Resumo
O presente relatório técnico-científico visa apresentar os procedimentos e os resultados da ação cultural desenvolvida no âmbito do Curso de Especialização Interdisciplinar em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania, e tem por objetivo principal contribuir para a preservação da arte mural goiana, a partir de um olhar sobre os trabalhos desenvolvidos pelos artistas DJ Oliveira e Frei Nazareno Confaloni, que colaboraram para a formação da identidade cultural goiana e, igualmente, para a memória e a história local. Para atingir o objetivo principal dessa ação cultural foi aplicada uma metodologia de caráter educativo patrimonial, fundamentada na pesquisa-ação e em produções bibliográficas. Ademais, realizou-se uma produção audiovisual, reunindo relatos e informações orais sobre a trajetória artística e os trabalhos produzidos por eles e, também, imagens dos murais localizados na cidade de Goiânia. O vídeo será disponibilizado em uma página web que visa reunir informações sobre a arte mural e a produção artística goiana, possibilitando o acesso a um maior número de pessoas a informações sobre a arte mural.
Palavras-chave: Arte Mural; Patrimônio Cultural; DJ Oliveira; Confaloni
Introdução
O presente relatório técnico-científico visa apresentar os procedimentos e os resultados da ação cultural desenvolvida no âmbito do Curso de Especialização Interdisciplinar em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania, que tem como tema a preservação da arte mural goiana a partir de um olhar sobre as obras dos artistas DJ Oliveira e Confaloni, enquanto forma de expressão artística do patrimônio cultural goiano.
O desenvolvimento das artes plásticas no Estado de Goiás iniciou-se basicamente em função da condição em que o estado se encontrava, devido à transferência da capital da Cidade de Goiás para Goiânia. A proposta de transferência da antiga capital foi retomada e efetivada pelo então interventor federal, Pedro Ludovico Teixeira, que objetivava inserir o Estado no contexto político, econômico, social e cultural do Brasil. Essa iniciativa foi reforçada pelo projeto denominado Marcha Para o Oeste, instituído no governo de Getúlio Vargas, que tinha por objetivo acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste.
A transferência da capital foi oficializada em 23 de março de 1937, por meio do Decreto de nº 1.816 (CORREIO OFFICIAL,1937). Em 5 de julho de 1942, aconteceu o Batismo Cultural de Goiânia que “representou para o movimento artístico do nosso Estado um impulso sem precedentes” (MENEZES, 1998, p. 36), dinamizando a vida cultural e possibilitando a construção de espaços voltados para a arte e para a realização de vários eventos culturais.
Segundo Edna Goya (2010, p.2021), os primeiros movimentos culturais foram coordenados por importantes nomes, como José Amaral Neddermeyer, Antônio Henrique Péclat, José Edilberto da Veiga e Jorge Félix de Souza, que juntos fundaram a Sociedade Goiana Pró-Arte de Goiaz, no ano de 1945. É também por iniciativa de alguns de seus fundadores que foram realizadas as primeiras aulas de desenho e pintura, ao ar livre, na Praça Cívica, em frente ao Palácio das Esmeraldas, de acordo com Edna Goya ( 2010, p. 2022).
Página 620Essa primeira experiência de ensino de arte levou Luiz Curado e Gustav Ritter a desenvolver o projeto de uma escola infantil, que associaria a teoria da História da Arte às atividades práticas. Posteriormente, as premissas dessa escola consolidaram-se, por meio da Escola Goiana de Belas Artes (EGBA), fundada em 1952 (GOYA, 2010, p. 2022). Era o início de uma estrutura de ensino de arte em Goiânia, que contou ainda com a participação efetiva de Frei Nazareno Confaloni. Juntamente com os professores da EGBA, ele promoveu uma das maiores exposições de arte realizada no contexto do Primeiro Congresso Nacional de Intelectuais, no ano de 1954, que projetou oficialmente o pensamento artístico e moderno no Estado de Goiás (MENEZES, 1998, p.43-45)
Giuseppe Confaloni, nasceu em Grotte Di Castro, na Itália, em 23 de janeiro de 1917, onde ordenou-se sacerdote na Ordem dos Dominicanos de San Marco, em Florença, passando a ser conhecido por Frei Nazareno Confaloni (SILVEIRA, 2017, p. 129-163). Ainda na Itália, segundo PX Silveira, frequentou a Academia de Belas Artes de Florença e realizou seus primeiros trabalhos em afresco. O pintor, muralista e missionário, Frei Nazareno Confaloni, trouxe para a Cidade de Goiás a técnica do afresco, no ano de 1950, a convite de Dom Cândido Penso. Nessa cidade permaneceu por dois anos, para exercer suas funções de pároco e também para afrescar o teto da Igreja Nossa Senhora do Rosário, onde executou uma série de murais representando os Mistérios do Rosário (SILVEIRA, 2017, p. 129-163). Em 1952, mudou-se para Goiânia, juntando-se aos fundadores da EGBA, onde também passou a ministrar aulas de pintura e desenho, contribuindo para a formação de diversos artistas, como Siron Franco e Ana Maria Pacheco.
É nesse contexto que, no ano de 1956, muda-se para a capital do Estado de Goiás Dirso José de Oliveira, mais conhecido pelo pseudônimo DJ Oliveira. Nascido no ano de 1932, em Bragança Paulista - Estado de São Paulo, aprendeu diversas técnicas e conceitos artísticos ao trabalhar como assistente de pintura de paredes e murais com Florêncio Caruso (GOYA,2006, p.29-30). Também trabalhou com Luciano Maurício, que lhe ensinou métodos de cenografia e o instruiu sobre aspectos da arte moderna (GOYA,2006, p.29-30). Na capital paulista, segundo Edna Goya (2006, p.30), DJ Oliveira expandiu suas atividades artísticas em função do seu convívio com vários grupos de artistas plásticos e artesãos, como o Grupo do Brás e o Grupo Santa Helena.
No ano de 1955, DJ Oliveira desvinculou-se do grupo Santa Helena e em 1956, objetivando melhores oportunidades de trabalho, mudou-se para Goiânia onde .Na cidade, Oliveira abriu seu primeiro ateliê de desenho publicitário e pintura, trabalhando com a elaboração de cartazes, letreiros, decoração de paredes e vitrines. Entre os anos de 1958 e 1961, destacou-se como cenógrafo no Teatro de Emergência, que era dirigido pelo cineasta João Bennio. Por volta desse período, criou o primeiro Ateliê Livre e Coletivo de Pintura Moderna do Estado de Goiás, onde participaram artistas como: Amaury Menezes, Siron Franco, Roosevelt, Iza Costa, Ana Maria Pacheco e outros (GOYA, 2006, p. 31).
Página 621Devido ao reconhecimento do seu trabalho como cenógrafo e cartazista, foi convidado para ensinar na Escola Goiana de Belas Artes, onde contribuiu amplamente para a formação de artistas plásticos goianos ensinando desenho, pintura e gravura. Ambos os artistas contribuíram significativamente para a formação do ensino em artes plásticas no Estado de Goiás, além de terem introduzido na capital novos conceitos, rompendo com métodos antigos de ensino, predominantes até então.
Segundo Gustavo Neiva Coelho (in MENEZES, 1998 p. 36), é a partir da década de 1950 que se instalam em Goiânia novos conceitos de modernidade, provocando mudanças significativas na arquitetura e nas artes plásticas. Para ele, o trabalho conjunto entre arquitetos e artistas plásticos, já desenvolvido em alguns centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, começa a tomar forma em Goiânia, onde muralistas como Frei Nazareno Confaloni e DJ Oliveira começam a divulgar uma nova forma de arte executada nas fachadas das residências, clubes e salões de edifícios públicos, até então completamente desconhecida no Estado de Goiás.
Frei Nazareno Confaloni e DJ Oliveira, além de introduzirem uma nova forma de arte, o mural, e sua divulgação na cidade, também desenvolveram técnicas específicas para a pintura mural e para o afresco. Em seus trabalhos, principalmente nas obras de DJ Oliveira, é comum o uso de azulejos, cerâmica vitrificada e pastilhas. Vera Wilhelm (2011, p.13), recorre ao termo arte mural, por ser mais abrangente e envolver não somente a pintura mural, como também outras técnicas e materiais para execução da arte, que utiliza muro ou parede como suporte. Para a autora a execução desse tipo de arte demonstra:
[...] a vinculação com a estrutura arquitetônica, com as técnicas construtivas e com os elementos de composição, mas principalmente a vinculação com aspectos relacionados aos usos, costumes e modos de viver da sociedade em determinada época da cultura. Portanto, os aspectos iconográficos, assim como a técnica e os materiais acompanham as necessidades das sociedades (WILHELM, 2011, p. 13).
Nessa perspectiva, a arte mural é considerada um bem integrado, por estar vinculada à arquitetura de uma edificação, executada em uma superfície interna ou externa. Contudo, sua vinculação à arquitetura vai além, dado que suas grandes dimensões, seus aspectos construtivos, suas imagens e suas localizações relacionam-se ao espaço urbano circundante e aos modos de viver de uma sociedade. A arte mural é, acima de tudo, uma arte pública e acessível, pautada pela representação social e política, e que simboliza, enquanto expressão artística, a identidade de uma sociedade. Assim, é uma arte que rompe as barreiras da pintura de cavalete e opta pelas paredes e muros, ocupando lugares mais acessíveis ao povo.
Frei Nazareno Confaloni e DJ Oliveira se destacam na produção da arte mural em Goiânia, por serem pioneiros dessa forma de expressão artística, pela técnica apurada e por terem desenvolvido uma quantidade significativa de murais, em diversos locais desta cidade, tendo como tema o povo goiano, os aspectos históricos, sociais e políticos que envolvem a cidade. Segundo PX Silveira (2017, p.39), o primeiro afresco realizado por Frei Nazareno Confaloni, na cidade de Goiânia, no ano de 1953, ficava localizado na antiga loja Eletromecânica, na Avenida Goiás, e tinha como tema a comunicação, que escapava da temática religiosa, mas abordava os aspectos relacionados à modernidade goiana. Segundo o autor, hoje esse trabalho não existe mais.
Página 622No mesmo ano, Confaloni executou o mural “Os Bandeirantes: novos e modernos”, localizado no saguão do prédio da Estação Ferroviária de Goiânia, que apresenta como narrativa o processo de desenvolvimento e expansão do Estado de Goiás, tratado em dois murais. O primeiro mural (Fig.1), representa a relação do homem com a natureza, o trabalho no campo, sem intervenções tecnológicas. Já o outro mural, ilustra a chegada do progresso com os trabalhadores na construção de ferrovias, com maquinários modernos que sintetizam o projeto de comunicação e expansão econômica do Estado (VIGÁRIO, 2013, p.12).
Para PX Silveira, esse é um dos trabalhos mais importantes de Confaloni, que resume sua concepção social:
[...] política – a união de raças (ainda que sob o jugo patronal) em prol de uma política social; Economia – a relação homem/trabalho nas oportunidades criadas pela demanda do progresso; Ideal – a construção – a partir da natureza – de uma vida melhor, que é o clima de toda a obra (SILVEIRA, 2017, p.46).
Outros murais foram desenvolvidos por Confaloni na Cidade de Goiânia, abordando temáticas diversas, vinculadas a temas sociais e religiosos, como por exemplo: o afresco realizado em 1961, na Centrais Elétricas de Goiás (CELG), atual Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (SEDUCE), que descreve as conquistas alcançadas pelo progresso, através de uma linguagem que faz referência às águas e ao uso da energia elétrica. No ano subsequente, Confaloni executa um afresco no antigo Saguão do Aeroporto Santa Genoveva, sobre o tema da aviação, que atualmente não existe mais. O afresco da Igreja São Judas Tadeu foi realizado em 1966 e retrata Cristo crucificado, Nossa Senhora com o menino Jesus no braço e São Judas Tadeu. Em 1967, realizou o afresco localizado no Clube de Futebol do Atlético Goianiense, destruído na década de 1970 após o prédio passar por uma reforma (SILVEIRA, 2017, p.144).
A obra do artista Frei Nazareno Confaloni, retrata os aspectos sociais imersos na formação do Estado de Goiás, evidenciando a realidade que o rodeava enquanto missionário e artista. Segundo Dayalis Perdomo sua obra “[...] fala do sofrimento do homem, porém, esse sofrimento é um sofrimento concreto, é o sofrimento do homem comum, pobre, rural, camponês, índio, negro, mestiço, deslocado na árida paisagem do sertão, pelos caminhos do cerrado do Centro-Oeste do Brasil” (PERDOMO, 2017, p. 57).
O aspecto social e político é intrínseco às obras de DJ Oliveira. Edna Goya (2009, p. 3253), ao analisar o processo criativo do artista, considera importante ressaltar que, apesar dele ser visto como um artista moderno, se mostra contemporâneo, sintonizado com o seu tempo, ao denunciar pela obra as questões políticas e sociais da época. Para ela, o conhecimento e a experiência adquiridos na cultura, na cidade e no convívio com o povo goiano, se manifestam, se entrelaçam e se materializam no processo de criação do artista.
Página 623Os primeiros murais desenvolvidos por DJ Oliveira foram realizados no final da década de 1950. Em 1957, realiza um mural na residência do médico Omar Carneiro. Em 1958, executa o mural na fachada de uma residência na Rua 9A, no Setor Aeroporto, cujo tema retrata crianças brincando. No mesmo ano realiza um mural na Churrascaria Kabanas, no centro da cidade, na Avenida Goiás, hoje não existe mais (MENEZES, 2014, p. 23).
Posteriormente, na década de 1960, sua produção aumenta significativamente, e são executados diversos murais. Em 1964, realiza o mural da antiga Agência Banco Amazônia S.A, que representa a economia da Amazônia, evidenciando o trabalho árduo do homem. Em 1965, executa o mural do ginásio de esportes da Universidade Católica de Goiás, atual Área 1 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO), realizado em1965. No ano seguinte, realiza o mural localizado na fachada do Restaurante Universitário da Universidade Federal de Goiás (UFG), composto por seis cenas. Uma retrata a economia do Estado de Goiás e as outras representam meninos brincando, sendo as brincadeiras infantis uma referência às várias áreas do conhecimento (Direito, Medicina, Arquitetura, Engenharia, Artes e Filosofia).
Outros importantes murais de DJ Oliveira foram realizados entre as décadas de 1960 e 1980, na cidade de Goiânia. Em 1967, executa no hall social do Clube Jaó um mural “Amanhecer em Goiás” em cerâmica vitrificada. Em 1967, realiza outro mural em cerâmica vitrificada, na residência da Sáida Cunha e Marcos Roriz. No ano seguinte, executa um mural no salão de festas do Clube Antônio Ferreira Pacheco, cujo tema retrata a ação do homem trabalhador do campo e da cidade.
Em 1983, um dos seus mais importantes trabalhos, o mural no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, denominado “O Sonho de Dom Bosco” (Fig.2), realizado na fachada do edifício que está situado em frente à Praça Germano Roriz, no Setor Sul, cujo tema retrata Dom Bosco, o responsável pela fundação da Ordem dos Salesianos. O mural se deteriorou com o passar dos anos, em virtude da ação do tempo, e foi reconstruído pelo próprio artista com a técnica da cerâmica vitrificada no ano de 1995, (WILHELM apud AQUINO,2012 p.700).
DJ Oliveira realizou ainda o mural seu último mural “Os garimpeiros”, no ano de 2005, no Hotel Serra de Goyaz, na Avenida Paranaíba, Setor Central de Goiânia.
Os murais executados por Frei Nazareno Confaloni e DJ Oliveira, estão expostos em diversos locais da cidade, em áreas externas e internas de prédios públicos e privados; igrejas; escolas; universidades; clubes; bancos; prédios comerciais e residências. Algumas obras são mais acessíveis ao público e outras são mais restritas, pois se encontram em espaços privados.
Alguns desses murais foram completamente destruídos pela degradação natural do tempo e pela ação humana. Outros, encontram-se em estado de degradação avançado, como é o caso do mural localizado em uma residência na Alameda Botafogo, no Setor Central, do artista Confaloni; e os murais do artista DJ Oliveira, localizados na fachada do edifício do restaurante da UFG, tombado pelo poder público Estadual e Municipal, e o do ginásio de esportes da PUC/GO, que já perdeu grande parte da camada pictórica, além de possuir manchas escuras de mofo, rachaduras e perda da base de preparação.
Página 624Dessa forma, a opção pelo tema da arte mural parte da preocupação com a preservação das obras produzidas por esses dois mestres do modernismo goiano, que têm sido constantemente danificadas, deterioradas e/ou completamente destruídas em virtude do abandono e do descaso com o patrimônio cultural. Sabe-se que a preservação do patrimônio cultural é sempre um ato político e social, fruto de uma seleção, que envolve uma série de ações e medidas para manter a integridade física e o significado de um bem, visando salvaguardar e assegurar sua acessibilidade às gerações atuais e futuras. Todavia, a preservação patrimonial está relacionada ao comportamento individual e/ou coletivo do homem frente ao seu patrimônio, numa busca constante para que, a partir dessa relação, o patrimônio seja transformado em herança e contribua para a construção das identidades (BRUNO, 1996, p.16).
Essa relação é extremamente importante para a preservação do patrimônio cultural de uma sociedade, uma vez que são fontes insubstituíveis de conhecimento, de história e de memória. Ademais, conforme Michael Pollak a memória é “um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, na medida que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo [...]” (POLLAK, 1992, p.204).
Para Vera Wilhelm, “a comunidade é um importante elemento de sustentação das ações de preservação e conservação, sem sua participação nas atividades o ciclo se torna obsoleto e retorna-se ao mesmo problema de descontinuidade e perda [...]” (2011, p. 174). Justamente para evitar a perda do patrimônio cultural e possibilitar sua apropriação/ressignificação pela sociedade que a Constituição Federal do Brasil de 1988, no art. 216, parágrafo primeiro, determina que “O Poder Público, com a colaboração da sociedade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação” (BRASIL, 1988, p. 20).
Do mesmo modo, no parágrafo quarto, é estabelecido que “os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei” (BRASIL, 1988, p. 20). No entanto, sabemos que a aplicação de leis e normas, assim como o próprio ato de tombamento, não são suficientes para garantir a preservação definitiva do patrimônio cultural, impedindo a sua deterioração e destruição, bem como para propiciar a sua utilização efetiva pela sociedade. É preciso pensar além desses preceitos, por vezes já estabelecidos, e assegurar um processo permanente e sistemático centrado na educação, na comunicação e difusão do patrimônio cultural. Ou seja, para que a preservação do patrimônio cultural aconteça de forma efetiva, é fundamental que os cidadãos conheçam suas próprias referências culturais e se apropriem com efeito delas, propondo discussões, atribuindo novos sentidos e significados, que possibilitem sua proteção para as gerações futuras (HORTA, 1999, p. 4).
Página 625Assim, o projeto de ação cultural relacionado à arte mural, teve como objetivo principal a preservação da arte mural produzida na cidade de Goiânia, a partir de um olhar sobre os trabalhos desenvolvidos pelos artistas precursores do modernismo Goiano, DJ Oliveira e Confaloni. Ademais, pretendia colaborar para a formação de uma consciência crítica acerca da importância da preservação desse patrimônio cultural, por meio da comunicação e difusão de um vídeo, que reuniria informações e relatos de memórias e histórias desses artistas, coletadas por meio de entrevistas realizadas com pessoas da comunidade goianiense. De outro modo, buscou realizar um levantamento para identificar a atual situação dos trabalhos em murais dos artistas pesquisados.
Para alcançar os objetivos dessa ação cultural, foi aplicada uma metodologia de caráter educativo-patrimonial, fundamentada na pesquisa-ação e em produções bibliográficas sobre preservação, patrimônio cultural, arte mural e sobre DJ Oliveira e Frei Nazareno Confaloni. Conforme Michel Thiollent, a pesquisa-ação:
É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (p. 16, 2007).
Dessa forma, realizou-se uma produção audiovisual, reunindo relatos e informações orais sobre a trajetória artística e os trabalhos produzidos por DJ Oliveira e Frei Nazareno Confaloni, e também imagens dos murais localizados na cidade de Goiânia, para contribuir com a preservação da arte mural desta cidade, e por conseguinte, com a salvaguarda da memória e história local. O vídeo será disponibilizado em uma página web que visa reunir informações sobre a arte mural e a produção artística goiana, com foco no mapeamento dos trabalhos em arte mural localizados na cidade de Goiânia, possibilitando o acesso a um maior número de pessoas a informações sobre a arte mural.
Assim sendo, compreende-se que a ação cultural desenvolvida é de suma importância para a sociedade, visto que a preservação da arte mural está relacionada com nossas heranças culturais concebidas a partir da relação do homem com o meio em que vive. Preservar as referências culturais goianas significa também preservar a sua história, memória e identidade, através da qual se constrói o sentimento de pertencimento.
Desenvolvimento
PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
A princípio, para o desenvolvimento dessa ação cultural foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica sobre o tema proposto e sobre assuntos correlatos, a partir da análise de teses, artigos científicos, livros, catálogos e dicionários artísticos, que possibilitou reunir informações e dados para a estruturação e produção do vídeo.
Foi elaborado um roteiro para a gravação das entrevistas e para a filmagem dos murais com a definição dos participantes, a sequência de cenas para a gravação das entrevistas, a estruturação das perguntas, a duração de cada depoimento, os planos de filmagem e cenários. O roteiro reuniu ainda a relação dos murais para filmagem.
Página 626Para a gravação das entrevistas foi delineado o perfil dos participantes, identificando quantos e quem seriam eles, dentro do contexto de interesse da pesquisa. Assim, foram convidados para participar pessoas que tinham uma relação afetiva com artistas pesquisados e com a cidade de Goiânia. Foram entrevistados Amaury Menezes (Fig.3) artista plástico, professor da Escola Goiana de Belas Artes, colega de profissão e amigo de DJ Oliveira e Confaloni; Sáida Cunha (Fig.4), artista plástica, professora da Faculdade de Artes e Arquitetura da PUC/GO, aluna e amiga dos artistas; e também Edna Goya (Fig.5), professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG, exímia pesquisadora da obra do artista DJ Oliveira, com quem pôde conviver.
Para as entrevistas, foi construído um roteiro semi-estruturado com perguntas abertas que permitiam aos entrevistados discorrer sobre o tema proposto, sem se perderem do assunto central. A intenção era reunir o máximo de informações e dados sobre a história, a trajetória artística, as técnicas e os materiais aplicados por DJ Oliveira e Confaloni no desenvolvimento dos murais. Buscamos também registrar a opinião de cada um dos entrevistados sobre a importância dos trabalhos desses artistas e sobre a preservação da arte mural goiana.
O roteiro reuniu um conjunto de perguntas previamente definidas, mas estava condicionado a um contexto semelhante ao de uma conversa informal, para deixar os participantes mais confortáveis para discorrer sobre o assunto. Eles foram incentivados a mostrar livros, publicações acadêmicas, objetos e imagens que remetiam ao assunto e os auxiliavam a ilustrar a fala. Ademais, foi realizado um levantamento dos murais desenvolvidos pelos artistas na cidade de Goiânia, objetivando a visita técnica in loco para reunir o registro imagético e verificar o estado de conservação de cada um.
Para que a ação fosse viabilizada foi necessário produzir documentos como: Carta de Apresentação, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Autorização de uso de Imagem, Voz e Opinião dos participantes, visto que se trata de uma produção audiovisual.
No primeiro momento, algumas dificuldades inviabilizaram a autorização de entrada nos espaços para realizar as filmagens dos murais. Também surgiram problemas para conseguir agendar entrevistas com todos os participantes, principalmente por conta dos horários de trabalho e compromissos pessoais de cada um. Outros contratempos também prejudicaram a realização das atividades nas datas previstas.
A segunda etapa da ação cultural consistiu no desenvolvimento das gravações das entrevistas, que foram realizadas nas residências dos entrevistados. A dificuldade maior dessa parte foi conseguir gravar todas as perguntas dentro de um tempo razoável para não cansá-los e, ao mesmo tempo, conseguir reunir todas informações que fazem parte do repertório da história e memória de cada um.
Também foram produzidas filmagens dos murais identificados no levantamento como, por exemplo, no salão de festas do SESI Clube Antônio Ferreira Pacheco, no hall do Condomínio Residencial DJ Oliveira, na fachada do Edifício Pequeno Hans, na fachada de uma residência na Alameda Botafogo, no hall de entrada do edifício da SEDUCE e em outros lugares.
Página 627A produção do vídeo não contou com a captação de recursos, apoio ou patrocínio, sendo realizada de forma independente e colaborativa. A equipe da produção do vídeo contou com a participação da autora desta ação na roteirização, direção e produção; com Daniela Soares na direção de arte, edição e montagem; e com Gilson Andrade na filmagem e operação dos equipamentos.
Para as gravações foram utilizados equipamentos de audiovisual como: câmera fotográfica profissional com processador de vídeo Full HD e áudio mono auricular; smartphone com câmera de alta resolução e tripés, que possibilitaram gravar com qualidade as imagens. A opção pelo uso de duas câmeras foi feita pela possibilidade de reunir ângulos e planos distintos de um mesmo entrevistado, e também para subsidiar a escolha das cenas. O enquadramento escolhido para as filmagens levou em consideração o plano, a altura e o lado do ângulo, corfome Carlos Gerbase, 2012. Assim, utilizou-se para as filmagens:
- Plano conjunto com ângulo visual aberto, enquadrando os entrevistados, que estavam sentados, dos joelhos para cima (estilo do plano americano). A câmera revelou uma parte do ambiente à sua frente, mas os entrevistados ocupavam um espaço relativamente maior na tela, usando também a regra dos três terços, conforme imagem a seguir (Fig.6)
- Plano americano com ângulo visual aberto enquadrando a entrevistada dos joelhos para cima. A câmera revelou uma parte do ambiente à sua frente, mas a entrevistada ocupava um espaço relativamente maior na tela, como imagem a seguir (Fig.7)...
- Primeiro plano ou plano fechado, com angulação frontal, enquadrando a entrevistada do peito para cima ou em Close-up, conforme imagem a seguir (Fig.8).
- Plano geral com ângulo visual aberto, onde câmera revela o mural à sua frente, como na imagem a seguir (Fig.9).
As cenas selecionadas ilustram a fala dos entrevistados, de acordo com a narrativa proposta pelo roteiro, possibilitando ao espectador entender um pouco da história dos artistas DJ Oliveira e Confaloni e sobre a arte mural desenvolvida por eles na cidade de Goiânia. Alguns takes foram selecionados para ilustrar a fala dos entrevistados, mantendo a fluidez e o ritmo contínuo da produção.
A última ação prevista, envolveu a edição do material audiovisual escolhido e sua inserção na página web, para a difusão das informações sobre o tema abordado. Foram captados aproximadamente 300 minutos de imagem bruta e som. Com todas as gravações realizadas, iniciou-se o processo de edição, com a seleção, organização e ajuste dos planos do vídeo; seguidos da mixagem de som, correção da cor e inserção dos créditos e da legenda. O vídeo foi editado em um formato compatível com a página web, onde foi vinculado. O intuito do projeto é disponibilizar conteúdo e informação, de forma clara, sobre arte mural, proporcionando que o público conheça os artistas e seus trabalhos.
DESCRIÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA
As entrevistas com os participantes mencionados foram realizadas em ambientes particulares e tiveram como espaço físico a residência dos mesmos. A ideia era que os participantes ficassem mais confortáveis para discorrer sobre o assunto. Já as filmagens dos murais foram realizadas em ambientes particulares e públicos.
Página 628A primeira entrevista foi realizada com Sáida Cunha e Amaury Menezes, na casa dela, onde existe um mural do artista DJ Oliveira. Eles optaram por realizar a gravação juntos, de forma que um pudesse completar as informações e comentários do outro. Em um segundo momento foi produzida a entrevista com a professora Edna Goya, tendo como local para gravação a sala da sua residência.
As cenas propostas levaram em consideração as entrevistas e as imagens dos murais, de forma a contemplar as informações sobre os artistas e a opinião dos participantes sobre a importância da preservação da arte mural goiana. Houve a opção pela palavra, pela oralidade daqueles que participaram da vida dos artistas, que se faz extremamente necessária no vídeo para fornecer às pessoas informações que as façam compreender a importância da preservação das referências culturais de Goiânia.
O viés educativo perpassa pelas cenas escolhidas, no intuito de fornecer informações às pessoas sobre os artistas aqui pesquisados e sobre a arte mural, de forma que elas possam refletir sobre o assunto e construir uma opinião própria a acerca da preservação da arte mural, embasada no depoimento dos entrevistados e na realidade desse patrimônio cultural. Uma das cenas priorizadas no vídeo (Fig.10), mostra a artista Sáida Cunha, sentada ao lado de Amaury Menezes, falando da importância da arte mural produzida por DJ Oliveira na cidade de Goiânia. Segundo ela:
São obras monumentais que permanecem e contam uma história. [...] Normalmente a pessoa não considera a paisagem [como a dos murais] como uma obra, assim, importante socialmente. Ela é fundamental para contar uma história. Ela narra a história de uma cidade, de um momento de uma época de um período (CUNHA, Sáida. Trecho da entrevista concedida a pesquisadora Werydianna Marques, Goiânia, 2018).
Em outra cena (Fig.11), a professora Edna Goya, fala que podemos contribuir para preservação da arte mural em Goiânia, com “educação para frequentação, para o consumo da arte e da cultura” (GOYA, Edna. Trecho da entrevista concedida a pesquisadora Werydianna Marques, Goiânia, 2018), sendo esse um começo para conseguir salvaguardar o patrimônio cultural para as futuras gerações.
O processo de educação é deve e primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, reunindo agentes públicos, agentes culturais e a comunidade na formulação, implantação e execução de ações e políticas públicas que possibilitem a preservação do patrimônio, conforme Florêncio (et al. 2014, p.19). Os murais produzidos por Confaloni e DJ Oliveira, não são tão divulgados, principalmente aqueles que se encontram em locais internos das edificações como, por exemplo, o mural localizado na SEDUCE (Fig.13). Nesse sentido, buscou-se realizar a filmagem de todos os murais, para compor o vídeo e possibilitar uma maior divulgação dos trabalhos realizados pelos artistas.
No processo de filmagem dos murais foi possível notar que a maioria dos espaços filmados possui uma grande circulação de pessoas. No entanto, percebeu- se que elas não param para observar os murais ou, ainda, não sabem do que se trata ou o que representam. Nesse sentido, é importante desenvolver ações voltadas para a educação, comunicação e difusão do patrimônio cultural, de modo que as pessoas possam conhecer, interagir, refletir, propor discussões e novos significados para as referências culturais de sua cidade.
Página 629Considerações Finais
A ação cultural, dentro do que objetivamos nesta pesquisa, teve a preservação da arte mural como tema e perpassou ainda pelas ideias de participação e envolvimento da comunidade, num sentido de reconhecimento das suas referências culturais, para contribuir com a salvaguarda da memória e história da cidade de Goiânia. O envolvimento da comunidade na preservação do patrimônio cultural é sempre um grande desafio para as organizações, instituições e para os agentes públicos e culturais que lidam com os testemunhos tangíveis e intangíveis da cultura humana. No entanto, a perda do patrimônio cultural implica em prejuízos expressivos para a memória e para a história de uma sociedade.
O levantamento para esta ação cultural identificou vinte e cinco murais produzidos por Frei Nazareno Confaloni e DJ Oliveira, somente na cidade de Goiânia. Destes, pelo menos três não existem mais e outros três estão em estado de degradação avançado, correndo o risco de serem completamente destruídos.
Da mesma forma, outras referências culturais da cidade de Goiânia apresentam problemas de conservação ou foram completamente destruídas pelo abandono e descaso com o patrimônio cultural. Não é incomum encontrarmos monumentos vandalizados, casas históricas abandonadas, edifícios em arquitetura Art Déco completamente deteriorados ou descaracterizados pela exploração comercial, entre outros bens culturais que se encontram em processo de degradação. Diante disso, ações como essa, que visam colaborar com a preservação do patrimônio cultural goiano, precisam ser desenvolvidas para garantir o acesso de todos os cidadãos às referências culturais da cidade. Aliás, a comunicação e difusão do patrimônio cultural são fatores imprescindíveis para garantir sua preservação.
Nesse sentido, esse trabalho faz parte de outro desdobramento, que inclui o desenvolvimento de uma página web, que reunirá informações sobre a arte mural e a produção artística goiana, com foco no mapeamento dos trabalhos em arte mural localizados na cidade. A página, elaborada pela museóloga Daniela Soares, será um instrumento mais acessível de informação, pesquisa e comunicação da arte mural goiana para a população que tenha acesso à internet.
É importante ressaltar que a arte mural desenvolvida por Confaloni e DJ Oliveira não se restringiu à capital do Estado de Goiás. Confaloni, por exemplo, executou uma série de murais na Igreja de Araraquara, Diocese de São Carlos, cidade do Estado de São Paulo. DJ Oliveira, por sua vez, realizou murais na sede do Tribunal de Contas da União do Estado do Tocantins e no Palácio do Governo do Estado, na cidade de Palmas; também tem murais em Quirinópolis, Luziânia e Pirenópolis.
A produção artística de Confaloni e DJ Oliveira vai além da arte mural. Eles produziram uma quantidade expressiva de obras de arte, com técnicas diversificadas que permeiam a pintura, o desenho e a gravura. Realizaram diversas exposições individuais e coletivas, e suas obras estão espalhadas por diversas instituições museológicas e com colecionadores particulares.
Página 630A ação cultural desenvolvida objetivou contribuir com a preservação dos murais realizados por esses importantes artistas. Buscou também colaborar para a produção de material de pesquisa sobre arte mural e sobre os artistas goianos aqui estudados. Acima de tudo, espera-se que com este trabalho a arte mural produzida por Frei Nazareno Confaloni e DJ Oliveira seja lembrada, valorizada e preservada por toda a comunidade goianiense, já que é uma forma de expressão tão próxima do público e que marca a história artística e cultural goiana.
FICHA TÉCNICA DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
Título da Obra: Preservação da Arte Mural Goiana: as obras dos artistas DJ Oliveira e Confaloni como forma de expressão artística do patrimônio cultural goiano.
Duração: 27 minutos
Ano de Produção: 2018
País\Estado\Cidade: Brasil, Estado de Goiás, Goiânia.
Formato: vídeo
Trilha sonora: Danny Boy “Guitar Arrangement Instrumental”
Edição (sistema/software): Adobe Premiere Pro
Página Web: https://artemuralgoiania.wixsite.com/mapeamentocultural
Direção/Produção e Roteirização
Werydianna Marques
Direção/Edição/Montagem
Daniela Soares
Edição Final
Andréia Barra
Filmagem
Daniela Soares
Gilson de Andrade
Entrevistados
Amaury Menezes Edna Goya
Sáida Cunha Soares
Espaços e Instituições
Clube Jaó
Condomínio Residencial DJ Oliveira
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás – CREA/GO
Edifício Pequeno Hans
Estação Ferroviária de Goiânia
Igreja São Judas Tadeu - Ordem Dominicana
Instituto Maria Auxiliadora - Rede Salesiana do Brasil Laboratório Biocito Ltda
Museu de Arte Contemporânea de Goiás
Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Residência Sáida Cunha
Residência na Alameda Botafogo
Savan Calçados
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte
SESI Clube Antônio Ferreira Pacheco
Universidade Federal de Goiás
Locações
Ateliê Amaury Menezes
Residência Sáida Cunha
Residência Edna Goya
Imagens
Amaury Menezes
Daniela Soares
Jarbas Silva Marques Vera Wilhelm
Werydianna Marques
Agradecimentos
Amaury Menezes, Sáida Cunha, Edna Goya, Vera Wilhelm, Daniela Soares, Andréia Barra, Elaine Barra, Linneu Barra, Gilson Andrade, Felippe Monteiro, Anna Clara Almeida, Isadora Seabra Rocha, Diego Bueno, Deradier Declan, Doris Costa, Clube Jaó, Residencial DJ Oliveira, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás - CREA/GO, Edifício Pequeno Hans, Estação Ferroviária de Goiânia, Igreja São Judas Tadeu, Instituto Maria Auxiliadora - Rede Salesiana do Brasil, Laboratório Biocito, Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Savan Calçados, Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte, SESI Clube Antônio Ferreira Pacheco, Universidade Federal de Goiás.
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THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2007. (Capítulos 1, 2 e 3).
Entrevistas
CUNHA, Sáida. Entrevista concedida à pesquisadora Werydianna Priscila de Almeida Marques, Goiânia - Goiás. 20 de jul. 2018.
GOYA, Edna. Entrevista concedida à pesquisadora Werydianna Priscila de Almeida Marques, Goiânia - Goiás. 30 de ago. 2018.
MENEZES, Amaury. Entrevista concedida à pesquisadora Werydianna Priscila de Almeida Marques, Goiânia -Goiás. 20 de jul.2018.