Desenvolvimento de jogos digitais para o ensino de química: relato de experiência na formação inicial de professores

Resumo: Este trabalho parte de um relato de experiência de confecção de jogos digitais com licenciados em Química do Instituto Federal de Goiás- Câmpus Uruaçu. A confecção de jogos se deu a partir da plataforma digital Wordwall. A proposta da elaboração de jogos digitais se deu como parte de uma atividade do estágio, em que os licenciados deveriam elaborar um jogo digital para que pudessem aplicar durante o estágio semi-regência sob a supervisão do professor regente da turma. A prática possibilitou observar a relevância da construção de jogos digitais no processo de apropriação de produção de materiais didáticos e a capacitação para uso das ferramentas digitais no processo de ensino e aprendizagem.

Palavras-Chave:Jogos digitais. Formação. Wordwall

Introdução

As tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) fazem parte da nossa cultura e estão inseridas em diferentes segmentos da sociedade. A escola também é parte integrante dessa cultura tecnológica socialmente construída, sendo um espaço que participa ativamente dos processos de transformação e construção da sociedade, por conseguinte, não há como concebê-la fora das demandas deste contexto tecnológico (SOUSA, 2019).

A inserção das ferramentas tecnológicas no contexto da sala de aula, incorpora desde novos parâmetros comportamentais, hábitos e demandas, como a participação dos processos de transformação e construção da sociedade, a promoção de novos hábitos ao trabalho pedagógico (KENSKI, 2003).

O que não quer dizer que sua utilização e inserção no contexto educacional seja algo natural, é preciso planejamento e capacitação dos professores para que possam fazer o uso de maneira adequada à auxiliar o processo de ensino e aprendizagem (MORAES, 1996; SAMPAIO; LEITE, 2013).

Tendo isto vista, e considerando o aumento da utilização dessas tecnologias digitais de informação e comunicação com a pandemia do coronavírus (SARS-CoV-2), emergiu-se a urgência do ensino remoto, levando os professores a adequar a realidade abruptamente, propondo atividades que envolvessem essas tecnologias.

Entretanto, o contexto trouxe à tona a grande dificuldade advinda do uso e manuseio dessas ferramentas por parte dos professores, desde mesmo antes da pandemia, problema este que vai desde a sua formação inicial ao acesso à essas ferramentas tecnológicas disponíveis na escola.

É importante frisarmos que o uso da tecnologia no contexto educacional não é reducionista apenas a uma simples utilização tecnológica, mas sim a uma nova forma de ensinar-aprender, repensando o fazer pedagógico de ser um transmissor do conhecimento e passando a ser um mediador desse conhecimento, por meio de diferentes instrumentos, envolvidas durante as aulas, possibilitando assim aulas mais dinâmicas, que atendam a essa cultura tecnológica, na qual estamos vivendo.

À luz disso, o trabalho veio na proposta de instrumentalizar professores em sua formação inicial para manuseio e preparação de materiais didáticos utilizando as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, buscando responder à questão de como podemos contribuir na formação inicial de professores para utilização das TDIC no contexto educacional. Para tal, recorreu-se a elaboração de jogos digitais a partir de plataformas disponíveis na forma on-line e gratuita, por ser de fácil acesso e manipulação da ferramenta, sem necessidade de saber uma linguagem mais específica de programação. O trabalho, então, trata-se de um relato de experiência com licenciados em química do Instituto Federal de Goiás-Campus Uruaçu.

Metodologia

O trabalho foi desenvolvido ao longo da disciplina de estágio III, cuja ementa contempla a produção de materiais didáticos. Dentre as propostas de materiais didáticos elaborados pelos licenciandos foram jogos digitais. Os jogos foram confeccionados a partir da plataforma digital Wordwall, que é uma plataforma que possibilitam a elaboração de jogos de caça palavras, perguntas e respostas, perseguição do labirinto, cartas, anagramas, dentre outros designer, sendo acessado pelo site https://wordwall.net/pt de maneira gratuita. Ao acessar o site o professor deve fazer um cadastro, após escolhe-se um modelo de jogo, insere seu conteúdo e a partir daí suas atividades podem ser reproduzidas na tela por meio do link de transmissão, ou serem impressas.

A prática proposta foi avaliada desde a elaboração da proposta do jogo, a sua confecção, compartilhamento e discussões a respeito.

Resultados e discussões

A partir da prática foram obtidas diferentes propostas de jogos digitais, escolhemos alguns para exemplificar, como apresenta a tabela 1 a seguir:

Tabela 1: Jogos Digitais elaborados

A prática proporcionou aos licenciandos momentos de formação, por meio da elaboração da proposta do jogo, da escolha da ferramenta a ser utilizada para a confecção do jogo, do desenvolvimento do jogo e a aplicação da proposta com estudantes ao longo do estágio.

A partir da prática os licenciandos perceberam que a elaboração de recursos digitais nem sempre exige uma formação técnica específica em informática. Atualmente há plataformas digitais ofertadas gratuitas aos usuários que proporciona o desenvolvimento de jogos e outros materiais didáticos. O que deixou os licenciandos mais motivados a procurarem outros tipos de recursos disponíveis em rede, de maneira gratuita para incorporarem as suas práticas pedagógicas.

Além disso, oportunizou aos licenciandos colocarem em prática outras metodologias na sala de aula, contribuindo para a interação dos estudantes com as suas aulas no estágio.

Sendo assim, consideramos que a prática proposta foi exitosa, auxiliando a formação inicial dos professores e influenciando suas futuras práticas docentes.

Referências

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 1. ed. Campinas: Papirus, 2003. 144 p.

MORAES, Maria Candida. Informática educativa: dimensão e propriedade pedagógica. Maceió; mimeo, 1996.

SAMPAIO, Marisa Narcizo; LEITE, Lígia Silva. Alfabetização tecnológica do professor. 10.ed. Petrópolis: Vozes, 2013. 112 p.

SOUSA, Arnaldo Prata. A tecnologia como ferramenta no processo ensino-aprendizagem. Revista Educacional Interdisciplinar, v. 8, n. 1, 2019. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2021.