Governo Federal República Federativa do Brasil Ministério da Educação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Universidade Federal de Goiás

EM DEFESA DO DIREITO À EDUCAÇÃO ESCOLAR:

DIDÁTICA, CURRÍCULO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS EM DEBATE

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SEÇÃO 3
AUTORAS Emicléia Alves Pinheiro • Renata Tavares de Brito Falleti
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A Prática Pedagógica da Escola Pluricultural Odé Kayodê: Resistência e Transformação

A Escola Pluricultural Odé Kayodê – EPOK, é um projeto de educação regular do Espaço Cultural Vila Esperança – ECVE, fundamentado no multiculturalismo e na arte; autorizada a funcionar pelo MEC como instituição particular em 2004, compreende o trabalho pedagógico da Educação Infantil e da primeira etapa do Ensino Fundamental, tendo no decorrer de sua atuação, descontinuidades e experiências transitórias de convênios e parcerias com instâncias públicas de educação. Tentativas que não se firmaram pela incompatibilidade de concepções e pela forma diversa de vivenciar o processo educativo.

Nesse texto, apresentamos a prática pedagógica da EPOK como instrumento de resistência diante dos desafios enfrentados pelos sujeitos que dela fazem parte, também como uma alternativa às propostas da rede de ensino e possibilidade de formação cultural e política; uma prática permeada por utopias, intencionalidades, e principalmente, experiências reais de transformação social. Delineamos elementos do percurso histórico da escola, aqueles que afirmam a sua identidade de uma educação outra, para a construção, a partir do presente, de um outro mundo possível.

O cotidiano da EPOK vai sendo construído por meio de uma metodologia didático-pedagógica nada convencional, dialógica, realizada no embate do espaço-tempo de educar com base nas legislações, nos referenciais e diretrizes curriculares, metas dos planos nacionais e nas nuances de esperança, percebidas em falas, necessidades, curiosidades e ações das crianças, perseguindo a crença em um processo educativo libertador, emancipatório e essencialmente criativo e transformador.

1. A escola como espaço reflexo de toda a sociedade: a escolha pelo contraditório

A EPOK enquanto instituição, parte da necessidade de acompanhar o cotidiano de aprendizagem das crianças, de um modo mais próximo e contínuo, observando como se daria a formação humana, desde cedo, numa perspectiva de educação crítica e multicultural.

A escola se integra ao contexto da secular Cidade de Goiás, Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO, desde 2001. É criada, não por falta de instituições escolares no município, senão pelo sonho de construção de uma escola outra, com propostas outras de educação e principalmente de qualidade social do processo de ensino e aprendizagem, promovendo a inclusão por meio das vivências artísticas e culturais, o mais plural possível. Para outro mundo possível, outra educação é necessária. O processo de construção de outro mundo possível é um processo eminentemente educativo (GADOTTI, 2000).

Alguns questionamentos fizeram parte do momento da escolha em realizar uma escola: O que há de potencial em um espaço de educação multicultural? Qual ser humano se formará a partir de referenciais outros, com construções e possibilidades artísticas diversas para criar? O que existe de educativo na atividade lúdica, no brinquedo, na brincadeira popular? Como a construção do conhecimento pode aprimorar a relação do ser humano e o seu meio ambiente? O que a educação não reprodutora pode proporcionar? O que é possível na ausência da normatividade? Foram questões que provocaram o nascimento da EPOK e instituíram a sua filosofia de trabalho.

A origem da escola, de um modo geral, está ligada ao espaço institucionalizado para reproduzir a cultura dominante de uma sociedade, assim como o conhecimento produzido pelo homem, estabelecendo níveis de desenvolvimento e padrões de como ser, agir e se comportar como indivíduo. O modelo escolar tradicional traz marcas no decorrer da história, de toda uma coletividade subordinada aos mesmos conteúdos, critérios de desempenho e métodos de ensino. Um sistema organizado para se atender ao maior número de pessoas possível, ao mesmo tempo, a partir de pressupostos etnocêntricos, generalizantes e com os valores hegemônicos.

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Considerando ainda a estrutura capitalista em que a nossa sociedade se insere, de acordo com Padilha (2010):

A criação da escola, desde a sua gênese, é correlata à divisão social do trabalho, da instituição da propriedade privada e, consequentemente, da divisão da sociedade em classes. Criada para atender a uma determinada parcela da sociedade, percebeu-se que a escola, no transcorrer do processo histórico da humanidade, não fez mais que propagar as ideias da classe que detinha o poder nas mãos. Ao propor uma escola pública, gratuita e estatal, o Estado, como representante dessa classe, propôs ideologicamente uma educação democrática que atenderia a toda a população, sem distinção de classes. No entanto, seria impossível atender aos interesses de toda uma sociedade que estruturalmente está dividida em classes antagônicas, ou seja, burguesia e proletariado, ricos e pobres. (p. 65).

Uma escola herdada, em grande parte, dos países colonizadores europeus, em que o modelo de educação institucionalizada, serviu antes de tudo, aos seus objetivos políticos. Em que quanto mais e fidedignamente próxima à reprodução, maior a sua eficiência e qualidade. Uma escola a serviço da colonização dos povos, das culturas, dos saberes e que atravessa os tempos, se apresentando renovada, com outras roupagens, novas tendências e nomenclaturas emergentes com os princípios e manipulação de sempre.

Essa escola de pedagogia tradicional, centrada na figura do professor, transmissor de um determinado conhecimento e de uma ideologia que oprime, tem a principal finalidade de reproduzir a sociedade e as relações de poder e de classe intrínsecas a ela; para esse modelo, as diferenças constituem uma ameaça e são substituídas pela “igualdade”, o que neutraliza a diversidade e a expressão única de cada ser humano e se apresenta tanto nas estruturas educacionais, quanto nas concepções de professores, estudantes, nas formas de gerir e organizar as instituições e a própria aula.

Todos esses mecanismos continuam a servir de padronização do ensino e consequentemente da aprendizagem e na (de) formação do ser humano. Constatação disso é a forma como recentemente a Reforma do Ensino Médio foi aprovada e vem sendo imposta à sociedade brasileira, de modo unilateral, tomada pela necessidade de dominação e de prevalecimento de um pensamento único, com fortes marcas cartesianas e ocidentais, com quase nenhum espaço para a escuta e olhar a quem aprende, senão, a função de inculcar valores e conhecimentos que geram e retroalimentam a dependência e a alienação da realidade concreta.

Foi justamente num movimento contrário a esse modo social e politicamente legitimado de aculturação por meio do processo educativo, que o ECVE foi criado e o que impulsionou a construção de uma escola outra.

Escola é o espaço onde toda a nossa sociedade recorre para o desenvolvimento e formação do ser humano; lugar privilegiado do processo de ensino e aprendizagem e das primeiras experiências de conhecimento de mundo das crianças. Delega-se a ela, o processo de socialização mais ampla, enquanto percebe-se o antagonismo nela existente.

Desse modo, o contraditório, não permite descartar a necessidade de entrar em contato com a escola numa perspectiva diferente, a que se acredita ser importante e fundamental para o desenvolvimento humano. O que se percebe é a necessidade do espaço escolar, ainda que seja o reflexo da luta de classes, em que a classe trabalhadora seja a mais vulnerável e afetada, ainda que dual, é também, onde se pode implementar práticas como possibilidade de transformação social.

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O ECVE, uma associação sem fins lucrativos, iniciada em 1989 e oficializada em 1991, oportunizou a centenas de crianças e adolescentes da periferia da Cidade de Goiás, acesso a brinquedos, brincadeiras, arte: dança, música e teatro em um momento crítico da escola pública, garantindo por anos o complemento educacional com o caráter de educação popular freireana.

A parceria estabelecida entre o ECVE e a Secretaria Estadual de Educação, preconizava o atendimento às diferentes turmas de crianças da 1ª fase do Ensino Fundamental, que estivessem regularmente matriculadas em uma escola pública da rede.

Funcionou bem e era, de acordo com a fala das professoras e das crianças atendidas, o dia de sonho e a realização plena de ser criança. Era o dia feliz para suportar a escola de todos os outros dias de aula. Com o passar do tempo, a experiência foi suscitando questões antes impensadas, pois o ECVE surgiu num contra movimento ao da escola. Na experiência de um processo educativo de libertação e não o contrário. O trabalho educativo que era realizado, privilegiava a liberdade de expressão, a arte e a soberania da cultura popular.

Entretanto, foi sentida a necessidade de atividades mais contínuas e resultados concretos e perenes. A felicidade de um dia para uma criança ou a eventualidade de um dia de sonho era pouco e não estavam sendo o bastante diante da intenção de transformar realidades e mudar a percepção e atuação do ser humano em sua comunidade e em seu grupo social.

Com o Projeto Brinquedoteca Alegria do Povo foi possível começar a vislumbrar a formação política e a humanidade que resplandecia ao se projetar um outro mundo possível. Concretamente, as crianças matriculadas numa escola pública, frequentavam no contra turno semanalmente, as salas da brinquedoteca e as aulas de teatro, dança, música, uma grande oportunidade, no contexto de pobreza no interior de Goiás.

A crença na humanidade e na beleza do povo, promoveu autoestima de crianças marginalizadas e esquecidas às margens do centro histórico da Cidade de Goiás. Olhares oprimidos se ergueram e vozes silenciadas foram ouvidas. Um processo emocionante que teve desde o seu início o comprometimento com a causa da criança, dos negros, pobres, indígenas, da mulher, da classe trabalhadora e de todos e todas que tem os seus direitos negligenciados.

Num movimento contraposto à elite vilaboense e às tradições de uma minoria opressora, o ECVE fundou uma escola, perigosa porque incutia no quefazer esperança, sonhos, ideais de transformação, desde as físicas – um espaço de lixão e pedras à beira do Rio Vermelho que foi retomando a sua vegetação do cerrado e onde foram crescendo jardins.

Substancialmente, o ECVE, desejaria mais tempo, com uma qualidade maior, nesse caso a quantidade de encontros, a frequência e continuidade das propostas confeririam uma maior qualidade e o alcance dos objetivos. Para além de ser o diferencial de algumas escolas, de Goiás, pretendia ser uma escola diferencial em Goiás.

A EPOK, surgiu assim, no âmago do contraditório, no esteio da negação à escola e no campo sem fim da dúvida. De repente, por isso, seja a investigação um processo permanente na sua prática pedagógica cotidiana. A dúvida, não sobre qual educação ou percurso educativo oferecer, mas sobre se constituir enquanto escola ou não, no limiar de recair em ranços escolares históricos, o que corromperia os princípios do ECVE.

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Assim, a EPOK foi se constituindo no final dos anos 90, no movimento de redemocratização educacional, em que as instituições públicas, “acinzentadas”, estavam hostilizadas pela depredação, ausência de recursos materiais e humanidade. Desse modo, foi extensão da Escola Estadual Dom Abel, por alguns anos, iniciando com uma turma de 30 crianças de 6 anos, a antiga pré-escola; todos os procedimentos administrativos, desde a matrícula, eram realizados na escola parceira. As aulas, a programação semanal e o itinerário formativo das professoras eram oferecidos pelo ECVE. A primeira turma dessa experiência vivenciou a etapa inicial do Ensino Fundamental com uma única professora de referência.

A segunda turma vivenciou a experiência com duas professoras, também do estado. Inaugurava-se uma pedagogia diferenciada, revezamento entre aulas nas Praças, no Jardim das Formas, aulas entre plantas e bichos ao ar livre, entre casas de macacos, tucanos, araras. Parque, Brinquedoteca e o currículo do estado cumprido com mister e a máxima qualidade de tarefas.

Muitas canções ecoavam das salas, da diretoria e coordenação pedagógica; um grupo bem pequeno com um gigantesco entusiasmo e disposição para o trabalho. Preparava-se aulas felizes. Como não funcionar? Essas duas turmas foram pioneiras da EPOK. Da pré-escola à 4ª série. As salas de aula eram espaços inusitados: Castelo, Sala de Artes, Memorial Indígena, Salas Tenda e de Palha, Sala Ayó.

No início dos anos 2000, o desejo de ampliar a escola pulsou. Surgiu a “vontade” de atender também crianças da Educação Infantil. Numa conversa com a Secretaria Municipal de Educação, ficou estabelecida uma parceria entre o ECVE e a Escola Municipal Mãozinha de Anjo, o que seguia a experiência anterior: as crianças eram matriculadas e todos os aspectos burocráticos, administrativos, da secretaria, eram de competência da Secretaria Municipal de Educação; as salas de aula no ECVE eram sua extensão. Assim se sucederam por quatro anos, quando foi desfeita a parceria por motivos de mudança da gestão municipal. Entretanto, a oferta de Educação Infantil se manteve, sendo “sustentada” pela Vila Esperança.

Nesse período, a escola foi tomando espaços/tempos dos/as educadores/as e do grupo gestor do ECVE; o trabalho educativo se intensificava e exigia cada vez mais dedicação e como consequência, houve a necessidade de aumentar o número de profissionais atuando na escola.

Também foi uma década de pesquisas e aprofundamento das vivências indígenas e afro-brasileiras, o ECVE proporcionou formação dos educadores por meio de reuniões diárias em que eram disponibilizados textos para leitura, vídeos e discussões posteriores, além das próprias vivências.

Se estudava o mito, grupos étnicos, simbologias, dentre outros aspectos do cotidiano que eram importantes. Nos anos de 2005-2006, a grande maioria dos educadores participou do Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil - PROINFANTIL, um curso de nível Médio em que se estudava o desenvolvimento da criança, o tempo e o espaço da Educação Infantil, conferindo uma qualidade maior do trabalho oferecido nessa área.

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O Ojó Odé – “Dia do Caçador” na língua iorubá, foi estabelecido como o dia de vivências das culturas africanas e afro-brasileiras, sendo uma tarde iniciada por cantos e danças tradicionais; uma imersão no Quilombo e um estudo profundo da África e suas diásporas. Uma oportunidade de estudar fazendo máscaras, utensílios de barro, estética, tocando tambor e movimentando o corpo. Seguindo os princípios ancestrais dessa nossa raiz cultural, em que se acredita que a aprendizagem significativa só acontece pela vivência.

Do mesmo modo, o Porancê Poranga, às tardes de terça-feira, vivência das culturas dos povos indígenas do Brasil, sempre na dinâmica da roda inicial de cantos, mito, dança indígena, depois a imersão em pequenos grupos que confeccionavam colares, cocar, brincos, petecas, corrupios, vivenciando a representação de infância de etnias indígenas.

Como escola, situada em meio às manifestações e expressões culturais não havia como não ser, de modo enraizado, influenciada por elas. De muitas formas. As crianças cresciam dentro de espaços que as transportavam histórico e culturalmente. A leitura de uma simples placa na praça do nome de uma mulher, descortinava a história de uma sociedade e da luta de muitas mulheres por justiça e reconhecimento dos direitos. Uma bandeira de paz, hasteada em meio a um canteiro na forma de mandala de plantas, inaugurava um lugar de paz.

Ter um nome afro-brasileiro: Odé Kayodê, manuscrito sobre um arco/ofá azul gigante foi o anúncio de um verdadeiro portal em que iniciariam centenas de crianças num processo de educação multicultural. Em 2010, o projeto da EPOK, foi financiado para a compra de um novo espaço. Uma casa ao lado do ECVE que abrigaria as salas de aula e o cotidiano regular da escola, algo sentido como necessário e urgente.

2. Os fazeres e os motivos da existência e resistência de uma escola para transformar

Um outro mundo é possível” Acreditar, ter ESPERANÇA, ainda é a força que move, que justifica a existência da Escola Pluricultural Odé Kayodê - EPOK. A busca que é, senão, a própria construção deste “outro mundo”, não está alheia à realidade, ou localizado em um espaço/tempo surreal, pelo contrário, o que buscamos são formas sensíveis de vivenciar, acolher e resolver os desafios estabelecidos pelo contexto real das famílias atendidas, pelas exigências atuais da sociedade em todas as instâncias e as necessidades das crianças surgidas a cada dia.

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Neste aspecto, a educação popular de Paulo Freire, pautada na visão marxista de estrutura social com base no trabalho e no meio de produção vem de encontro com a ideologia que fundamenta nossa proposta, impulsiona as ações e objetivos da Escola. Busca se educar não para que os indivíduos se adaptem à realidade social assim como está, porém, para que atuem politicamente, inserindo-se e provocando transformações.

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Priorizando a educação na qual a criança possa conhecer a herança cultural de seu povo e da humanidade, se reconhecendo, assumindo uma identidade, exercitando a cidadania, a liberdade de expressão, apropriando-se dos instrumentos necessários para continuar aprendendo e se inserindo socialmente.

(Projeto Político Pedagógico da Escola Pluricultural Odé Kayodê)

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A EPOK continua a existir pelo simples movimento de resistência ao modelo escolar vigente. De novo e sempre, nos achamos diante do contraditório: vivemos no sistema brasileiro de educação em que simultaneamente há a garantia do estudo da história da África e afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/08) e do outro lado, um processo de despolitização e uniformização dos processos educativos e conteúdos por meio de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Em meio a esse contexto, educar com base em referenciais culturais e direitos humanos, torna-se um movimento de luta. De fato, é uma escola que cotidianamente precisa confirmar a sua crença e opção pela educação da criança brasileira que deve ter a garantia dos seus direitos básicos à infância, deve também ler e escrever bem, ser instrumentalizada para agir democraticamente e se inserir no mundo, provocando mudanças.

O cotidiano da EPOK é iniciado pela roda do Bom Dia. Uma troca de saberes entre crianças de diferentes faixas etárias, que começam o dia se socializando por meio de um brinquedo, jogo ou brincadeira; em seguida, a roda se alarga e os conteúdos são problematizados. O/A educador/a responsável pelo Bom Dia, apresenta a proposta e faz a mediação entre as crianças. Depois, cada agrupamento com o/a seu/ua educador/a de referência segue para as atividades específicas do dia.

A proposta é educar em roda, forma que possibilita a diversidade ser olhada, ouvida e reconhecida como riqueza a ser aprendida. Vivência e aprendizagem contribuem para a formação de um ser humano integralmente, consciente e mais feliz. Privilegia-se o aspecto relacional e experiencial nos processos de aprendizado e construção dos saberes. Isso possibilita a transformação do conhecimento em sabedoria e atitude.

As atividades são pensadas de forma a tornar o processo de aprendizagem prazeroso e sem rupturas. Prioriza-se na metodologia as Artes e as Culturas, por acreditar que essa seja uma maneira importante para construir o conceito de cidadania, de respeito, e ao mesmo tempo, desvendar um novo mundo possível às crianças, diferente das condições adversas às que elas estão acostumadas.

O respeito cultivado ou cultuado diariamente na EPOK é essencial a qualquer situação de convívio e no que diz respeito à diversidade religiosa, tem se revelado possibilidade de ser uma escola verdadeiramente inclusiva, onde as situações de intolerância são vistas como desrespeito à liberdade de SER de todo indivíduo.

As aulas expositivas são dialogadas; potencializadas tanto no modo em que o mobiliário é disposto, quanto na organização dos temas, na escuta e no diálogo com as crianças. Não há um único material didático de apoio; mas referenciais bibliográficos multiculturais que embasam a elaboração de um bloco temático (Projeto Ancestralidade; Nande Rèkó; Afoxé; Festa da Colheita; Tradições Populares; Primavera; Poesia; Sacyzada; Consciência Negra...). Autores indígenas e africanos permeiam as aulas em que falamos de aprendizagem, identidade e cosmovisão. Os sentidos são a porta para a circularidade dos saberes e para o compartilhamento de ideias com o outro a todo momento, sem a necessidade de copiar, colar, para receber aprovação.

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Como para as crianças, a concepção de formação dos educadores é integral. No sentido estético, humano, artístico e intelectual. Para tanto, há o incentivo para que todos participem de atividades culturais e deem continuidade à formação acadêmica. Há três educadores/as nesse momento em formação em nível de especialização e mestrado.

Práticas de ensino como a roda, a tempestade de ideias os grupos de trabalho, a construção de mapas conceituais, os painéis com diferentes temáticas, o uso do jogo como recurso pedagógico e também a brincadeira, realçam a centralidade da criança em seu percurso educativo e o espaço de expressão que ela possui no próprio processo de aprendizagem.

Há interação e companheirismo entre os/as educadores/as na realização do projeto de educação da EPOK. Os desafios são enfrentados em conjunto. Os Planejamentos Pedagógicos, além de momentos ricos de formação continuada, contribuem e permitem a cada um se visualizar no todo e contribuir com o que de melhor desempenha. Nessa perspectiva, ainda que tenhamos de lidar como quadro novo de educadores/as, percebemos a escola fortalecida e melhor a cada dia.

A formação atualmente é diversificada, o que contribui para um melhor trabalho com olhar mais crítico sobre as áreas de formação de cada educador/a. O currículo é plural, o “oficial” não é negado, mas ressignificado pela dinâmica da vida e do conhecimento proveniente dos diversos contextos sociais e culturais que as crianças trazem. Há flexibilidade e os educadores influenciam muito o currículo, ainda que as matrizes existentes na escola tenham como base os da rede estadual de educação e as DCN. A escola respeita o tempo e a necessidade de formação de cada educador/a e se organiza com base nisso.

Para o ECVE, o multiculturalismo é central na educação da criança brasileira. Ela aprende a amar as diferenças, quando a ênfase nestas sejam positivas e promovam sentido e atitudes de respeito na relação com o outro. O multiculturalismo e a perspectiva da interculturalidade, fundamental à educação promovida pela EPOK, encontra em diversos autores contemporâneos subsídios teóricos, uma delas, Vera Maria Candau, que afirma:

As diferenças culturais - étnicas, de gênero, orientação sexual, religiosas, entre outras - se manifestam em todas as suas cores, sons, ritos, saberes, sabores, crenças e outros modos de expressão. As questões colocadas são múltiplas, visibilizadas principalmente pelos movimentos sociais, que denunciam injustiças, desigualdades e discriminações, reivindicando igualdade de acesso a bens e serviços e reconhecimento político e cultural. No âmbito da educação também se explicitam cada vez com maior força e desafiam visões e práticas profundamente arraigadas no cotidiano escolar. A cultura escolar dominante em nossas instituições educativas, construída fundamentalmente a partir da matriz político - social e epistemológica da modernidade, prioriza o comum, o uniforme, o homogêneo, considerados como elementos constitutivos do universal. Nesta ótica, as diferenças são ignoradas ou consideradas um “problema” a resolver. (...) No entanto, defendo a posição de que a diferença é constitutiva, intrínseca às práticas educativas, “está no chão da escola”, e atualmente está cada vez mais presente na consciência dos educadores e educadoras e integra o núcleo fundamental de sua estruturação/desestruturação. Ter presente a dimensão cultural é imprescindível para potenciar processos de aprendizagem mais significativos e produtivos para todos os alunos e alunas. (CANDAU, 2011, p. 241-242).

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Acerca do desenvolvimento da criança, acredita-se que aprendizagem se dê na esfera individual e coletiva, sendo um processo fundamentalmente social e que necessariamente se dê na interação com o outro. De acordo com Vygotsky, na ausência do outro, o homem não se constrói. Por isso, a insistência na roda, no jogo, na convivência como formas privilegiadas de construção do conhecimento. Para tanto, a teoria sócio interacionista reflete o que acreditamos e como nos organizamos para promover aprendizagem, considerando a educação como um processo histórico cultural.

Na relação com o outro, a criança modifica o que lhe é externo e se modifica, dessa experiência resulta o conhecimento, a aprendizagem significativa. De acordo com a teoria vygotskyana, outro conceito importante é a mediação, toda relação do ser humano com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos e da linguagem, que traz consigo conceitos consolidados da cultura a qual o sujeito é pertencente. A aprendizagem é necessariamente mediada, o que torna a função da escola e da/o educador/a determinante. Ao internalizar um conhecimento a criança “se apropria” dele. O processo de ensino para Vygotsky, deve se antecipar ao que aluno ainda não sabe, a isso se refere um de seus principais conceitos, a zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância real do que a criança ainda não sabe, porém já tem o potencial de aprender.

Subsidiando o processo de alfabetização e letramento, além dos pressupostos freireanos de que a leitura do mundo antecipa a leitura da palavra: Na verdade, o domínio sobre os signos linguísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo (FREIRE, 1997, p. 11). Fundamentamos a nossa metodologia de alfabetização, que não se resume a um único método, porém se respalda, enquanto processo, nas hipóteses de leitura e escrita experimentadas pela criança quando na aquisição destas linguagens, de acordo com Emília Ferreiro, citada em artigo de Vera Maria Candau, elas são concebidas como função social:

É indispensável instrumentalizar didaticamente a escola para trabalhar com a diversidade. Nem a diversidade negada, nem a diversidade isolada, nem a diversidade simplesmente tolerada. Também não se trata da diversidade assumida como um mal necessário ou celebrada como um bem em si mesmo, sem assumir seu próprio dramatismo. Transformar a diversidade conhecida e reconhecida em uma vantagem pedagógica: este me parece ser o grande desafio do futuro. (FERREIRA apud LERNER, 2007, p .7).

A metodologia do trabalho pedagógico da EPOK resguarda os princípios e os referenciais teóricos que a fundamentam; foi concebida para privilegiar os interesses das crianças atendidas, assim como os conteúdos selecionados.

O processo acontece em espaços que vão sendo construídos democraticamente, que propiciam o protagonismo das crianças e o diálogo, num processo de educação e exercício da cidadania. Para quase todos os momentos, faz se uma roda, um círculo, uma ciranda. Na roda todos se veem, todos estão no mesmo patamar, na “primeira fila”, todos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres. Em roda se conversa, se dança, se brinca, se aprende a respeitar o outro. Reconhecemos a importância da roda cotidianamente, ela nos possibilita ocupar o nosso lugar, nos perceber individual e coletivamente, nos apropriar da nossa identidade e vivenciar com equidade as oportunidades; também a despertar o senso de responsabilidade pelo assunto, contribuindo com a aprendizagem de cada um no diálogo e na circularidade de ideias, onde nenhum conhecimento se sobrepõe ao outro, mas constitui expressão de todas as formas.

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No modo de realizar cada uma das propostas, a criança participa de todo o processo, desde a concepção, projeção, construção coletiva, realização e avaliação dos resultados; ela é ouvida e a sua opinião é valorizada. Nesse sentido, a criança é central no processo de ensino e aprendizagem da EPOK, as suas necessidades, curiosidades e história de vida são consideradas em sala de aula como pontos de partida para o ensino de novos conteúdos e na investigação e assimilação dos conceitos.

Para tanto, os/as educadores/as buscam conhecer as individualidades do grupo, enfatizando potenciais e incentivando cada criança a crescer; há uma preocupação com a linguagem, com a motivação e adequação de cada conteúdo, contextualizando-o, o mais possível para que tenha sentido e provoque reflexões. Cada um/a pode participar, escutar e dizer o que pensa, avançando nas hipóteses e ampliando o conhecimento de mundo.

O/A educador/a media as situações de aprendizagem, consciente do nível de cada educando, sendo o responsável e mediador de todo o processo, porém, possibilitando interação entre as crianças e partindo do que o grupo manifesta para avançar. A metodologia é dialógica e o tempo individual é respeitado.

Sendo o respeito nas relações que estabelecemos, um princípio fundamental da EPOK, geralmente nenhuma criança se retrai quando convidada a participar e expor pensamentos e sentimentos. O respeito promove a confiança da criança em seu grupo. Compreendemos que tão importante quanto o conhecimento, são as relações afetivas que construímos e a qualidade da convivência.

Não há um único educador responsável exclusivamente por um agrupamento; todas as crianças são de responsabilidade conjunta do grupo docente. Ser referência de uma turma, nesse caso, tem a ver com a organização e o acompanhamento individual dos processos de aprendizagem e a sua documentação; nesse sentido, as crianças respeitam e estabelecem vínculo de segurança e disponibilidade em aprender com todos/as.

O material escolar, os livros literários, um doce trazido de casa: tudo no espaço da EPOK assume um caráter coletivo e sugere o compartilhamento. Estritamente individuais são os objetos de higiene pessoal; os cadernos e blocos de registro que são instrumentos de expressão da individualidade, porém refletem também a produção intelectual e cultural coletiva.

Um problema, muitas vezes é compartilhado para que o grupo inteiro reflita a situação e se responsabilize pela mudança de atitude do outro. O espaço de julgamento, por vezes é ocupado pela empatia e solidariedade ativa, no sentido de contribuir com ideias e ações para a resolução do problema e apontar possíveis caminhos. Se cresce individualmente, ao mesmo tempo em que coletivamente se fortalece em cooperação.

As culturas dos povos que constituem o povo brasileiro são fundantes na concepção e prática pedagógica da escola, assim como a criança é central. Desse modo, as atividades específicas possuem grande importância, porque consistem na vivência com o corpo inteiro de conteúdos trabalhados em sala. Não concorrem com as atividades regulares, mas complementam-nas, compondo o currículo da escola e oportunizando a vivência, a experimentação e a realização concreta do desenvolvimento da expressão corporal e percepção musical e rítmica (Dança, capoeira, maculelê, samba-de-roda); desenvolvimento da oralidade, construção lógica de ideias, pensamento e capacidade de comunicação (Rádio da Vila). E as tardes mensais de vivência cultural afro-brasileira: Ojó Odé e Porancê, em que se concentram as manifestações das culturas por meio da experiência completa: estética, canto, toque, dança, mito, culinária e fazeres tradicionais.

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Como há um número pequeno de crianças por agrupamento, a atenção individualizada é quase permanente. Quando necessitam de apoio específico, a família é comunicada e as crianças são convidadas em momentos extraclasse pontuais e por prazos determinados, de acordo com as dificuldades de aprendizagem manifestadas. O modo de ser coletivo, as rodas de socialização - a fala e escuta do outro; a organização dialógica das salas de aula; quase tudo promove a interação, o que possibilita aprender com o outro, com diferentes ideias, linguagens – isso contribui muito para dirimir dúvidas e avançar.

A contextualização é uma constante na EPOK. Há o cuidado de aproximar, o mais possível a teoria da prática, como dimensões indissociáveis do processo de aprendizagem. No Projeto Ancestralidade, por exemplo, conteúdos como conceito de núcleo familiar, identidade, árvore genealógica são entremeados pelos saberes empíricos dos avós: a prática da costura, a receita de um biscoito, a modelagem da argila; o plantio.

O processo de desenvolvimento da empatia se dá muito a partir de situações conflituosas em que é preciso pensar a partir do ponto de vista do outro para ampliar a compreensão das situações, o que contribui para o crescimento conjunto do grupo. Desde as problemáticas que vivenciamos no cotidiano da sala de aula, até as mais gerais, ligadas à política, à distribuição de renda, a relação com o meio ambiente, são momentos para se desenvolver a empatia, promover reflexões e melhorar a relação entre as pessoas.

A expressão das opiniões das crianças, escuta e o discurso se dão em vários momentos, não de forma rígida. O diálogo é organizado, mas há liberdade: Roda e Rádio da Vila são oportunidades privilegiadas de desenvolvimento dessas capacidades.

A inclusão está para a EPOK quase como o seu objetivo principal, considerando o foco que há na diversidade e na diferença enquanto riqueza. Acessibilidade afetiva e social constituem uma busca e uma realidade, entretanto, os espaços físicos são desafiantes pela localidade em que a escola foi construída: num terreno íngreme, cheio de pedras, às margens do Rio Vermelho, onde há muitas escadas, o que dificulta, mas não impede a frequência de pessoas com deficiências físicas. Busca-se adaptações metodológicas e materiais, quando há demandas para aprimorar a aprendizagem da criança e assegurar as mesmas oportunidades de avançar no processo de conhecimento.

A Escola está aberta à participação da comunidade no dia-a-dia, nas vivências, nas atividades culturais, nas reuniões, nas festas, nas datas comemorativas e no convite permanente para construirmos juntos essa proposta, que originalmente nasce de um querer coletivo e que só é possível de se realizar se as famílias se envolvem. Cada reunião de planejamento, cada encontro com os familiares, cada atividade proposta é importante como momento de formação, de modo dialético e dialógico, no confronto com a realidade.

3. Os desafios de uma educação transformadora e a importância do trabalho em rede para prosseguir

O maior desafio tem sido o de resistir!

A própria existência da EPOK é utópica e desafiante, perante a realidade e os condicionamentos aos quais estamos sujeitos. Existir é por si um ato de resistência do grupo que teima em fazer essa escola. Como proposta que nasce diferente, no contexto de um Espaço Cultural designado para a esperança, num tempo de quefazer, constitui ousadia e desafio oferecer riqueza de espaço, cultura, filosofia, e pensamento crítico às crianças da classe trabalhadora de Goiás.

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Como escola construída no contexto do contraditório, é permeada por desafios das diferentes ordens e são também os desafios que afirmam a sua identidade de uma escola outra e não apenas mais uma, igual a tantas outras.

Intrinsicamente à metodologia de trabalho da EPOK, percebemos como desafios do cotidiano a necessidade de equilibrar os tempos de vivências culturais, corporais, rítmicas, de oralidade com a sistematização do conhecimento nos momentos de registro, o que concebemos como integral. Desafiante é coordenar o trabalho geral do ECVE e o trabalho específico didático-pedagógico da escola.

Desafio também é a formação continuada dos professores. Embora o momento de planejamento, seja também um momento de estudo, os profissionais já chegam com marcas e pressupostos diferentes, o que muitas vezes, precisam ser desconstruídos para dar o espaço às novas visões e práticas as mais aproximadas possíveis da proposta da EPOK.

Nos últimos anos, os esforços têm sido em estabelecer o diálogo com outras instituições de educação, o que demanda outros tempos para planejar, promover o encontro, as trocas e ainda manter o cotidiano escolar que não para, em pleno funcionamento.

Na mesma medida em que é desafiante, também tem sido essencial essa abertura para o encontro com outros lugares, outros grupos, outras propostas e instituições que também tem seus fazeres pautados na busca e no achado de uma educação verdadeiramente criativa e transformadora.

Neste sentido, fazer parte de redes de escolas que se reconhecem e são reconhecidas como resistentes e transformadoras legitimam o princípio da EPOK e a sua finalidade primeira: educar na perspectiva multicultural para a transformação da realidade excludente da sociedade brasileira, partindo das crianças, de pequenos grupos e da comunidade atendida.

Um dos maiores objetivos da EPOK é continuar inspirando práticas e promovendo diálogos entre diferentes instituições e grupos educativos, dando ênfase às possibilidades de transformação que já existem potencialmente em toda ação educativa.

A trajetória da EPOK vai aos poucos abrindo trincheiras e marcando seu espaço, através da relação com escolas parceiras, com as universidades que fazem referência à uma práxis de educação multicultural e no acompanhamento de estudantes egressos, percebemos o reconhecimento de uma educação emancipatória.

Desde o seu surgimento, a EPOK traz o gérmen da transformação e percebe-se que cada pessoa que passa por ela, vive um processo de mudança das concepções, posicionamentos e práticas, assim como as crianças que se formam nesse processo de educação multicultural, refletem e transformam os pequenos espaços nos quais vive e por onde vão passando.

E assim, a Escola Pluricultural Odé Kayodê vai se reafirmando e sendo reconhecida como escola criativa e transformadora, espaço de aprendizagem e de convivência que propicia o SER e que o concebe integralmente.

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Sobre os autores

EMICLÉIA ALVES PINHEIRO • Especialista em Psicopedagogia e Docência Universitária pela Universidade Estadual de Goiás – UEG (2005/2007). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás – UEG (2002). Membro do Centro Internacional de Dançaterapia Maria Fux. Coordenadora Pedagógica da Escola Pluricultural Odé Kayodê/Espaço Cultural Vila Esperança – EPOK/ECVE. Coordenadora Pedagógica/ Orientadora Educacional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Cidade de Goiás – IFG.

Endereço de e-mail: mikyvila@hotmail.com.

RENATA TAVARES DE BRITO FALLETI • Especialista em Psicopedagogia e Docência Universitária pela Universidade Estadual de Goiás – UEG (2005/2007). Especialista em Educação de Jovens e Adultos para a Juventude pela Universidade Federal de Goiás – UFG (2015) Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás – UEG (2002). Dançaterapeuta com formação no Centro Internacional de Dançaterapia Maria Fux. Colaboradora na Escola Pluricultural Odé Kayodê/Espaço Cultural Vila Esperança – EPOK/ECVE. Professora EBTT da área de Educação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Cidade de Goiás – IFG.

Endereço de e-mail: renaesperanca@hotmail.com.

Referências

CANDAU, V. M. F. Diferenças Culturais, Cotidiano Escolar e Práticas Pedagógicas. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio - Brasil. Currículo sem Fronteiras, v.11, n. 2, p. 240-255, jul./dez. 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, M. Perspectivas Atuais da Educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 2000. PADILHA, L. M. de L. A Criação da Escola a partir da Divisão Social do Trabalho. UEPG Humanit. Sci., Appl. Soc. Sci., Linguist., Lett. Arts, Ponta Grossa, v. 18, n. 1, p. 61-66, jan./jun. 2010. Disponível em: www.revistas2.uepg.br/index.php/sociais/article/download/3459/2468. Acesso em: abr. 2008.