Parte II - Unidade II: Helmintos

Unidade II: Helmintos

5. Controle Geo Helmintiase

As parasitoses intestinais têm sido, em geral, negligenciadas nos países endêmicos, uma vez que afeta populações pobres, pouco informadas e com pequeno poder reivindicatório; não possui cobertura ampla dos serviços de saúde ou não estão estes preparados para uma política de saúde preventiva; falta pessoal de saúde em número adequado, suficientemente remunerado e devidamente preparado; geralmente, falta também decisão, nos altos escalões políticos, para enfrentar problemas complexos, caros e sem interesse para os gestores da economia de mercado. Os conhecimentos necessários para o controle de endemias são mais que suficientes para garantir sucesso, caso sejam postos seriamente em prática. Os programas de ação contra essas parasitoses devem ter por objetivo inicial apenas o controle e posteriormente a erradicação (NEVES, 2005; REY, 2003).

O tratamento dos grupos mais afetados inclui apenas as crianças em idade escolar. Por razões logísticas preferem-se os esquemas de tratamento com dose única e via oral. A repetição periódica dos tratamentos é indispensável, visto permanecerem no solo, por muito tempo, os ovos infectantes. Para consolidar os resultados, é necessário mudar o comportamento das populações de modo a reduzir a contaminação do solo e as reinfecções em cada domicílio. Educar as crianças e os adultos implica em habituar-se ao uso constante das instalações sanitárias; a lavar as mãos após defecar, antes de comer ou de preparar alimentos; lavar as frutas e legumes consumidos crus e proteger os alimentos contra as poeiras, os insetos e outros vetores de infecção (STRUNZ et al., 2014).

De acordo com Saldanha (2014), a educação sanitária deve ser trabalhada nas escolas, no sentido de levar o conhecimento tanto aos escolares quanto aos seus responsáveis. Os autores salientam, inclusive, que é de extrema importância que sejam abordadas e discutidas as principais doenças endêmicas na região. Assim, é possível conscientizá-los e orientá-los de modo mais adequado sobre a transmissão das enteroparasitoses e as situações de risco que eles vivem para contraí-las.

A falta de saneamento básico, juntamente com as condições precárias de higiene, pode resultar na contaminação do meio ambiente com as fezes de indivíduos portadores de diversas parasitoses. Deste modo, vários parasitos encontram condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento e, consequentemente, podem alcançar a forma infectante capaz de causar a doença propriamente dita em seus hospedeiros.