Diretrizes sobre Inclusão e Acessibilidade

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Ensino remoto para estudantes com deficiência: orientações gerais de acessibilidade

1. Como o Sistema Integrado dos Núcleos de Acessibilidade (SINAce) da UFG tem pensado no Ensino remoto para estudantes com deficiência?

O SINAce, compreendido pelo Núcleo de Acessibilidade de cada regional, apresenta orientações para proporcionar melhores condições às/aos estudantes com deficiência no desenvolvimento de atividades remotas. É importante destacar que todo o trabalho do núcleo está fundamentado na Política de Acessibilidade da UFG e na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI, N°13.146/15). Neste momento de novas vivências metodológicas e grandes desafios, a equipe não perdeu de vista a missão de minimizar e eliminar, quando possível, as barreiras que possam comprometer o desenvolvimento acadêmico de estudantes com deficiência. Por isso, o núcleo está pronto para, lado a lado às unidades acadêmicas, coordenações de curso, docentes e técnicos- administrativos, avançar nas ações da UFG, em uma instituição cada vez mais inclusiva.

2. Como foram elaboradas as orientações de acessibilidade para pessoas com deficiência pelo SINAce da UFG?

As orientações apresentadas advêm de estudos desenvolvidos pela equipe, com base em publicações científicas e informações a respeito do contexto atual dos estudantes com deficiência da UFG. Ao longo desse caminho, foram desenvolvidas pesquisas no intuito de conhecer as necessidades de cada estudante para acesso aos meios digitais; criados grupos de estudos por tipo de deficiência com a equipe pedagógica; buscou-se experiências publicadas a respeito do ensino utilizando tecnologias digitais para pessoas com deficiência e foi ampliado intercâmbio com diferentes núcleos de acessibilidade de instituições públicas para troca de experiências.

Esse intenso percurso gerou um volume grande de informações. No entanto, para torná-lo mais aplicável, buscou-se uma sistematização que contemplasse a maior diversidade de estudantes. Casos específicos e mais complexos sempre serão tratados diretamente entre o núcleo e as equipes dos respectivos cursos. Pela experiência acumulada, acredita-se que as sugestões tornarão as aulas mais acessíveis também para toda a turma, ampliando as possibilidades de aprendizagem para todos (as) estudantes da UFG.

Para melhor organização das informações, as orientações foram agrupadas em práticas de acessibilidade pedagógica e acessibilidade tecnológica com foco nas/nos estudantes com deficiência.

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3. Como proporcionar acessibilidade pedagógica para estudantes com deficiência?

Para proporcionar acessibilidade pedagógica aos estudantes com deficiência deve-se ter em mente que algumas medidas, ainda que requeiram mudança na rotina de planejamento e ministração da aula, são fundamentais para minimizar e, quando possível, eliminar as barreiras para o aprendizado que se manifestam de forma específica.

Em turmas que tenham estudantes com deficiências intelectual, visual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades, se as informações e conteúdo da aula forem apresentados de forma sistematizada potencializará a aprendizagem desse público. Uma estratégia para isso é apresentar no início da aula o roteiro das atividades e ações que serão desenvolvidas no dia, sejam elas síncronas ou assíncronas. E ao final da aula não esquecer de sempre mostrar em forma de tópicos a sequência e a relação dos conteúdos ministrados. Além disso, esse grupo terá um melhor aproveitamento dos momentos síncronos, se tiverem uma alternância entre tempo para desenvolvimento da atividade e intervalos para descanso. Cada docente poderá identificar o melhor tempo de acordo com a sua proposta, mas de forma geral, sugerimos que a cada cinquenta minutos de exposição à tela, seja ofertado um intervalo de ao menos dez minutos.

Outro diferencial será a/o docente concentrar e manter as informações da disciplina sempre em um mesmo local sejam elas em ambiente virtual de aprendizagem, como Moodle Ipê, Google Classroom ou Turma Virtual do Sigaa.

Outra prática docente que tem beneficiado as/os estudantes com deficiência é a disponibilização com a maior antecedência possível de todo material referente à disciplina (planos de aulas, textos, slides, referências etc.) de forma clara e objetiva, para melhor organização da/do estudantes. Essa ação tem o efeito de diminuir ansiedade, irritabilidade e angústia por garantir tempo hábil de familiarização com o conteúdo, eliminando a surpresa do contato inédito com o material no momento da aula, fator que pode desestabilizar um estudante TEA por exemplo.

Os estudantes com baixa visão e cegos se beneficiam e são muito contemplados quando as/os docentes descrevem oralmente todas as suas ações e o conteúdo visual disposto em suas aulas. Exemplos simples e acessíveis: descrever a roupa que está usando no dia e dar informações sobre o espaço físico a sua volta, descrever as figuras, cores, formatos do material utilizado, bem como dos slides, dentre outras.

Ao pensar em acessibilidade aos estudantes com deficiência visual que necessitam da conversão tátil dos materiais, a/o docente precisa enviar ao Laboratório de Acessibilidade Informacional (lai.bc@ufg.br), todo material que deverá ser convertido com a antecedência mínima de dez dias. Esse prazo vai permitir que a/o estudante não fique com material atrasado pois, a conversão tátil requer tempo para organização, impressão em braille ou alto relevo e revisão de todo material por técnicos especializados.

Temos registrado êxito no desempenho das/dos estudantes com deficiência que recebem atendimentos específicos pela(o) docente e/ou monitor(a) de disciplina, para revisão de conteúdo, tirar dúvidas, relatar dificuldades de acesso, compartilhar informações perdidas durante a aula etc. Essa prática é de suma importância para facilitar e apoiar a aprendizagem dos estudantes com necessidades específicas de aprendizado.

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É de direito da/do estudante com deficiência e dever de todos(as) os docentes garantir-lhes a oferta de tempo extra para realização e entrega das atividades acadêmicas, principalmente as de realização simultânea e on-line.

Nas disciplinas nas quais se identifiquem estudantes com deficiência auditiva, usuárias(os) de LIBRAS, deverá ser garantido o suporte de um tradutor/intérprete. Para solicitar esse apoio para interpretação de aulas e materiais, enviar e-mail para interpretes.letras@ufg.br.

4. Como proporcionar acessibilidade tecnológica para estudantes com deficiência?

Para proporcionar a acessibilidade tecnológica para os estudantes com deficiência as/os docentes deverão estar atentos às orientações seguintes.

As disciplinas poderão ser organizadas em atividades síncronas (ocorrem de forma simultânea, nas quais é imprescindível que docente e estudante participem no mesmo instante e no mesmo ambiente - neste caso, virtual) e assíncronas (realizadas em tempos distintos, não é preciso que estudantes e docentes estejam ‘conectados’ ao mesmo tempo). Para as atividades síncronas, por exemplo, aulas expositivas, discussão em chat etc., será importante gravar e disponibilizá-las às/aos estudantes, para que possam rever e estudar quantas vezes forem necessárias, de forma que se amplie o tempo para apreensão das informações. Lembrar de sempre solicitar a permissão de todas(os) participantes para as gravações, caso haja exposição da imagem deles(as). Dessa forma, serão contemplados, principalmente, estudantes que tenham dificuldades para apreensão e registro de informações, sejam elas de ordem intelectual, sensorial (deficiência visual e auditiva) ou motora.

Quando a transmissão da informação for por voz, certifique-se da qualidade do áudio em vídeo-aula e aulas expositivas, pois consiste na principal forma de absorção de informações da pessoa com deficiência visual. Além disso, os vídeos apresentados e disponibilizados às/aos estudantes devem ser legendados, para facilitar a compreensão das pessoas com deficiência auditiva que não se comunicam por meio da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).

Para estudantes que utilizam leitores de tela, é fundamental que, em materiais contendo textos escritos, seja possível selecionar o conteúdo na tela ao passar e segurar o cursor do mouse. Podem ser utilizados os formatos de arquivo DOCX, ODF, TXT ou PDF com recursos OCR. Ainda nesse aspecto, imagens e tabelas devem ser descritas em sequência, evitando-se o uso de legenda e rodapé que não são identificados por todos os softwares.

Na construção de documentos, é necessário configurá-los obedecendo a estrutura de hierarquia de títulos e não utilizar divisão de texto em colunas, porque alguns leitores de tela fazem leitura linear, da esquerda para direita, não lendo colunas e outros conteúdos na página. Em textos digitados, priorizar a escolha de fontes sem serifa, por exemplo: Verdana,Tahoma e Arial.

Atenção aos slides... O design precisa ser limpo, isto é, com pouca variação de cores e intensidade. Evitar o uso de fontes pequenas e priorizar o uso de contraste (exemplo: fundo preto com fontes brancas) vai torná-lo mais acessível e funcional. Uma dica nesse sentido é, na hora da sua apresentação, colocar no modo tela cheia e aproveitar espaços em branco para ampliar as fontes e imagens.

No desenvolvimento das atividades poderão ser utilizadas as plataformas Moodle Ipê, Google Classroom e Turma Virtual do SIGAA. No entanto, para estudantes com deficiência, recomendamos preferencialmente o Moodle Ipê e Google Classroom por conterem uma diversidade maior de recursos de acessibilidade.

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Por fim, há ainda que se considerar o acesso das/dos estudantes da turma à equipamentos, ferramentas e sinal de internet necessários para o desenvolvimento das atividades propostas. Estamos analisando individualmente as/os estudantes que já são acompanhados e realizando as intervenções necessárias, mas podem surgir nesse momento novas demandas de estudantes que não sentiram necessidade de apoio do Núcleo de Acessibilidade nas atividades presenciais. Por isso, caso a/o docente identifique limitações nesses aspectos tecnológicos e pedagógicos em estudantes com deficiência, é importante fazer a solicitação de atendimento via SIGAA (confira o passo a passo em http://acessibilidade.ufg.br/p/20958-apoio-pedagogico) ou e-mail o mais rápido possível para evitar maiores prejuízos no desenvolvimento acadêmico.

O SINAce, através dos Núcleos de Acessibilidade da UFG, está à disposição para troca de experiências, orientações e buscar soluções para os desafios que se apresentarem no contexto das atividades remotas. A seguir nossos canais de comunicação:

Confiram a seguir links de documentos e materiais que podem ser úteis no planejamento das atividades de ensino remotas para pessoas com deficiência:

  1. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) N°13.146/15
  2. Manual de Acessibilidade em Documentos Digitais
  3. Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico
  4. Política de Acessibilidade da UFG
  5. Se Inclui