apresenta para o significado da Formação Continuada em sua prática, a fim de compreender qual o respaldo que as formações trazem ao processo educacional dentro ou fora da sala de aula. Esse trabalho surgiu a partir de questionamentos, posto, que a educação nem sempre apresenta métodos de ensino exatos e estáticos, principalmente nesse momento de pandemia mundial, no qual os professores precisaram se (re)inventar e (re)pensar suas práticas afim de que as competências sejam alcançadas pelos discente, com qualidade e excelência no processo de ensino e aprendizagem.

Palavras-Chave: Formação. Prática Docente. Educação.

Introdução

A prática docente é foco de estudo há muito tempo, e hoje, em tempos de pandemia, os olhares se voltam mais atentamente para essas pessoas que estão se (re)inventando: os professores. Até então dar aulas era algo corriqueiro e na falta de quase tudo, bastava ter-lhes as mãos um giz e uma lousa, mas agora é necessário muito mais e eles estão dando conta do recado: aulas online, ensino em EaD, atividades remotas, enfim uma infinidade de artifícios que eram estranhos para muitos.

Mas, como os docentes têm conseguido trabalhar com essas novas ferramentas? Existiu ou existe formação que subsidie esse novo tipo de ministrar aulas?

Pensar nessas questões nos faz debruçarmos sobre o tema formação continuada e buscar perceber como ela vem fazendo parte do cotidiano docente e para além disso, perceber de que forma os próprios professores concebem tal tema, se ela se restringe à formação em serviço ou parte para outros campo. É fato que todo educador aponta a necessidade de não estacionar apenas nos conhecimentos adquiridos na graduação corroborando com o que Imbernón (2010, p.50) coloca sobre a necessidade da formação continuada para a reflexão prático-teórica sobre a própria prática: “[...] mediante a análise, a compreensão, a interpretação e a intervenção sobre a realidade, a capacidade do professor de gerar conhecimento pedagógico por meio da prática educativa”.

Desta feita o presente trabalho buscou encontrar respostas de modo célere sobre as formas com as quais os profissionais em educação, tanto da rede pública quanto privada percebem a necessidade e a importância da formação continuada para a prática docente, ouvindo a opinião de professores que estão em funções variadas na educação, como docência, gestão, coordenação pedagógica e tutoria (formação em serviço) nesse ano de 2020, dentro de um período de pandemia. Quando dizemos que se chegou a um resultado aparente é devido ao fato de que, segundo Gaskell (2002):

Uma cobertura adequada dos acontecimentos sociais exige muitos métodos e dados: um pluralismo metodológico que se origina como uma necessidade metodológica. A investigação da ação empírica exige a) a observação sistemática dos acontecimentos; inferir os sentidos desses acontecimentos das (auto)observações dos atores e dos espectadores exige b) técnicas de entrevista; e a interpretação dos vestígios materiais que foram deixados pelos atores e espectadores exige c) uma análise sistemática. (GASKELL, 2002, p.18)

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Metodologia

O presente estudo foi feito a partir da dialética lançando mão da pesquisa de abordagem qualitativa onde não se apresentou questões rigidamente estruturadas, possibilitando aos entrevistados o uso da imaginação e da criatividade, desta feita acarretou-se nas respostas um arcabouço de discursos que nos permitiram divagar sobre a necessidade da formação continuada. A Entrevista, conforme Robert Farr (1982 - apud Gaskell 2002) é, "essencialmente uma técnica, ou método, para estabelecer ou descobrir que existem perspectivas, ou pontos de vista sobre os fatos, além daqueles da pessoa que inicia a entrevista".

Foi compartilhado com trinta profissionais de educação (entre rede pública e privada), aleatoriamente, um questionário, via link do aplicativo WhatsApp, produzido no google forms com questões abertas e fechadas que buscavam compreender qual o entendimento os profissionais tem sobre o tema formação continuada e afim de realizar um levantamento da importância que os mesmos atribuem à formação continuada ,como elemento de melhoria em sua prática pedagógica. De acordo com Gaskell (2002):

A versatilidade e valor da entrevista qualitativa são evidenciados no seu emprego abrangente em muitas disciplinas sociais científicas e na pesquisa social comercial, nas áreas de pesquisa de audiência da mídia, relações públicas, marketing e publicidade. (GASKELL, 2002, p.66)

Não podendo ser diferente na área da educação onde a pesquisa qualitativa poderá subsidiar a reflexão sobre a prática pedagógica após a emergência de temas variados.

Após os profissionais da educação terem respondido ao questionário, as respostas foram analisadas e compiladas de forma que ficassem claros os aspectos relacionados à necessidade da formação continuada para a prática docente explicitados por eles.

Resultados e Discussão

Dos 30 professores que receberam a proposta da pesquisa, 16 a responderam, sendo que a maioria está na faixa etária entre 30 e 40 anos de idade e que se apresentam de acordo com gráfico:

Dos 30 professores que receberam a proposta da pesquisa, 16 a responderam, sendo que a maioria está na faixa etária entre 30 e 40 anos de idade e que se apresentam de acordo com gráfico:

Quando perguntado a esses profissionais de educação, o que compreendiam sobre Formação Continuada, todos foram unânimes em relacioná-la a melhoria da prática docente, que pode se evidenciar com as seguintes falas:

“Formação continuada é quando o profissional estuda, pesquisa, aplica a teoria à prática.” (entrevistado 1)

“Processo pelo qual nos permitimos, por meio de avaliação, detectar nossas fraquezas/carências formativas e atacá-las de maneira pontual. Afinal, os conhecimentos e processos estão em constante evolução e para acompanharmos precisamos nos aperfeiçoar para garantir a qualidade do nosso trabalho.” (entrevistado 2)

“Formação em serviço e ao longo da carreira docente vislumbrando aprimoramento técnico, pessoal e coletivo. Entendo que qualquer formação com caráter voltado para a docência interna ou externa à escola engloba a formação pós-inicial ou continuada, como defende Imbernón, formação permanente” (entrevistado 3)

Ainda sobre o compreendimento de cada entrevistado, foi possível perceber que eles relacionam a Formação Continuada com a formação em serviço, sendo que 100% dos entrevistados responderam de modo afirmativo que participaram de alguma formação dos últimos cinco anos, trazendo suas opiniões que demonstram claramente que essas formações aconteceram no âmbito escolar:

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“Cursos para aprimoramento. Mas quero trazer a experiência da formação continuada na escola, a qual acontece em caráter coletivo, mas assistida pela secretária municipal. Foram formações dinâmicas e com bons temas.” (entrevistado A)

“Formação BNCC, formações para acompanhamento pedagógico das equipes gestoras, Pacto pelo Ensino Médio...” (entrevistado B)

“As formações foram realizadas pelo Instituto Unibanco o que agregou muito ao meu saber” (entrevistado C)

E quando se questionou se o entrevistado acreditava que a formação continuada poderia melhorar a prática docente de forma geral, obteve-se o seguinte resultado:

Quando se propõe em pensar em como a Formação Continuada (FC) pode colaborar com a prática docente temos: