Unidade 3: Biodiversidade III

Subtema 1: Biologia e Sistemática de Invertebrados

3. Filo Platyhelminthes

Estes animais exibem uma variedade de formas do corpo, mas sempre apresentando um achatamento dorsoventral, o que dá o nome ao grupo. São acelomados, com um parênquima denso entre o intestino e a parede do corpo. Grande parte das espécies é parasita, mas alguns são terrestres e simbiontes. O tamanho varia de menos de 1mm a até vários metros de comprimento (Tênias). Possuem protonefrídeos destinados à excreção e osmorregulação e um intestino incompleto. Não possuem sistema circulatório e trocas gasosas são feitas pela superfície do corpo. Os sistemas reprodutivos são complexos.

A classificação aceita para os platelmintos é a seguinte:

    a) Classe Turbellaria: espécies de vida livre, de 1mm a 50cm de tamanho. O animal que mais representa o grupo é a amplamente conhecida planária. Locomoção por cílios ou muco, onde células glandulares produzem uma proteção contra a dessecação e auxílio em trocas gasosas, além da própria locomoção. Rabditos produzem farta quantidade de muco que pode conter substâncias tóxicas. Boca ventral, sendo a maioria carnívora. Desenvolvimento de protonefrídeos denominados células-flama. São hermafroditas, com fecundação interna. Pode ocorrer reprodução assexuada por fissão. Possuem grande capacidade de regeneração de diversas partes do corpo.

    b) Classe Monogenea: monogêneos. Maioria ectoparasita peixes, causando poucos danos individualmente, mas podendo ser encontrados em grandes populações. Ciclo de vida envolvendo um único hospedeiro. Corpo coberto por tegumento com ventosa oral reduzida ou ausente. Presença de estruturas de fixação como pró-háptor anterior e opisto-háptor posterior com ganchos.

    c) Classe Trematoda: digênios e aspidogástrios. Maioria endoparasita de vertebrados, com 2 ou 3 hospedeiros. Corpo coberto por tegumento e com uma ou mais ventosas, de formato foliáceo. Glândulas para penetração e para produção de cistos. O ciclo de vida compreende as fases de ovo, miracídio, esporocisto, rédia, cercária, metacercária e, por fim, o adulto. Entre os principais representantes estão os causadores da esquistossomose (Schistosoma) e as fascíolas.

    d) Classe Cestoda: cestóides. Exclusivamente endoparasitas, sendo as tênias os representantes mais conhecidos. Corpo coberto com tegumento, maioria com escólex anterior, seguido por um pescoço curto e estróbilo com proglótides. Sem trato digestivo. Causam a cisticercose. Podem incistar na musculatura, no cérebro ou olho.

Possuem estruturas internas sofisticadas e tendência à cefalização, principalmente pelo sistema nervoso. A simetria bilateral também proporcionou o movimento unidirecional e vida ativa. Para os que vivem em água doce foi fundamental o desenvolvimento de protonefrídeos na osmorregulação. Dependem de ambientes úmidos, pois são sensíveis à dessecação.

A reprodução é complexa, com fertilização interna, aumento da produção de vitelo e ovos encapsulados. A maioria apresenta desenvolvimento direto, com jovens eclodindo dos ovos.

Sugestão de aula prática: A obtenção de planárias em lagos é relativamente fácil, e o material pode ser manuseado pelos alunos. É possível observar em lupa estruturas como o ocelo, as aurículas, a faringe e a boca. No caso de parasitas, muitas vezes é possível obtê-los em matadouros, quando estes retiram as vísceras dos animais. Em Schistosoma é possível identificar machos e fêmeas, além do canal ginecóforo. Em tênias, pode-se observar o escólex e seus ganchos, além das proglótides.