Patrimônio Cultural em Aparecida de Goiânia: Construindo Metodologias
Este relatório apresenta as ações resultantes de projeto de intervenção realizado com professoras da rede municipal de Aparecida de Goiânia do segundo ao quinto ano do ensino fundamental I, da Escola Municipal O Pequenino. Teve como temática o patrimônio cultural da cidade de Aparecida de Goiânia, visando mostrar ser possível uma ação pedagógica envolvendo professores e alunos numa experiência de reconhecimento e apropriação do patrimônio cultural da cidade.
Palavras-chave: Aparecida de Goiânia. Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Educação Patrimonial.
Aluna: Lilian de Paula Lima
Polo: Goianésia
Orientadora Acadêmica: Rosaura de Oliveira Vargas das Virgens
Coordenadora de orientação: Simone Rosa da Silva
Anexos
1. INTRODUÇÃO
Esta intervenção realizada na cidade de Aparecida de Goiânia , onde atuo como professora, foge em parte ao projeto inicial de uma intervenção na Vila Cultural Cora Coralina , isto devido a alguns contratempos, inclusive a greve dos professores do estado, o que inviabilizou o projeto conforme planejado.
Pela Lei nº 4.927, de 1963, que elevou Aparecida de Goiânia à município, ficou estabelecido que se limitaria com os munícipios de Goiânia, Senador Canedo, Hidrolândia e Aragoiânia. Aparecida de Goiânia integra a Microrregião de Goiânia, estando situada a 18 quilômetros do centro da capital do Estado pela BR-153 e 15 minutos de percurso (SIMONE, 2014. p. 41-42).
A Vila Cultural Cora Coralina situa-se na rua 03, no setor Central de Goiânia, logo atrás do Teatro Goiânia.
A intervenção realizada refere-se ao patrimônio cultural edificado no município de Aparecida de Goiânia, especificamente na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, construída na praça central da cidade, conhecida como Praça da Matriz. A Igreja é o único bem tombado no munícipio e foi a partir dela que se iniciou o processo de ocupação da cidade. Foi construída em maio de 1922 e tombada pela Lei Municipal nº. 564, de 16 de dezembro de 1985, tornou-se um bem cultural importante para os cidadãos de Aparecida de Goiânia, pois entendemos que:
O reconhecimento de que todo indivíduo nasce no contexto de uma cultura e, ao longo da vida, deve participar de sua preservação e ressignificação justifica o envolvimento da escola em projetos que contribuam para a formação de indivíduos que conheçam, apropriem-se e valorizem os aspectos já considerados como parte da memória e identidade coletiva de sua cidade (SILVA; PEREIRA, 2009, p. 27)
A ação foi realizada com algumas docentes da Escola Municipal “O Pequenino”, situada no centro da cidade, próximo à Praça da Matriz. No início do trabalho percebi que as professoras não conheciam muito a história e formação da cidade e nem a importância da Igreja, apesar de passarem por aquele local todos os dias. No primeiro momento, elas foram conduzidas por mim até a praça da cidade, e depois de uma observação, foi feito um debate sobre a importância da educação patrimonial e as metodologias para trabalhar em sala.
Por isso, essa ação se fez importante, para que por meio da mediação das professoras multiplicadoras, os alunos possam conhecer e reconhecer a história da cidade e a importância cultural da Igreja e também no seu entorno. Foi exatamente por conhecer essa realidade e perceber que é preciso um trabalho mais intensivo para a formação dos professores sobre educação patrimonial e patrimônio da cidade de Aparecida de Goiânia que realizei este projeto de intervenção. Portanto, a ação da intervenção discutiu com as professoras subsídios para que os alunos possam compreender a realidade sócio-histórica da construção da Igreja e possam reconhecer e preservar tal bem.
75A partir daí, a ação foi construir metodologias que pudessem auxiliar em sala, observando que o tema/conteúdo “História da cidade” está incluído nos currículos das turmas de 2º a 5º ano do ensino fundamental I. E este conteúdo, além de tornar possível o trabalho com aspectos da memória e que trata da identidade do povo, está incluído no Projeto Identidade, parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola Municipal “O Pequenino”. Assim, entendo que essa ação não se encerrou nesse diálogo com as professoras ou mesmo com a elaboração deste relatório, os resultados continuarão nas salas de aulas e com a construção do conhecimento histórico e cultural sobre a cidade de Aparecida de Goiânia.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 APONTAMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A CIDADE
Para Simone (2014), Aparecida de Goiânia surgiu graças a sua religiosidade. Outra citação que comprova o caráter religioso da cidade é a declaração do Pe. Cássio Augusto Antunes de Paiva para o site da arquidiocese de Goiânia, ele diz: “O município nasceu sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida; é por isso que Igreja da 'Matriz' torna-se, para todo aparecidense, o cartão postal do município”. Consta na literatura que, desde antes do surgimento do povoado, alguns padres, ao virem para Campinas por volta 1890, paravam para pouso na Fazenda Lage, onde hoje é o centro da cidade. Simone (2014) argumenta que essa relação entre os habitantes locais e a Igreja Católica levou os fazendeiros a construírem a capela de Nossa Senhora de Aparecida, dando início à cidade.
A região onde hoje está o centro do município era constituída de fazendas. Foi a partir da doação de parte dessas terras para edificação da Igreja que surgiram as primeiras construções, onde hoje é a Praça da Matriz. Simone (2014) conseguiu relatos de um fazendeiro chamado Benedito Batista de Toledo, onde apresenta a sua visão sobre o início da cidade.
76Aos vinte dias do mês de março de um mil novecentos e vinte e dois, houve uma reunião dos fazendeiros na fazenda do senhor José Cândido de Queiroz, onde estava presente o padre Francisco Wend da Congregação do Santíssimo Redentor, que veio ali para celebrar uma missa para que o povo fizesse a desobriga pascal (batizados, primeira comunhão, crisma e outros). Nesta ocasião estava presente o senhor José Cândido de Queiroz, Abrão Lourenço de Carvalho, Antônio Barbosa Sandoval e João Batista de Toledo, esses quatro fazendeiros ofereceram um terreno de campo para que nele fizesse uma igreja, cuja padroeira fosse Nossa Senhora Aparecida. Aristides Frutuoso ofereceu o Cruzeiro para ser fincado no lugar escolhido. José Cândido de Queiroz e sua senhora, dona Maria Elias de Jesus, doaram dois alqueires de terra, Abrão Lourenço de Carvalho e dona Antônia Lino de Carvalho fizeram uma doação de um alqueire, Antônio Barbosa Sandoval e dona Bárbara Lourenço de Carvalho fizeram a doação de um alqueire, João Batista de Toledo e dona Maria Luíza de Jesus fizeram a doação de meio alqueire e foi escolhido o lugar, um ponto alto onde fosse de fácil acesso à população. Fincou-se o Cruzeiro no dia 3 de maio de 1922, e nesse dia houve uma missa campal no pé deste Cruzeiro, depois foi feito ali um rancho de palha de bacuri que serviu de igreja por alguns tempos. A primeira festa nesse rancho de palha foi dia onze de maio de um mil novecentos e vinte e dois. No mesmo ano, começou a construção da igreja, que foi com o auxílio do povo e pelo construtor João Dias, morador de campinas. As paredes foram feitas de adobo (grande tijolo feito de barro), e as telhas eram comuns e o piso de assoalho de madeira, esteios e baldrames de aroeira (SIMONE, 2014. p. 16).
Assim, podemos observar como se deu o processo do início da construção da Igreja e vila. Segundo a arquiteta e urbanista, especialista em arte sacra, Iasmine do Couto , o cruzeiro “é a cruz que está marcando o terreno da igreja que vai ser construída”. O dia 11 de maio entrou para a história como o dia de surgimento da cidade, sendo atualmente um feriado municipal.
Esta informação foi retirada do site da Paróquia Nossa Senhora Aparecida.
Simone (2014) colheu vários depoimentos sobre o início da cidade e podemos perceber que o caráter trabalhador do povo era valorizado nas falas, pois a Igreja foi construída por poucas pessoas, em pouco tempo . Segundo Pires (2002), o mestre de obras da Igreja foi o senhor João Batista de Toledo, tendo sido ele também o construtor da casa que se tornou a casa paroquial.
A construção da Igreja terminou em 1923.
Após a construção da Igreja, os fazendeiros fizeram suas casas ao redor da praça e os menos favorecidos construíram suas casas nas imediações. Segundo texto do site oficial da prefeitura de Aparecida de Goiânia, no início do ano de 1932 é inaugurada a primeira casa comercial na cidade, de propriedade do senhor Aarão Augusto de Souza.
Em relação à elevação da cidade, temos:
Em 1936, o Arraial que pertencia a Campinas foi elevado a distrito sede de Goiânia, isto é, pertencente à capital, Goiânia, e passou a se chamar Vila. Já no ano de 1943, o distrito sede se eleva a distrito, vindo a se chamar Goialândia, nome que não foi aceito pela população. Em 1963, o distrito foi emancipado da cidade de Goiânia, passando a ser munícipio com o nome de Aparecida de Goiânia. (SIMONE, 2014. p. 24).
Em novembro de 1963, o deputado estadual Olinto Meireles encaminhou o projeto de Lei nº 748 – AL para criação do município de Aparecida de Goiânia. E, em 14 de novembro de 1963 foi sancionada a Lei nº 4.927 que o criou, sob o governo de Mauro Borges.
O ano de 1980 foi o começo das transformações da cidade e Simone (2014) viu as casas do início do povoado serem destruídas para que fossem construídos supermercados e outros comércios. A ideia de modernidade alcançava a, então, pequena cidade.
É importante conhecer um pouco a história da cidade para entender o processo de construção da igreja e como isso influenciou na formação do povoado e, consequentemente, a criação do município, que hoje é tão importante para o Estado de Goiás.
2.2 INTERVENÇÃO E DIÁLOGO COM PROFESSORAS
Um dos três eixos de atuação da educação patrimonial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ) é a inserção do tema patrimônio cultural na educação formal. Pensando nisso, a motivação da intervenção foi levar os professores para conhecerem a história da construção da cidade e sobre como a Igreja teve uma importância fundamental nesse processo. E assim, em sala de aula, esse conhecimento ser levado ao aluno pelo docente, por meio das metodologias propostas.
Órgão do Ministério da Cultura que tem a missão de preservar o patrimônio cultural brasileiro.
A ação aconteceu no dia 9 de julho de 2014 com cinco professoras da Escola Municipal “O Pequenino” que atuam do 2º ao 5º ano do ensino fundamental I. Primeiro, fomos ao centro da cidade e observamos as construções localizadas em torno da praça, e como o “antigo” estava misturado ao “moderno” . Depois olhamos bem a Igreja e sentamos em alguns bancos que ficam na praça para discutir sobre o processo de sua construção e dos outros prédios que ali se encontram, observando-os e analisando.
Canclini (2000) discute a relação muitas vezes tensa entre a persistência do antigo versus o início do que é moderno. Para ele é preciso analisar a estrutura sociocultural dessas contradições. Vemos isso claro nas demolições das casas antigas e as construções de casas de comércios, grandes redes de lojas e bancos na Praça da Matriz. Isto ficou muito marcado nesta primeira observação com as professoras.
Entendemos que “é preciso considerar o Patrimônio Cultural como tema transversal, interdisciplinar e/ou transdisciplinar, ato essencial ao processo educativo para potencializar o uso dos espaços públicos e comunitários como espaços formativos” (FLORÊNCIO et al., 2014, p. 27), por isso foi fundamental conhecer o local que muitas vezes passamos e não conseguimos perceber como é importante. E nos conteúdos das disciplinas que aplicamos em sala, podemos falar da formação da cidade e história do povo em dois momentos específicos: um próximo ao feriado de 11 de maio, e ao final do ano com o feriado de 14 de novembro .
Além de estar nos planejamentos anuais os temas de História de Aparecida de Goiânia, é importante acrescentar que a secretaria municipal de educação de Aparecida de Goiânia recomenda que se trabalhe as datas comemorativas e o significado delas. Este feriado se refere a Emancipação política da cidade que ocorreu com a sanção da Lei Estadual nº 4927, de 14 novembro de 1963.
No Projeto Político Pedagógico da escola consta o programa “Identidade”, que prevê que a criança constrói suas características sociais e culturais por meio da interação social, e entre os objetivos há dois que nos chamou atenção. O primeiro é sobre conhecer a história de sua vida e de seus antepassados e o segundo diferenciar os vários tipos de família e os membros que a compõem. Assim, podemos relacionar nossa intervenção e justificá-la por meio deste documento da escola, pois poderemos mostrar aos alunos como foi construído o passado deles e da cidade e a importância de se preservar essa memória:
A educação patrimonial consiste em provocar situações de aprendizado sobre o processo cultural e seus produtos e manifestações, que despertem nos alunos o interesse em resolver questões significativas para sua própria vida, pessoal e coletiva (HORTA, 1999, p. 8).
Outro local que deveria ser trabalhado nesta ação era o Museu da Família Melo. Essa família tornou-se importante para o local, pois Tanner de Melo lutou muito para a emancipação política da cidade e guarda muitos registros do seu início. Pertencem à família o “Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Notas”, que se localiza ao lado do Museu .
Foi eleito o primeiro prefeito da cidade, administrando no período de 31/01/1966 a 30/01/1970. (SIMONE, 2014. P. 53).
Rua Abrão Lourenço de Carvalho, 131. Centro - Aparecida de Goiânia.
No entanto, não foi possível fazer a visita ao museu e nem acessar documentos do cartório, pois se encontrava em reforma e, devido a isso, todos os objetos do local foram levados para o museu, que se encontra desativado. Isto é uma perda para os estudos sobre Aparecida de Goiânia, pois o museu é um lugar muito importante para conhecermos um pouco mais sobre a história da cidade e vermos como era a Praça da Matriz em seu início.
2.3 RESULTADOS: METODOLOGIAS PARA TRABALHAR A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NAS AULAS
Entre os diversos pontos discutidos com as professoras, um muito importante refere-se à metodologia para levar nossos alunos a compreenderem o valor do bem patrimonial de Aparecida de Goiânia, bem como aprender a preservá-lo.
Com Silva (2014), concordamos que:
A Educação Patrimonial entendida como uma forma de intervenção social caracteriza-se principalmente por ser estratégica, ou seja, é (são) uma (várias) metodologia(s), que busca(m) sensibilizar os indivíduos de uma determinada localidade para o reconhecimento, valorização e preservação do seu patrimônio cultural (SILVA, 2014).
Assim, elencamos várias formas para trabalhar com os alunos de uma maneira interdisciplinar. Pedi aos alunos que levem para a escola objetos que fazem parte da família há algum tempo. Se não puderem levar, que façam desenhos deles. Então, por meio do diálogo será discutido qual o valor real e sentimental do objeto, podendo assim haver uma fixação e ampliação do conhecimento devido às diversas opiniões sobre ele, bem como a atribuição de valor ao instrumento. Podemos também estimular a percepção dos alunos comparando fotos novas e antigas da cidade. Há diversas fotos da Praça da Matriz e da Igreja de Nossa Senhora Aparecida no início da construção. Eles podem fazer as comparações mesmo com as visões que têm da praça, pois passam por ela diariamente. Esta técnica é interessante, pois os alunos poderão usar a relação Antigo x Moderno e perceber as transformações.
Outra estratégia que eles podem usar ainda com a comparação dos lugares no passado e no presente é fazer entrevistas com seus pais ou avós. Eles poderão fazer perguntas sobre como eram as brincadeiras, quais os lugares que eles mais frequentavam, quais roupas usavam, que músicas ouviam e outras. Assim, em sala, pode ser discutida essa relação da transformação com o tempo e sempre observando as permanências.
Um mapa da cidade a partir da perspectiva deles também pode ser elaborado. Cada aluno poderia fazer um mapa descrevendo o caminho que faz de sua casa até a escola, deixando em evidência lugares que julga importante. Depois podem elaborar um mapa com os pontos importantes para eles, mas que não passam todos os dias. Após isso, pode ser indicada uma pesquisa sobre esses lugares.
A discussão desta metodologia foi muito interessante, pois uma atividade de construção de mapa foi realizada no programa de Especialização Lato Sensu Interdisciplinar em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania, na disciplina de Legislação e Patrimônio Cultural no Brasil. A ação foi intitulada de mapa turístico e deveríamos desenhar o trajeto da nossa casa até o polo que tínhamos as aulas, destacando as imagens de patrimônios e bens culturais. Os alunos também poderão observar os pontos de importância cultural.
79Outra metodologia é a do júri simulado, muito querida entre os alunos. A sala pode ser dividida em duas, e o caso pode ser a demolição das casas antigas que estão ao redor da praça para a construção de um shopping center. Um grupo pode defender por não derrubar as casas e o outro defender o shopping. Assim, ambos teriam que procurar argumentos para suas defesas e reconheceram um pouco mais sobre a importância do local.
Pode ser organizada uma semana para reconhecimento da cultura do município em que os alunos, divididos em grupos, poderão pesquisar sobre comidas típicas, festas e celebrações tradicionais, causos e histórias que a população mais velha conta. Pode ser montado um painel sobre isso, onde todos possam reconhecer um pouco dos costumes da cidade.
Rangel (2005) elenca alguns conceitos que podem ser trabalhados em sala e que ajudariam os alunos a compreenderem melhor a ideia de patrimônio. São essas questões: Você sabe o que é um bem? Quais são os seus bens? E os bens de sua família? Por que eles são importantes? Quais são os objetos mais antigos da sua família? Quando foram comprados ou produzidos? A quem pertenceram e a quem pertencem atualmente? Serviam ou servem para quê? Você sabe o que é cultura? O que seria um bem cultural? Por que eles são importantes? Dê exemplos de bens culturais! Você sabe dizer quais são os bens culturais de sua cidade? O que é patrimônio cultural? O que é tombamento? Quais os bens culturais tombados em sua cidade?
Por meio de todas essas metodologias, e tantas outras que podem ser reinventadas pelas professoras, acreditamos que os alunos poderão se reconhecer e aprender a valorizar e preservar seus bens culturais, pois concordamos com Silva (2014) quando relaciona a educação patrimonial ao conceito de educar de Paulo Freire. Para este, educar é libertar o homem do determinismo, passando a reconhecer o papel no passado, portanto, temos que mostrar aos alunos o passado da cidade que eles moram para que possam, por meio da construção do conhecimento, se identificar com esses elementos.
É importante acrescentar que o trabalho de intervenção já gerou frutos entre as professoras que participaram, pois durante o processo de escolha dos livros didáticos para o ano que vem, elas buscaram identificar, principalmente nos livros de História e Geografia, aqueles que tratavam sobre assuntos da cultura do povo brasileiro e sobre a preservação dos bens culturais. Em muitos momentos, recorreram ao que foi discutido no dia da intervenção e relacionaram os conteúdos apresentados nos livros com as metodologias que foram construídas.
Outro projeto, fruto deste, poderá ser executado em outra escola da rede de Aparecida de Goiânia. Como coordenadora do programa Mais Educação, propus uma exposição fotográfica sobre a cidade, iniciando o olhar no início da construção e expansão da cidade e da Igreja Nossa Senhora Aparecida.
3. CONCLUSÃO
Esta intervenção teve como objetivo construir, com os professores, metodologias e levar aos alunos o conhecimento sobre patrimônio e cultura da cidade de Aparecida de Goiânia. Concordamos que:
80Qualquer que seja a ação implementada ou o projeto proposto, sua execução supõe o empenho em identificar e fortalecer os vínculos das comunidades com o seu Patrimônio Cultural, incentivando a participação social em todas as etapas da preservação dos bens (FLORÊNCIO et al., 2014, p. 21).
Assim, sabemos que esta ação não se encerrou agora e vai dar aos alunos a oportunidade de também conhecerem a história da construção da Praça da Matriz e da Igreja. Desejamos que possa também se estender a outros professores da rede. Mas, nosso objetivo inicial foi atingido, pois as professoras elaboraram as metodologias e vão aplicá-las em sala e elas compreenderam a importância de trabalhar com a história e o patrimônio da cidade.
REFERÊNCIAS
CANCLINI, Nestor García. Culturas híbridas. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2000
FLORÊNCIO, Sônia Rampin et al. Educação patrimonial: histórico, conceitos e processos. Brasília, DF: Iphan/DAF/Cogedip/Ceduc, 2014.
HORTA, Maria de Lourdes Parreiras et al. Guia básico de educação patrimonial. Brasília, DF: IPHAN, Museu Imperial,1999.
OLIVEIRA Vânia Dolores E.; KUNZLER, Josiane. Texto base “Legislação e Patrimônio Cultural no Brasil”. Material didático da Especialização Interdisciplinar em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania. CD. CIAR/UFG:Goiânia, 2014.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA. Disponível em: <http://www.arquidiocesedegoiania.org.br/comunicacao/noticias/arquidiocese/1045-paroquia-nossa-senhora-aparecida.html>. Acesso em: 11 jul. 2015.
PIRES, César de Araújo. Aparecida: de Goiânia ou dela mesma. 2002. Monografia (Bacharel em História)–Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2002.
RANGEL, Carlos Henrique. Atividade para educação patrimonial. 2005 Disponível em: <http://www.iepha.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9 2&Itemid=143>. Acesso em: 11 jul. 2015.
SILVA, Simone Rosa. Texto base “Educação Patrimonial I: ensino formal x ensino não-formal X ensino informal”. Material didático da Especialização Interdisciplinar em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania. CD. CIAR/UFG:Goiânia, 2014.
SILVA, Natália Álvares da Silva e; PEREIRA, Cláudia Lopes. Era uma vez... Por dentro da História. PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM. Por dentro da história: revista de educação patrimonial. ANO 1, n. 1. Contagem, MG: SEDUC, 2009.
SIMONE, Nilda. Um olhar sobre Aparecida – história e cultura. Goiânia: Kelps, 2014.