Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania Propostas, Práticas e Ações Dialógicas

O Folclore no Município de Cezarina-GO: a Importância da Dança do Castor como Manifestação da Cultura Popular

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Resumo

O presente Relatório Técnico-Científico aborda o folclore no município de Cezarina-GO, em específico o povoado de Gameleira. Escolhi a dança do Castor como manifestação folclórica do município com o intuito de realizar ações culturais que promovam a valorização dessa importante expressão da cultura popular. Ações estas, realizadas com os alunos do terceiro ao quinto ano do ensino fundamental da Escola Municipal Dico Franco, instituição que funciona como uma escola de campo multisseriada. O objetivo principal da intervenção cultural foi despertar, por meio desse grupo, a população cezarinense e da região para a importância da valorização da cultura popular do município.

Palavras-chave: Cultura Popular Cezarinense; Dança do Castor; Folclore; Valorização Patrimonial.

Introdução

Tudo que envolve o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, os costumes e todos os hábitos adquiridos pelo ser humano, não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro, é chamado de cultura. Laraia, diz que: “cultura seria tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar conscientemente e de maneira coerente no contexto de sua sociedade” (LARAIA, 1984, p. 62).

A antropologia é uma disciplina que tem como objeto de estudo a cultura - ou as culturas. No pensamento antropológico, o conceito de cultura passa por várias transformações, na medida em que o conhecimento vai se ampliando e as experiências de um grupo em contato com outros povos, de modos diferentes de viver ao seu, se diversifica ao longo dos anos. Todos nós somos criadores de cultura, portanto, o conceito de cultura não depende de uma transmissão genética, mas de todo aprendizado passado de um para o outro.

Quando compartilhamos aquilo que somos, a forma de viver, os costumes, os saberes, estamos desenvolvendo a cultura popular. De acordo com Vannucchi, a cultura popular é o conjunto de conhecimentos e práticas vivenciadas pelo povo, embora possam ser vividos e instrumentalizados pelas elites.

(...) Cultura popular simplesmente [é] o que é espontâneo, livre de cânones e de leis, tais como danças, crenças, ditos tradicionais. (...) Tudo que acontece no país por tradição e que merece ser mantido e preservado imutável. (...) Tudo que é saber do povo, de produção anônima ou coletiva. (VANNUCCHI, 1999, p. 98)

Em síntese, cultura popular nada mais é que aquilo que envolve o povo. Quando falamos em povo nos referimos à população, pois cultura popular remete às tradições vivenciadas por nossos antepassados, que são passadas de geração para geração buscando não deixá-las no esquecimento.

Objetivo geral:

As ações do presente projeto de intervenção foram aplicadas na Escola Municipal Dico Franco, no povoado de Gameleira, situado no município de Cezarina-GO, com o objetivo geral de contribuir para o conhecimento no que diz respeito ao folclore no município, principalmente sobre a dança do Castor, e, a partir de tal conhecimento, contribuir para a preservação desta dança como uma manifestação cultural do município de Cezarina.

Objetivos específicos:

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Desenvolvimento

Folclore é uma expressão que vem do inglês e que se traduz como a forma do saber do povo, está relacionado às manifestações culturais dos diferentes grupos de uma sociedade, ou seja, à cultura de um povo. No Brasil, os estudos sobre o folclore tiveram início no século XX, embora em meados do século XIX a elite brasileira já começara a olhar de forma menos desprezível para as manifestações folclóricas. Temos como exemplo alguns importantes estudiosos que se dedicaram ao folclore brasileiro buscando a compreensão da nossa brasilidade, como Luís da Câmara Cascudo, Silvio Romero, Mário de Andrade, Edson Carneiro, entre outros.

A Constituição do Brasil, em seu Art. 215, fala que o “Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. O Art. 216 destaca que “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,..”. Assim, temos que o Patrimônio Cultural pode ser definido como um bem de natureza material e imaterial considerado importante para a formação identitária das sociedades.

Ainda, segundo o artigo 216 da Constituição Federal do Brasil, configura-se patrimônio:

As formas de expressão; os modos de criar; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico (art.216, incisos: I, II, III, IV e V da Constituição Federal).

No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é o órgão responsável por promover e coordenar o processo de preservação e valorização do Patrimônio Cultural Brasileiro material e imaterial. E, em sua forma imaterial, temos o folclore como uma importante manifestação da cultura popular. A cultura popular é uma forma de manifestação cultural intrinsecamente relacionada ao anônimo, ao coletivo, ao espontâneo, à tradição e à oralidade. Segundo o autor Aldo Vannucchi, podemos dizer que a cultura popular é:

o conjunto de conhecimentos e práticas vivenciadas pelo povo, embora possam ser vividos e instrumentalizados pelas elites. Pense-se no candomblé, no carnaval, na feijoada, nos usos folclóricos, no jogo do bicho e na capoeira. (...) Cultura popular simplesmente [é] o que é espontâneo, livre de cânones e de leis, tais como danças, crenças, ditos tradicionais. (...) Tudo que acontece no país por tradição e que merece ser mantido e preservado imutável. (...) Tudo que é saber do povo, de produção anônima ou coletiva. (VANNUCCHI, 1999, p. 98).

A cultura popular pode se caracterizar pelos gestos, as crenças, os costumes de cada um em cada região, as tradições, as danças, a música e todas as formas diversas de manifestações desenvolvidas e criadas pelo povo e transmitidas de geração em geração. Por um lado, observa-se que a cultura popular acaba sendo afetada pelas transformações, explorada principalmente pelos meios de comunicação. Mas, por outro lado, os antropólogos e os folcloristas dizem ser de grande satisfação mostrar em televisões os acontecimentos da cultura popular, pois através das redes de comunicação, por meio de propagandas, é que a sociedade passa a ter o olhar mais voltado para essas manifestações em nosso país.

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O município de Cezarina é privilegiado no que diz respeito às manifestações da cultura popular e possui alguns escritores que contribuem para manterem vivas tais manifestações. Para realização do presente projeto de intervenção tive o privilégio de conhecer um deles, o senhor Geraldo Cezar Franco. Ele é um dos criadores da Comissão Municipal de Folclore do Município de Cezarina, tendo atuado junto com a comissão Goiana de Folclore no cumprimento de um projeto de interiorização que previa a fundação de comissões de folclore em vários municípios; Cezarina foi um deles.

A comissão folclórica do município de Cezarina teve início no ano de 2014, especificamente no dia 29 do mês de Março. Através de uma reunião na data referida, às 19 horas, uma sessão foi aberta presidida pelo senhor Geraldo Cezar Franco, cuja mesa foi composta pelas seguintes autoridades: Ana Paula Vieira Franco, secretária municipal de Educação, no ato representado o prefeito municipal João Gladiston de Paula Reis, Gustavo Henrique de Sousa Araújo, Presidente da Câmara municipal de Cezarina, escritora e historiadora Isabel Cristina Alves Signareli, presidente da Comissão Goiana de Folclore, Antônia Pereira Guimarães, Delegada Especial de Polícia de Goiânia.

Dando início aos trabalhos, o presidente da sessão convidou a todos para ouvirem e entoarem o Hino Nacional Brasileiro. Na sequência, fez um relato abordando a importância do folclore para o município de Cezarina, mostrando inclusive os motivos da reunião, ou seja, criar e empossar a Comissão de Folclore de Cezarina-Goiás. Continuando, o presidente solicitou à chefe do Cerimonial, Cristiane Aparecida Moreira Costa Franco, que efetuasse a chamada das pessoas que se propuseram a ser membros sociais efetivos e os membros previamente escolhidos da Diretoria da Comissão municipal de folclore de Cezarina-Goiás. Com a palavra, a escritora e historiadora Isabel Cristina Alves Signaleri, presidente da comissão Goiana de folclore, após tecer considerações sobre o folclore, solicitou à segunda secretária da Comissão municipal de folclore de Cezarina, Alessandra Paula Silva Turones, que efetuasse a leitura do termo de posse. (...) Na sequência, a escritora e historiadora Isabel Cristina, presidente da Comissão Goiana de Folclore, declarou empossados os sócios-fundadores e a diretoria da Comissão municipal de Folclore de Cezarina.

A diretoria da Comissão municipal de Folclore de Cezarina ficou assim constituída; presidente de honra: Isabel Cristina Alves Signareli, Patrono; Waldomiro Bariani Ortencio; presidente Geraldo Cezar Franco; primeiro vice-presidente Petronilho Alves de Moura; segunda vice-presidente Claudileme Gomes de Sousa da Cruz; secretária geral Márcia Lucia Inácio de Paula; primeira secretária Vânia de Sousa Franco; segunda secretária Alessandra Paula Silva Turones; primeira tesoureira Késia Maria dos Santos; segunda tesoureira Cristiane Aparecida Moreira Costa Franco; conselho consultivo: Petronilho Alves de Moura (1º vice-presidente), Franco Dabul Turones Cezar e Francisco Arnaldo Gerolineto. Já ao término da sessão, foram apresentados alguns números folclóricos. Desde então, a cidade de Cezarina passou a ter uma comissão folclórica, onde os envolvidos se reúnem de dois em dois meses para realização de reunião, pensando no resgate da cultura popular do município e programando os eventos. ¨ (Ata do dia da posse da comissão Folclórica no município de Cezarina/ Data: 29/03/2014)

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Em entrevista com o senhor Geraldo Cezar Franco, um dos criadores da comissão do folclore em Cezarina, ele me relatou um pouco sobre o folclore no município envolvendo a dança do Castor. Assim ele diz:

O folclore é uma característica de qualquer agrupamento humano, mesmo um país, estado, município ou região é a de não só cultivar, como também preservar suas tradições culturais. Isto foi o que aconteceu na região da Boa Vista, município de Palmeiras de Goiás, hoje Cezarina-GO. Oriunda do Triângulo Mineiro – cidade de Ituiutaba – a família Franco e agregados (possivelmente mais de 200 pessoas) aqui na Boa Vista chegaram ao ano de 1869. Entre as várias coisas materiais, culturais e costumes trazidos pelos Franco, a dança do Castor, dentre outras, foi uma delas.(GERALDO CEZAR FRANCO, 24/09/2018)

Ainda segundo Geraldo Cezar, a dança do Castor é uma dança folclórica e está inserida nas danças chamadas de Lenço – isto é, alguém dos presentes, homem ou mulher, de posse de um lenço, passa-o à pessoa que lhe interessa; essa, por sua vez, faz o mesmo à outra e, assim por diante, até formar de 6 a 10 pares, que vão rodando um atrás do outro, dançando uma marchinha executada pelo coral, que vai direcionar a dança. Esse conjunto musical, composto quase sempre de um acordeonista, um violinista e um percussionista, entoa a música base com seus respectivos instrumentos: “Essa dança do Castor é uma dança singular, meia volta cavaleiro, quero seu verso falado (2x)” – pausa - ouve-se o verso, continuando o mesmo refrão e direcionando à Dama Par, a qual também canta ou fala o seu verso. E, assim por diante, até repassar todos os pares da roda dançante. Os versos, dentro do contexto festivo do ambiente exprimem três situações:

Sentimento pessoal-¨ Fui beber água, escolhi o poço mais fundo, pensei que bebi água, bebi os trabalhos do mundo¨. Versos impregnados de sátira-¨ Em cima daquela serra passam boi, passa boiada, também passa o meu amor com a cueca rasgada. E, ainda, versos de comunicação pessoal: ¨Com S escrevo saudade, com R recordação, com M o nome de alguém, do meu coração. Quase todos os versos, falados ou cantados, são ovacionados e aplaudidos pelo público. (GERALDO CEZAR FRANCO, 24/09/2018)

Essa dança, em nível de município, está bem divulgada e conhecida, pois em muitas oportunidades fora levada ao público, na maioria das vezes pela própria Comissão de Folclore. Por ser de incentivo à cultura, a dança do Castor já está sendo executada nas escolas, ainda que de maneira muito tímida. A participação do poder público ainda não acontece como deveria ser, mas, está caminhando.

Metodologia

Para a realização do projeto de intervenção em questão, utilizamos o método de pesquisa bibliográfica para obter um pouco mais de conhecimento sobre o Folclore e a história de Cezarina. Após realizar a pesquisa, adotamos a metodologia da Educação Patrimonial que, de acordo com Horta e Varine, é um instrumento que possibilita a “alfabetização cultural”, ou seja, o indivíduo poderá fazer a leitura do mundo a sua volta e, consequentemente, compreender melhor o universo cultural, histórico e social no qual está inserido.

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Segundo Horta, a metodologia da educação patrimonial poderá ser dividida em três etapas, a observação, o registro e a exploração; e, a depender do objetivo pedagógico, poderá ser acrescentada uma segunda etapa de exploração. Na etapa de observação, durante a execução das intervenções, foi desenvolvido com os alunos um breve diálogo sobre a cultura, a cultura popular, o folclore em geral e, principalmente, a dança do Castor.

Na etapa do registro os alunos, por meio da descrição verbal, puderam ter acesso a algo que a maioria deles não conhecia, que é a dança do castor. E, por último, a exploração, onde, após ter apresentado para eles a dança, convidei-os para dançar e procurei discorrer sobre a importância da dança do castor como uma manifestação da cultura popular em Cezarina e, principalmente, tentando contribuir para que os alunos a enxergassem como parte de suas culturas.

Procedimentos

Nossas ações foram realizadas na Escola Municipal Dico Franco, situada em Gameleira, no município de Cezarina, em uma sala multisseriada, com os alunos do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental. Aproximadamente 30 alunos, com idade de 07 a 10 anos. Ao chegar à escola, fui muito bem recebida por todos e fui convidada a me juntar a eles para entoar o Hino Nacional. Após, recebi a oportunidade para começar a realização do meu projeto de intervenção; então, convidei-os para se sentar no chão para que eu pudesse conversar com eles sobre o folclore no município e especificamente sobre a dança do Castor.

Esse primeiro passo foi uma conversa, uma espécie de palestra que ministrei, falando sobre cultura, cultura popular, o folclore em geral e especificamente a Dança do Castor, que está inserida no folclore do município de Cezarina. Nesse momento, falei para todos os alunos e professores da escola. Comecei me apresentando e abordando o assunto proposto. No início eles ficaram um pouco receosos, mas, depois, quando comecei a falar sobre o folclore, começaram a interagir com minhas falas.

Quando falei aos presentes sobre o folclore no município de Cezarina, eles me relataram que não tinham praticamente nenhum conhecimento a respeito. E, quando perguntei sobre a dança do Castor, eles disseram que ouviram falar, pois minha filha mais nova estuda na escola e havia comentado com eles sobre a dança. Não tenho nem palavras para descrever o quanto fiquei emocionada com esse relato pois, no tempo em que estamos vivendo hoje, as gerações estão deixando de repassar aquilo que se aprende com os nossos antepassados.

Depois de esclarecer com eles como é dançada a dança do Castor, entreguei para os alunos e professores alguns versinhos para recitarmos durante a dança. Então começamos a dançar cantando a música que é tradição na dança, (essa dança do Castor, é uma dança singular, 2x,_ meia volta cavaleiro quero seu verso falado, 2x), após cantar a música, todos ficam em silêncio para que um dos participantes cite um versinho, (fui beber água, escolhi o poço mais fundo, pensei que bebi água, bebi foi os trabalhos do mundo. Toda vez que se termina um versinho começa-se a cantar a música outra vez e, após cantar, a música é pausada para que outra pessoa fale o verso e, assim sucessivamente, até passar por todos os participantes.

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Os alunos acharam a dança bem divertida, exceto dois deles, que não demonstraram interesse na atividade (dança que estava sendo realizada). Mas, tirando esse acontecimento, fiquei muito satisfeita de ver o quanto os alunos e professores acharam interessante a dança do Castor. Tanto os professores quanto os alunos não possuíam conhecimento sobre a dança e cada indivíduo reage de uma forma diante do novo.

Após dançarmos fomos para sala de aula, onde, com a permissão da professora regente, entreguei para eles e a professora um pequeno questionário. Nele constava um breve histórico sobre a dança do Castor para que eles, junto com os pais, respondessem e trouxessem para que eu pudesse verificar o que eles compreenderam sobre o que apresentei para todos envolvidos e qual a reação dos pais em relação à dança do Castor.

Resultados

Chegando à escola para a aplicação do projeto de intervenção tive com os alunos uma breve conversa sobre cultura, cultura popular e a dança do Castor. No começo eles ficaram um pouco perdidos com tudo que falei, pois possuíam pouco conhecimento sobre o que foi apresentado. Sobre a dança do Castor, eles me disseram que tinham ouvido falar sobre ela através da minha filha, que estuda nessa mesma escola.

Na medida em que fui apresentando as informações sobre a dança, senti que os alunos e professores ficaram bastante interessados. Após a fala, convidei-os para dançar e recitarmos os versinhos que a dança exige e notei que, através do que apresentei, consegui despertar o interesse deles sobre a dança do Castor. Fiquei muito feliz por eles terem gostado.

Após todo o ocorrido, entreguei para os alunos do 5º ano, com a permissão da professora, um pequeno questionário que continha um texto explicativo sobre a dança do Castor, para que eles levassem para casa e respondessem junto com os pais. A intenção era despertar também neles o olhar para essa manifestação cultural importante para a população cezarinense.

No outro dia fui à escola recolher os questionários que entreguei para os alunos e para uma das professoras. Na pergunta que era para eles falarem sobre cultura e cultura popular, muitos responderam que não entendiam nada, somente duas alunas responderam. Uma disse, “A cultura popular é cultivar a natureza”(Tatiely Rodrigues Quintanilha, 08/10/2018) e a outra disse, “A cultura é onde as pessoas se reúnem” (Josineide, 08/10/2018). Nota-se, portanto, que a educação formal e informal está cada vez mais precária, os familiares estão deixando de passar para seus filhos aquilo que viveram no passado e as escolas estão cada vez menos falando sobre a nossa cultura.

Conclusão

Este projeto teve como objetivo principal contribuir para o conhecimento e preservação da dança do Castor. Essa dança chegou ao município de Cezarina através da família Franco, no ano de 1869, e está sendo mais divulgada através da aplicação do projeto de intervenção na escola e em outros locais por onde passo. A dança do Castor faz parte da cultura popular, pois está sendo passada de geração para geração, como diz o próprio Geraldo Cezar:

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O folclore é uma característica de qualquer agrupamento humano, mesmo um país, estado, município ou região é a de não só cultivar, como também preservar suas tradições culturais. Isto foi o que aconteceu na região da Boa Vista, município de Palmeiras de Goiás, hoje Cezarina-GO. Oriunda do Triângulo Mineiro – cidade de Ituiutaba – a família Franco, e agregados (possivelmente mais de 200 pessoas) aqui na Boa Vista chegaram ao ano de 1869. Dentre as várias coisas materiais, culturais e costumes trazidos pelos Franco, a dança do Castor, dentre outras foi uma delas.(entrevista com GERALDO CEZAR FRANCO, 24/09/2018)

Penso que o Currículo escolar, deveria inserir mais sobre as culturas e o folclore do município de Cezarina, até os professores estão mal informados de tal manifestação na cidade. A Dança do Castor, através deste projeto de intervenção, está despertando o olhar da sociedade cezarinense, pois onde passo falo com as pessoas e elas ficam interessadas em saber como ela funciona. Também está faltando o olhar do poder público para as manifestações culturais, principalmente no que diz respeito à cultura popular.

Referências

BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988.

Comissão de Folclore do município de Cezarina-GO. Ata de posse.

DE VARINE, Hugues. As raízes do futuro: o patrimônio a serviço do desenvolvimento local.# Trad.# de Maria de Lourdes Parreiras Horta. Porto Alegre: Medianiz, 2012.#256p. https://educacao.uol.com.br/.../cultura-brasileira/folclore-brasileiro-festas-comidas-e-le. Acesso em 10/08/2018

LARAIA, Roque de Barros. Cultura, um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1984.

UFG.NDH-Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (NDH/UFG). EBOOK: Resultados e Contribuições Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania. Acesso em 11/9/2018. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/patrimonio-direitos-culturais-e-cidadania/edicao1/cnt/modulo2/index.html

VANNUCCHI, Aldo. Cultura Brasileira - o que é, e como se faz, 1999, edições Loyola.