8. Avaliar? Como?
p.9Já há muito tempo a discussão sobre a forma de avaliar associada exclusivamente a medida tem gerado mudanças e criado alternativas mais pertinentes quando se pretende a formação do indivíduo como um todo. A concepção de avaliação que norteará os trabalhos bem como os elementos que poderão vir a compô-la estão detalhados no PPC do curso. Mas, apresentaremos essa concepção em linhas gerais abaixo.
É fundamental que todo o processo avaliativo esteja além da medida porque “avaliar é sempre muito mais do que uma medida”, Perrenoud (1999) ressalta que a avaliação é uma representação, construída por alguém, do valor escolar ou intelectual de outro indivíduo. Essa representação acontece em uma relação social específica que une o avaliador e o avaliado. Esse ele destaca também, que na verdade, essa relação envolve mais pessoas – já que o avaliador é o agente de uma organização complexa, em nome do qual avalia, enquanto que o aluno faz parte de uma turma e pertence a uma família – estando esses dois grupos, por diferentes razões, envolvidos pela avaliação de seus membros.
Avaliar para rever estratégias, caminhos, tomar decisões com o objetivo maior de acolher para o aprender a aprender e não para, simplesmente, excluir. Para Perrenoud (1999, p.77) - “Uma avaliação é formativa se, ao menos na mente do professor, ela supostamente contribui para a regulação das aprendizagens em curso no sentido dos domínios visados”.
Não há como pensar em uma avaliação contínua, sem uma avaliação formativa. Essa última é componente obrigatória da primeira. Cientes de que toda abordagem construtivista e genética do desenvolvimento e dos conhecimentos indica que o saber jamais se constrói de maneira linear, que há antecipações, retrocessos, reconstruções intensivas e fases de latência (Perrenoud, 1990, p.71). Acreditamos que assim haverá, no processo de avaliação de aprendizagem dos estudantes, oportunidade para que a regulação aconteça e os ajustes sejam feitos antes da reprovação.
Para Perrenoud (1997), a regulação não pode ser feita senão por meio de pequenos toques, no momento em que o aluno está às voltas com uma dificuldade concreta. Se o professor não tem exatamente em mente os domínios específicos visados, intervirá sobretudo para manter o aluno na tarefa ou para ajudá-lo a realizá-la, intervenções que não garantem absolutamente uma regulação das aprendizagens (p.82).
Na EaD, há muitos recursos que podem contribuir nesse processo de auto regulação. Para Perrenoud (1992) apostar na auto regulação é reforçar as capacidades do sujeito de gerir ele próprio os seus projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e dos obstáculos (p.92). Mas, precisamos ter consciência de que nem todas as intervenções com a intenção de regular a aprendizagem geram estímulos e mecanismos de regulação iguais para todos os sujeitos:
Existem inúmeras vias pelas quais se pode tentar influenciar os processos mentais de outrem, jogando com as representações do saber ou da tarefa, com a construção do sentido, com a negociação da situação, com a relação, identidade, autoimagem, cálculo estratégico, emoção, coragem, gosto pelo jogo, etc (p.97).
E para alcançarmos êxito nessa tarefa de ensinar, precisamos nos lembrar de que podemos ajudar o aluno a progredir de várias maneiras: explicando mais simplesmente, mais longa ou diferenciadamente; engajando-os nas tarefas, mais mobilizadoras ou mais proporcionais aos recursos que eles tem disponíveis; aliviando suas angústias, devolvendo-lhes a confiança, propondo a eles outras razões de agir ou de aprender; colocando-os em outro quadro social, desdramatizando a situação, redefinindo a relação ou o contrato didático, modificando o ritmo de trabalho e de progressão, entre outras formas (PERRENOUD, 1999, p.105).
Dentro dessa concepção anteriormente exposta, ressaltamos que cumpriremos o que está determinado no RGCG da UFG (Resolução CEPEC no 1791/2022), artigo de número 82 (p.25) que trata especificamente da avaliação. As determinações com relação a nota (seu formato, a maneira de realizar o arrendondamento e como ela será composta – a nota final), como será feita a avaliação quando o componente curricular tiver carga horária dedicada à ACEx (por meio da participação do estudante). Também cumpriremos todas as normas referentes à aprovação.