Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania Propostas, Práticas e Ações Dialógicas

Projeto Ver o Museu na Melhor Idade: a democratização do museu através da participação cultural do idoso

Página 561

Resumo

A exploração temática da ausência dos idosos no universo dos museus é a ancoragem deste relatório técnico-científico. Abordando políticas de inclusão sociocultural e conceitos de teóricos que versam sobre o museu como potencial para espaço democrático e educativo, traço uma linha de pensamento acerca da função social desses espaços e a responsabilidade dos profissionais de museu no desenvolvimento de uma museografia inclusiva, que torne-o mais acessível, levando-se em conta a definição de acessibilidade universal. A ação intervencionista desenvolveu-se através de três ações culturais aplicadas no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC/GO), junto à comunidade de idosos da Associação de idosos do Brasil, Goiânia, utilizando metodologias como a pesquisa de si, pesquisa participativa e educação patrimonial, tendo por meta o conhecimento e compreensão do idoso a fim de legitimar sua apropriação cultural do museu enquanto patrimônio (o museu e seus bens culturais, materiais e imateriais/subjetivos). A viabilização da participação cultural do idoso decorreu-se de contato/convite e procedimentos organizados, como oferta do transporte e ações educativas que atendiam às necessidades cognitivas da idade avançada, proporcionando possibilidades de vivência social e cultural democráticas.

Palavras-chave: Inclusão; Democracia; Idosos; Museu.

Introdução

Procurando os fios de cabelos brancos…

(VILELA, 2018)

Este relatório técnico-científico trata-se de pesquisa e prática envolvendo os idosos como visitantes de museu. Relata três ações culturais (ocorridas nos dias 18 de outubro, 12 de dezembro de 2017 e 19 de outubro de 2018) em visitas a diferentes exposições ocorridas no MAC - Museu de Arte Contemporânea de Goiás, em Goiânia, voltadas a idosos, visando a integração deste público nas atividades do MAC. Esta ação, nomeada “Ver o Museu na Melhor Idade - a participação cultural do idoso em museus” originou-se por solicitação da diretora do MAC, Márcia Pires, e desenvolvida por mim enquanto arte educadora da Ação Educativa do MAC, como instrumento de inclusão social. Ponderamos os idosos como público potencial de museus e a ausência desses com relação a seu direito de participação cultural, em interação com a sociedade.

Foi, assim, aplicado um plano piloto direcionado à Associação dos Idosos do Brasil (AIB), sede Goiânia, visando promover o aprendizado e preparo da equipe do museu para a expansão do atendimento a grupos da terceira idade. Desta forma, foi possível refletir e atuar acerca da democratização do museu, traduzida como acesso e participação social e cultural do idoso, colaborando para o desenvolvimento do hábito do consumo cultural voltado a museus através da experiência de visitação ao MAC. Como educadora, vejo o museu como um território onde a inclusão, “para qualquer um e em qualquer fase da vida (de forma permanente ou temporária)” (ARAÚJO, 2016, p. 30), enquanto sinônimo de democracia é possível, onde as complexidades e dinâmicas da diversidade e identidade humanas e, ou identificações do indivíduo, e sua relação com as referências culturais diversas e suas interpretações, podem se manifestar sem discriminações.

Para Gabriela Aidar (2002, p. 60), trabalhar com vistas à inclusão social pode oferecer aos museus a oportunidade de refletir sobre práticas estabelecidas, ou de se repensar como instituições públicas. Ademais, também é papel do museu suscitar nos indivíduos reflexões sobre a valorização de um patrimônio, “considerando-se a própria natureza da organização museográfica como empresa de mediação entre um patrimônio e as pessoas que a ele têm direito de acesso” (EIDELMAN, et al. 2004, p. 34).

Página 562

Ainda como meta da ação cultural, considerei alavancar ponderações e reflexões sobre a ausência da participação cultural do idoso através da comunicação da experiência do MAC, por meio de carta aberta e veiculação do projeto a outros museus da cidade, público visitante ou não, órgãos públicos voltados a políticas culturais e sociedade em geral. A carta aberta irá, primordialmente, sugerir aos demais museus de Goiânia a criação do Dia do Idoso no Museu, um dia por mês voltado para receber os idosos e propiciar atividades cunhadas para eles.

Deveras, almejo com esse relatório contribuir para a conscientização da sociedade goiana para a causa dos direitos de cidadania do idoso e o respeito e fomentos necessários no atendimento das instituições culturais à “condição de idade do idoso”. Diante do processo de envelhecimento da população, faz-se necessário que a museologia repense suas práticas e recursos dispostos a esse público.

A procura cada vez maior dessa ação interventiva demonstra o interesse de um segmento da população que precisa apenas de informação e oportunidades para estarem presentes em atividades culturais, pois importa para “o envelhecimento sadio um engajamento ativo com a vida por meio de relações sociais significativas e produtivas”. (ROWE; KAHN, 1987; 1998).

Desenvolvimento

Democracia, Inclusão e Educação

Como democratizar e proporcionar perspectivas de apropriação de um bem cultural senão promovendo a experiência e o contato do cidadão com a identidade do patrimônio cultural através de atividades educacionais? Segundo Maria de Lourdes Parreira Horta (1999, p. 4) o contato direto do indivíduo com os bens e fenômenos culturais é vital para desenvolver a autoestima das comunidades pois, assim, se desenvolve um processo de conhecimento, reconhecimento e valorização do patrimônio cultural que cotidianamente permeia suas vidas e desenha sua história. Esse processo é desencadeado através da educação patrimonial, seja ela formal ou não formal. O museu é uma instituição de grande potência em direção ao empoderamento do ser humano enquanto cidadão, posto que ancora e guarda memórias coletivas, sendo instrumento de produção e disseminação de saber através da educação não formal.

A educação é uma das funções centrais do museu (...) O objetivo da educação em museus, assim como da educação em sentido amplo, é oferecer possibilidades para a comunicação, a informação, o aprendizado, a relação dialética e dialógica educando/educador, a construção da cidadania e o entendimento do que seja identidade (STUDART, 2004, p. 143).

É missão social do museu alcançar os cidadãos, promovendo a participação comunitária “a serviço da sociedade, por ser parte da formação da consciência das comunidades, contribuindo para levá-las a ação” (ICOM-UNESCO, Santiago do Chile, 1972. Tradução nossa). Todavia, contrariando a função social e a potencialidade da instituição museu em promover integração, este reverbera no cotidiano da sociedade situações de exclusão. Não existem projetos de disseminação de informação para promover o acesso de minorias, como públicos não alcançados, que promovam de forma substancial e de cunho permanente a integração de cidadãos da melhor idade em museus como espaço comunitário. As instituições devem atentar-se para a observação dos elementos políticos e culturais de sua realidade que podem influenciar na exclusão, ou inclusão dos indivíduos idosos.

Página 563

(...) O acesso é um elemento indispensável de qualquer direito cultural e, principalmente, do direito de participar da vida cultural. O acesso está relacionado a oportunidades, opções, alternativas e escolhas. É um ambiente seguro e capacitador de igualdade, interação, reconhecimento e respeito. Construir acesso está relacionado a tornar possível, facilitar e deixar acontecer. O acesso é uma precondição para a participação, e a participação é indispensável para garantir o exercício dos direitos humanos (LAAKSONEN, 2011, p. 53).

Segundo apresentado por Denise Studart (2004) na Conferência Anual do Comitê Internacional para Educação e Ação Cultural do Conselho Internacional de Museus, em Nairóbi, 2002, além das funções de preservar, conservar, expor e pesquisar, os museus devem estabelecer comunicação e interação com o contexto social pertinente às comunidades. É uma ferramenta da educação nos espaços museológicos - potencializar suas ações educativas a fim de suprir lacunas dos direitos humanos no âmbito dos direitos culturais, colocando em prática as políticas públicas brasileiras, como declarado no Programa Nacional de Direitos Humanos II, ao elevar os direitos econômicos, sociais e culturais ao mesmo patamar de importância dos direitos civis e políticos.

“Este, em sua essência resumida, é o principal direito cultural: participar da vida cultural” (COELHO, 2011). Em 20 de novembro de 2009, o Comitê da Nações Unidas dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais adotou, em sua 43ª sessão, o Comentário Geral nº 21 sobre o direito de todos de participar da vida cultural. Ele define participação como:

o direito de todos – sozinhos ou associados a outros ou como uma comunidade – de agir livremente, escolher sua própria identidade, identificar-se ou não com uma ou várias comunidades ou mudar essa escolha (...) Todos também têm o direito de buscar e desenvolver o conhecimento e as expressões culturais e compartilhá-las com outros, bem como agir com criatividade e participar da atividade criativa. (LAAKSONEN, 2011, p. 52)

No museu, as exposições não devem se transformar em apenas uma apresentação de coisas, percebidas como se por si só fossem transmissoras de valores. A relação humana para com os objetos no contexto de interrelações das sociedades e grupos transmite sentido à existência do museu e às suas exposições (MENESES, 1993). O museu, destarte, é legitimador de identidades e como espaço de poder cultural, também legitimado para preservar e custodiar o Patrimônio.

Acessibilidade para Inclusão

As barreiras para a inclusão do público idoso podem ser econômicas, físicas ou atitudinais.

(ARAÚJO, 2016).

O conceito de acessibilidade tem se ampliado de forma a atender a pluralidade dos modos de vida humanos e esta não deve ser compreendida apenas como medidas que atendam ao indivíduo com deficiência ou que vivencia limitações físicas. Representa, “nos espaços do museu não apenas a possibilidade de chegar” (...) mas igualmente, “compreender e apreciar” (...) “envolve a apreensão e a percepção do que acontece no espaço tal como foi previsto para que fosse apreendido e percebido” (COHEN, et al. 2012, p. 41).

Existem variadas possibilidades de acesso que se classificam como: Acessibilidade aos códigos culturais; Acessibilidade aos meios de produção; Acessibilidade física; Acessibilidade sensorial; Acessibilidade cognitiva e informacional; e Acessibilidade econômica e social. A temática da acessibilidade expandida, universal, em discussões sobre democratização e acesso aos bens culturais foi contemplada no documento da Política Nacional de Museus (PNM), 2003, como estratégia para “democratizar o acesso ao conhecimento produzido”, “processos e metodologias de gestão participativa nos museus”, e a “democratização do acesso aos museus e o desenvolvimento de políticas de comunicação com o público”, entre outros.

Página 564

Segundo COHEN, et al. (2012, p.11) a Lei n 11.904, de 14 de janeiro de 2009, inciso V do artigo 2, que “institui o Estatuto de Museus e dá outras providências”, considera como um dos princípios fundamentais dos museus “a universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural”. As regulamentações existem, e em seus propósitos abarcam o material e o imaterial, mas as aplicações práticas em direção à acessibilidade plena ainda devem ser construídas como estratégias de inclusão no cotidiano dos museus.

Ron Mace, em 1985, utilizou pela primeira vez o termo universal design, relacionado à filosofia do desenho universal, conceito incorporado na arquitetura, desenho e projetos inclusivos. O conceito corrobora para a acessibilidade física e sociocultural pois implica um planejamento que milita contra a exclusão. Duarte Cândido (2014, p.44) ressalta que nos espaços museológicos:

Os obstáculos podem aparecer tanto na arquitetura e na estrutura como no design de equipamentos e mobiliários, nas mudanças de nível, nos acessos (portas), na sinalização, na acústica, na iluminação e nos contrastes de cores. É imprescindível respeitar todas as recomendações presentes na legislação brasileira e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

No âmbito da museologia, ciência de estudo do museu, o termo museografia é o que corresponde à aplicação de técnicas e práticas de responsabilidade do museu. Estas, concernentes à administração do museu, à salvaguarda (conservação preventiva, restauração e documentação) e à comunicação (exposição e educação), (DESVALLÉS, 2013, p.58.) reúnem o conhecimento para atender os requisitos de acessibilidade universal. A museografia deve ser problematizada a fim de transformar aspectos de limitações físicas, sensoriais e atitudinais e estabelecer relações com o público idoso. Arquitetura e urbanismo também corroboram em descaso com o descumprimento de normas e diretrizes que provenham dignidade à integração social do idoso.

Barreiras e dificuldades locais: Goiânia e MAC

Goiânia

Os idosos são um público negligenciado em Goiânia e, como grupo marginalizado, sofre a exclusão devido à elitização dos ambientes museológicos, e em especial os museus de arte, diante do estigma de que a arte é para a compreensão de poucos. Quando são, na verdade, a desigualdade socioeconômica e o preconceito poderes tensionadores que barram o conhecimento, o acesso e, consequentemente, o desenvolvimento do consumo cultural voltado aos museus. O museu como patrimônio deve ser destinado à apropriação do povo, visando uma sociedade igualitária, com o devido planejamento do desenvolvimento de suas potencialidades e devolutiva social.

Ademais, a ausência de orçamento e recursos disponibilizados por parte do estado e prefeituras relacionados à acessibilidade física, como disponibilização sistemática de transporte para grupos visitantes, cadeiras de roda, acessos e estruturas físicas que supram as dificuldades de mobilidade e fragilidade do idoso fazem com que uma simples visita a uma instituição cultural se torne um labor gigantesco de preparação e de esforços por parte do idoso e da equipe de profissionais, dos núcleos que os assistem, e do museu que os recebe. O Estado de Goiás, por meio de suas agências culturais não têm considerado o envelhecimento da população como meta de serviços visando a inclusão do cidadão idoso.

Página 565

MAC - Museu de Arte Contemporânea de Goiás

Desenhado por Oscar Niemeyer, cuja característica arquitetônica não prima pela acessibilidade na interação arquitetura x ser humano no cotidiano, o MAC apresenta como única opção de acesso uma longa rampa. Não há elevador para fins de acessibilidade aos três níveis do museu, galerias do subsolo, salão principal e mezanino. Depois de percorrer o extenso salão principal, de forma circular acompanhando a expografia, a organização do espaço expositivo, o público idoso deve subir outra longa rampa para acesso ao mezanino, onde as exposições continuam. Manuelina Duarte Cândido (2014) destaca que a edificação tem que ser adequada ao museu, não o contrário. Deve também, como premissa de uma boa arquitetura, oferecer possibilidades de transformação, para que o museu possa se expandir mediante o progresso científico e técnico e as necessidades de novos espaços a seus usuários (RIVIÈRE apud DUARTE CÂNDIDO, 2014). A arquiteta Isabella Brito, profissional da equipe MAC/GO cita como pontos positivos observados no conjunto arquitetônico do CCON, do qual o MAC faz parte, a linguagem arquitetônica marcante e clareza espacial. Como pontos negativos ressalta os problemas de acessibilidade, construção e manutenção onerosa (para um prédio público) e despreocupação com o conforto ambiental dos usuários.

A duração das mediações - escolha dos percursos e seleção de informações necessárias para o desencadeamento processual do conhecimento - e demais atividades educativas, devem ser bem planejadas de forma que respeitem o ritmo e demandas da velhice. Mas, também é crucial uma mudança de paradigmas em todo o processo, na forma como se pensa a recepção do público com necessidades tais como as dos idosos, bem como na expografia, como a circulação entre as obras e paradas com assentos disponibilizados de forma estratégica a propiciar descanso enquanto em interação com a exposição e a mediação.

A expografia deve ser pensada previamente pelo curador e o montador em parceria com as propostas de ação educativa, com uma mentalidade amigável para com a causa dos direitos dos idosos, a fim de amenizar as dificuldades que o espaço apresenta, proporcionando uma experiência mais confortável destinada a um tempo de qualidade em visita ao museu.

Proposta de comunicação institucional

Desenvolvido pelo designer voluntário Maurício Mota, com fotos produzidas em momentos da primeira visita da Associação de Idosos do Brasil - Goiânia, o flyer digital consiste na comunicação funcional da disponibilidade de um atendimento específico para o cidadão da melhor idade, termo utilizado na peça. Quando enviado através de mídias digitais a alguma instituição de interesse é acompanhado de um pequeno texto que versa sobre o projeto, intenções e atividades que compõem a visita. Melhorias do texto informativo e diagramação estão em fase de andamento.

Este foi um começo possível, diante de limitações orçamentárias. O foco é que as ferramentas de acesso à informação sejam expandidas para o ambiente físico na figura de totens dispostos em parques e belos cartazes a serem distribuídos na cidade. O estabelecimento de um dia do mês no cronograma do MAC dedicado ao idoso, com oferta de ações educativas direcionadas a grupos e público espontâneo, perfaz um objetivo a ser introduzido no projeto e a ser devidamente anunciado nas peças de comunicação institucional.

Página 566

Pedagogias Museais e o Educador

Segundo elencado por Studart (2003, p.151), compõem a pedagogia museal o discernimento entre educação patrimonial, concebida a partir do patrimônio cultural, ação educativa, que são as ações e atividades, e a função/missão educativa dos museus, o compromisso educacional e social do museu. A equipe educativa deve ter clareza de objetivos e concepções pedagógicas que, norteadoras da criação de ações educativas, concedam ao público o diálogo, troca de saberes e construção de conhecimento. Favorece aos indivíduos idosos atividades onde dimensões da memória e identidade em relatos pessoais possam ser evocados.

(...) falar sobre o passado funciona como atividade compensatória, pela qual os idosos otimizam a possibilidade de contato de ativação cognitiva e valorização social, (...) pode funcionar como mecanismo de regulação emocional, proporcionando prazer, alívio e conforto. (NERI, 2005, p.136 apud ARAÚJO, 2016, p. 37)

Comumente, os idosos são fonte de informação sobre acontecimentos históricos e herança patrimonial. Desta forma, a ação educativa pode beneficiar-se da ressignificação de papéis quando a relação com os idosos é pautada concretamente na possibilidade de trocas. O papel empoderador que o museu desempenha na sociedade atribui-se em grande parte à postura política adotada pelo educador que, pontuando seu papel social imprime no processo educativo práticas de sentido transformador. O educador é a face da instituição que mais lida com o público, negociando sentidos e estabelecendo conexões sociais e culturais de cunho inclusivo. Sendo que posturas atitudinais de equacionar mais o público idoso no processo museológico correspondem à real dimensão educativa da instituição como ação libertadora.

Teoria e método de trabalho

Essa intervenção teve como fonte de dados o próprio campo da ação onde ocorreu o fenômeno de estudo proposto, ou seja, o museu e o agente, comunidade de idosos. Estruturou-se em incursões pela pesquisa participante em uma abordagem qualitativa, além da proposta de levantamento de dados em conversa com os/as participantes. O arcabouço teórico teve como base leis e documentos nacionais e internacionais que elencam os direitos humanos e culturais, bem como conceitos definidores acerca da participação e acesso à cultura, indispensáveis à democracia. Teóricos da educação na museologia tiveram referência constante pela compreensão de ser o espaço museal um espaço múltiplo de aprendizagem.

Outra ferramenta de compreensão do processo é a pesquisa de si, o desenrolar e transformação de mim mesma que se deu durante a pesquisa. Quando trabalhamos narrativas de si, autoetnografia, elencamos a estrutura cultural, tendo por base a interpretação dos fatores vividos entrecortados pelos fatores gerais. Neste ensejo acionamos a memória, os fenômenos sociais investigados. É o reconhecimento da experiência do sujeito da pesquisa, que parte do olhar e das experiências pessoais. Quando parto desta premissa, toca-me o fato de eu estar em processo de envelhecimento; sendo assim, a pesquisa e a convivência com os idosos e as idosas me trouxe possibilidades de vislumbrar em meu interior um processo de amadurecimento para com o futuro.

Página 567

O exercício profissional desloca-se para o cunho de vivências enquanto receptora de transformações. O exemplo positivo e de reafirmação da vida vindo das idosas (majoritariamente mulheres) com quem convivi fez-me mais engajada ainda para buscar meios que contribuam para a transformação social e cultural daqueles que tem sede de participação e interesse pleno no que a vida tem a oferecer – o idoso. O confronto com a depressão, solidão e fragilidades físicas são aspectos da vida, como em qualquer idade, que podem ser enfrentados com o sentimento de pertencimento e construção de identidade. Assumir meus cabelos brancos faz parte dessa jornada de engajamento, reflexão e pontuações poéticas e práticas. Se antes escondia a idade, agora a celebro como símbolo de maturidade, poder, beleza e reivindicação de respeito.

Assim, narrativas e histórias de vidas se entrecruzam em formato de aprendizado, modificam-se e fornecem uma representação dos fatos, do imaginário e da memória coletiva. “Nesse sentido, se não forem completados por outras fontes, pouco ajudam a compreender os padrões das relações e interações que compõem o mundo social.” (GOODSON, 2013, p.261). O estudo do espaço em questão e das ações culturais desenvolvidas por mim, sendo estas histórias e narrativas entrecortadas, são uma forma de compreender quem somos e o que se quer ser dentro de uma perspectiva própria. “Construir interpretações da realidade, do eu (sentido do ser) e do outro a partir das experiências de aprendizagem que se propõem.” (HERNANDEZ, 2005, p.25).

As Ações Culturais

Penteando e embelezando os meus,

os teus lindos cabelos brancos…

(VILELA, 2018)

Compreendo cada ação cultural como a visita em um todo, compostas de mediação e oficinas, visto que o aspecto educacional de cada ação educativa são passos em experimentações das dimensões cognitivas e percepções plurisensoriais presentes no ambiente museográfico/expositivo.

Enquanto comunidade representativa da terceira idade, a Associação dos Idosos do Brasil (AIB), sede Goiânia, foi convidada para participar da experiência de visitar o MAC pela primeira vez. A realidade da grande maioria presente na primeira visita era a de nenhuma experiência de visitação a um museu, com exceção de uma integrante do grupo.  

A primeira visita da Associação dos Idosos ao MAC ocorreu durante a exposição de arte contemporânea intitulada “Contrarquitetura”, do artista Juliano Moraes. A visitação a uma exposição de arte contemporânea trouxe-me certa inquietação devido a possibilidade de reações de rejeição. Porém um dos fatores primordiais para o contato com o novo é a abertura à experiência, em todos os vieses da vida, não sendo diferente com a experiência estética. A qualidade e cuidados para o primeiro contato com o museu e a exposição são fundamentais para estabelecer os primeiros gatilhos de conexão com a linguagem e apreciação estéticas, bem como para formar o hábito de visitação a um museu.

Página 568

Separados em dois grupos, para melhor aproveitamento cognitivo, eles e elas participaram de uma mediação sobre a exposição e em seguida, reunidos, de uma oficina livre de desenho/pintura, onde a proposta era tentar explorar a linha de desenhos do artista. Essa tentativa se mostrou intimidativa quanto ao uso de materiais mistos, como papéis diversos, considerando também o primeiro contato com desenhos de estilo contemporâneo. Já cansados da mediação e da subida da rampa precisaram de água e um tempo de descanso e ambientação com os materiais, lápis, tinta e papéis coloridos. Devo dizer que a metade deles venceu a timidez e produziram seus trabalhos, não de acordo com o trabalho do artista, mas através de engajamento com experiências prévias de saberes e fazeres artísticos já adquiridos e narrativas de histórias pessoais. O que me proporcionou conhecimento e reflexão sobre aspectos emocionais, cognitivos e sensoriais acerca do meu público.

A oficina livre de desenho/pintura foi aplicada no mesmo espaço (designado ao projeto educativo nessa exposição) e em paralelo com a oficina de sensibilização, por esta ser destinada a voluntários do grupo que se sentissem à vontade para o experimento. A oficina de sensibilização nomeada Memória e Espaço, onde a memória de cada indivíduo foi explorada em interação com o lugar, vislumbrou a guarda, registro e compartilhamento de experiências de vida. Elazari, (1997, p. 1) é que afirma que os museus são lugares de memória onde se procura dar espaço para que diferentes grupos sociais possam ter as suas histórias preservadas, estudadas e compartilhadas. A meta proposta era que cada participante deixasse uma mensagem a um visitante do museu, um desconhecido. Os encontros foram muitos.

Foram confeccionados grandes capuzes de papel que dependurados da claraboia do mezanino do museu serviram como estações individuais para momentos de verbalização de relatos de vida e aconselhamentos, deixados para serem lidos por outros visitantes registrados por meio de gravação por um dos voluntários e transcritos para dentro dos capuzes e para vários diamantes feitos em dobradura de papel em metáfora à obra “diamantes”, remetendo à leitura do que é precioso em sentimentos, vivência e legado. Aprendi, não considero que ensinei. Minha função foi a de facilitadora em um universo onde ocorre a “fruição para os vários sentidos de percepção em interação multissensorial”. (SARRAF, 2018)

As obras de Frei Confaloni são de fácil mediação por contemplarem o universo da fé cristã e narrativas de linguagem popular. Apela a sentimentos de solidariedade e simplicidade, com obras retratando imagens do povo para o povo. Neste sentimento de narrativas históricas do nosso lugar, passamos à segunda etapa da ação cultural.

A participação comunitária foi contemplada como premissa de exercício de apropriação do museu como espaço de educação (GHON, 2008), produção cultural e experiências diferenciadas ao idoso. A AIB foi convidada a apresentar a um público de convidados e funcionários do CCON alguns dos fazeres artísticos aos quais se empenham na Associação, uma valiosa troca de saberes e fazeres entre o museu e a comunidade. Apresentaram danças e músicas de um tempo “em que eu era menina”, parafraseando uma das senhoras - A Dança das Flores, a Dança das Ciganas, as Fiandeiras e trio de músicos, do Coral Raízes.

Página 569

O conjunto das apresentações, ritmos, figurinos, objetos, instrumentos, e modos de fazer, provocaram uma experiência de educação patrimonial. Elenco a essa experiência Horta (2008, p.17), que versa que “o crescimento, o enriquecimento, o amadurecimento de um indivíduo são possíveis em relação ao passado, no qual se acumulam as experiências vividas”.

Notícia ruim. Assim iniciou-se a semana no MAC três dias antes da abertura da exposição e da terceira visita da AIB. Alegando ausência de verba, a SEDUCE indeferiu o pedido de ônibus para transporte de grupos escolares e dos grupos do Projeto Ver o Museu na Melhor Idade. Sem a disponibilidade de transporte para trazer nossos idosos, Márcia Pires, diretora do museu contatou os bombeiros e pediu que nos salvassem. E eles o fizeram. O Comando Geral dos bombeiros em Goiânia, situado no Jardim América, na figura do comandante Coronel Moraes, nos forneceu um ônibus com o motorista para o translado do grupo.

O Projeto Machina consiste em duas exposições distintas. No térreo, salão principal, “Memória e Poética do Espaço e dos Objetos” remete à produção de metáforas e registros imagéticos de luz e sombras e símbolos visualizados no antigo galpão da cerealista de arroz da família da artista em Anápolis. A atmosfera do lugar foi transportada para o museu como ambientação cênica, de imagens e sentidos. As obras são pinturas, objetos e instalação. Para a artista, esse espaço representa o masculino.

No mezanino, a exposição “Uma Pedra Anil e um Rio Vermelho” abarca pesquisa dentro do universo das lavadeiras que já não existem mais, da cidade de Goiás. As imagens - fotos, videodocumentário e instalação se articulam para narrar a história dessas mulheres. Um lugar de fala feminina. A mediação perpassa esses dois mundos.

As memórias dos lugares de Selma se mesclam às memórias afetivas de idosas do grupo que, imediatamente ao adentrar a exposição passam a narrar entusiasmadas suas próprias experiências de um passado quando elas lidavam com o arroz no pilão. Ao cotidiano das lavadeiras da Cidade de Goiás se uniram prontamente outras lavadeiras, com suas próprias histórias de lençóis branqueados com anil. Quem lavou roupa no rio? Pergunta Selma. E tantas mãos se levantaram. Lembranças de uma época que “Não tinha outro jeito, tinha que lavar toda a roupa no rio!”, conta uma idosa.

A oficina de características lúdicas, aplicada ao grupo, dá-se novamente pelos caminhos da memória e de espaços de troca simbólicas com o espaço museal, que possibilita o acolhimento afetivo e manifestação de pesquisas de si. “Construir interpretações da realidade, do eu (sentido do ser) e do outro a partir das experiências de aprendizagem que se propõem.” (HERNANDEZ, 2005, p.25). Sentadas em roda, um lençol branqueado de anil era oferecido a cada uma que quisesse contar uma história de si mesma, um relato do que viveu lavando roupa no rio. A guardiã do lençol também ganhava para seu dedo um anel feito de anil, objeto/obra parte da coleção de anéis feitos em prata e anil em exposição. O anel era passado entre as contadoras de história ao som de uma conhecida e antiga cantiga de roda:

Página 570

Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar.
O anel que tu me deste …

Histórias tristes de tempos difíceis; que passaram, e vindouros. A avó que perdeu o netinho na tromba d’água, a esposa que foi salva pelo marido quando a enchente veio repentinamente, a idosa que chorou ao visitar novamente o Rio Araguaia e constatar que tanto do percurso do rio onde lavou roupa um dia, secou. Cantamos novamente para finalizar e espantar a tristeza. Aqui, a memória como condutor teórico, favorece não apenas a ressignificação dos objetos acessados do museu por meio de experiências, partindo de si, como também do próprio espaço museal como ancoragem de memória (BACHELARD, 2000).

Conclusões

A escolha da ação intervencionista relacionada à integração dos idosos em museus em Goiânia deve-se ao fato de estar envolvida com o universo dos museus através de meu trabalho como educadora no MAC - Museu de Arte Contemporânea de Goiás. Na percepção da ausência deste segmento de público no museu em que trabalho e diante da reflexão das possibilidades e responsabilidade social do museu, foi concebido em outubro de 2017 um projeto piloto que contempla a aproximação e interação de grupos de idosos ao MAC/GO. A premissa do processo de execução é: promover o contato com comunidades diversas de idosos, por telefone, e-mails e mídias sociais e, posteriormente, com material impresso, bem como informar sobre a prestação de serviços ao idoso, visto que é função social dos museus servir à sociedade na qual estão inseridos, viabilizar a visitação (com procedimentos organizados que facilitem o acesso oferecendo o transporte) e trabalhar conceitos e vivências que promovam a inclusão e o sentimento de apropriação do patrimônio (o museu e seus bens culturais, materiais e imateriais/subjetivos) e propiciem, através do lazer, o conhecimento do novo como motivação para desenvolver o hábito da visita ao MAC.

A escolha profissional para ser a abordagem de minha ação intervencionista foi natural, diante do nível de meu envolvimento com a temática dos idosos no MAC. Tal simbiose revela a potente vocação da instituição museu e campo museal para a pesquisa (participativa) e educação (libertadora). Seja no universo empírico do cotidiano ou na produção de pesquisa acadêmica, o museu revela sua capacidade e autoridade como campo dos direitos humanos/culturais, podendo promover a inclusão ou exclusão de cidadãos.

Procurei abordar, portanto, a ausência dos idosos diante da missão social do museu elencando estudos sobre os direitos dos idosos e a vital militância para a democratização do museu. Democratizar significa oferecer acesso (universal) e por meio do conhecimento e experiência de participação tornar o museu querido e valorizado, elemento criador de histórias sociais em contextos individuais e coletivos. Diante do processo de envelhecimento da população é necessário repensar responsabilidades profissionais, institucionais e pessoais para com a causa do idoso. A velhice chega para todos e todas e posturas positivas vão construir a transformação de que toda a sociedade necessita.

Página 571

As leis no âmbito dos direitos culturais e/em museus traçam a trajetória de discussões nacionais e internacionais para a validação de ações concretas para a defesa do exercício de cidadania. É papel de todos os profissionais de museu imprimir em suas práticas cotidianas posturas atitudinais de se pensar o público idoso inserindo-o no processo museológico da instituição. Geralmente o educador é o profissional que mais sente-se responsável por pontuar seu papel social através de ações educativas que tragam participação social e formação de pensamento crítico.

As ações culturais aplicadas junto à comunidade de idosos referenciada tiveram por meta o conhecimento e compreensão do universo do idoso, a fim de legitimar sua apropriação cultural, provocando reflexões que tensionaram minha própria posição em relação ao envelhecimento, tanto na dimensão profissional quanto pessoal. As relações identitárias, educador e público, vividas no museu, vem à tona como troca de saberes e aprendizado mútuo fortalecendo a construção coletiva de princípios norteadores da participação democrática.

Os pontos memória, narrativas de si e patrimônio foram arcabouços para a construção das ações educativas de aproximação e apropriação do idoso para com o museu, lugar de construção de sentidos do passado e presente, em direção ao futuro. Visto que o sujeito consciente do valor social que representa e integra em sociedade também conquista amor próprio e sentimentos de satisfação e realização para com a vida. Acredito que relembrar e compartilhar pontos de vista em um ambiente que valorize as diferenças, o conhecimento e a fruição criativa de cada um produz impacto na forma de se relacionar com o museu, com o outro e consigo mesmo.

O museu deixa de ser apenas um edifício alheio à realidade do indivíduo e ganha o status de bem cultural a ser preservado enquanto que, lugares de fala coordenados como diálogo e parceria, ressignificam o sentido da pesquisa, da comunicação, da apropriação e preservação do patrimônio, das exposições e seus conteúdos e de todo aspecto museográfico da instituição. Das ações dinamizadas, resultou também a mudança de atitude de toda a instituição (CCON e museu) com relação à importância de dar lugar ao idoso e enxergá-lo como público participante.

Todos os procedimentos adotados de preparo e recepção se tornaram parte de uma metodologia internalizada de ação conjunta para servir os idosos em suas visitas. Dos seguranças, pessoal da limpeza às recepcionistas, da administração do CCON à equipe MAC, todos se posicionaram para exercer o compromisso social e educacional da instituição.

As leis e normas no campo da cultura e museus existem para que se possa concatená-las às práticas que tragam sentido real no cotidiano das pessoas. Temos agora um projeto implantado que visualiza a inclusão e mudanças atitudinais a serem comunicadas a outros museus em Goiânia. Persistirá sempre a militância diante de poderes políticos, governos e mentalidades para a busca de recursos e acesso a condições que reduzam a exclusão do idoso. Os problemas físicos de acesso são na verdade minimizados por estratégias de atuação diárias, não resolvidos. Para isso é preciso a vontade política de priorizar a distribuição de verba que atenda a normatizações e investimentos que representam inclusão.

Página 572

As ações educativas para os idosos devem continuar como símbolo do empoderamento que o museu deve propiciar. A expansão de atendimento a mais grupos e a formação de público espontâneo deve ocorrer paulatinamente, à medida que a divulgação se intensifica e as ações abrem caminho para a formação cidadã e a valorização da participação dos idosos no museu. Sei que vidas têm sido impactadas no decorrer da ação intervencionista “Ver o museu na melhor idade”, profissionais e visitantes. Aspiro que mais histórias de vida possam se desenrolar em nossos encontros.

Referências

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em: http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt. Acesso em: 28/09/2018.

AIDAR, Gabriela. Museus e Inclusão Social: O papel social dos museus. In: Ciências & Letras – Revista da Faculdade Porto-Alegrense de Educação, n 31, jan./jun. Porto Alegre: Faculdade Porto-Alegrense de Educação, 2002, p.2 e 60.

ARAÚJO, Olga Susana Costa Coito. Os idosos como público de museus. Dissertação de mestrado em Museologia – São Paulo: Universidade de São Paulo, 2016. Orientadora Marília Xavier Cury.

BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo:Martins Fontes, 2000.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.) Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1983.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.

BRASIL. Estatuto do idoso. Lei 10.741/2003, capítulo V, Ministério da Justiça, Brasília, DF: 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ 2003/L10.741.htm. Acesso em: 28/09/2018

BRASIL. Política Nacional do Idoso. Leis nº 10.74/2003 e 8.842/1994. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Conselho Nacional do Idoso. Brasília, DF: 2003, 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8842.htm. Acesso em: 28/09/2018.

BRASIL. Programa Nacional de Direitos Humanos-PNDH II. Ministério da Justiça. Governo Federal. Secretaria de Estado de Direitos Humanos, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4229.htm. Acesso em: out/2018

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Trad. Sérgio Miceli. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1986. (Coleção Estudos).

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989. (Memória e Sociedade).

COELHO, Teixeira. Direito cultural no século XXI: expectativa e complexidade. In: Revista Observatório Itaú Cultural, São Paulo: Itaú Cultural, 2011, n.11, p.8.

COHEN, Regina. et al. Acessibilidade a Museus. Cadernos Museológicos, vol. 2, Ministério da Cultura, Brasília-DF: IBRAM. 2012, p.11 e 41.

DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François (dir.). Conceitos-chave de Museologia. São Paulo: Comitê Brasileiro do ICOM, Pinacoteca do Estado, Secretaria de Estado da Cultura, 2013, p. 52, 53 e 58

DUARTE CÂNDIDO, Manuelina Maria. Orientações para Gestão e Planejamento de Museus. Florianópolis: FCC, 2014, p. 41 e 42.

EIDELMAN, Jacqueline. et al. (Org.) O lugar do público: sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus. Tradução Ana Coldberger, 1. ed, São Paulo: Iluminuras: Itaú Cultural, 2004, p 34.

ELAZARI, J. Encontro com Idosos: “escavando” a memória a partir de objetos. São Paulo: Revista do MAC, nº 7, set./2007.

______. Relato de uma experiência educativa: projeto piloto Patrimônio Cultural e Memória: a Terceira Idade e o MAE/USP. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 1997, n. 7 p. 87-97. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.1997.109298. Acesso em: out/2018

FERNANDES, Ana Paula Sabchuk. et al. O Idoso e a Ludicidade. Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, v. 20, n. 2: jul./dez. 2012, p.158. Publ. UEPG Ci. Hum. Disponível em: www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/ article/view/3694/3193. Acesso em: 03/10/2018.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo, 25ª Edição, Paz e Terra, 1996. Coleção Leitura.

GONH, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

GOODSON, I. Historiando o eu: a política-vida e o estudo da vida e do trabalho do professor. In: Martins, R; Tourinho, I (Org.) Processos e práticas de pesquisa em Cultura visual e educação. Santa Maria: Editora da UFSM, 2013, p.253-258, 261.

HERNANDEZ, F. (Org). A formação do professor e o ensino das artes visuais. Santa Maria: Editora da UFSM, 2005. p. 25.

HORTA, Maria de Lourdes Parreira. Educação Patrimonial. In: Patrimônio Cultural e Educação: artigos e resultados. Goiânia, 2008, p.17.

Página 573

______. et al. Guia básico de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN: Museu Imperial, 1999, p. 4-6.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Agência IBGE notícias. Disponível em:https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias /noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-milhoes-em-2017. Acesso em: 28/09/2018

ICOM-UNESCO. Santiago do Chile, 1972. Disponível em: http://www.ibermuseus.org/wp-content/uploads/2014/07/copy_of_declaracao-da-mesa-redonda-de-santiago-do-chile-1972.pdf. Acesso em: set/out/2018.

LAAKSONEN, Annamari. O direito de ter acesso à cultura e dela participar como características fundamentais dos direitos humanos. In: Revista Observatório Itaú Cultural, 2011, nº.11, p.50, 52, 53

MARTINS, Luciana Conrado. (Org.) et al. Que público é esse? Formação de públicos de museus e centros culturais. São Paulo: Percebe, 2013.

MEYER-BISCH, Patrice. Afirmar os direitos culturais: comentário à declaração de Friburgo. 1 ed. São Paulo: Iluminuras, 2014, Observatório Itaú Cultural

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. A problemática da identidade cultural nos museus: de objetivo (de ação) a objeto (de conhecimento). In: Anais do Museu Paulista. São Paulo: Nova Série, n. 1, 1993, p.212.

NERI, Anita Liberalesso. Atividades, envolvimento social e boa saúde: bases de uma boa velhice. II Seminário da Unicamp sobre longevidade e qualidade de vida. Campinas-SP: Unicamp, 2015.

OLIVEIRA, Eylla Kamylle de Santana; SILVA, Joilson Pereira da. Sentido de vida e envelhecimento: relação entre os pilares da logoterapia e bem-estar psicológico. Logos e Existência - Revista da Associação Brasileira de Logoterapia e Análise existencial vol. 2, n 2, 135-146, 2013, Universidade Federal de Sergipe. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/ ojs/index.php/le/article/view/16817/10100. Acesso em: set/2018.

SARRAF, Viviane P. Acessibilidade cultural para pessoas com deficiência-benefícios para todos. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 6, São Paulo: SESC, junho 2018.

SILVEIRA, PX. (Org.) Conhecer Confaloni. 1 edição, 1991, Goiânia, Editora PUC-GO

STUDART, Denise. (Org.) Conceitos que transformam o museu, suas ações e relações. In: O ICOM-Brasil e o Pensamento Museológico Brasileiro - documentos selecionados. Revista Musas, v. 1, n.1, 2004. Governo do Estado de São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2004, p. 148-156. Coord. Editorial: Maria Cristina Oliveira Bruno.

______. (Org.) Educação em Museus: produto ou processo? In: O ICOM-Brasil e o Pensamento Museológico Brasileiro - documentos selecionados. Revista Musas, v. 1, n.1, 2004. Governo do Estado de São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2004, p. 139, 143-146. Coord. Editorial: Maria Cristina Oliveira Bruno.

VIEIRA, Marisa Damas. (Org.) Curso de Especialização Interdisciplinar em Patrimônio, direitos culturais e cidadania. Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos. Goiânia, Gráfica da UFG, 2017. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/patrimonio-direitos-culturais-e-cidadania/edicao1/. Acesso em 2017/2018

W. Rowe, John & L. Kahn, Robert. Human Aging: Usual and Successful. Science (New York, N.Y.) 237. 143-9. 10.1126/science.3299702, 1987, 1988. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/19856016_Human_ Aging_Usual_and_Successful. Acesso em: 28/09/2018.

Nota de rodape. Aperte ESC para sair ou clique no botão Fechar.